Entre a segunda metade do século XIX (1877) até meados do século XX (1932/35), principalmente, as secas no agreste nordestino, ao lado do cangaço bandido, ceifaram a vida de milhares de pessoas. Os governantes foram omissos e pouco fizeram para minimizar esse flagelo mortal.  Mesmo assim, poucos sertanejos se renderam ao banditismo do cangaço. Em seu livro “Os Cangaceiros”, o pesquisador Luiz Bernardo Pericás narra cenários de horror, onde demonstra que a maioria preferia morrer que cair na criminalidade. Sobre essa questão, o autor descreve que ”é bom lembrar que a maioria da população sertaneja, apesar da miséria, exploração e falta de emprego, não ingressou no cangaço. Em alguns casos, quando havia épocas de secas intensas, de fome e de miséria, muitos retirantes pobres chegaram ao ponto de vender as próprias roupas do corpo e fazer o percurso do Sertão cearense à capital completamente nus, só para que pudessem ter dinheiro para comprar alimentos. Outros flagelados optavam pelo suicídio a cogitar se tornar bandoleiros. Havia também aqueles que chegavam a comer ratos, cães, gatos, insetos, couro de boi e até mesmo a matar e comer crianças”.  Na intensa estiagem de 1932, cerca de 220 mil operários trabalharam como contratados do Ifocs (espécie de Dnocs daquela época) no Sertão, mas não existem indícios de que alguns daqueles homens tenham se incorporado aos bandos de cangaceiros. “A índole e o senso ético da maioria dos nordestinos não permitiam que decidissem entrar na marginalidade, mesmo em situações extremas”.