DOR DA SAUDADE
Esta dor que a ti dilacera,
é uma dor que rasga e corta;
vem na forma de quimera;
entra como uma desvalida,
sem ao menos bater na porta.
A depressão corre pela veia;
a hora para e turva o ser;
o passado vem e não passa;
o futuro curto não clareia,
e o presente só faz sofrer.
É uma dor que amolece,
e não tem cura de doutor;
nem o tempo desaparece,
com este nó da saudade,
quando se pensa no amor.
É uma dor doída varada,
que te impede de comer;
suga a alma desamparada;
deixa a boca seca e amarga;
e só faz lembrar de você.
Parece não ter mais fim,
esta tal tirana da saudade,
que não escolhe a idade;
entope qualquer coronária,
e se espalha como cupim.
É uma vilã, esta ordinária,
de véu e traje existencialista,
que consome toda nossa diária;
rouba sorrateira a nossa alma;
e ainda diz que é uma altruísta.











