Mais do que economia criativa, o evento realizado pelo instituto da Clínica São Lucas, organizado pela médica Rosa Aurich, nos dias 7 e 8 de novembro, no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, foi também cultural, com uma programação plural, envolvendo artesanato, apresentação teatral de alunos de escolas, como o Juvêncio Terra, e shows musicais, inclusive com a participação do músico e compositor Alisson Menezes. Dentro da programação coube uma roda de conversa sobre a Serra do Periperi, só que o tempo foi curto para se falar sobre essa faixa de terra em torno de Vitória da Conquista, que durante anos foi depredada pelo homem através da extração de areia, pedras e outros materiais utilizados, principalmente, na construção civil. Com uma vegetação baixa e maltratada, a Serra já foi uma mata como bem descreveu o príncipe alemão Maximiliano, em visita ao Arraial Imperial da Vitória, em 1817. Da Serra hoje só resta o Poço Escuro, cuja preservação ainda deixa a desejar. Além de abrigar o Cristo erguido pelo escultor Mário Cravo, um centro de proteção de animais, torres de operadoras de telefonia, rádio e televisão; ser cortada pelo Anel Viário e abrigar moradores pobres em suas encostas, a Serra tem suas histórias e personagens que nela habitaram, como o escultor Cajaíba que se inspirou para esculpir figuras importantes do cenário nacional e internacional. Foi uma programação plural, mas muita coisa deixou de ser dita nessa roda de conversa, como a de que a cidade tem uma grande dívida para com a Serra do Periperi.