:: 15/dez/2016 . 22:35
REFORÇO À VIOLÊNCIA
Com mais efetivos da polícia militar, mais viaturas, mais armamento pesado, mais treinamento e mais repressão, cada vez mais o Estado se aparelha para combater a violência e ela aumenta na mesma proporção porque o social tem um caminho inverso se comparado com a demanda.
Gostaria de saber dos dirigentes governamentais qual a lógica disso e aonde vamos parar? Agora mesmo o Governo do Estado, do PT, indo de encontro o que pregava em seus discursos, apresentou mais reforço policial de combate à violência e anunciou que vai abrir concurso público para a PM (duas mil vagas para soldados e 60 para oficiais) e Corpo de Bombeiros (750 para soldados e 30 para oficiais), sem contar com a promessa de elevar o valor das gratificações.
Nada contra o reforço policial se a educação fosse prioridade e caminhasse no sentido de oferecer aos nossos jovens uma opção de vida que não tivesse que descambar para a violência. Na outra ponta, leio matérias na imprensa que dão conta dos protestos de professores que estão com seus salários atrasados e sem receber o décimo terceiro em mais de 100 municípios baianos.
Nas universidades estaduais, docentes param suas atividades alegando corte de verbas para as unidades onde faltam laboratórios e equipamentos para desenvolver suas pesquisas. Estudantes ocupam escolas e pedem mais qualificação.
Os funcionários públicos, incluindo os professores, estão sem reajustes em seus salários. Os servidores terceirizados não recebem e também passam necessidades. Tem mestre por aí que não tem dinheiro nem para comprar o básico para se alimentar. Prédios escolares funcionam precariamente.
Onde está a coerência nisso tudo, principalmente se tratando de um governo dito de esquerda? Isso é feito de propósito para dar mais visibilidade política para ganhar eleição? O certo não seria reforçar a educação para reduzir a violência e, com isso, cortar gastos com efetivo policial e armamentos?
Talvez seja um burro e idiota que não entende como funciona a engrenagem do sistema. Não é seguir a lógica, mas fazer o contrário porque o saber não dar voto de imediato. Imaginava que esse caminho incoerente era só coisa de direita fascista e de extrema direita conservadora.
Assim marcha nossa humanidade brasileira e baiana, na contramão e morrendo aos milhares no campo da violência. Mais soldados armados para combater mais bandidos que ficaram fora das escolas e sem o amparo social a que têm direito. Palmas para eles!
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