CARNAVAL DAS DIVISÕES
A dicotomia entre preto e branco ficou bem escancarada no carnaval das divisões de classes de Salvador (carne nada vale). As castas são bem visíveis e separadas como as dos camarotes, blocos de trios e as do asfalto das pipocas pulando como nos fornos de micro-ondas.
Cada um dispara sua metralhadora (olha aí gente, o tra-tra-tra!) racista carregada de ódio e intolerância. Confesso que não consigo assimilar o comportamento fascista de certos movimentos negros quando dizem, textualmente, que, em relação ao branco (aqui incluído o moreno e o pardo), o preto pode praticar racismo porque não se trata de uma camada hegemônica.
Peguei alguns lances de uma entrevista do Vovô, do Ilê Aiyê, que considera não ser atitude racista o bloco negro que rejeita a entrada de branco no seu grupo, e justifica que é uma forma de firmar sua identidade, no sentido de manutenção de suas tradições culturais.
Ora, comunidade ou país nenhum cresce e se desenvolve na base do isolamento em guetos. Isso é pura segregação e fonte alimentadora da raiva entre cores de peles. Basta analisar os casos da Albânia e da Coréia do Norte!
Não me venham argumentar que os blocos de riquinhos fazem limpeza étnica, preferindo a beleza estética e, por isso, agem do mesmo jeito. Um erro não justifica outro em questão nenhuma
Outro absurdo é dizer que não aceita branco em suas agremiações porque o branco resiste em não ser comandado ou dirigido por um negro. Vovô declarou que só é racismo quando o branco decide não cadastrar o negro em seu bloco, mas se for o contrário, pode. Em minha opinião, se assim procedem, ambos são racistas e passíveis de punição.
Lamentavelmente, em pleno século XXI ainda discutimos esta malquerência cheia de ódios e insensatez. Sabemos que de forma silenciosa e oculta os patrocinadores não colocam dinheiro nos blocos afros. Não é motivo para a segregação velada entre branco e negro.
Fiquei horrorizado com as entrevistas de rancor e ódio por parte do Ilê e do Olodum, duas entidades de sucesso e visibilidade nacional que deveriam mostrar superioridade diante de comportamentos mesquinhos de determinadas agremiações e empresas. Não é somente baixar as cordas que vai tornar o carnaval mais igualitário e justo.
Na imprensa, Vovô criticou a redução de 60% dos recursos da Petrobrás e da Caixa Econômica Federal. Disse que optou por não receber a verba do Carnaval Ouro Negro do Governo do Estado que estabeleceu o limite de 130 mil reais, argumentando que para o tamanho do bloco é muito pouco.
Até aí tudo bem. Só não entendi essa de não aceitar diretamente o dinheiro do governo, mas reivindicar aumento da Petrobrás e da Caixa como se o recurso vindo dessas estatais fosse privado.
Outra discriminação entre eles mesmos foi a sugestão de cortar a ajuda para os blocos pequenos para que sobre mais para os grandes. Ora, como o Ilê e o Olodum se tornaram grandes?
O próprio governador Rui Costa concordou com esta posição para fazer sua média eleitoral. Aliás, a disputa e as divisões de pedaços em Salvador foram acirradas. Para quem é de fora acha que a capital tem dois prefeitos.
Tenho lido comentários na mídia escrita feita por intelectuais negros que são verdadeiros testamentos de agressões e estupidez. Dos espaços dados por jornais e revistas escorrem espumas contagiosas de puro racismo. Não ao empoderamento, e tudo em defesa dos direitos igualitários para todos, com primazia à meritocracia e à competência, sem distinção de cor.
Quando vamos superar esta questão racista irracional para lutar pela igualdade, cada um expondo e respeitando o saber e o conhecimento do outro? Governo não tem que dar dinheiro para bloco nenhum porque a grana é do contribuinte. É arrancada a fórceps do cidadão.
É duro ter que aturar essas porcarias de “letras” e rebolados musicais barulhentos que só fazem deformar mais ainda a juventude alienada do nosso país grandioso e pobre de espírito!. É duro ver Claudia Leite gritar do alto do trio que é uma loira negra e falar que ama Igor Kanário!
O Governo do PT agora está fazendo e imitando os mesmos métodos do velho coronel ACM ao elogiar Bell Marques e Ivete Sangalo como esquerdistas do carnaval por terem baixado as cordas pagas pelo próprio povo. É mesmo o samba do crioulo doido! Eles todos estão adorando a grana da massa insensata. É cômico o PT de Anunciação falar de pessoas felizes. A mídia não mostra mais o tamanho do cassetete da polícia. De uma hora para outra, a polícia ficou inteligente. É, ou não é uma piada?
Eles brigam pelas pipocas para que caiam nas urnas eleitorais de outubro antes de serem tostadas e queimadas nos corredores da morte dos hospitais e nas carteiras quebradas das escolas. Agora, Doces Bárbaros, Tom Zé, Jorge Benjor, Rita Lee são esquerdistas puro sangue. Divaldo Franco faz o passe espiritual para o retorno do arrependimento.
Numa coisa ele tem razão quando sentencia que as doenças transmissíveis se multiplicarão em breve, e os que vierem no próximo carnaval passarão as mazelas para outros, e assim, sucessivamente. As gestações indesejadas se transformarão em carne nada vale porque o espírito já se foi, inclusive nas divisões racistas do malvado tempo.