:: 19/ago/2015 . 22:12
HOMENAGEM DA CÂMARA
No dia de ontem, a Câmara Municipal de Vitória da Conquista, em moção de aplausos de autoria do vereador Andreson Ribeiro, homenageou o jornalista e escritor Jeremias Macário de Oliveira pela publicação do livro “Uma Conquista Cassada – Cerco e Fuzil na Cidade do Frio” que descreve como aconteceu a ditadura na cidade, culminando, em 1964, com a prisão e cassação do prefeito da época, Pedral Sampaio.
A obra, lançada no meado do ano passado e que pode ser encontrada nas livrarias Nobel e principais bancas de revistas, demandou cinco anos de estudos e pesquisas quando mais de trinta pessoas foram entrevistadas. Embora o autor tenha focalizado Vitória da Conquista, o livro faz uma ampla abordagem sobre a ditadura na Bahia e no Brasil, destacando os principais fatos históricos, desde o início do golpe no início dos anos 60 até a redemocratização do país no final dos anos 80.
No agradecimento ao vereador e ao legislativo municipal, o escritor falou, rapidamente, sobre a importância do livro para todas as gerações, especialmente os jovens que não viveram aqueles tortuosos anos da ditadura militar. Ao deputado estadual Jean Fabrício, o jornalista também agradeceu o apoio pela sua intermediação junto à Assembleia Legislativa que possibilitou a impressão da obra através da sua editora.
OS HORRORES DAS MURALHAS NUMA VIAGEM PARA O INFERNO
Desde o homo sapiens, cercas de paus e muralhas de pedras começaram a se erguer em diferentes territórios para separar povos e tribos rivais. Serviam como fortificações contra invasores em tempos de guerra, como a Grande Muralha da China ainda nos tempos das dinastias contra os mongóis. Tinham ainda a função de proteger suas economias e produções para que outros não tivessem acesso às suas riquezas, e até mesmo por questões culturais de origens entre raças.
Os horrores das matanças e das misérias entre poderosos contra os mais fracos tiveram início com essa delimitação de fronteiras. Umas feitas para segregar e outras como masmorras para aprisionar e torturar até a morte. Não, necessariamente, são construídas de tijolos e concreto armado. Estão também expostas nas barreiras armadas pelos homens com ordem de atirar em quem se atrever furar o cerco.
Pontos naturais como grandes montanhas, densas florestas, rios, geleiras e mares são também utilizados como linhas divisórias para impedir a passagem de humanos de um lado para o outro. Mesmo assim, o Atlântico e o Pacífico nunca foram impedimentos para travessias dos navegadores. Cita a Bíblia que o Mar Vermelho era obstáculo maior para o povo de Moisés que fugia da escravidão do Faraó em direção a outra margem, para entrar na terra prometida.
Acontece que nesse jogo dos horrores, os mais fortes como os antigos romanos e depois os norte-americanos nunca respeitaram os limites e sempre atravessaram o outro lado para dominar, colonizar e explorar os mais pobres. Quem nunca ouviu as narrações históricas sobre as muralhas de Jerusalém dos tempos dos reis David e Salomão e das guerras fraticidas entre as tribos? E sobre os muros que cercavam a cidade de Troia e foram derrubados pelos gregos?
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