:: 29/abr/2016 . 0:14
UM PAÍS AMEDRONTADO
Quando acompanho pela televisão as imagens daqueles carrões pretos importados de vidros fechados cortando velozes a Esplanada dos Ministérios em direção aos palácios, me dá aquele arrepio de que a máfia está chegando para tramar novos crimes. Os homens de preto se reúnem e pode vir coisa ruim por aí, como o Ministério dos Zumbis!
Bem, o assunto é outro, mas também não deixa de fazer parte das nossas ruínas de “guerra”. Como se não bastassem a imoralidade na política, o caos na economia, na educação, na saúde e na segurança, pontes e prédios caem, ciclovias desabam com as ondas do mar e centenas de obras da Copa do Mundo de 1914, que consumiram bilhões de reais, estão inacabadas.
A sensação de tudo isso é que vivemos num país detonado e arrasado por uma guerra. Aliás, mais de 100 mil brasileiros morrem por ano vítimas de homicídios e acidentes no trânsito. Infelizmente, estamos num país detonado e amedrontado na espera do pior que pode vir. O medo superou a esperança. Não é exagero quando se tem mais de 10 milhões de desempregados.
Cada tragédia anunciada por irresponsabilidade e safadeza humana faz com que nós esqueçamos os desastres anteriores. Em seguida à catástrofe entram o estardalhaço da mídia, o cipoal de “investigações”, depoimentos, conjecturas, pareceres, morosidade da Justiça, pronunciamentos demagógicos e contraditórios dos poderes públicos para no final ninguém ser punido. Um empurra para o outro e perde quem morre.
Agora mesmo temos o mais novo fato escabroso da queda de parte de uma ciclovia no Rio de Janeiro, provocada por uma forte onda do mar. O mais leigo dos ignorantes em engenharia sabe que a construção de uma pista de lazer e exercícios físicos naquele local não é a mesma coisa de uma passarela que se faz numa estrada ou numa avenida qualquer de uma cidade.
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