INTERVENÇÃO, VELOCIDADE E REFORMA TRABALHISTA SÓ PARA OS MAIS FRACOS
O exército brasileiro virou polícia, e o sistema polícia militar entrou em falência. Só a repressão não resolve, mas eles fazem de conta que sim. Nos três meses da intervenção das forças armadas no Rio de Janeiro foram registrados 2.309 tiroteios ou disparos de armas de fogo na região metropolitana, com um aumento de 25,3% em relação aos três meses anteriores (1.842 casos).
Cadê o planejamento do general comandante Braga Neto? Agora os interventores estão alardeando que com a grana do governo federal (na realidade nossa), tudo vai entrar nos eixos. No período em referência, o número de mortos foi de 393, e o de feridos, 302, contra 390 e 377, respectivamente nos meses anteriores. Os dados foram divulgados “Fogo Cruzado”.
De 16 de fevereiro a 15 de maio, a maior parte dos tiroteios, 1.387, se concentrou no município do Rio de Janeiro. Os bairros da região metropolitana que tiveram mais registros foram Praça Seca, Cidade de Deus, Rocinha, Complexo do Alemão e Vila Kennedy. Esta última recebeu uma série de operações das forças armadas e estava nos “planos” de ser exemplo de trabalhos para outras comunidades.
Os tiroteios em áreas de Unidades de Polícia Pacificadora somaram 538 no período, com 44 mortos, sendo as mais violentas Cidade de Deus, Rocinha, Alemão, Vila Kennedy e Complexo de São Carlos. Depois do Rio, os municípios com mais violência foram São Gonçalo, Belford Roxo, Niterói e Nova Iguaçu, conforme o levantamento.
Como o assunto se liga com a ditadura civil-militar, o escritor Veríssimo comentava ontem em sua coluna que “ninguém se incomoda que fomos um Estado assassino”. Para ele, a falta de memória justifica a ignorância de muitos sobre os anos da ditadura, “mas a culpa disso é do silêncio dos militares sobre o passado e seus crimes. Nunca se ouviu: Desculpe gente”.
VELOCIDADE: UMA ARAPUCA
Um observador da capital comentou num veículo de comunicação que a velocidade obrigatória para motoristas no Vale de Nazaré, saindo do Túnel Américo Simas, é uma diferente da que se inicia na Avenida Mário Leal Ferreira, mais conhecida como Bonocô. Em sua opinião, da qual concordo, uma arapuca que muita gente cai.
Aqui em Vitória da Conquista temos um exemplo típico na Avenida Luis Eduardo Magalhães, e olha que é só numa área. Quem vem da Olívia Fores para a Juracy Magalhães começa com 50 quilômetros e logo depois passa para 60 e volta para 50. No sentido inverso, transita-se com 60 e depois 50 quilômetros por hora. Além de ser arapuca, fica difícil controlar.
Não sou nenhum velocista do tipo Fórmula I, mas isso de controle de velocidade no Brasil é mais uma forma simplista que os órgãos governamentais encontram para resolver problemas que deveriam ser solucionados com educação, que neste país é uma lástima, sem contar ser mais um jeito de arrecadar dinheiro do povo.
É um absurdo ter trechos com 20, outros com 40, 50 e 80 quilômetros em vias. Se o motorista ultrapassar cinco ou dez quilômetros a mais, é multado. São máquinas de fazer dinheiro que depois é desviado para outras contas. Por que fazem carros com capacidade de 200 e até 300 quilômetros por hora? Por que não coloca neles os dizeres “Carroças”. Na Alemanha existem vias de alta qualidade onde não há proibição de velocidade, e quase não ocorrem acidentes.
SOMENTE PARA OS MAIS FRACOS
A reforma trabalhista escravocrata introduzida no país desde novembro do ano passado pelo mordomo de Drácula e sua turma, além de ser mais uma exploração do capitalismo predador patronal, só está sendo aplicada para as categorias mais fracas, isto é, que têm sindicatos sem representatividade, ou nem têm. A maioria dos trabalhadores está mesmo é se ferrando, e se sujeitam a qualquer preço e medida porque não têm outra saída, a não ser o desemprego.
Um exemplo está na greve dos Rodoviários de Salvador, cujo Sindicato não aceita corte dos direitos dos trabalhadores, como no caso do reajuste salarial e da redução nos valores do ticket refeição. Em São Paulo e outros estados do sul, os metalúrgicos ameaçam greves se as empresas automobilísticas retirarem direitos adquiridos. No Brasil pobre, a própria classe operária é dividida entre os fortes e os fracos. Uns são bem dotados e outros padecem nas mãos dos patrões.











