:: 28/out/2025 . 23:29
“INFLUENCIADORES DIGITAIS”, OU MARGINAIS?
Cinco mil, dez mil, vinte mil, cinquenta mil, cem mil, um milhão, dez milhões, cinquenta milhões, cem milhões! Ufa, haja seguidores digitais que clicam em qualquer besteirol ou futilidades que aparecem na internet! É um negócio de louco! As pessoas perderam a noção de conteúdo e trocaram o imprestável por aquilo que dá sentido à sua vida.
Agora, com essa onda tecnológica surgiu, de uma hora para outra, a “profissão” de “influenciador digital” que, vez ou outra, está sendo preso por bandidagem e até mesmo como aliciadores de crianças e adolescentes.
Como você se deixa ser influenciado por alguém desconhecido do outro lado da internet, quando não se sabe quem é? Os internautas hoje clicam em tudo por impulso e compram qualquer coisa sem olhar a procedência. Pedem um aparelho qualquer e recebem uma caixa de capim.
Muitos desses “influenciadores” aparecem nas redes sociais ostentando grandeza e riqueza com pacotes de 100 reais, em carrões de luxo, mansões e até em barcos luxuosos, ensinando como ganhar dinheiro fácil em jogos de apostas, rifas e as tais das “pirâmides”.
Nesse mundo capitalista, o maior supremo é o deus dinheiro. “Seja como eu, apostei, ganhei e fiquei milionário”. Basta uma propaganda enganosa e chula desse tipo para atrair milhões de seguidores gananciosos na ânsia de ficarem ricos sem fazerem esforços e trabalhar duro com honestidade.
Quem cai nessa, também, de certa forma, está cometendo um crime de avareza. Antigamente existiam os vigaristas presenciais dos contos dos bilhetes premiados e outras trapaçarias que, com suas lábias e bem trajados, iludiam as pessoas mais ingênuas nas ruas. Eles ficavam em portas de bancos e pontos estratégicos das cidades para aplicarem seus golpes.
Depois de cair a ficha, como não adiantava chorar pelo leite derramado, a maioria, por vergonha, nem ia à delegacia dar uma queixa do safado, sem contar que o crime era de pouca monta e logo o cara estava solto para pegar outra presa desprevenida. Naquela época, esses malandros não ganhavam muita grana. E geralmente eram pessoas de meia idade.
Com o avanço da tecnologia, o uso do celular e da computação, uma nova geração de jovens se sofisticou e passa o dia nos escritórios confortáveis de suas casas cruzando dados e informações para golpear quem está do outro lado. Eles conseguem entrar em sites da Justiça, partidos políticos, bancos e outras instituições e pegam a vítima desprevenida. O número de golpistas só aumenta e eles sempre estão na frente das “seguranças”.
Confesso que uma vez fui vítima desses marginais. Enquanto fazia um texto, como agora, um elemento ligou para o número do meu celular se passando como membro estadual, ou nacional do PSOL, não me lembro bem, dizendo que precisava atualizar o meu cadastro.
Fez comentários sobre a situação do partido, em Vitória da Conquista, e pediu que esperasse um pouco na linha. Fiquei escrevendo e, em questão de três minutos, o indivíduo fez uma limpeza geral em meu Zap, ou seja, roubou todos os meus contatos.
Do outro lado, existe um bando de “influenciadores digitais” que, com seus vídeos popularescos, visam seus milhões de “seguidores” que caem em seus papos. E um vai influenciando o outro.
Ora, no mundo presencial existe o ditado de que confie desconfiando. Isso serve para o estranho e o conhecido, muitas vezes “amigo”. Como a pessoa confia no outro virtual, principalmente agora com a tal inteligência artificial? Mistério da meia noite!
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