Funcionários do hospital infantil Cami, o antigo Aivic, localizado na zona oeste de Vitória da Conquista, ocuparam ontem (dia 27/02) a Tribuna Livre da sessão da Câmara de Vereadores, para denunciar e reclamar do fechamento da unidade que está completando 30 anos de existência e irá provocar a demissão de 60 pessoas.

Os empregados da área da saúde que estão ameaçados de perder seus trabalhos fizeram um veemente apelo aos vereadores para que encontrem uma solução que impeça que o ato seja concretizado. A situação de crise do hospital, que atende pelo SUS, já se arrasta há algum tempo por vários motivos de ordem financeira, segundo alguns, inclusive devido à má gestão e a interferência política, de acordo com o parecer de um representante.

O parlamentar Luis Carlos Dudé, líder da bancada do Governo Municipal, foi um dos defensores de que o hospital, que é uma referência em Conquista na zona oeste, continue aberto e propôs que o legislativo forme uma comissão e converse com o prefeito Herzem Gusmão a fim de que o quadro seja revertido.

Outros vereadores também se colocaram à disposição para lutar no sentido de que a unidade não seja fechada como já foi anunciado, como Viviane Sampaio, do PT, ex-secretária da Saúde do governo passado. Disse ser conhecedora dos problemas que o hospital vinha enfrentando por falta de verbas para se manter. Suas instalações também estão em estado precário.

Coriolano Moraes, do PT, culpou a redução de gastos na saúde e outros programas sociais, imposta pela PEC (proposta de emenda constitucional) que limitou as despesa do governo federal aos índices da inflação. Ele também condenou o fechamento do hospital que serve a muita gente pobre do lado oeste da cidade.

Na ocasião, criticou a nova reforma da Previdência Social em tramitação na Câmara dos Deputados, dizendo que ela não trata de cobrar as dívidas das grandes empresas sonegadoras, mas apenas penalizar o cidadão brasileiro de menor poder aquisitivo. Segundo ele, antes de tudo, é preciso que se acabe com os privilégios.

Outro que condenou a paralização da unidade hospitalar foi o vereador Álvaro Phiton, lamentando a situação, principalmente de 60 famílias que podem perder seus empregos. A Mesa Diretora da Câmara, conforme expressou seu presidente Luciano Gomes, vai instalar uma comissão para estudar a questão e tomar providências, para que o hospital continue funcionando e atendendo a população mais carente.