:: 9/maio/2018 . 22:49
OS MOVIMENTOS REVOLUCIONÁRIOS DE 68 QUE SACUDIRAM O PLANETA – 50 ANOS
Fotos reprodução de José Silva extraídos dos livros Maio 68 Danoel e 68 Destinos 200 Passeata dos 100 mil – Evandro Teixeira sobre a ditadura no Brasil.
Como na erupção de um vulcão adormecido por muitos anos, a década de 60 e o ano de 68, os mais radicais do século XX, foram fascinantes e representaram o início da contracultura com a quebra dos velhos costumes e a negação dos valores conservadores das ideias opressoras contra as mulheres, negros e outras minorias subjugadas.
Foi a década da juventude rebelada, das contestações, da liberdade de expressão, do “faça o que tu queres” que culminaram numa avalanche de protestos em 68 contra a guerra no Vietnã, contra o comunismo stalinista, o capitalismo e contra as humilhações sofridas pelos negros nos Estados Unidos. Cinquenta anos depois todos se envelheceram.
A princípio, jovens e operários se rebelaram contra normas rígidas no trabalho e nas universidades, e contra as ditaduras nas Américas e no mundo, principalmente no Brasil a partir do AI-5 que sentenciou e assassinou o “É Proibido Proibir” de Maio de 68 em Parias, na França.
Foi a década em que a juventude tomou as ruas e atraiu velhos e trabalhadores para a causa da liberdade, para criticar e denunciar as atrocidades do comunismo e do capitalismo. Sem lideranças e sem comando, todos colocaram pra fora o que estava engasgado nas gargantas.
Foi a década dos Beatles, dos Rolling Stones, do pastor Martin Luther King, Bob Kennedy, dos Panteras Negras e das organizações subversivas onde todos, inclusive os mortos, marcaram um encontro em 68 para arrebentar com os grilhões e dizer não aos antigos conceitos.
Para o escritor Zuenir Ventura, 68 foi o ano que não terminou. Para Daniel Cohn-Bendit, o Dany, líder estudantil de Paris, tudo acabou, mas diria, cá comigo, que foi o ano em que tudo começou. Aqueles doze meses ainda ecoam em nossas vidas, e muitas coisas devemos a este período.
O TERROR DAS DITADURAS E DA GUERRA
“Em “O Eco das Ruas de 68”, da revista Veja, a reportagem fala das boas lembranças, das grandes obras (Caetano, Gil, Edu Lobo, Vandré) e feitos que resultaram daquele ano, mas também das tristes recordações do terror das ditaduras na América Latina e no Brasil, do horror da Guerra do Vietnã e do assassinato de Martin Luther King.
Os jovens saíram contra o poder, fosse de direita ou de esquerda. No Brasil contra um regime de força que matou, em março, o estudante Edson Luis e provocou a passeata dos 100 mil. Outras marchas se sucederam. Na Checoslováquia (Primavera de Praga), em agosto, contra a tirania dos tanques soviéticos.
Em Praga, o movimento começou em janeiro de 68 com a ascensão de Alexander Dubcek para o cargo de secretário geral do Partido Comunista e ganhou forma com o manifesto “Duas Mil Palavras”, do escritor Ludvik Vaculik (1926/2015) onde exaltava a liberdade. O sonho foi esmagado pelos tanques soviéticos que encaravam a liberdade como um veneno.
Pelo livre pensar, os jovens foram às ruas em Berlim, Paris, México, Tóquio, Chicago, Venezuela e Rio de Janeiro, para repudiar as arbitrariedades, a intolerância racial, o machismo e as guerras. Se não derrubou as estruturas, 68 marcou o protagonismo da juventude com seus ideais de contestação.
Naquele ano, a juventude com suas teses esquerdista (leninistas, maoístas e trotskistas) sonhou com uma revolução que ganharia a sociedade inteira, disse o historiador francês Serge Berstein. A desobediência pacífica não era mais suficiente, e os rebelados tinham como profeta o filósofo alemão Herbert Marcuse (1898/1979). Era a luta do novo contra o velho.
- 1
















