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:: 20/jul/2016 . 23:53

DO ILUMINISMO ÀS TREVAS

Com nomes de destaque nacional e internacional na música, nas artes plásticas, no teatro, na poesia, na literatura, no cinema e outras áreas do conhecimento humano, a Bahia já foi um grande celeiro de criações artísticas e de projetos que alavancaram o desenvolvimento cultural e científico do Estado.

Arrisco a dizer que as décadas mais recentes de 40, 50, 60 e até 70 do século passado foram efervescente e representaram a era do iluminismo baiano que depois foi cedendo lugar às trevas das ideias e dos pensamentos consumistas de interesses puramente comerciais.

Diferente dos tempos passados renascentistas, hoje o criador, na sua grande maioria, ao elaborar qualquer projeto ou obra artística pensa logo se está alinhado ao que o mercado quer e pede. Caso contrário, seu trabalho não sobreviverá à ditadura do mercantilismo capitalista e da patrulha ideológica.

Quando resolvi abordar o tema “do iluminismo às trevas” confesso que me veio à mente as produções musicais das décadas passadas em referência com as da atualidade com suas letras de baixo nível, principalmente a partir dos arrastões carnavalescos da chamada era do “axé music” que está mais para a existência do caos.

Vários outros segmentos da nossa cultura popular e acadêmica também se chafurdaram pelos vícios dessa produção desprezível. Nisso, algumas tradições culturais, lamentavelmente, vivem processo de extinção, como é o caso das nossas seculares festas juninas que não são mais as mesmas por causa das misturas nefastas e babélicas de outros estilos exóticos e alienígenas, cujos representantes insistem argumentar que as mudanças são necessárias porque estamos em outros tempos.

Vivemos períodos duros da ditadura militar quando as pessoas letradas, mesmo oprimidas e amordaçadas, ainda colhiam os frutos do aprendizado revolucionário educacional e cultural das décadas de 50 e 60. Aquela gente ainda tinha o gosto e o prazer de ler, pesquisar e estudar. Não aceitavam pacotes vazios cheios de papéis picados e inúteis. O que temos hoje é um bando de sofistas e surfistas.

A regressão do ensino a partir do final da década de 70 se acentuou com a redemocratização e aí, a liberdade de expressão por si só, não foi antídoto imunológico suficiente para eliminar o vírus devastador das ideias oportunistas mercadológicas. Tornamo-nos exímios consumidores de uma sopa de embalagens bonitinhas por fora e ordinárias por dentro. Tempos de Sodoma e Gomorra!

No caso específico da Bahia, que pode também servir de exemplo para todo Brasil, o inverso aconteceu com a redemocratização a partir de 1946 em que se deu a vitória sobre o nazi fascismo e o Estado Novo. Sem contar Ruy Barbosa e outros nomes de peso entre final do século XIX (República) e início do século XX, uma safra de grandes intelectuais, como Anísio Teixeira, Nestor Duarte e outros, começou a ser colhida a partir do Governo de Octávio Mangabeira.

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