:: dez/2016
MAIS CHUMBO PARA OS MAIS FRACOS
O governo do mordomo Temer se juntou aos mais fortes para mandar chumbo nos mais fracos. O projeto de reforma da Previdência Social deixou as forças armadas de fora, justamente esta categoria que tem aposentadorias polpudas e hereditárias.
Ele teme a reação dos militares generais truculentos que têm a força de mandar gás, bombas e balas em quem protestar. Mais uma vez passa absoluto o desfile dos tanques, dos fuzis e das metralhadoras em meio ao silêncio sepulcral dos mais fracos de buldogues. É uma covardia!
O ano 2016 não vai terminar no sábado do dia 31 de dezembro, mas pode ficar na saudade durante a passagem do 2017, se for decretado de vez o mandamento do não se aposentarás. Neste último massacre aterrorizante das castas lá de cima do legislativo, do judiciário e do executivo Frankenstein, esta pinguela não vai chegar ao outro lado.
As almas penadas não têm mais moeda para atravessar para a outra margem do rio no barco de Corante. Vão ficar vagando no limbo do purgatório da educação e da saúde. A tendência é de mais lamento, gemidos e revoltas na busca pelo acesso ao vil metal, para fazer a travessia para outra vida. Infelizmente, sem o capital não há salvação terrena.
Com a maldita PEC do teto de gastos de 20 anos, o maior tiro na Constituição, está decretado o regime de opressão aos mais necessitados que já estão passando fome e morrendo nas portas dos hospitais. É o caminho para mais violência e repressão dos militares. Estamos em pleno golpe onde ainda se exerce uma democracia relativa, somente para tapear a cabeça e a barriga dos bestas.
Com o argumento de que a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) está velha e caduca, vem aí mais outra reforma, a trabalhista da flexibilização da livre negociação entre patrões e empregados, justamente num país de profundas desigualdades sociais, inclusive entre as classes de trabalhadores onde uns têm mais privilégios que outros.
NUNCA ACREDITEI EM PAPAI NOEL
Leio crônicas nos jornais referentes às festas natalinas que pouco falam do nascimento de Jesus Cristo, e mais do Papai Noel, uma tradição dos gelados países nórdicos. Os textos costumam ser mais suaves, leves e humanísticos que criticam, em parte, o consumismo exagerado nesta época do ano. O Papai Noel está sempre em destaque e alguns autores relembram seus tempos de criança, como o comentário de um amigo e colega que li nesta semana.
De um modo geral, os escritos me remetem a refletir sobre o eu individual e as profundas desigualdades sociais em nosso país, cuja pobreza se torna mais visível e escancarada neste período. Além do mais, somos desprovidos de cultura própria e meros copiadores de tradições alheias. O quadro nos leva à depressão em ver um mundo xenófobo glamoroso de luxo e outro miserável do lixo, sem contar o sofrimento dos refugiados das guerras.
Da minha parte confesso que nunca acreditei neste Papai Noel do Natal. Diferente de muitas crianças privilegiadas das crônicas literárias, minha véspera de Natal na roça pobre com meus pais era de muito trabalho. A noite chegava como outra qualquer à luz de candeeiro movido a pavio ensopado de querosene ou óleo de mamona. Cansados, logo cedo todos iam dormir e a paisagem era engolida pela escuridão.
Não havia Natal. Em todo meu tempo de menino nunca existiram presentes, quanto mais dentro de sapatos trazidos por Papai Noel que, na madrugada, entrava pela janela ou descia pela chaminé, coisa raríssima em nossas habitações. Se para mim ele nunca existiu, não tenho histórias para contar sobre sua figura com um saco, ou viajando de trenó com renas pelos países gelados. Como poderia acreditar numa coisa que nunca existiu para mim, nem mesmo em forma de lenda?
Como não tive noite de Natal de Papai Noel, nunca contei estes causos nevados para meus filhos, mas dava-lhes presentes comprados como parte de um rito capitalista consumista dos norte-americanos e dos europeus que enfeitam suas casas de árvores artificiais e se esbaldam nas comidas e nas bebidas de mesas fartas.
“A REPÚBLICA DOS MIGUELENSES”
Com mais o recente lançamento de “A República dos Miguelenses”, o professor Durval Lemos Menezes já pode ser considerado um especialista, conhecedor e estudioso da biografia e da formação genealógica das inúmeras famílias que com o passar do tempo formaram o povo conquistense de hoje. Pode-se dizer que é um arquivo vivo da história desta terra fundada pelo capitão João Gonçalves da Costa quando aqui chegou ao final do século XVIII.
Em pouco tempo, Durval organizou o livro “O Poeta do Mulungu”, de Erathósthenes Menezes, e escreveu “O Pedralismo – um fenômeno social” e “A Conquista dos Coronéis”, obras que se entrelaçam e dão uma ampla visão sobre importantes personalidades que contribuíram para o desenvolvimento da terceira maior cidade da Bahia. Com seu trabalho, passamos a entender melhor as origens do município e da sua gente.
Na introdução de “A República dos Miguelenses”, o professor nos leva ao passado de 170 anos quando aqui chegou o primeiro filho de São Miguel das Matas, o tenente da Guarda Imperial, Manoel José dos Santos Silva, o “seu” Santos, em 1845. Este senhor casou um ano depois com Sinhazinha Santos, filha do padre Andrade, também vindo da região. Vale salientar que o primeiro intendente (1840), Luiz Fernandes de Oliveira, veio do Vale do Jaguaripe.
O livro também me remeteu ao passado quando na década de 60 estudei no Seminário de Amargosa e tive como diretor espiritual o padre Gilberto Vaz Sampaio. Nesta época, lembro ter visitado sua cidade paroquial onde apresentei meus dotes futebolísticos jogando pela seleção do Seminário, time temido e imbatível naquelas redondezas.
Como disse o escritor, realmente a obra tem cunho geográfico, histórico e sociológico. Os Miguelenses, que todos os anos realizam seu encontro, são povos oriundos dos vales do Jaguaripe, Jequiriçá e Paraguaçu constituídos pelos municípios de São Miguel das Matas, Nazaré das Farinhas, Santo Antônio de Jesus, Amargosa, Lage, Mutuípe e outros.
O SARAU DO ENCONTRO DE BOBY DILLAN COM GERALDO VANDRÉ
Com cerca de 30 pessoas entre artistas da música, professores, fotógrafos e amigos, o Sarau do Espaço Cultural Cascalho, realizado no último sábado (dia 17/12), com o tema “O Encontro de Boby Dillan com Geraldo Vandré” encerrou o ano de 2016 com chave de ouro, prometendo voltar em 2017 com mais força, inclusive com exposições de artes plásticas e fotografias.
Participaram do encontro de encerramento do ano os cantores e compositores Walter Lages, Dorinho, Baducha, Moacyr Mocego, Marta Moreno, Mano di Sousa e outros artistas que abrilhantaram o evento com suas violas em disparada até altas horas da madrugada, ao som de grandes canções e cancioneiros brasileiros.
Como sempre, o professor Itamar Aguiar se fez presente quando falou sobre Boby Dillan, o ganhador do premio Nobel de Literatura de 2016, suas origens e importância na música e nas letras. Geraldo Vandré foi também nosso homenageado da noite. Jésus arrasou com suas belas declamações de poetas populares, com interpretações primorosas.
O encontro também teve a participação de Helen, Kika, Adilson, o irmão de Jésus, os fotógrafos José Silva e José Carlos D´Almeida, Cléo, Céu, Jailton, Zélia, Maria Luíza, Cleide, Jonas, Inês, Vitorino, com quem estudei em Amargosa, Gildásio Amorim, a dona da casa Vandilza Gonçalves, que recebeu a todos com seu sorriso de sempre, entre outros convidados.
Sobre Geraldo Vandré, o rei dos festivais, o jornalista Jeremias Macário fez um relato sobre sua vida e suas canções até o seu auge com a composição “Pra Não Dizer que não Falei das Flores” (Caminhando), que também serviu de motivo para sua ruína com a perseguição militar. Vandré foi obrigado a se exilar, no início de 1969, passando pelo Chile, Alemanha, França, Bélgica, Bulgária e outros países, retornando em meado de 1973 ainda em plena ditadura. Nunca mais quis se apresentar em público dizendo-se decepcionado com a invasão da cultura de massa.
Além da violada de artistas locais que sempre frequentaram nosso encontro, com muita honra, a noite foi recheada de belas declamações de poesias e um bate papo saboroso de causos, histórias, estórias e piadas, acompanhados de um vinho, uma cerveja e uma caipirinha feita por Walter Lages, que mais parecia um gaúcho nordestino. Claro que não faltou uma comida que ninguém é de ferro.
Nosso Sarau é colaborativo e socialista onde todos trazem uma bebida e uma comida para forrar o estômago. Assim todos curtem a noite num ar de cultura e aprendizagem na troca de ideias as mais diversas, num clima totalmente democrático por mais que as discussões fiquem acaloradas.
Para 2017 estamos com a proposta de abrir espaço para exposições de artes plásticas e fotografia, convidando artistas da nossa terra. Foi mais uma noite memorável e o Espaço Cultural Cascalho agradece a presença de todos, desejando boas festas e um próximo ano de mais saraus.
REFORÇO À VIOLÊNCIA
Com mais efetivos da polícia militar, mais viaturas, mais armamento pesado, mais treinamento e mais repressão, cada vez mais o Estado se aparelha para combater a violência e ela aumenta na mesma proporção porque o social tem um caminho inverso se comparado com a demanda.
Gostaria de saber dos dirigentes governamentais qual a lógica disso e aonde vamos parar? Agora mesmo o Governo do Estado, do PT, indo de encontro o que pregava em seus discursos, apresentou mais reforço policial de combate à violência e anunciou que vai abrir concurso público para a PM (duas mil vagas para soldados e 60 para oficiais) e Corpo de Bombeiros (750 para soldados e 30 para oficiais), sem contar com a promessa de elevar o valor das gratificações.
Nada contra o reforço policial se a educação fosse prioridade e caminhasse no sentido de oferecer aos nossos jovens uma opção de vida que não tivesse que descambar para a violência. Na outra ponta, leio matérias na imprensa que dão conta dos protestos de professores que estão com seus salários atrasados e sem receber o décimo terceiro em mais de 100 municípios baianos.
Nas universidades estaduais, docentes param suas atividades alegando corte de verbas para as unidades onde faltam laboratórios e equipamentos para desenvolver suas pesquisas. Estudantes ocupam escolas e pedem mais qualificação.
Os funcionários públicos, incluindo os professores, estão sem reajustes em seus salários. Os servidores terceirizados não recebem e também passam necessidades. Tem mestre por aí que não tem dinheiro nem para comprar o básico para se alimentar. Prédios escolares funcionam precariamente.
Onde está a coerência nisso tudo, principalmente se tratando de um governo dito de esquerda? Isso é feito de propósito para dar mais visibilidade política para ganhar eleição? O certo não seria reforçar a educação para reduzir a violência e, com isso, cortar gastos com efetivo policial e armamentos?
Talvez seja um burro e idiota que não entende como funciona a engrenagem do sistema. Não é seguir a lógica, mas fazer o contrário porque o saber não dar voto de imediato. Imaginava que esse caminho incoerente era só coisa de direita fascista e de extrema direita conservadora.
Assim marcha nossa humanidade brasileira e baiana, na contramão e morrendo aos milhares no campo da violência. Mais soldados armados para combater mais bandidos que ficaram fora das escolas e sem o amparo social a que têm direito. Palmas para eles!
POBRES E APOSENTADOS NO PAÍS DO SENHOR E DA DAMA DOS ANÉIS
macariojeremias@yahoo.com.br
A prisão do ex-governador corrupto do Rio de Janeiro e sua digníssima esposa serviu para revelar as identidades do senhor e a dama dos anéis, bom título para um filme, um conto ou um romance para a literatura brasileira, já recheada de fatos exóticos e escabrosos dos usurpadores do poder.
Ela está mais para a dama dos sapatos finos das Filipinas e ele para os sultões das arábias com suas arcas de ouro. Com tanto ouro, está faltando o harém para completar a esbórnia das mil e uma noites. Já imaginou o Cabral com suas índias e mulatas adornadas de anéis, brincos, colares e braceletes de diamantes e esmeraldas!
A primeira dama seria a mais deslumbrante de fazer inveja ao planeta dos anéis! Já pensou a cena dos súditos em torno deles fazendo vênias e com leques abanando seu rei e rainha? O roteiro do filme pode começar com a pobreza dos dois e os momentos de maiores dificuldades e sofrimentos em suas vidas de infância num interiorzinho ou numa periferia qualquer.
Se Cabral, o navegador, tivesse previsto um futuro tão depravado e promíscuo do poder no Brasil, jamais teria aportado com sua nau de degredados nestas bandas do Atlântico. Teria dado meia volta e enfrentado as correntes marítimas para outras terras mais longínquas.
Quem viu, viu, quem não viu não vê mais neste país tantas imagens negativas, bizarras e vexatórias de seus dirigentes que, se tivessem um pouco de caráter e vergonha na cara, fariam uma renúncia coletiva de seus cargos, mas o Estado é eles, como dizia um rei que depois foi guilhotinado. Nem nossos antepassados viram tantas trapalhadas e covardias contra um povo estropiado.
Não sei como um parlamentar sensato, sério e honesto, se é que existe, consegue se movimentar e transitar em meio àquele bando de ladrões, trocando ideias e afagos. Um pedido de renúncia em público seria um grande exemplo de caráter à nação por se sentir tão enojado. Seria um alento de esperança em meio a tanta desesperança e revolta.
Nunca na história do Brasil houve a recusa de um sucessor para não assumir o cargo de prefeito de um município. Em Ribeirão Preto (São Paulo) onde a dama da fazenda dos sonhos roubou e foi presa, ninguém quer ser prefeito. Temos aqui também os senhores das imagens antigas, das lanchas, dos iates e dos quadros de pintores famosos caríssimos, e as damas dos vestidos e das bolsas de luxo.
O senador do PT, Jorge Viana, rezou e fez de tudo para não assumir a presidência da Casa no lugar do desobediente e traquino réu Renan. Houve um acordão com o Supremo Tribunal Federal para deixar o réu em seu trono. Por isso que digo: Quem viu, viu, quem não viu não vê mais. É uma bagaceira só de espetáculo, meu amigo! Coisa imperdível de se ver! Façam suas apostas!
O Congresso Nacional é um grande balcão de negociatas entre o público e o privado, e o Tribunal Eleitoral uma eficiente máquina de lavar o dinheiro sujo da corja. É só bater o carimbo e as cédulas milionárias das propinas e dos caixas dois são imediatamente legalizadas.
Do forno elas saem quentinhas e engomadinhas com caras de presidentes, ministros, senadores, deputados e vereadores, com apelidos os mais variados de Todo Feio, Boca Mole, Projeto, Justiça, Angorá, Polo, Índio, Caju, Botafogo e tantos outros nomes exóticos. Nem por isso reclamaram do bullying, nem ficaram traumatizados.
Se nos tempos atuais Cristo voltasse à terra e, ao passar aqui no Brasil, entrasse neste Templo da esbórnia, não chicotearia estes vendilhões, mas mandaria um raio certeiro para acabar com todos de uma vez. Só sobrariam as cinzas que deveriam ser jogadas no rio Tietê, o mais poluído do mundo.
No Brasil sempre se tirou dos pobres para dar aos ricos. Para os negros mandaram erguer os troncos e descer literalmente a chibata em seus lombos, mas todos os pobres, de uma forma ou de outra, continuam desde os tempos coloniais sendo surrados com a madeira das injustiças.
Neste Templo de rituais malditos, para agradar aos seus deuses satânicos pela boa colheita recebida, os “representantes” eleitos usam o dinheiro lavado das propinas e oferecem as cabeças dos pobres em sacrifícios. Bebem e derramam nosso sangue no altar das imolações, numa espécie de cerimonial vodu com cheiro de enxofre. Até quando vão nos trucidar com suas barbáries?
Agora mesmo o mordomo de Drácula e seus encarregados, todos pactuados com os demônios do capital e do poder, montam mais outra crueldade (tem a PEC dos gastos dos 20 anos) chamada de reforma previdenciária. Mais um ritual satânico do faraó para que ninguém no futuro se aposente em vida. Como não temos um Moisés salvador, a ordem é morrer trabalhando e contribuindo para as castas privilegiadas do reino.
Por que deixaram os militares que detêm as bombas, os fuzis, as metralhadoras, os aviões, navios de guerra, a opressão e os tanques de fora? Alguém aí pode explicar o motivo? Os políticos vão perder suas verbas e regalias? Não, eles também comandam a cerimônia demoníaca das matanças e sangramentos dos pobres.
Como no caso do senhor e da dama dos anéis, dos quadros, das imagens, das fazendas, dos iates e das lanchas, o senhor Fernando Henrique Cardoso, o FHC inseticida, disse certa vez que era vagabundo quem se aposentava com 50 anos. Não falou 55 porque a mulher dele, dona Ruth, se aposentou com esta idade. Ele mesmo se aposentou com 37. Seu ministro reformador da previdência, o Rheinold Stephanys, com 47, o Henrique Meirelles com 56 e o próprio Temer mordomo com 55. Eles podem tripudiar! É da lei!
O PONTO DA QUESTÃO
AGÊNCIA DA REGIS PACHECO
Das 400 agências do Banco do Brasil que serão fechadas no país, a da Regis Pacheco, em Vitória da Conquista, será uma delas, justamente a que atende a uma camada mais popular dos correntistas. A corda sempre parte no lado mais fraco. No sistema capitalista o pobre é sempre o mais, ou o único a ser sacrificado, como no caso da PEC do corte de gastos. O Banco do Brasil é estatal, mantido pelo contribuinte e, sendo assim, não pode ter visão exclusiva no lucro. É a ala conservadora querendo mostrar serviços para agradar aos acionistas. Os funcionários e os clientes que se lasquem.
APERTO NA PREFEITURA
A partir de janeiro vem aperto financeiro e redução de cargos na Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista e, mais uma vez, sobra para os pobres. Lamentavelmente, é a única maneira para Hérzem Gusmão começar a acertar os ponteiros, inclusive com possível aumento do IPTU e do ISS, com fiscalização mais rígida contra sonegadores e inadimplentes. A Prefeitura tem muitos devedores e é preciso apertar o cerco, como exigir dos donos de terrenos que cerquem suas áreas, ou serão multados. A poluição visual e sonora no centro e em alguns bairros é outro problema sério.
PLANO DIRETOR
Conquista precisa de um novo plano diretor de ordenamento do solo. A cidade cresceu e hoje não se sabe o que é bairro e o que é loteamento de ponta de rua. Os endereços estão embaralhados e cada morador faz sua denominação e numeração. Não existe zoneamento correto e impera a bagunça geral.
Os vereadores além da conta não apresentam projetos neste sentido e só cuidam do loteamento eleitoral, na base do este lote é meu. Aliás, a Câmara de Vereadores de Conquista tem que mostrar serviço e melhorar muito, além da entrega de troféus, títulos e moções de aplausos.
O aumento das cadeiras para 21 até agora não revelou nenhum benefício para a população como foi propagado, muito pelo contrário. Ou melhora o nível das discussões, ou a Casa vai continuar sendo uma mera caixa de ressonância oficial das ordens do executivo. Que os eleitos façam pelo menos o óbvio que é legislar e fiscalizar. Quem vai colocar ordem na Casa? Como está é vergonhoso!
E A NOSSA BARRAGEM?
O Ministério da Integração acaba de liberar R$5 milhões dos R$13 milhões referentes à primeira parcela dos investimentos para construção da Barragem de Baraúnas (valor total de R$54 milhões), que irá beneficiar os municípios de Seabra, Boninal, Mucugê, Palmeiras, parte de Piatã e 180 hectares de irrigação. Cadê a nossa barragem do rio Catolé? Ninguém tocou mais no assunto desde outubro. Enquanto isso a população de Conquista pena com o racionamento de água que tende a piorar a cada ano que passa. Será que enterraram aqui uma cabeça de jegue?
O SENHOR E A DAMA DOS ANÉIS
A prisão do ex-governador corrupto do Rio de Janeiro e sua digníssima esposa serviu para revelar as identidades do senhor e a dama dos anéis, bom título para um filme, um conto ou um romance para a literatura brasileira, já recheada de fatos exóticos de usurpação dos poderes. Ela está mais para a dama das Filipinas e ele para os sultões e xeques das arábias com suas arcas de ouro. Com tanto ouro, está faltando o harém para completar a esbórnia das mil e uma noites. Já imaginou o Cabral com suas índias e mulatas adornadas de anéis, brincos, colares e pérolas de diamantes, esmeraldas e rubis! A primeira dama seria a mais deslumbrante! Já pensou a cena dos súditos em torno deles fazendo vênias e com leques abanando seu rei e rainha! A história pode começar com a pobreza dos dois e os momentos de maiores dificuldades e sofrimentos em suas vidas. Tudo com muito realismo e pitadas de ficção e fantasias!
AS SAÚVAS E OS ROEDORES DA NAÇÃO
macariojeremias@yahoo.com.br
Que todos se unam, longe das ideologias e dos revanchismos, para passar uma vassoura na sujeira do Congresso Nacional. Os três poderes podem sim, ser pressionados pelo povo que está acima deles. Vamos acabar com as saúvas da corrupção antes que elas destruam a nação nas caladas das madrugadas. A vigilância tem que ser dia e noite porque estes insetos não dormem e não dão trégua enquanto a lavoura não estiver toda desfolhada até o apodrecimento de suas raízes.
Preservadas as verbas para a educação e à saúde, está na hora de jogar veneno no buraco das regalias parlamentares; fechar o Senado; e reduzir o número de deputados e vereadores, isto com uma reforma profunda do sistema eleitoral e político. Não existe mais espaço para destilar raiva entre direita e esquerda porque as saúvas montaram uma frente única para atacar toda plantação e minar o terreno.
“Os conchavos, as PECs da vida e os pactos anticorrupção só servem para beneficiar esta escória política que aí está e “ferrar” o povo brasileiro. Nunca mudaremos este país através do voto popular porque sai um ruim, entra um pior. Só conseguiremos esta mudança através da força bruta. Ou arrancamos eles de lá… ou seremos sempre um país de cordeirinhos governados por raposas”. Este é o desabafo de um leitor desesperado, em carta enviada a um veículo de comunicação.
Tem razão em grande parte porque não dá mais para falar com voz mansa e cordial com esta corja. Estas saúvas, bem piores que os mosquitos da dengue, da chikungunya e da zica, se tornaram resistentes aos inseticidas e defensivos que até agora usamos para exterminá-las. As doses têm que ser bem mais fortes e precisas para que elas pereçam de uma vez. Ou se juntam todas as armas que se tem, ou seremos vencidos e cairemos em desgraça total.
Estes políticos que ai estão roubando descaradamente em formigueiros e defendendo seus próprios interesses são bem piores que os vândalos das ruas em protesto, porque estes quebram equipamentos e símbolos do capitalismo predador, enquanto os outros matam impiedosamente crianças, jovens e idosos quando faltam a eles saúde nos hospitais e lhes negam a educação de qualidade. O nosso ensino é um dos piores do mundo.
A ANTÍTESE DO OCIDENTE
Ele não foi apenas uma lenda e um herói que não se rendeu ao imperialismo norte-americano que invadiu a soberania de várias nações do nosso continente, da Ásia e do Oriente. Com o passar dos anos se tornou numa expressão coletiva que fez da ilha de Cuba, um país atrasado do terceiro mundo, numa referência de conquistas sociais no campo da educação, da saúde e dos esportes.
Quando a revolução socialista vitoriosa de 1959 colocou o capataz dos Estados Unidos, Fulgêncio Batista, para correr com seus capangas, ele bem que tentou se reaproximar do antigo patrão para negociar uma saída digna para seu povo, mas foi menosprezado pela arrogância e pela prepotência dos ianques. Não poderia trair seus princípios de igualdade social e foi aí que o indivíduo se tornou num todo em defesa da soberania de um povo.
Para defender sua casa dos inimigos, representados pelas empresas multinacionais norte-americanas que há anos escravizavam sua gente, teve que ser um pai enérgico e rígido ao ponto de punir seus ferrenhos opositores que estavam sendo iludidos pela mágica capitalista. Aí ele passou a ser a antítese do Ocidente, optando pelo marxismo soviético.
Até o final de 1958 Cuba não passava de um bordel e antro de prostituição, jogatina e contrabando de drogas e armas dos EUA para onde magnatas e mafiosos iam curtir e esbanjar todos os finais de semana, como se fosse uma possessão deles. O povo era subjugado e era visível a degradação humana.
Fidel Castro, então, nacionalizou as empresas e fez uma grande reforma agrária expulsando os exploradores. Os Estados Unidos revidaram duramente com o bloqueio econômico em 1960 e a invasão fracassada da ilha em 1961. Em 62 houve o caso dos mísseis e por pouco Cuba não foi atacada. Como se não bastasse, tentaram centenas de vezes assassinar o comandante, mas todas estas agressões serviram para unir mais ainda o povo cubano.
Foi uma luta de Golias contra David, inclusive com as armas intensivas da propaganda ocidental contra o regime, instigando a dissidência política e a fuga de milhares que se arriscaram atravessar o mar até o outro lado para a Florida. Mesmo com todo sofrimento, ao longo dos anos o povo cubano tornou-se destaque mundial pelos altos índices de educação, cultura, saúde de qualidade e potência esportiva.
Com sua fama de derrubar governos legalmente constituídos e implantar ditaduras no lugar, os EUA nunca foram exemplo de direitos humanos para cobrar democracia. Os regimes totalitários são condenáveis em qualquer sistema de governo, seja de direita ou de esquerda, mas, nas circunstâncias da época, Cuba teve que endurecer. Agora o país está se adaptando a um novo modelo econômico de livre mercado, mas nunca vai trair a memória do seu líder maior e trocar seu socialismo por este capitalismo predador.
A CHAPE PRECISA É DE AJUDA
Nunca se deve tomar medidas no calor das emoções sentimentais como agora a ideia de conceder à Chapecoenses três anos fora do rebaixamento do Campeonato Brasileiro da primeira divisão. O clube precisa de força e ajuda, mas não desse tipo absurdo de concessão como se os chapecoenses fossem coitadinhos que não podem recuperar suas perdas.
Entendo que esse tipo de iniciativa irá desestimular os próprios jogadores do novo time que será montado, sem contar os embaraços que causariam para as outras agremiações no enfrentamento do adversário em campo. Acho que ajudar com jogadores e recursos financeiros para que a Chape jogue de igual para igual é uma coisa assertiva, a outra é o sentimentalismo fraco de preservá-lo por três anos do rebaixamento.
Só está faltando alguém propor que no próximo ano todos percam as partidas contra o clube catarinense para que ele seja campeão, ou que se dê a faixa ao time no lugar do Palmeiras. A Chape não necessita desse tipo de consolo sentimental, mas de força e apoio.
Por sua vez, não entendi essa do Atlético Mineiro se recusar a jogar a última partida do campeonato lá em Chapecó, no próximo dia 11. Acho até que a partida seria uma grande homenagem aos jogadores que se foram e um incentivo aos torcedores para que recomecem a vida e a remontar seu time.
Na delegação da chapecoense, que deveria ter contratado uma empresa de aviação mais segura, estranhei a inclusão de tantos profissionais da imprensa (20 contra 19 jogadores) para cobrir uma partida de futebol. Depois das perdas de tantas vidas por causa da irresponsabilidade e imprudência de um piloto que voou com o avião no limite do combustível, vem logo aí a questão das indenizações das famílias das vítimas. Mais outro longo sofrimento que vai se arrastar e a se somar às perdas irreparáveis de entes queridos.
OS VILÕES DO CONGRESSO NACIONAL
Na calada traiçoeira da madrugada, como coiotes e lobos famintos, vorazes e ferozes, os parlamentares da Câmara dos Deputados aproveitaram o trágico desastre aéreo do irresponsável piloto que ceifou a vida de 71 pessoas (jogadores da chapecoense, delegação e profissionais da imprensa), para picotar e desfigurar por completo o projeto anticorrupção assinado por mais de dois milhões de brasileiros. Foi como ácido jogado em nossas caras.
É uma covardia, mas eles já são contumazes aproveitadores de fatos, feriadões, festas como carnavais e ocasiões semelhantes de desgraças humanas, para aprovarem projetos em causa própria, como ocorreu na última madrugada de segunda para terça-feira. São uns crápulas que não se cansam de cutucar o cão com a vara curta.
Desta vez, os 28 deputados investigados no Supremo Tribunal Federal votaram em peso contra as medidas de combate à corrupção. Na proposta que trata do abuso de autoridade, apenas cinco dos 39 deputados baianos votaram contra o destaque que tenta inibir a ação do Ministério Público e do Judiciário. Se tivesse mais consciência política o povo brasileiro deveria como resposta votar nulo em peso nas próximas eleições.
Na moita, no lugar de carimbar um projeto anticorrupção, a Câmara fez um pacote de leis a favor da corrupção para salvar suas cabeças criminosas e nefastas da guilhotina. Para completar, o Senado, através do cínico cara de pau e réu Renan Calheiros, tentou tramitar o projeto no plenário em regime de urgência.
Como se fosse um democrata, o Renan cara de pau chama de fascista a força tarefa da Operação Lava Jato que investiga suas falcatruas e as de seus companheiros que afrontam a nação dia e noite, como Catilina fazia contra Roma.
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