novembro 2025
D S T Q Q S S
 1
2345678
9101112131415
16171819202122
23242526272829
30  

:: 17/nov/2025 . 23:16

NÃO SE COMBATE O BANDITISMO COM PROJETOS DE LEI E DECRETOS

Esse Congresso Nacional extremista é mesmo o pior da história do Brasil. Com suas ideias estapafúrdias e de interesses próprios de blindagem de crimes praticados pelos seus membros, eles estão levando o país para o abismo e a uma convulsão social sem precedentes.

Segundo pesquisas, a maior preocupação do brasileiro é com a segurança pública, no caso a violência policial e dos bandidos, comandados pelos seus chefes de facções criminosas, superando a corrupção (também é violência), o desempenho da economia ou inflação alta.

O banditismo de hoje nos faz lembrar do cangaço nordestino (volantes e criminosos), principalmente dos séculos XIX até meados do século XX. Por séculos o Nordeste sofreu um processo de isolamento com a ausência da Justiça e das políticas públicas dos governantes da época. Atualmente temos o cangaço urbano (forças armadas e traficantes), e o povo se sente isolado entre a cruz e a espada.

Não é com projetos de lei e decretos que vai se resolver o problema. Não se convence bandido a deixar o crime dizendo que ele está sujeito às penalidades da lei, porque quando ele entra nesse mundo já sabe que só tem duas opções na vida, a morte prematura ou a prisão, mas o dinheiro supera tudo. Para ele, a criminalidade é um bom negócio porque a sociedade o rejeitou lá atrás.

Aliás, já existe a pena de morte no Brasil, só que ela não é oficializada. A maioria acha que bandido bom é bandido morto. As facções sabem muito bem disso, mas, mesmo assim, a violência só aumenta e, para não morrer, os bandidos, cada vez mais, portam armamentos pesados e potentes, muitas dessas armas desviadas dos próprios quartéis ou contrabandeadas. Para eles, a única saída é o enfrentamento, com táticas de guerrilhas urbanas.

Não importa para o bandido e suas organizações se as penas vão aumentar para 30 ou 40 anos, nem tampouco que correm o risco de perder seus bens. Uma ação firme e conjunta entre a União e os estados pode pôr fim às quadrilhas organizadas, como ocorreu com o cangaço nordestino, em 1940, no Governo de Getúlio Vargas.

No entanto, temos hoje um país polarizado e dividido, onde a extrema direita torce pelo fracasso do governo federal, como enfraquecer a atuação da polícia federal e outras instituições ligadas à segurança.

A operação isolada do governo do Rio de Janeiro, onde cerca de 120 pessoas, inclusive soldados, foram mortas, não passou de uma intervenção desastrosa. Para os comandantes da carnificina, com derramamento de sangue, foi um sucesso. Tudo foi abafado e não se sabe quanto inocentes perderam suas vidas.

A comunidade do Complexo da Penha aprovou porque há anos vive acossada pelos bandidos, mas esquece que a maior culpa está na ausência de políticas sociais do poder público, sem falar na própria violência policial. O povo tem a sensação errônea de que tais operações vão acabar com o banditismo.

Os deputados da oposição estão mais interessados em distorcer a imagem do Brasil no exterior do que aprovar medidas visando a segurança da população. Um exemplo disso é tipificar os traficantes e as facções como terroristas, com o argumento simplista de que eles provocam terror nas favelas. Por esta ótica vesga, qualquer bandido é terrorista.

Até a própria classificação de terrorismo pelos países capitalistas ocidentais, principalmente por parte do Estados Unidos, é distorcida. Eles não querem admitir e nem pronunciar a luta de resistência de um povo contra a opressão secular imperialista, com apoio do seu próprio povo.

E A QUESTÃO DO CONSUMISMO?

Se o meu vizinho ao lado está ganhando muito dinheiro vendendo carvão, eu também vou fazer o mesmo. Se alguém comete um ilícito ou malfeito para se enricar, eu também tenho o direito de realizar a mesma prática. É uma lógica absurda que não se justifica.

É assim que o mundo pretende reduzir a elevação das temperaturas e conter o aquecimento global? Nesta COP30, de Belém (mais uma semana de discussões), ainda não vi na agenda um debate sobre o consumismo exagerado que provoca impacto no meio ambiente.

Se um país está consumindo mais produtos, inclusive coisas supérfluas produzidas pelas indústrias, o outro também vai incentivar o consumo para crescer sua economia e ter um PIB (Produto Interno Bruto) maior.

Não se fala de desconstrução desse consumismo. Se meu amigo comprou uma camisa bonita, um sapato ou um tênis de marca, um aparelho de última geração para sua casa, guiado pela inteligência artificial, também vou fazer de tudo, mesmo ficando endividado, para também possuir o mesmo. É a questão da cobiça.

Ter consciência ecológica não é só plantar uma árvore, deixar de jogar lixo na rua, nas estradas, rios e mares. É muito mais que isso. Na hora de fazer compras compulsivas desnecessárias pela internet ou mesmo presencial nas lojas, ninguém pensa em consciência ecológica. Prefere o prazer ou a “felicidade” de comprar, comprar e comprar. Assim acontece em outras coisas e hábitos.

Como frear esse avanço do aquecimento global, se os países desenvolvidos tudo fazem para aumentar o consumo das pessoas? As grandes potências, como os Estados Unidos, comandados por Trump, investem cada vez mais na extração dos combustíveis fósseis, no caso o petróleo. Muitos são negacionistas da ciência.

Na China é o carvão, embora tenha projetos de produção de energia limpa, como a solar. No entanto, permanece o carvão soltando gases tóxicos no ar. É certo que o Brasil avançou bastante na transição energética, mas ainda representa pouco em relação à emissão do CO2 e do metano. Temos mais bois que gente no país, e o negócio é exportar mais carne.

Há mais de 50 anos que se fala em reduzir a exploração de petróleo. Ao invés disso, só cresceu. Alguém acha que os países árabes vão deixar de perfurar mais poços? Claro que não, mesmo porque se fizerem isso, vão viver de que? Eles não têm outras fontes econômicas que substituam o petróleo. Vendem o produto para comprar alimentos dos criadores e agricultores que também cometem suas agressões contra a natureza. É o ciclo da vida.

Há séculos que o planeta vem sendo destruído pelas fumaças saídas das chaminés das fábricas, pelo lançamento de substâncias venenosas nos solos e rios através da exploração de minérios, pelos desmatamentos e queimadas para plantar grãos e criar gado, dentre outras agressões pela corrida de mais riquezas.

Claro que existem ações de sustentabilidade, mas ainda são pontuais se compararmos com o rombo, as feridas e as crateras feitas na terra, que está em ebulição através das catástrofes e tragédias humanitárias.

Será que ainda dá tempo de fechar a conta? Os ricos estão dispostos a financiar os pobres a construírem essa transição energética?  Vão fazer suas partes nessa implementação das metas estabelecidas na COP30? Vão colocar mais grana nesse fundo financiador? Ou vão manter seu roteiro de mais gastanças, destruição e consumismo?





WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia