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:: 19/out/2018 . 1:53

COMO NASCE O FASCISMO EM UM PAÍS

Pelo cenário que se desenhava com o avanço conservador evangélico, há anos vinha comentando que a extrema-direita no Brasil ia chegar ao poder. Quase ninguém concordou e ainda rebatiam que não havia clima. “Os tempos eram outros”. Quando começou o fenômeno Bolsonaro, disse que ia ganhar as eleições, mas não acreditavam nisso. Agora estou afirmando que estamos à beira de uma ditadura fascista com apoio do voto popular. Só não esperava que tudo fosse acontecer tão rápido.

O voto de ódio é sempre o voto errado e irracional. Entre as piores, existiam outras opções melhores, mas prevaleceu a intolerância de medição de forças como numa disputa de derruba de corda entre as partes de regiões desiguais, com diferenças acentuadas de classes, gêneros, idades, cores e poderes. A religião provocou o arrastão, e nesta hora nem Jesus Cristo seria o candidato da solução conciliadora. Nesta eleição, nem Ele iria para o primeiro turno, para afastar o perigo maior de mais divisão e desagregação.

OS PRIMEIROS PASSOS

Sobre como nasce o fascismo, primeiro começam a falar, com insistência, de pátria, família, Deus, religião e moralidade, justamente quando o país está destroçado e mergulhado numa tremenda crise ética, política e econômica de baixa estima da população. É uma pregação recorrente. Na maioria das vezes, o indivíduo desenganado por grave doença, depois de ter tentado os métodos científicos da medicina, se apega a qualquer receituário de fora, inclusive a “curas milagrosas” de chás, folhas e todo tipo de tratamento alternativo, na busca desesperada pela salvação.

Foi assim que o nazifascismo foi inoculado no corpo debilitado da Itália e da Alemanha nos anos 20 e 30 do século passado. Uma ditadura é sempre precedida de uma grande crise e uma decepção do povo com relação a um governo passado. O terreno é bem fértil para um aventureiro salvador da pátria. Basta ler a história da humanidade desde os tempos dos sumérios da Mesopotâmia, do Egito, da Grécia e dos próprios romanos. Nos momentos mais difíceis, sempre surge um oportunista “libertador” que conta com apoio popular, mesmo que seja despreparado.

O ódio contra uma corrente oposta, que cometeu erros e desmandos contra a nação, é a porta de entrada do vírus fascista, e o seu mentor aproveita prometendo moralizar de vez a situação, colocando o nacionalismo, a família e Deus como restauradores do bem contra o mal. Ele se autointitula um predestinado do Senhor para cumprir esta missão. As ideias são de força, emprego da violência com balas e torturas, opressão às liberdades individuais, extermínio de minorias, de direitos humanos e até de programas sociais, com um Estado mínimo, mas interventor. Nesta hora, todos se juntam à ordem de “vamos acabar com esta bagunça”.

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