A BENÇÃO, MEU “VELHO CHICO”
Sempre que visito Juazeiro ou outra cidade qualquer banhada pelo rio Opará, (“rio-mar”) seu nome original indígena tupi-guarani, e é assim que deveria ser o São Francisco, o “Velho Chico”, costumo me benzer com suas águas e pedir sua benção.
Cumpri o meu rito e pedi perdão pelo que os homens fizeram de mal para esvaziar suas margens em tempos de seca e estiagem prolongada, como já ocorreu diversas vezes. E o desmatamento ciliar de suas matas, sem contar o assoreamento?
Diz a história que o rio foi descoberto pelo navegante Américo Vespúcio no dia de São Francisco de Assis. Isso não é verdade porque ele é milenar e já existia antes dos portugueses. Nos ensinam errado.
O que interessa é que de lá para cá, há mais de 500 anos, o Opará é fonte de alimento e suprimento dos povos ribeirinhos, sustentando, inclusive, a agricultura através dos canais de irrigações, e isto para empresários, deixando a classe pobre de fora.
Tenho amor incondicional a este rio que vem das cascatas de Minas Gerais e uniu vários estados nordestinos de culturas diferentes. Gerou e ainda gera inspiração para poetas e compositores musicais, sem falar na narração literária de grandes escritores.
Portanto, a minha benção ao “velho Chico”, beleza pura para Juazeiro e Petrolina, separadas apenas por uma ponte entre a Bahia e Pernambuco.