:: 1/abr/2016 . 23:54
MARCHA DA INSENSATEZ
Como é triste e doe ver meu país nesta situação vexatória, sem alternativa política e de poder! Tanto de um lado, como do outro, o que temos é uma marcha da insensatez do ódio e da intolerância, como se fosse um “Ensaio sobre a Cegueira”, título do livro do escritor português José Saramago.
Chegamos ao ponto de discórdias e brigas ferrenhas entre parentes, pais e filhos, ao ponto de um deixar de falar com o outro. Em eventos, encontros, em bares e restaurantes não se pode mais externar pontos de vista por temor e medo de linchamentos. As pessoas perderam o pouco de racionalidade que ainda lhes restavam.
O que está existindo de ambas às partes é o fanatismo e o messianismo, enquanto os partidos envolvidos em roubalheira se digladiam pelo poder a qualquer custo. Nesta história presente, a democracia tem sido a maior vítima e não se sabe até quando ela pode resistir aos tapas e empurrões.
O Palácio do Planalto foi transformado num comitê político e num balcão de negócios de troca-troca. Privatizaram o público que, teoricamente, pertence à nação. O Congresso Nacional não passa de um bando de abutres disputando uma carniça. A Corte Suprema fica no compasso de espera, ora de um lado, ora do outro.
Nas ruas, a sensação que se tem é que a corrupção é o que menos conta, tanto faz para a oposição como para os governistas que levantam a bandeira da democracia como se toda a outra parte defendesse a ditadura. Como simples cidadão, sinto-me desrespeitado pelos partidos e sem alternativa que me dê uma saída honrosa, digna e honesta.
Na porta de outra eleição viciosa, com um sistema para manter os mesmos no poder, estamos todos condenados a eleger políticos iguais ou piores que os atuais. Mesmo sujos e safados, cada um defende seu quinhão.
Uns xingam os outros de cooptados, raivosos, elite branca, burgueses, coxinhas, mortadelas, direita, conservadores, esquerda e todos se esquecem que estão sendo roubados por eles que se acham donos do país e fazem dele o que bem entendem, em proveito próprio. É o vale tudo na política!
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