Foto do jornalista Jeremias Macário

Quando aqui cheguei, há quase 30 anos, para assumir a chefia da Sucursal do Jornal A Tarde, Vitória da Conquista tinha poucos bairros, e os mais conhecidos eram Alto Maron, Candeias, Recreio, Bairro Brasil, Ibirapuera, Patagônia, Kadija, Jurema, Guarani, dentre outros. De lá pra cá, a cidade experimentou um dos maiores crescimentos do Brasil, principalmente no final dos anos 90 e início dos anos 2000, e um dos fatores que mais contribuiu para isso foi o avanço na educação, com novas faculdades públicas e particulares. A construção civil foi o setor que mais se beneficiou com a vinda de novos estabelecimentos de ensino superior. Desse desenvolvimento brotaram novos “bairros” que, na verdade, não passam de logradouros e loteamentos que precisam ser oficialmente ordenados pelo poder público através de um novo Plano Diretor que nunca chega. Na falta desse planejamento, criou-se uma tremenda confusão, e qualquer ajuntamento de ruas termina virando nome de bairro, dado pelos próprios moradores. São tantos que aparecem todos os dias na mídia, que se for fazer uma lista, o número ultrapassa os 170 bairros existentes em Salvador. Onde resido, por exemplo, existem três CEPs com denominações de Jardim Guanabara, Felícia e Jatobá. Tem ainda quem chame de Filipinas. Cada conjunto de casas e pequenas ruas viram um bairro, e cada um dá um nome e endereço diferentes, criando um sério problema para os correios. É preciso que no próximo ano, no mais tardar, a Câmara de Vereadores estude a fundo esta questão e aprove o novo Plano Diretor, fazendo um ordenamento oficial dos bairros, bem como, dos nomes das ruas, que é outra torre de babel, com números de casas repetidos e desencontrados. Onde moro, por exemplo, a rua é conhecida como “G” e também de Veríssimo Ferraz de Mello. Em cada conta tenho um comprovante de endereço diferente. E cada vez mais brotam bairros em Conquista!