Carlos Alberto González – gonzalezcarlos@oi.com.br

A frase foi dita pelo colunista Luiz Próspeli, de “O Estado de S. Paulo”, resumindo a vitória medíocre do Brasil contra o Peru, domingo último, na estreia da Copa América 2015. Arrogante e vaidoso, o treinador brasileiro procurou, como sempre, mostrar que ninguém está acima dele, preferindo elogiar jogadores que o torcedor ouve falar há poucos meses, como Firmino, Everton Ribeiro, Douglas Costa e Fernandinho, que saíram do Brasil com uma mão na frente e outra atrás para tentar a sorte na Europa. Essa seleção de Dunga (o treinador que tem o rei na barriga) realizou seu primeiro jogo oficial após os humilhantes dez gols, sofridos há um ano, diante da Alemanha e Holanda, na Copa do Mundo de 2014.

Dunga, assessorado pelo ex-goleiro Gilmar Rinaldi, que antes de ser contratado pela CBF empresava jogadores, assumiu o compromisso inútil, de apagar da memória do torcedor, os 7 a 1 aplicados pela Alemanha. Nas suas entrevistas, em tom arrogante – a imprensa esportiva de hoje baixa a cabeça diante das agressões e repete “sim senhor” -, insiste na tese de que o Brasil pratica o melhor futebol do mundo.

Abro um parêntesis para lastimar a morte de Zico, craque da época em que o futebol empolgava e os estádios recebiam mais de 80 mil pagantes. Bicampeão do mundo (58 e 62) o meia do Santos, único clube que defendeu, foi quem lançou Neymar e Robinho nas categorias inferiores da Vila Belmiro.

Adepto do jogo viril, que ele praticou nos campos gaúchos – a seleção brasileira é a que mais comete faltas-, o Dunga, na chegada ao Chile, deu mais uma de suas petulantes declarações: “Todos querem ver o Brasil derrotado. Eles só ficam satisfeitos quando nosso time perde”. Calma, companheiro. Você também pode amargar, a exemplo do seu colega e conterrâneo Felipe Scolari, uma goleada, e já nesta Copa América, frente a Argentina. O sofrível time que você dirige, com suas extravagantes cabeleiras, copiadas pelos peruanos, tem apenas um craque.

Depois de acompanhar os escândalos envolvendo a FIFA, com ramificações em entidades filiadas espalhadas pelo mundo, inclusive a CBF, chego a conclusão de que a seleção brasileira é produto da condenável administração dos cartolas que se revezaram (foram quatro apenas) no comando da confederação. Suspeitas e denúncias pairam sobre as Copas, a partir de 1994, quando Maradona foi afastado da competição.

As autoridades brasileiras tinham conhecimento das práticas condenáveis cobrindo de lama o futebol, mas fechavam os olhos. As frágeis tentativas para se instalar uma CPI no Congresso Nacional esbarraram nos “craques” da bancada da bola, entre os quais o deputado baiano José Rocha, presidente do Conselho Deliberativo do Vitória e eficiente defensor da CBF.