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Por que os projetos em Vitória da Conquista demoram tanto tempo para serem concretizados e se arrastam por longos anos em debates e sessões que terminam em bla-bla-blá?  Será que é falta de coesão, firmeza nas atitudes, organização, mobilização de toda sociedade, e menos diplomacia e mais ação? Será que existe excesso de vaidades e desconexão nas políticas?

O caso mais específico é a construção do novo aeroporto da cidade que já rola mais de dez anos em discussões. As pistas, o prédio do corpo de bombeiros e os acessos estão praticamente concluídos, só que o terminal de passageiros ainda não tem nem edital de licitação, prometido em março de 2015, prorrogado outra vez para o final deste ano, conforme anunciou ontem o diretor de Portos e Aeroportos da Secretaria Estadual de Infraestrutura, Denisson Oliveira, durante sessão especial da Câmara de Vereadores.

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Enquanto a novela da licitação não tem um final feliz, o Governo do Estado estampa uma propaganda enganosa anunciando que o aeroporto de Conquista está com toda força, e diz no final; “Conquista merece esta conquista”. Cadê esta conquista, já que a obra agora está prevista para ser inaugurada em 2017?  Pode ser em 2018, ou ser mais uma obra inacabada no país, com uma pista perdida no meio do mato.

Acontece que não é só o novo aeroporto que está emperrado. Há dois anos os conquistenses esperam a reforma do Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, que também teve uma audiência nesta semana na Câmara. Outro equipamento, de suma importância, é a construção da barragem de abastecimento de água que ninguém mais toca no assunto, principalmente agora que Água Fria I e II estão quase cheias. É bom lembrar que esta iniciativa nasceu na Sudene na década de 60 do século passado.

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Em termos de grandes projetos de infraestrutura, Conquista tem sido castigada e está ficando pra trás. Sobre o novo aeroporto já foram gastos mais de 60 milhões de reais e serão investidos mais 26 milhões no terminal. Estes recursos já foram aprovados, segundo o empresário José Maria que está à frente do movimento em defesa do aeroporto, mas falta a licitação.

Diante dos vereadores, dos deputados estaduais Jean Fabrício, José Raimundo e Hezem Gusmão, do federal Waldenor Pereira e com a Casa lotada, José Maria fez um relato histórico desde que se iniciou o movimento há dez anos. Para André Cairo, que se apresentou como tribuno romano, o Movimento Contra a Morte Prematura já tratava da questão desde 1990, portanto há 25 anos.

Sem entrar neste aspecto de quem é o pai da criança, o mais lamentável é que a terceira maior cidade da Bahia, com mais de 300 mil habitantes, não tem um aeroporto decente. O atual está mais para galpão de pouso apertado que deveria ser interditado nos períodos de inverno devido os cancelamentos diários de voos e os transtornos causados para os passageiros que são desrespeitados pelas companhias operadoras.

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Identificados com o município e a região, temos três deputados (um federal), mas não estão afinados diretamente com o pensamento e a política do executivo local. O que não pode é cada um trabalhar por si, sem o sentido de equipe para pressionar os governos estadual e federal. Outro ponto que entendo ser relevante é que a mobilização não pode ser apenas local, mas estadual, em Salvador, e nacional (Brasília) através das grandes entidades empresariais, sindicatos e a mídia.

É preciso também que o movimento faça a sociedade entender que a implantação de um aeroporto moderno não é coisa apenas para servir aos ricos, mas é um benefício que vai atingir todas as camadas sociais. As entidades e todos os segmentos da sociedade têm que entender que é necessário investir profissionalmente nesta mobilização da comunidade.