Poeminha de autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário

Às vezes,

A gente se sente tão só,

Como bode a berrar na caatinga,

Quando se perde do seu rebanho

Onde a solidão nos dá aquele nó.

 

Tão só,

Como tantas ideologias

Que se tornam pó,

Trancadas em suas abadias.

 

Tão só,

Como os antigos ancestrais

A mirar a relva do campo,

O cavalgar dos animais,

E o piscar do pirilampo.

 

Meu ego sum

Está tão só,

No recôndito da minha alma

Que só o pôr-do-sol,

Anunciando a noite

Me acalma

Desse rasgado açoite

Nessa ventania de agonia.