O LIXO E AS FLORES
Difícil falar de lixo e flores, duas coisas que se parecem antagônicas, mas que juntos, com métodos de reciclagem, podem dar belos resultados. É um tema desafio para os poetas transformarem em poesia, extrair o visível do invisível. Nossas lentes conseguiram fazer esse encontro, se bem que um distante do outro numa amostragem nada agradável para o lixo. Primeiro, na porta de uma floricultura, uma das mais antigas de Vitória da Conquista, na praça que fica ao lado da rua Laudicéia Gusmão, um monte lixo contrasta com as flores. Segunda tomada, um terreno vazio cheio de lixo no loteamento Sobradinho (Zabelê) que só atrai insetos, ratos e mau cheiro. Quem gosta de ver lixo em sua porta? Esta é uma outra face, ou imagem feia, do outro lado da nossa cidade que é pouco mostrada. As pessoas ainda trazem lixo e outras tralhas das suas casas e jogam nesses terrenos. O poder público e os moradores são os maiores culpados por esse desastre. O terceiro ponto é que o lixo pode gerar belos canteiros de flores, quando ele é reciclado, triturado, fermentado e seus compostos transformados em adubo para uma variedade de plantas, inclusive em culturas agrícolas, cujos frutos irão parar nas mesas dos seres humanos. Dentro desse conceito e nesse contexto, o lixo e as flores viram poesia num casamento perfeito. Infelizmente, ainda impera dentro de nós o instinto de degradar o meio ambiente, e o lixo e as flores são visões distintas e divergentes.