O PONTO DA QUESTÃO
“A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes” – Winston Churchill, estadista inglês.
REDUÇÃO DO LEGISLATIVO
Bem que o povo gostaria, mas não vai passar. Está em trâmite na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 106, de 2015 a redução dos 513 deputados federais para 386 e de 81 senadores para 54. Segundo apuração, cada parlamentar custa quase 300 mil reais por mês. Com a redução haveria uma economia de 350 milhões de reais por ano. No bojo da emenda viria o enxugamento dos partidos e de vereadores nos municípios. E como fica o acintoso foro privilegiado?
A Câmara Municipal de Vitória da Conquista, por exemplo, tem 21 um vereadores com duas sessões de oba-oba por semana, o que é um quantitativo absurdo que gera muita despesa para pouca qualidade. De um modo geral, as câmaras inverteram suas funções de legislar e fiscalizar os executivos. Passam o tempo discutindo indicações, moções de aplausos e outras baboseiras. Treze ou quinze vereadores preparados e competentes seriam suficientes para Conquista.
GASTOS DOS CANDIDATOS
De acordo com o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que listou, de conformidade com a nova “reforma”, quanto cada candidato dos 5.570 municípios brasileiros pode gastar nestas eleições, em Vitória da Conquista um pretendente a prefeito não pode ultrapassar o limite de 579 mil no primeiro turno e 173 mil no segundo. O maior gasto em 2012 foi de 865,9 mil. É aí que entra o caixa “2” e outras trambicagens. O candidato a vereador não pode ir além de 59 mil reais. Onde esses caras vão arranjar grana? Esse dinheiro mal dá para pagar aos traficantes pelo acesso de suas campanhas nas periferias onde o Estado não entra.
PERTURBAÇÃO E ZUEIRA
A primeira indagação é como a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista concedeu alvará de funcionamento para uma casa de eventos de festas numa zona estritamente residencial e próximo a um hospital? Pois é, a Paradise Eventos está localizada na Rua “G”, no Jardim Guanabara, próximo ao Hospital de Base e já está incomodando muita gente, principalmente pessoas idosas, com sons altos que varam a madrugada. Como se não bastasse tudo isso, no último final de semana, convidados de uma festa acharam de terminar suas saideiras bebendo, conversando alto e até urinando nas portas de algumas casas dos moradores locais. Para completar deixaram latas e vasilhames de bebidas nas portas. Não é possível aturar tamanho desrespeito. O poder público e o dono do estabelecimento precisam tomar uma providência urgente e acabar com isso porque muita gente está revoltada e pode haver coisa pior.
TERRENOS ABANDONADOS
O que mais se vê em Conquista são terrenos abandonados que servem de coitos para ratos, cobras, insetos. Tomados pelo lixo, são verdadeiros criatórios do mosquito da dengue. A sensação é que vivemos numa cidade sem leis que não exijam que os proprietários cerquem e cuidem dos seus imóveis. A única preocupação dos donos é fazer especulação imobiliária já que o poder público não fiscaliza e obriga que esses lotes sejam pelo menos murados. Moradores ao lado desses terrenos sofrem com a invasão de ratos, mosquitos e até de cobras.
AGORA É BEM-VINDO
Por suas ideias estapafúrdias, preconceituosas, xenófobas, racistas e homofóbicas, o deputado estadual sargento Isidoro tem sido demonizado pelos partidos de esquerda, pelas feministas, grupos LGBTs e outros movimentos sociais, o que é compreensível porque o homem é um fascista de carteirinha. O cínico e irônico é que com as eleições municipais chegando, o Governo do Estado, o PT e até o PCdoB que encaravam o cara como o próprio satanás, agora o tem como companheiro e possível candidato a prefeito de Salvador. Nesta circunstância atual, pra favas com machismo e homofobia. O sargento agora é bem-vindo.
Como fica a bancada feminista da Assembleia Legislativa que denunciou o deputado por causa das suas declarações preconceituosas. A própria candidata à prefeitura Alice Portugal (PCdoB) disse que a ideia é ter essa diversidade e que também sabe conquistar o povão. Já vi este filme na política nossa de cada dia. O Isidoro vai disputar o segundo turno com ACM Neto e vai ter muito voto, se não ganhar!
BIBLIOTECAS
É triste, mas nossa cultura vai de mal a pior. Veja que na Bahia quase metade dos municípios não têm bibliotecas públicas, e os que têm não passam de patinhos feios jogados num ponta de rua ou nas periferias. São esquecidas e pouca gente aparece por lá. Muitos nem sabem que existe. Somente pouco mais de 20% das escolas têm uma biblioteca que virou coisa de gente velha atrasada.
REPUBLIQUETA
Como já disse o dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues, sofremos do complexo de inferioridade de vira-lata e assim sempre nos portamos como colonizados. O estrangeiro é sempre bajulado e importamos tudo dele como coisa boa. Não é questão de derrotismo, mas de revolta mesmo quando vemos o Brasil ser tratado como uma republiqueta nas mãos das grandes nações desenvolvidas como dos Estados Unidos, sem uma posição mais enérgica das “autoridades do governo”. Recentemente tivemos o episódio do bloqueio dos serviços do WhatsApp (o maldito zap-zap) por um juiz do Rio de Janeiro. Dos Estados Unidos a empresa mandou um simples comunicado em inglês como se aqui fosse seu quintal. A operadora nem tem sede no Brasil para resolver as questões judiciais.
BEBIDAS E REMÉDIOS PODEM
Cigarros trazem caveiras em suas embalagens e não podem fazer propaganda (o fumante é altamente discriminado), mas bebidas alcoólicas e remédios contra febre, gripe, dores de cabeça e outros males que também causam problemas graves à saúde da população têm trânsito livre para divulgação nos veículos de comunicação.
Pela mídia, especialmente a televisiva, fazem propagandas enganosas de produtos de rejuvenescimento, contra manchas no corpo e outras doenças prometendo curas milagrosas. Depois ficam dizendo por aí que o brasileiro tem a cultura da automedicação. Ainda num fleche rápido que poucos conseguem ler avisam que se a doença persistir procure seu médico, como se cada brasileiro tivesse um médico fácil à sua disposição.
PARADOXOS
O caso da proibição de fazer publicidade de cigarros e liberar remédios, produtos duvidosos e bebidas alcoólicas é um grande paradoxo, mas existem muitos outros no Brasil que são verdadeiros torpedos contra nossa inteligência. Acham que todos são burros desprovidos de consciência.
Médicos e órgãos federais de saúde recomendam que as pessoas façam sempre exames de prevenção contra as doenças que mais matam, como o câncer, infarto do coração, diabetes, derrame cerebral entre outras.
Até aí tudo bem, só que multidões penam nas filas dos centros de saúde do SUS e hospitais para marcar um exame. Quando os humilhados conseguem, a consulta é marcada para seis e até um ano depois. Ai, na maioria das vezes, a doença não tem mais cura e outros falecem antes. Como, então, fazer a prevenção? Isso aí é gozar com a cara dos pobres coitados!
Há tempos existe o Dia Internacional da Mulher, mas também acharam de criar o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. É para unir todas as cores e etnias ou segregar mesmo?
A Constituição diz que todos são iguais perante a lei (tem gente que acredita nesse papo pra boi dormir), só que a Justiça é desigual entre o rico e o pobre, e não é só ela. O desvalido pena na cadeia sem direito a uma defesa. Para a classe baixa, a sentença vem antes do julgamento.
As indústrias ou montadoras automobilísticas fazem propagandas bonitas de carrões velozes como flechas. Tem uns que até voam. Os equipamentos avançados marcam 300 quilômetros por hora.
Do outro lado, o Conselho Nacional de Trânsito determina velocidade máxima de 80 quilômetros por hora e tome multa para quem rodar mais que isso! Esse limite de 80 quilômetros é mais uma burrice. Nós somos assim, aceitamos tudo e repetimos o mesm0o discurso.
Paradoxos não faltam no Brasil. Na próxima faço uma listagem bem maior. Mande mais para macariojeremias@yahoo.com.br.
“Não havendo justiça, o que são os governos senão um bando de ladrões”. – Santo Agostinho (354-430), pensador nascido em Tagaste, atual Argélia.














Os vereadores dos 5.568 municípios brasileiros somam 57.377 (São Paulo tem 55 e os de menor população 6). A exclusão desse bando de “legisladores”, que, quando muito, se reúnem duas vezes por semana para aprovar moções de aplausos, conceder títulos de cidadania, autorizar a abertura de templos evangélicos e pedir a construção de quebra-molas, traria um enorme benefício à economia dos nossos municípios. Infelizmente, o Brasil só se viu livre desses milhares de bem remunerados “servidores” públicos entre 1937 e 1946, período do Estado Novo implantado pelo presidente Getúlio Vargas.