:: 11/ago/2015 . 22:26
ÓDIO PURO É CEGUEIRA
“Estamos nos acostumando a perder o senso da vergonha”. É uma frase do protagonista do livro “Número Zero”, do escritor e intelectual Umberto Eco. A trama do romance se passa em Milão, Itália, em 1992, no tempo da “Operação Mãos Limpas” (mani pulite).
Gostaria de falar de coisas amenas, mas o cenário conturbado atual brasileiro não permite. Há dois anos a população saiu pacificamente (depois houve quebra-quebra) às ruas para pedir melhorias nos transportes públicos, mais saúde e mais educação. Prometeram uma reforma política eleitoral que não deu em nada e, ainda por cima, a economia mal conduzida começou a descer ladeira abaixo.
Sem gestão administrativa competente, o governo Dilma gastava mais do que tinha, inclusive com as tais pedaladas fiscais. Muitos números negativos e os escândalos foram abafados porque vinha ai uma eleição pela frente e os meios justificavam os fins para o PT se manter no poder. Depois do pleito, a panela não suportou tanta pressão e terminou por explodir.
Com os reajustes da energia, dos combustíveis, da água e outros itens, o dragão da inflação acordou soltando fogo pelas ventas e com ele o desemprego e a desagregação social, sem contar as revelações mais escabrosas da Operação Lava Jato envolvendo o PT e os principais partidos da aliança que tudo fizeram para depenar a Petrobrás.
O povo que elegeu a presidente se sentiu traído com as promessas de dias melhores e ai veio o ódio que foi tomando proporções ainda maiores a partir de aproveitadores e oportunistas que apenas torcem pela desgraça do governo, não importando se as consequências podem resultar numa tragédia.
- 1