:: 16/maio/2018 . 23:34
TRIBUNA LIVRE: Jeremias Macário fala sobre o Projeto Sarau Cultural
Na sessão ordinária desta quarta-feira, 16, da Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC), o jornalista Jeremias Macário usou a tribuna livre para falar sobre o seu projeto “Sarau Cultural – A Estrada” que já é realizado há oito anos em Conquista. Na oportunidade, o jornalista clamou também por mais incentivo à cultura e educação por parte do governo municipal.
Ele conta que no Sarau são realizadas apresentações de literatura e principalmente de música, e são discutidos também temas importantes para a sociedade. “Já tivemos como tema o Movimento Revolucionário de 68, o cordel, o desenvolvimento do Nordeste, entre outros”, citou. Ele conta que neste ano, no mês de julho, o evento terá como tema a Educação. “Estamos planejando levar professores e estudantes para que eles deem seus testemunhos sobre a situação da educação”, disse.
Jeremias afirmou que o Sarau nunca contou com apoio de nenhum órgão público e atua de forma colaborativa. Ele aproveitou o seu momento da tribuna para reivindicar mais apoio a cultura. “Em Conquista nunca tivemos uma política de cultura que contemplasse todas as linguagens artísticas. Apenas a música é lembrada, e somente nos eventos calendarizados como São João e Natal da Cidade”, lamentou.
CD Musical e Literário do Sarau – Mano di Sousa, músico e também organizador do Sarau, falou do projeto que visa transformar as apresentações do evento em um CD musical. Ele pediu também, apoio da Câmara para uma política cultural mais evidenciada. “Precisamos muito desse apoio, para que possamos ampliar socialmente o evento e oferecer mais conhecimento aos jovens”, disse. O músico pediu apoio também na divulgação dos cantores conquistenses nas rádios da cidade. “É de suma importância abrir esses espaços. É preciso mostrar o que é produzido localmente”, pontuou. (Ascom/CMVC)
AGROTÓXICOS, DÍVIDA E AÇÃO LETAL DE ISRAEL CONTRA OS PALESTINOS
O Brasil é mesmo um país arrasado, e não é só na questão política, moral e ética. Pelo décimo ano consecutivo, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Brasil é o país que mais consome agrotóxicos no mundo.
Que título vergonhoso que fere de morte milhares de brasileiros! Nada de providências para sair desta triste lista! Para disfarçar o descaramento, o pessoal da bancada ruralista agora está sugerindo que os agrotóxicos passem a ser chamados de “defensivos fitossanitários”. Coisa bonitinha de se ver!
A estimativa é que cada brasileiro consome, por ano, 7,3 litros de agrotóxicos. É uma bomba ambulante, mas os especialistas da medicina só sabem condenar o cigarro como o maior algoz provocador de câncer. Para a Associação Brasileira de Saúde Pública, 27% das pequenas propriedades rurais, responsáveis pelo fornecimento de 70% da comida, usam agrotóxicos.
Das grandes propriedades com mais de 100 hectares, ocupadas com sistemas de monocultura voltada à exportação, 80% utilizam veneno em seus processos. A lei brasileira permite limite cinco vezes superior ao máximo que é recomendado na água potável da Europa. As culturas mais atingidas são o feijão e a soja. O país tem cerca de 500 agrotóxicos de uso permitido e desses, 30% são proibidos na União Europeia.
DÍVIDA PÚBLICA
Definitivamente, não temos quase nada a nos orgulhar. Vejam alguns dados negativos que nos deixam frustrados. Na dívida pública em relação ao PIB, o Chile tem índice de 24%, México 48,3%, Argentina 54,6% e Brasil 75,4%. No desemprego, México 3,5%, Chile 6,7%, Argentina 8,5% e o Brasil, 12,7%. No ranking dos melhores países para se fazer negócios do Banco Mundial, México está 49ª posição, Chile 55ª, Argentina 117ª e o Brasil 125ª.
De acordo com pesquisas de organismos internacionais, temos a pior relação do mundo entre impostos cobrados e retorno à sociedade. Basta ver nossa educação, saúde e segurança que não são referência nenhuma. Não é por falta de recursos, mas sim por qualidade do gasto. Na segurança, por exemplo, de 2002 a 2015 as despesas na área cresceram 69% contra aumento de 49% do PIB. Gastamos mais do que países desenvolvidos, como a França e Estados Unidos.
Os gastos com salários e aposentadorias consomem os recursos que deveriam ser investidos em tecnologia. Temos uma polícia que só consegue desvendar 8% dos assassinatos, contra 64% nos Estados Unidos, 81% na Inglaterra e 96% na Alemanha. Assim, somos os mais perigosos do mundo.
AÇÃO LETAL DE ISRAEL
Eles agem como criminosos, com práticas nazistas, e o mundo a tudo assiste de braços cruzados. A inoperante ONU só sabe condenar e denunciar as ações terroristas de Estado. Estou me referindo aos israelenses que desde 1948 do século passado só fazem encurralar os palestinos numa faixa estreita cercada de muros por todos os lados.
Nos últimos dias, as tropas de Israel mataram 60 palestinos e deixaram mais de dois mil feridos. Isto só porque os palestinos decidiram se manifestar contra a instalação da Embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, uma atitude do neonazista Trump. Em um mês e meio, 104 palestinos morreram.
Para os norte-americanos, a culpa de tudo é a organização Hamas que controla Gaza há dez anos. A ONU considera desproporcional a reação das forças de Israel. Será mesmo que eles têm de usar a força letal para conter uma multidão? Só isto já é crime contra a humanidade. Jerusalém é também considerada sagrada pelos muçulmanos. Instalar ali uma embaixada foi uma provocação. Quem são os mais intolerantes?
NÃO SEI POR QUE DE TANTO ESPANTO!
Estudiosos no assunto, historiadores, membros da Comissão da Verdade e até mesmo vítimas da ditadura civil-militar de 1964 mostraram-se estarrecidos com o documento do Departamento de Estado dos Estados Unidos dando conta de que o ex-presidente Ernesto Geisel (1974/79) autorizou que o Centro de Inteligência do Exército (CIE) continuasse com a política de execuções sumárias do tempo de Garrastazu Médici contra opositores do regime, limitando a sanção aos mais “perigosos subversivos”.
Confesso que não entendi o porquê de tanto espanto com a revelação, já que todos que acompanharam os acontecimentos da época sabiam muito bem que os presidentes, os comandantes e os chefes mais ligados ao esquema tinham conheci mento de todos os fatos. Ora, os generais e os que recebiam ordens lá de cima estavam “carecas” de saber que o presidente, comandante das forças armadas, estava a par de tudo.
Avassaladora e vergonhosa mesmo foi a anistia dada aos torturadores que mataram e fizeram desaparecer com muita gente durante mais de 20 anos de ditadura, quando generais, delegados e militares da cúpula ficaram impunes, enquanto os criminosos de lesa humanidade na Argentina, no Chile e no Uruguai foram para cadeia e pagaram por suas atrocidades.
O Brasil não reagiu, deixando as feridas abertas, e agora muitos ficam espantados com o documento da CIA e pedem que, a esta altura da história, a Lei de Anistia de 1979 seja revista pelo Supremo Tribunal Federal. Mais estarrecedor é constatar que, por falta de reação, a maioria dos brasileiros, principalmente os jovens, desconhece o que houve na época e até tem pessoas que não acreditam que existiu a tal ditadura como contada com tanto horror e barbaridade.
Não acredito que a Lei seja reexaminada, como cogita o professor de Direito Internacional da Universidade de São Paulo, Pedro Dallari, e coordenador da Comissão da Verdade, criada no governo Dilma Rousseff. Passados 30 anos, por capricho dos generais, muitos arquivos nem foram abertos e até negam que cometeram crimes de tortura. Também não deram importância para o que registrou a Comissão.
Memorando de 11 de abril de 1974, assinado pelo diretor da CIA, Willlian Colby e enviado ao então secretário de Estado Henry Kissinger, afirma que Geisel disse ao chefe do Serviço Nacional de Informação (SNI) à época João Baptista Figueiredo (presidente de 1979/85) que as execuções deveriam continuar, mas só para os “perigosos”. Nessa época, a CIA mandava e desmandava aqui dentro e se infiltrava nos movimentos. A nação nunca foi tão subjugada aos Estados Unidos.
A este respeito, ouvi nesta semana um comentário ingênuo, ou tendencioso, que não acredita na ordem de execuções dada por Geisel porque, conforme justifica o elemento, quando Vladimir Herzog foi assassinado na prisão, o presidente admoestou o comandante do II Exército e demitiu, pessoalmente, em São Paulo, o general Ednardo quando mataram o metalúrgico Manoel Fiel Filho.
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