Após comprar da França a Lousiania, em 1819, os UA forçaram a Espanha a ceder-lhe a Florida depois de ocupá-la militarmente. O 17º presidente Andrew Jackson (1829/37) anexou o território sem solicitar aprovação do Congresso, como fez McKinley em 1900 ao enviar cinco mil soldados para reprimir uma rebelião na China. Assim, foram sempre fabricando pretextos através do movimento conhecido como “Manifest Desting”.

Durante o século XX, desde 1900, os Estados Unidos promoveram ou se envolveram em mais de 200 intervenções militares, sempre com objetivos de defender interesses econômicos e estratégicos e não de construir uma democracia, conforme concluíram cientistas políticos.

Nos últimos 50 anos, fracassaram quase todas as guerras, com exceção de Granada e Panamá, por se tratarem de territórios pequenos sem forças para reagir e resistir. Só para citar, perderam contra Cuba na invasão da Baia dos Porcos, em 1961, quando a CIA mandou pra lá mercenários e exilados cubanos. O bloqueio econômico não conseguiu derrubar Fidel Castro. No Vietnã, em 1975, os soldados tiveram de fugir às carreiras.

Voltando à analise anterior reportada pelo escritor baiano Luiz Alberto Muniz Bandeira, em “Formação do Império Americano”, a usurpação do México, em 1849, levou os norte-americanos a criarem olho grande sobre a nossa Amazônia. O diplomata brasileiro Sérgio Teixeira de Macedo advertiu que a abertura da Amazonas à navegação pretendida pelos EUA iria escancarar a porta à formação de empreendimentos e à imigração deles. Estava em seus planos a conquista da ilha de Marajó e outras áreas.

Na descrição de Sérgio Teixeira, não havia um só país civilizado onde a ideia de provocações de guerras fosse tão popular como nos Estados Unidos. Em sua obra, Muniz Bandeira cita que em 1893 as tropas americanas bombardearam o Havaí, e em 1898 aprovou sua anexação. Nesse mesmo ano ocorreu a explosão do navio de guerra Maine (historiadores apontam armação) que sem necessidade foi despachado para o porto de Havana.

De acordo com o autor do livro, foi outra provocação com intuito de atacar a Espanha e conquistar o que restava do seu império colonial. A mensagem ao Congresso solicitando intervir em Cuba só foi enviada dois dias depois que o governo de Madri atendeu as exigências. “A partir daí os EUA dilataram seu domínio desde Cuba e Porto Rico até Tutuila (Samoa) a leste das Filipinas”. Nem Lyndon Johnson, nem Ronald Reagan, nem o Bush (pai) pediram permissão da ONU para atacar a República Dominicana, Granada e Panamá.

O presidente Woodrow Wilson (1913/21) mandou tropas para a Sibéria (1919) durante a guerra civil na Rússia. Franklin Roosevelt empurrou o país, mesmo prometendo para seu eleitorado que não iria se envolver, para o conflito com a Alemanha de Hitler e provocou o Japão permitindo que o ataque a Pearl Harbor acontecesse em sete de dezembro de 1941.

Outro que criou seu pretexto foi Lyndon Johnson quando invadiu o Vietnã do Norte através do bombardeio Hanphong, em maio de 1964. Todo esboço da guerra foi elaborado cinco dias antes da comunicação ao Congresso. As armas de destruição em massa também serviram de pretexto para George W. Bush (filho) atacar o Iraque em 2003, alegando que Saddam era um tirano.