:: 5/jan/2018 . 23:31
UM NATAL SEM MUITA LUZ
Não resta dúvida que foi um Natal 2017 de decoração diferenciada dos outros anos na Praça Tancredo Neves, mas a iluminação foi fraca em muitos pontos estratégicos, inclusive no presépio. Reconhecer o fato não quer dizer que as famílias não participaram da programação. Poderia, sim, ser bem melhor.
Para compensar, a iluminação do final de ano se estendeu a outros locais da cidade, como a Praça Murilo Mármore (Praça do Boneco) e o Cristo de Mário Cravo, na Serra do Periperi, uma área que deve ser mais cuidada pelo poder público para que haja uma maior frequência dos moradores conquistenses e visitantes de fora.
Estive um dia no centro e gostei da organização das barracas e até senti uma maior segurança por parte dos agentes da prefeitura. No entanto, Vitória da Conquista é a capital da região sudoeste e merece ser mais iluminada, com atrações musicais nacionais de maior peso, além dos artistas locais que devem sempre ser valorizados.
Como se vive numa fase de poucos recursos, o setor privado, especialmente o comércio, precisa prestar um maior apoio financeiro para que o nosso Natal seja mais iluminado e mais atrativo, de acordo com o clima da época. A parceria entre público e privado necessita ser mais forte. Os comerciantes não podem apenas visar o lucro.
Um exemplo em destaque foi a iluminação feita por uma empresa particular num trecho da Avenida Juracy Magalhães, que deu mais vida ao local e chamou a atenção de quem passou por aquela artéria. Entendo até que a CDL e a Prefeitura Municipal devem, em conjunto, fazer uma campanha de promoção e concurso para que as lojas em geral iluminem mais a cidade como aconteceu na Juracy Magalhães. Esperamos que o Natl de 2018 seja bem mais iluminado e brilhante.
OS DONOS DEVERIAM SER PRESOS
A lei deveria ser bastante rigorosa com pesadas multas, e até prisão, contra pessoas que criam animais, não cuidam e depois abandonam os bichos nas ruas e nas estradas, criando um atentado à saúde e à ordem pública. Esta seria uma forma de combater a proliferação de cães e gatos, como no flagrante das fotos, soltos nas cidades, muitos dos quais passando fome e doentes.
Por sua vez, o poder público também tem sua grande parcela de culpa porque não dispõem de estrutura de fiscalização para controlar esta situação caótica, inclusive recolhendo, quando necessário, os animais em locais adequados, fazendo o castramento. As cenas desses cachorros soltos foram fotografadas em Juazeiro, na Bahia, mas acontece em todas as cidades, como em Vitória da Conquista.
Aqui mesmo em Conquista, no Jardim Guanabara, na rua “G”, 296, sofro dia e noite com um monte de gatos no telhado da minha casa porque o vizinho dos fundos, na outra rua “H” (a Ulisses Guimarães), não cuida desses bichos que “infernizam” nossas vidas e provocam prejuízos.
Sem comida e tratamento adequado, os gatos passam todo tempo no telhado procurando lagartixas e outros bichos para se alimentar. Quando cai a noite, ai é que é perturbação e barulho, inclusive quando macho e fêmeas inventam de transar. O pior é que os bichos nem são castrados e nem se sabe se são vacinados.
As pessoas deveriam ter consciência e respeitar os outros, mas, infelizmente, não têm nenhuma. São por demais individualistas. Se você não tem condições de criar um animal, melhor não tê-lo. Quem faz isso deveria ser rigorosamente punido, como é o caso dos cães soltos nas ruas, praças e avenidas.
Como quem mata um animal qualquer deve responder pelo crime ambiental praticado, o dono negligente precisa também ser preso para pagar pelos seus atos de abandono. As sociedades protetoras e as Ongs até que têm feito um trabalho dentro do possível para acolher em abrigos esses animais soltos, mas também devem pressionar os poderes públicos para punam os irresponsáveis.
Nas estradas estaduais e até federais, a situação também é crítica e perturbadora, com jumentos e cavalos soltos que terminam provocando acidentes, muitas vezes com mortes fatais. As polícias estaduais e federais recolhem alguns por aí, mas esbarram na falta de condições estruturais (alimentação) para mantê-los presos por muito tempo em currais e pastos. Na maioria das vezes, esses animais passam fome e sede nos postos das próprias polícias.
Mais uma vez, o poder público municipal é o maior culpado porque não pune com rigor os donos que não cuidam de seus animais. No caso de burros e equinos em geral, muitos utilizam, até de forma imprópria com maus tratos, para fazer transportes de mercadorias, e depois de certa idade, quando não aguentam mais tantas cargas pesadas em seus lombos feridos, soltam os bichos por aí.
NOSSO DINHEIRO DESPERDIÇADO
No Brasil do improviso, da corrupção em construções superfaturadas e da falta de planejamento sério na aplicação dos nossos recursos, são inúmeras as obras inacabadas e outras que depois de edificadas são abandonadas. O pior de tudo é que os irresponsáveis não são punidos dentro do rigor da lei. Os descalabros são incontáveis pelo país a fora, com gastos de bilhões de reais desperdiçados.
A Bahia não é uma exceção, como o prédio da Delegacia Fiscal de Andaraí, na BR-242 (Rio-Brasília) que há muitos anos deixou de funcionar e está abandonado. Sem serventia de arrecadação, o posto tem sido utilizado como abrigo de caminhoneiros e, por vezes, de marginais. Não se tem notícia, por parte do Estado, sobre os motivos da desativação da Delegacia, nem satisfação foi dada aos contribuintes.
Como aqui em nosso Estado, em vários municípios, as cenas de pontes, estradas, estações férreas, prédios de escolas, hospitais e postos de saúde abandonados se repetem pelos rincões do Brasil. Nos tempos atuais, muitos prefeitos e governadores ainda adotam o criminoso hábito político de não tocar ou destruir obras iniciadas pelos seus adversários em mandatos anteriores, e tudo isso num país pobre e carente de serviços comunitários nas áreas da educação, da saúde e do saneamento básico, principalmente.
“DOS SUMÉRIOS A BABEL” (VI)
O MITO DE ADAPA E O DIREITO PENAL
Inventiva, a civilização sumeriana é rica em deuses e lendas, conforme narra o autor de “Dos Sumérios a Babel”, Federico Arbório Mella. Uma das mais conhecidas e perfeitas é “O Mito de Adapa”, segundo o escritor, usada até nas escolas do Egito.
No segundo milênio A.C., sob o cunho de Hammurabi, Babel se destacava como capital espiritual e farol da civilização da Ásia Anterior. Extraída das escavações arqueológicas, na forma das tabuinhas, nesta época a língua diplomática e comercial internacional era o acádico-babilônio.
Na religião, o culto na Suméria era disciplinado em todo país, mostrando quais deuses menores deveriam ser reverenciados. No grande templo de Marduk, por exemplo, não se adorava apenas ele, mas sua mulher, seu filho, sua família, toda a corte, ministros e, por fim, seus quatro cães de caça.
Conta a lenda que Ea, ou Enqui, procriou Adapa dando a ele ciência e sabedoria, menos a imortalidade. No templo de Eridu, na qualidade de sacerdote, Adapa trabalhava como cozinheiro-mestre e camareiro do seu pai.
Um dia Adapa amanheceu aborrecido e aprisionou o vento sul, quebrando suas assas, o que o impediu de soprar. Então, o deus Anu o convocou para que ele justificasse sua conduta inesperada. Antes de se apresentar, o pai orientou o filho sobre o melhor modo de se comportar para não ser condenado pelo deus.
O pai ainda alertou o filho de que Anu podia lhe oferecer como castigo o pão e a água da morte, devendo ficar prevenido para não se alimentar. Além do mais, aconselhou que se apresentasse vestido de luto diante do tribunal de acusação.
Disse também ao filho que se Tammuz e sua mulher Guichzida lhe perguntassem o porquê da vestimenta, deveria responder: “Estou de luto pela morte de Tammuz e Guichzida”. Com isso, os dois ficaram tão comovidos com a resposta que resolveram interceder em seu favor para que Anu não o castigasse como estava previsto.
O deus ficou tão penalizado com o pedido que decidiu oferecer pão e água da vida para Adapa. Porém, seguindo o concelho do pai, ele recusou a oferta, perdendo assim a ocasião de obter a imortalidade definitiva.
DIREITO PENAL
Como o Código de Hammurabi era muito rígido e rigoroso, os legisladores sempre procuravam meios de contornar as punições e recorriam às leis de Ur-Nammu, com atenuantes e penas substitutivas. As mais severas eram prescritas para os delitos contra a moral (homossexualidade). No caso de assassinato, a pena de morte só seria executada se o acordo de ressarcimento dos donos da família ficasse impossível.
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