:: 26/jul/2016 . 1:26
“O PORTUGUÊS QUE NOS PARIU”
Em tom bem-humorado e com uma linguagem coloquial, clara e simples, a escritora Angela Dutra de Menezes, autora dos romances “A Tecelã de Sonhos” e “Santa Sofia” resgata a epopeia portuguesa na navegação no livro “O Português Que Nos Pariu”, em edição de 2010 revista, atualizada e ampliada pela Editora Record.
A escritora enaltece o espírito aventureiro do português que com sua arte de navegar conquistou oceanos na procura de novos mercados, alimentos e ouro, visando a expansão da Coroa. A conquista de Ceuta, em 1415, foi o pontapé inicial. Depois veio Madeira e Açores. Tudo isso se deveu ao infante D. Henrique (1394-1460) que fundou a Escola de Sagres.
No reinado de D. João II, o Injustiçado (1455 – 1495), após 53 anos de tentativas, Bartolomeu Dias dobrou o cabo da Boa Esperança. Foi D. João II quem dirigiu a política das navegações e assinou o Tratado de Tordesilhas. No seu reinado, ainda negociou com Cristóvão Colombo e organizou a expedição de Vasco da Gama, navegando até as Índias.
Quem aproveitou os frutos do trabalho de D. João II foi o venturoso D. Manuel a quem coube entregar a missão do “achado” do Brasil ao seu amigo de juventude, o fidalgo Pedro Alves Cabral, ou Gouveia, mesmo sem experiência náutica. Do rio Tejo ele partiu em 9 de março de 1500 com 1.200 homens e 13 embarcações com destino a Calecute, Índia. Na verdade era a Vasco da Gama a quem o rei pretendia entregar a esquadra.
A obra é cheia de curiosidades e revelações de fatos históricos que se tornaram mitos como a tradução sobre as cores da bandeira nacional brasileira que o amarelo representa o ouro das nossas terras e o verde as florestas. Na verdade, o verde é a cor dos Bragança, dinastia quer nasceu na batalha de Aljubarrota e reinou no Brasil até 1889. O amarelo da família real dos Habsburgo, da qual pertencia dona Leopoldina, primeira mulher de D. Pedro I.
A escritora engrandece os feitos portugueses, principalmente entre final dos séculos XV e início do XVI, inclusive com o “achamento” do Brasil há 516 anos. Para ela, Cristóvão Colombo chegou à América graças a Portugal que entregou o quadrante, o astrolábio e os mapas com os conhecimentos náuticos, desde 1200.
O LEGADO DOS JOGOS RIO 2016
Carlos González – jornalista
Os australianos foram os primeiros a denunciar as más condições de moradia temporária das instalações da Vila Olímpica, que vai receber cerca de 12.500 atletas de 206 países, participantes dos XXXI Jogos Olímpicos da Era Moderna, marcados para o período de 5 a 21 de agosto, no Rio de Janeiro.
A delegação do país da Oceania deixou nesse início de semana os apartamentos que lhe foram destinados, reclamando, com repercussão no exterior, de vazamentos nas paredes, fios descobertos, vasos sanitários quebrados. O brado de alerta de Kitty Chiller, chefe da comitiva, chegou aos ouvidos dos dirigentes do Comitê Olímpico Internacional (COI), que, imediatamente, passaram um “pito” nos organizadores do evento esportivo.
Os brasileiros estão passando por uma vergonha anunciada desde o dia 2 de agosto de 2009, quando, em Copenhague, na Dinamarca, 66 votos dados por um total de 98 delegados do COI, escolheram o Rio de Janeiro para sediar os Jogos de 2016. Os brasileiros presentes, entre eles, o presidente Lula, o ministro dos Esportes Orlando Silva, o governador fluminense Sérgio Cabral, o prefeito do Rio Eduardo Paes e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) Arthur Nuzman, comemoram efusivamente a indicação.
A pergunta que se faz agora é a seguinte: será que as nossas autoridades governamentais e esportivas não sabiam do risco em que estavam colocando o país, e, principalmente, a cidade-sede dos Jogos, em termos econômicos, políticos e sociais? Será que não olharam para o passado e constataram que os países que receberam o maior evento esportivo do mundo pagaram com sacrifício de sua população os erros que cometeram?
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