“A REPÚBLICA DOS MIGUELENSES”
Com mais o recente lançamento de “A República dos Miguelenses”, o professor Durval Lemos Menezes já pode ser considerado um especialista, conhecedor e estudioso da biografia e da formação genealógica das inúmeras famílias que com o passar do tempo formaram o povo conquistense de hoje. Pode-se dizer que é um arquivo vivo da história desta terra fundada pelo capitão João Gonçalves da Costa quando aqui chegou ao final do século XVIII.
Em pouco tempo, Durval organizou o livro “O Poeta do Mulungu”, de Erathósthenes Menezes, e escreveu “O Pedralismo – um fenômeno social” e “A Conquista dos Coronéis”, obras que se entrelaçam e dão uma ampla visão sobre importantes personalidades que contribuíram para o desenvolvimento da terceira maior cidade da Bahia. Com seu trabalho, passamos a entender melhor as origens do município e da sua gente.
Na introdução de “A República dos Miguelenses”, o professor nos leva ao passado de 170 anos quando aqui chegou o primeiro filho de São Miguel das Matas, o tenente da Guarda Imperial, Manoel José dos Santos Silva, o “seu” Santos, em 1845. Este senhor casou um ano depois com Sinhazinha Santos, filha do padre Andrade, também vindo da região. Vale salientar que o primeiro intendente (1840), Luiz Fernandes de Oliveira, veio do Vale do Jaguaripe.
O livro também me remeteu ao passado quando na década de 60 estudei no Seminário de Amargosa e tive como diretor espiritual o padre Gilberto Vaz Sampaio. Nesta época, lembro ter visitado sua cidade paroquial onde apresentei meus dotes futebolísticos jogando pela seleção do Seminário, time temido e imbatível naquelas redondezas.
Como disse o escritor, realmente a obra tem cunho geográfico, histórico e sociológico. Os Miguelenses, que todos os anos realizam seu encontro, são povos oriundos dos vales do Jaguaripe, Jequiriçá e Paraguaçu constituídos pelos municípios de São Miguel das Matas, Nazaré das Farinhas, Santo Antônio de Jesus, Amargosa, Lage, Mutuípe e outros.
Dos 400 mil habitantes em Vitória da Conquista, mais de 20 mil constituem a comunidade miguelense, número superior ao de moradores da cidade natal, conforme assinalou o professor em seu livro. Todos vieram com intuito de melhorar de vida e aqui se estabeleceram nos ramos de alimentação, padarias, mercados, restaurantes, armarinhos e também no setor industrial, como da construção civil, com o passar dos tempos.
Além das inúmeras casas comerciais que fizeram parte da história social e econômica de Conquista, como Armarinho Aracy, Bazar Cairo, Irmãos Luna, Loja Pereira, Loja Barbosa entre outras, Durval cita a Construtora Itajubá, da família Juvenal Pinheiro de Andrade,, que levantou as primeiras construções verticais na cidade. Nessa área da engenharia, destaque para Juvenalito Gusmão de Andrade, filho de Juvenal.
Lá pelos anos 30 do século passado, Juvenal foi um dos primeiros a se estabelecer comercialmente em Conquista através da Casa Estrela. Da família nasceu o Conquista Shopping Center, o primeiro do interior. Do Vale do Jequiriçá veio Teopompo de Almeida, família dos Almeidas de Santo Antônio de Jesus, que introduziu o comércio de gado e de cavalos, dando início ao agronegócio.
De acordo com Durval, que bebeu da fonte do historiador e pesquisador Pedro Calmon Moniz Bittencourt, quase todos os miguelenses e de suas cidades-irmãs têm a sua origem na árvore genealógica da portuguesa Úrsula Maria das Virgens e seus dois maridos, o francês Félix de Bittencourt e o português Martins Ribeiro.
Dessa árvore genealógica vieram todos os Bittencourts, Almeidas, Andrades, Barretos e outras tantas famílias, inclusive os Santos, que ao chegarem a Vitória da Conquista se misturaram com os Gusmão, Fernandes, Sampaio e Ferraz, principalmente.
O trabalho de Durval é minucioso e até um tanto detalhista sobre a migração miguelense para Conquista. Ele tece rasgos de elogios ao povo trabalhador e econômico por natureza que aqui chegou há quase 200 anos, sempre procurando melhoria de vida. Essa gente deu uma parcela importante de contribuição para o progresso do município.
Tudo leva a crer que Luiz Fernandes de Oliveira e os irmãos Lemos (Vicente e Damasceno), que se casaram com netas do bandeirante João Gonçalves da Costa, tenham sido os primeiros que chegaram nesta terra do Sertão da Ressaca. Claro que existem outras famílias de diferentes ramos, como os Macários e outros tidos como forasteiros que têm relevantes serviços prestados à cidade.
E por falar nos Fernandes, o escritor conquistense não poderia deixa de se reportar ao engenheiro José Fernandes Pedral Sampaio cujos pais Sifredo Pedral Sampaio e Carolina Pedral Sampaio vieram de Santo Antônio de Jesus. O ex-prefeito, neto do coronel Gugé e grande líder político da história de Conquista, foi estudar na cidade natal de seus pais aos sete anos, onde morava o avô Alexandre Almeida Sampaio.
Sobre as origens de São Miguel, o escritor e professor relata que começou em 1560 quando o padre Luiz Gama, partindo da ilha de Itaparica, subiu o rio Jaguaripe, enquanto outros jesuítas penetraram o rio da Dona até a Serra da Jiboia e lá encontraram uma aldeia indígena da tribo dos Sapucaias.
Somente a partir de 1765 passou a ser chamar de São Miguel da Aldeia. Em 24 de novembro de 1823, o imperador Dom Pedro I assinou o alvará transformando a vila em freguesia. No ano de 1880 deixou de fazer parte de Nazaré e passou a integrar o município de Santo Antônio de Jesus. Com a emancipação política, em 1º de junho de 1891, ficou com o nome definitivo de São Miguel das Matas.













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