:: jun/2015
A DELAÇÃO E O CORREDOR POLONÊS
Você vai escrever um assunto e ai aparece outro que o supera. Nesta era de tantas informações cruzando nossos céus, o jornalismo está sempre desatualizado. Dos Estados Unidos, a presidente Dilma fala da delação premiada como se o Brasil estivesse em plena ditadura militar. Lembrando o seu tempo, ela diz “estive presa na ditadura e sei o que é. A ditadura fazia isso com as pessoas presas…”
Primeiro, o instrumento da delação premiada para facilitar a denúncia dos corruptos foi sancionada por ela. Segundo, a impressão que se tem é que os presos da Operação Lava Jato estão sendo barbaramente torturados e alguns resolveram delatar porque não suportaram os choques elétricos e os paus-de-arara.
Ora, ela declarou que sabe como é isso, pois foi forçada a ser delatora, mas não fez para proteger seus presos de outras torturas. Se tortura física está ocorrendo dentro da Polícia Federal é caso gravíssimo de denúncia junto aos órgãos nacionais e internacionais dos direitos humanos.
Dona Dilma confundiu, talvez intencional, presos políticos do regime ditatorial que defendiam a liberdade com presos acusados de formação de cartéis para subtrair dinheiro do Estado. Mistura alhos com bugalhos. Ideologia política de libertação com ladroagem.
Além do mais, pelo que sabemos do esquema vigente de delação, o delator que mentir perde direito na redução da pena. Então, por qual motivo ele mentiria? Sei que estamos longe de uma democracia ideal, mas não sabia que estava vivendo em plena ditadura dos generais. Para desviar o foco, ela comparou o delator a Joaquim Silvério dos Reis que traiu os inconfidentes mineiros que lutaram pela emancipação do Brasil. É até uma heresia.
A presidente acha também que tudo não passa de uma trama política para estraçalhar com o PT e o seu governo. Existem até os que agem assim, mas não se pode dizer que a Operação Lava Jato é uma mentira, como afirmou Lula com relação ao mensalão.
Acredito que as “doações” coercitivas para as campanhas políticas foram depois legalizadas e oficializadas no Tribunal Eleitoral. A questão está nos métodos de pressão como elas foram obtidas. Aí fica difícil provar a estratégia. Ademais, a sujeira é generalizada entre todos os partidos.
CORREDOR POLONÊS
Mudando de pau pra cassete, o assalariado brasileiro, endividado e obrigado a reduzir o gasto com sua feira no supermercado, está levando pauladas no corredor polonês dos índices negativos da economia. Está se virando num malabarista e contorcionista de circo.
WILLIAM DESMENTE DUNGA
Carlos González
“Não perdemos para a virose, perdemos para o Paraguai”,declarou o meia Willian, contrariando as palavras de Dunga, que, na entrevista coletiva à imprensa, arrumou mais uma desculpa para a desclassificação do Brasil na Copa América. O vírus do técnico atende pelo nome de Derlis González, autor de dois gols do Paraguai. O mal-estar que acometeu 15 jogadores e alguns membros da Comissão Técnica foi atribuído pelo médico da CBF, Rodrigo Lasmar, ao alto índice de poluição do ar em Santiago, capital do Chile.
Dunga deve estar hoje preocupado com as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Pela primeira vez em 88 anos o Brasil pode ficar ausente da competição. O sorteio está marcado para o próximo dia 25, na Suíça, e os dois primeiros jogos, sem a presença de Neymar, cumprindo suspensão, estão marcados para outubro. Até lá o treinador terá muitas dores de cabeça provocadas por estranhos vírus.
Hispano-brasileiro, acompanho com bastante interesse o esporte espanhol e nos países da América Latina. Confesso que nunca morri de amores por um time administrado por uma entidade transgressora desde os idos de 80, e apoiado pela Globo e suas afiliadas, cujas transmissões lembram a época do “pra frente Brasil” ou “a seleção é a pátria de chuteiras”. Passei a torcer contra quando vi que o time nacional passou a servir aos interesses dos políticos em épocas de eleições, e, mais ainda, quando na Copa de 2004, nos Estados Unidos, a Argentina foi praticamente afastada da competição, com a suspensão de Maradona, acusado de usar cocaína. Os mandatários do futebol acharam que estava na hora de o Brasil, capitaneado pelo “quebra-canela” Dunga, conquistar um Mundial, após 24 anos.
VERBO DUNGAR
Bem que os linguísticos já podem incluir na gramática de português o verbo dungar. No presente do indicativo ficaria assim: eu dungo, tu dungas, ele dunga, nos dungamos, vós dungais e eles dungam. Também no dicionário pode ser acrescentado o significado dunga, que seria cabeça dura, cara teimoso, carrancudo que conseguiu introduzir na seleção brasileira uma maneira diferente de jogar futebol, à base do chutão, sem graça, sem animação. Agora, a culpa pela eliminação da Copa América contra o Paraguaia, e olha que era um time falso, foi de uma virose que atacou os jogadores.
O cara é tão cabeçudo que insistiu colocar um tal de Firmino como centroavante e só o substituiu no final do jogo. Convoca Robinho e Daniel já em fase de carreira que não vão ter mais condições físicas de participar da próxima Copa do Mundo na Rússia. Tem muita gente por aí já com saudades do Filipão, mesmo com o sete da Alemanha. O cara ganhou todos os amistosos e quando enfrenta uma copinha pra valer só ganha duas partidas na marra. Êta cara marrento sô! Esse termo também pode ser incluído no dicionário. Até quando vamos ter que aturar mais uma era Dunga? Temos que avançar este verbo para o passado. Cada partida é mais feia que a outra. Ele mesmo bate seu próprio recorde.
PONTO DE VISTA
De Quem É a Culpa?
O eletrônico sertanejo, ou melhor, som romântico de letras melosas, arrochas e pagodes de vertentes diversas invadiram o forró do São João destruindo o que ainda restava da nossa cultura nordestina. Quem são os maiores culpados por essa enxurrada de porcarias de ritmos. O poder público contrata essas bandas do barulho por preços superfaturados alegando que é desse lixo que o povo gosta. Do outro lado, a mídia, que não é de questionar, se cala e propaga aos quatro cantos que tudo é uma maravilha e que a festa foi um show de forró. Todos dançam conforme a música e assim vai se garroteando a tradição popular. Quem grita mais, rebola e mostra a bunda leva nosso suado dinheirinho!
Ainda bem que em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, temos o forró pé-de-serra e as bandas regionais têm seu espaço. Neste ano, Humberto Teixeira, o parceiro de Luiz Gonzaga, foi o homenageado, numa resposta de que a cultura popular ainda tem seu altar. No entanto, numa cidade com mais de 300 mil habitantes, a festa do São João não pode ser mais concentrada no único espaço do Centro Cultural Glauber Rocha onde a grande maioria das pessoas tem que ficar o tempo todo em pé para assistir aos shows. Está na hora de realizar os festejos também nos principais bairros, com a devida estrutura de segurança, palcos e bandas.
Na Ponga do Papa
Você pode tentar enganar a si mesmo, mas não a natureza com esse papo de sustentabilidade e reciclagem de plásticos, vidros, ferro, papel e outros materiais. Por mais tempo que se demore, o reciclado um dia volta ao meio ambiente. Tudo não passa de paliativo. Em sua nova encíclica verde “Laudato Si” (louvado sejas), o Papa Francisco pede que o mundo reduza o consumo, o que significa desconstruir. É uma pregação no deserto porque, sob o domínio do capitalismo consumista, ninguém quer saber disso. Todos são a favor da preservação do meio ambiente, mas a maioria joga lixo no chão, nos rios e mares. Como disse o Papa, o problema climático é moral e ético.
Vistoria de Mentira
Paguei 100 reais, ou melhor, dei de mão beijada esta importância a uma empresa credenciada pelo Detran para fazer a vistoria obrigatória no meu carro. Fui descaradamente roubado e fiquei estupefato com o que vi. O moço mandou estacionar o carro e, em menos de cinco minutos, com uma maquininha, fotografou os números do motor e do chassi e liberou o veículo. Isso é que é um assalto de verdade! Prepostos do governo ainda dizem que a vistoria visa dar mais segurança no trânsito. Lembra do kit socorro que exigiram e depois voltaram atrás? Agora é o extintor ABC! Ai tem conluio e treita das grandes!
SARAU DO RAUL NA ESTRADA
Fotos de José Carlos D´Almeida
No embalo filosófico existencial das canções poéticas do Raul, o “Maluco Beleza”, que no dia 28 de junho completaria 70 anos, compondo e cantando a vida aqui na terra, o nosso Espaço Cultural A Estrada fez mais uma festa de sarau no último dia 20, sábado à noite, entre amigos e amigas na companhia do vinho-vinil que inspirou poetas e cantadores.
O som de Metamorfose Ambulante, Gitã, Ouro de Tolo, O Trem das Sete, Sessão das Dez, Carpinteiro do Universo, No Dia que a Terra Parou, Sociedade Alternativa, Medo da Chuva, Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás, Al Capone, Mosca na Sopa, Eu Também Vou Reclamar, Sapato 36, Metrô Lina 745, Mamãe Eu Não Queria, dentro muitas outras composições imortais varou a noite, entrelaçada com um bom bate papo sobre política, literatura e demais questões do nosso dia a dia.
Foi mais um encontro de alegria e confraternização, sempre com gente nova no pedaço. Dessa vez, além dos artistas Mano Di Souza, Marta Moreno e Dorinho, nos brindou com sua presença em nosso espaço, pela primeira vez, o músico Walter Lages. Foi um verdadeiro show de violeiros, como sempre inspirados nas letras e nas cantorias.
Contamos ainda com belezas e simpatias de Bell, Silvana, Cleide, esposa de Mano e sua filha, que tem uma energia de criança impressionante. Ah, não dá para esquecer do nosso fotógrafo José Carlos D´Almeida que registrou todos os lances e caprichou no foco com belas fotos da noite raulxista!
Minha querida esposa Vandilza Gonçalves fez as honras da casa, não deixando faltar a fria água da moringa e alguma comida para beliscar que ninguém é de ferro. Eu aventurei, mais uma vez, servir uma tilápia assada no forno, temperada por este cozinheiro de improviso. Não sei se foi para agradar, mas todos adoraram o peixe.
Lá pela madrugada, tivemos belos recitais de poemas autorais e de uma letra saiu até um sambinha. Com todos ali reunidos, a cantora e musicista Marta Morena estava inspirada e rascunhou um projeto novo para lançar em agosto próximo. Marta resolveu cantar e homenagear Raul Seixas, que se foi em 1989, numa noitada no bar do Sabiá. É o grupo do Espaço Cultural partindo para a estrada.
Sentimos a ausência do professor Itamar Aguiar que não pode comparecer porque estava viajando. Lídia e Nadir também não puderam vir. É mais um sarau que fica na saudade, mas outros acontecerão com mais gente nova na área.
Alô Alisson Menezes, Nagib, Beto Veranezzi, Moacir Mocego, Sérgio Fonseca, Mover, Ricardo, Ricardinho, Anderson, Paulo Nunes, Zé Silva e outros companheiros, estamos esperando suas presenças aqui nesse espaço cultural que já é um sucesso na cidade e se consolidou como ponto de encontro para troca de ideias e apresentações artísticas.
CADA ANO MENOS FORRÓ
Numa viagem pela programação dos festejos juninos nos municípios baianos, a banda “Wesley Safadão” é a mais cotada e contratada pelas prefeituras e vai bombar como atração nos palcos. É isso mesmo que o povo quer? Coitado do nosso São João! Vai ter que ter muita lenha na fogueira pra ele ficar acordado! O “Safadão” está quase em todas as cidades.
Vitória da Conquista, a capital do sudoeste e a terceira maior cidade da Bahia, ainda é uma exceção e mantém há quase 20 anos o forró pé de serra valorizando os cantores do ritmo e as bandas locais. A festa é agora realizada no Espaço Cultural Glauber Rocha, no bairro Brasil, (antes era na Praça Barão do Rio Branco), mas já deveria descentralizar o evento entre os bairros para evitar tanta aglomeração num mesmo lugar, como também para manter a característica da cultura popular. Vindas do meio rural, as festas encontraram seu maior aconchego nos bairros, entre os vizinhos.
Além de Targino Godim, Adelmário Coelho, Adelson Viana, Trio Forrozão, Cacau com Leite, Trio Nordestino, vamos ter em Conquista cerca de 60 atrações regionais, como encontro de sanfoneiros, Rony Barbosa, Rege de Anagé, Onildo Barbosa, Paulo Barros, Dinho Oliveira e tantos outros da terra. No local existe ainda um memorial em homenagem a Humberto Teixeira, um grande parceiro de Luiz Gonzaga. É só rezar para que o forró não desande nesse caldeirão eletrônico.
Bem, seguindo viagem por Amargosa, um dos locais mais procurados nesta época, as atrações principais são Zezé de Camargo e Luciano e Wesley Safadão. O negócio é botar muita gente na praça para satisfazer os donos de hotéis, restaurantes e similares. A cultura popular que se dane.
Na cidade histórica da Cachoeira onde começou a independência da Bahia e do Brasil, os visitantes vão ter Tayrone Cigano, Estakazero, reggae man Sine Calmon e mais outros arrochas, lambadas e um forrozinho melado pra tapear.
A SELEÇÃO É A CARA DO DUNGA
Existe coisa mais parecida que a seleção brasileira de futebol e o ex-jogador Dunga, agora técnico do time pela segunda vez? Os dois são marrentos, truncados, confusos e medianos. Num grupo de 23 que só tem um craque, falta inteligência, técnica e estratégia.
Em termos de jogo feio, horrível de se ver, o último de quarta-feira (dia 17/06) contra a Colômbia na Copa América conseguiu bater todos os recordes, e não foi um “chocolate” porque o adversário não é lá um Barcelona nem um Real Madrid. É também um time fraco.
As piores partidas de futebol da seleção foram justamente sob o comando do Dunga, desde o período da sua primeira passagem pela lamacenta CBF na Copa do Mundo em 2010. Alguém aí se lembra de um lateral chamado Filipe que quase quebrou a perna de um adversário na África do Sul? Os dois se parecem. E as vaias contra Dunga no jogo contra a Bolívia, aqui dentro, na fase de classificação?
Não basta apenas ter garra e disposição. Ele enxerga nos outros a sua característica e convoca jogadores desconhecidos que nem os entendidos na área nunca ouviram falar. Com Filipão era o Huck, agora é um Firmino que apareceu não sei de que lugar! Seja em qualquer modalidade esportiva, não basta só força, bravura e correr feito maluco para suar a camisa.
Basta de futebol batido, truculento, quebrado e empurrado como da era Dunga! A seleção de 1994 que venceu a final nos pênaltis contra a Itália, foi uma das mais feias de todas. Queremos desenvoltura, coordenação, inteligência e, acima de tudo, um jogo bonito de se ver, ganhando ou perdendo. Depois do sete da Alemanha e o três da Holanda com Filipão, a Confederação torna chamar Dunga. Dá para entender?
QUANTA JUDIAÇÃO!
Parodiando Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira no clássico de “Asa Branca”, oh quanta judiação ver o forró das festas juninas de São João misturadas com músicas de bandas de péssimo gosto tocando ritmos de axé, lambada, arrocha, pagode e sertanejo, sem falar na desconstrução e na descaracterização das vestimentas, das danças, dos rituais herdados dos antepassados, das comidas e das bebidas!
“Quando olhei a terra ardendo qual fogueira de São João, eu perguntei a Deus do Céu porque tamanha judiação, e até mesmo a Asa Branca bateu asas do sertão. Por falta d´água perdi meu gado e meu alazão. Numa triste solidão, espero a chuva cair de novo para voltar pra meu sertão.”
Claro que eles estão falando da seca terrível que castiga o Nordeste, mas me refiro a outra seca que é o desaparecimento gradual da cultura tradicional da festa trazida pelos colonizadores ibéricos e nascida do solstício dos países do norte que festejavam a chegada do verão e celebravam a fartura e a fertilização. Considerado como festejo pagão, a Igreja Católica cuidou de introduzir seus santos no mês do deus Juno da Roma Antiga. Santo Antônio, o casamenteiro, São João na alegria da fogueira e São Pedro das viúvas e viúvos.
Bem, o que nos interessa mesmo é a transformação mercadológica que a festa popular vem sofrendo ao longo dos anos através de oportunistas de plantão que não têm nenhum compromisso com a preservação da cultura que, inicialmente, começou no meio rural e depois invadiu as cidades a partir dos seus bairros. O homem do campo quando foi para as grandes cidades, fugindo das penúrias do tempo, levou em sua bagagem, ou no seu alforje, essa tradição milenar que foi se deteriorando.
Nos tempos do Brasil rural as festas eram realizadas nas fazendas, nos sítios e nas chácaras, acompanhadas do licor, do amendoim, dos produtos derivados da mandioca e do milho, dos fogos vindos da China, das quadrilhas trazidas das cortes francesas e, claro, do forró genuíno da sanfona, da zabumba e do triângulo tocados por cantadores da terra, daí o nome de “pé-de-serra”.
“NEYMAR CARREGA DUNGA NAS COSTAS”
Carlos Alberto González – gonzalezcarlos@oi.com.br
A frase foi dita pelo colunista Luiz Próspeli, de “O Estado de S. Paulo”, resumindo a vitória medíocre do Brasil contra o Peru, domingo último, na estreia da Copa América 2015. Arrogante e vaidoso, o treinador brasileiro procurou, como sempre, mostrar que ninguém está acima dele, preferindo elogiar jogadores que o torcedor ouve falar há poucos meses, como Firmino, Everton Ribeiro, Douglas Costa e Fernandinho, que saíram do Brasil com uma mão na frente e outra atrás para tentar a sorte na Europa. Essa seleção de Dunga (o treinador que tem o rei na barriga) realizou seu primeiro jogo oficial após os humilhantes dez gols, sofridos há um ano, diante da Alemanha e Holanda, na Copa do Mundo de 2014.
Dunga, assessorado pelo ex-goleiro Gilmar Rinaldi, que antes de ser contratado pela CBF empresava jogadores, assumiu o compromisso inútil, de apagar da memória do torcedor, os 7 a 1 aplicados pela Alemanha. Nas suas entrevistas, em tom arrogante – a imprensa esportiva de hoje baixa a cabeça diante das agressões e repete “sim senhor” -, insiste na tese de que o Brasil pratica o melhor futebol do mundo.
Abro um parêntesis para lastimar a morte de Zico, craque da época em que o futebol empolgava e os estádios recebiam mais de 80 mil pagantes. Bicampeão do mundo (58 e 62) o meia do Santos, único clube que defendeu, foi quem lançou Neymar e Robinho nas categorias inferiores da Vila Belmiro.
SACOS DE PANCADAS
Eles não querem reforma política nenhuma! No lugar nos empurram projetos melecas retrógrados. Fazem tudo contrário aos anseios do povo e aproveitam a fragilidade racional desse povo para aprovar leis que pioram as relações sociais e nos levam ao escravismo e ao retrocesso. Somos sacos de pancadas desde os tempos coloniais.
O nosso país precisa de uma verdadeira revolução na política, na educação, na cultura e no social, vinda de baixo para cima com lideranças ideológicas organizadas que pensem no coletivo. O Congresso das mordomias, das bancadas da bala, dos evangélicos, dos ruralistas, dos empreiteiros, dos conservadores e dos conchavos não representa mais esta nação. Atolou-se em sua própria podridão lamacenta e fedorenta.
Agora mesmo estamos ferrados com as contas de luz e água nas mãos, impedidos de comprar os alimentos necessários à mesa, enquanto Dilma passeia e culpa São Pedro pela seca e a falta de chuva. No lugar da competência, seu marqueteiro lhe instruiu fazer deboches e a divulgar pacotes falsos e mentirosos de bilhões de investimentos em projetos que mal saem do papel.
O judiciário com seus 60 dias de férias, suas privilegiadas ajudas de custo até para moradias, vestimentas e bolsas escolas para seus filhos, é outra casta repressora intocável de chibata na mão contra os oprimidos. As leis têm suas amarras para absolver os ricos de seus crimes e a lentidão para sentenciar e encarcerar o pobre nas masmorras antes de ser julgado.
O sistema criminoso, injusto e predatório há anos implantado no Brasil fez disseminar o banditismo aberto no seio da sociedade, na crença de que a única maneira de se safar dessa cruel exploração dos poderes é também passar a perna no outro que está ao seu lado. Mas, não temos consciência política (sem educação, esta nos foi negada) de reconhecer que assim procedendo não nos isenta de sermos bestas, otários, idiotas e sacos de pancadas deles. Nem percebemos que vivemos todos no mourão, não importando a cor e o gênero.