PONTO DE VISTA “AESTRADA”
NOVO TRATAMENTO
Há um ano que dezenas de portadores da Hepatite C de Vitória da Conquista e região estão esperando pelo novo tratamento, menos sofrido e mais eficaz de cura (95% dos casos) para eliminar o vírus e ter uma vida mais prolongada. A ANVISA liberou o uso dos novos medicamentos, mas o Ministério da Saúde ainda não colocou a comercialização em pratica, distribuindo os produtos nas unidades que fazem o tratamento, como no CAAV – Centro de Atenção e Apoio à Vida de Conquista. A denominação do núcleo é uma ironia! É assim que está apoiando e dando atenção à vida?
No antigo tratamento, além dos efeitos pesados no organismo, o paciente passa quase um ano tomando interferon. No novo são outros remédios mais leves e o tempo de duração é de três a quatro meses. Como no caso da doença que é silenciosa, os governos, o Ministério Público e as entidades médicas também estão calados, enquanto muita gente morre lentamente. Alô Movimento Contra a Morte Prematura, vamos fazer barulho para ver se os órgãos nos ouvem!
DONOS DAS RUAS
Em Vitória da Conquista, como se não bastasse a falta de vagas para estacionamento de carros, principalmente no centro da cidade, mesmo com a criação da chamada Zona Azul, existem os donos das ruas que reservam espaços em frente de suas casas e estabelecimentos comerciais com tijolos, pedras e outros objetos. Como a fiscalização do poder público é precária, cada um, com sua falta de educação e individualismo, faz o que bem quer e entende e não se pode reclamar porque pode haver até morte.
Parar em locais proibidos e ligar o alerta, como se fosse uma correção do erro, já se tornou prática normal. As barbaridades acontecem mais nas avenidas fora do centro onde não se vê uma guarda. Motoqueiros, ou gafanhotos do trânsito, não respeitam sinaleiras e passam tranquilamente no vermelho. Depois que acontece o acidente, sempre o motorista do carro é o culpado. E olha que eles são valentões! Querem logo partir para a porrada, especialmente se tiver uma pessoa só ao volante!
Na Zonal Azul, poucos são os locais onde se encontra uma pessoa para orientar o uso dos parquímetros, muitos deles até quebrados. Idosos e deficientes físicos são vítimas da burocracia infernal de um monte de documentos para tirar o cartão especial de estacionamento. A carteira de identidade e o estatuto não têm valor. E tome burocracia para deixar o idoso ainda mais cansado e com raiva.
PARAÍSO SALARIAL
As leis no Brasil nunca foram iguais para todos e em todas as categorias, inclusive a dos trabalhadores, existem as elites privilegiadas como nas centrais sindicais. Dizem que o judiciário baiano é um paraíso salarial, mas não é somente este poder que abriga marajás onde garçons e motoristas se aposentam com benefícios de até 20 mil reais. Mas, particularmente no judiciário, existe um caso curioso. Um contracheque mostra que um oficial de justiça do tabelionato de São Caetano (Salvador) recebeu em abril do ano passado 108.714,29 de salário. Depois dos descontos, ele ficou com uma remuneração líquida de 42 mil reais. É de fazer inveja a qualquer assalariado ou aposentado.
PRETO E BRANCO
Na dicotomia entre preto e branco imposta pelos movimentos negros, os mulatos, pardos, morenos e índios ficam esquecidos. O negócio é o empoderamento e não a busca pelo direito à igualdade. A música “Cabelo de Chapinha”, mais um lixo da Bahia, cujos autores são negros, foi criticada de racismo. Ser negro está na consciência e não na cor da pele, na vestimenta e no cabelo. Outra imbecilidade é criticar o acarajé feito por uma evangélica, como se o quitute fosse uma reserva de mercado só dos seguidores da religião afro. Então, vamos também exigir que o samba só seja composto e cantado por sambista, de preferência negros das periferias. A intolerância impera em todas as correntes.
PURO VENENO
Estudiosos no assunto dizem que todos os anos o brasileiro consome 5,2 litros de agrotóxicos presentes nos alimentos. Isso equivale a uma garrafinha de meio litro de puro veneno todo o mês. Um documento da Associação Brasileira de Saúde Coletiva revela que 70% dos alimentos in natura consumidos no país estão contaminados por agrotóxicos. Desse total, 28% contêm substâncias não autorizadas.
Desde 2008 o Brasil ocupa a primeira posição no mundo quando o assunto é o uso de agrotóxicos, com um milhão de toneladas de veneno. De acordo com a ANVISA, o comércio desses produtos no país teve um crescimento de 190% em 2008 contra 93% de aumento no mercado mundial. Sabemos que a presença dos agrotóxicos nas comidas dos brasileiros desenvolve o câncer, a infertilidade, a impotência, malformações fetais, desregulação fetal e outros efeitos no sistema imunológico. Consumimos hoje 10 agrotóxicos que são proibidos em outros países, inclusive o 24D, o “agente laranja” que os Estados Unidos usaram na Guerra do Vietnã.
Não sou médico, nem cientista, mas desconfio que o aedes aegypti (Zica Virus) seja o único causador da microcefalia nos bebês. Não se fala dos agrotóxicos e de outras drogas usadas por mulheres grávidas. Até o momento só existem suspeitas do Zica, mas sem confirmação científica. Você sabia que o veneno dos agrotóxicos fabricados a partir de uma lista de dezenas de ingredientes ativos é isento de IPI, PIS/Pasep e Confins? Pois é, veneno no Brasil tem desconto nos impostos.