:: 4/ago/2025 . 23:37
A FLITA DE ITAPETINGA FOI MAIS UM MOVIMENTO DE RESISTÊNCIA CULTURAL
As crianças e os jovens estudantes foram os maiores destaques da II FLITA, a Feira Literária de Itapetinga, além, é claro, dos escritores e editoras que se fizeram presentes ao evento, registrando assim mais um movimento de resistência cultural num país onde este setor vem sendo aos poucos abandonado pelo poder público.
A II FLITA, realizada na Praça Dairy Valley, mais conhecida como “Praça do Boi”, entre os dias 30 de julho a 2 de agosto, contou com uma vasta programação de lançamentos de livros, rodas de conversas com escritores, entrevistas, shows musicais, palestras e contação de causos através da Flitinha, num palco reservado para a criançada.
Muitas editoras, como a Nzamba, Literattum, Cogito, dentre outras, apresentaram variadas obras de gêneros diferentes ao gosto dos leitores, inclusive com temas de terror e suspense, No entanto, os livros infantis foram os mais procurados pelas crianças, incentivadas, em sua grande maioria, pelas mães. O objetivo é que essas crianças continuem cultivando a leitura quando se tornarem jovens e adultos.
Na ocasião, a cultural popular, como os cordéis de Antônio Andrade, os ternos de reis, oficinas e outras atividades ligadas ao Nordeste tiveram seus espaços. Vários bate-papos com escritores de Salvador, Vitória da Conquista, de Sergipe, de Itabuna, Ilhéus e cidades do médio sudoeste foram realizados na Academia de Letras de Itapetinga, na Loja Maçônica e no palco principal.
Além da sua função de venda e estimulo aos escritores, principalmente os novos, uma feira literária visa também o intercâmbio de ideias, projetos e conhecimento. Esses objetivos, com certeza, foram alcançados, num clima de amizade, ética e respeito a cada um.
Outro destaque foi a realização de uma roda de conversa com os estudantes sobre os povos originários. De Conquista se fizeram presentes os escritores e poetas Antônio Andrade, Jeremias Macário, Ybione, Luís Altério e a professora Lídia, representando a Editora Nzamba.
Sob a direção de Roberta (Beta), a programação da curadoria transcorreu com sucesso durante os dias da Feira Literária, se bem que algumas atividades precisam ser corrigidas na próxima edição, garantida para o próximo ano, com uma estrutura maior e melhor organizada.
A II FLITA foi aberta no dia 30 e teve o apoio da Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Educação, do Governo do Estado e outras entidades locais. A programação começou pela manhã do dia 30 de julho quando ocorreu o desfile da FLITA pelas ruas da cidade, com o tema “Ler o Mundo com Criticidade para Cidadania, Liberdade e Democracia”.
O desfile foi composto do terno de reis de Dona Totinha (Itarantim), Sociedade Civil de Itapetinga, projeto estruturante, Fanfarra de Itambé e Junina Balancê. As estantes dos escritores ficaram no pavilhão de Dona Silvana, em homenagem a uma mulher simples do povo que deixou um vasto conhecimento de suas tradições populares, inclusive na área musical.
Mesmo diante de todas dificuldades, a Feira Literária de Itapetinga deixou sua marca como mais um movimento de resistência cultural. O evento também abriu espaço para os artesões da região, com mostra de seus produtos, as artes plásticas e a escultura.
Todas as artes foram contempladas, inclusive o cinema com a apresentação do filme “Torto Arado”. No palco principal, além dos festivais de música entre os jovens estudantes, a dança e outras expressões culturais tiveram o seu lugar durante a II FLITA.
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