MINHA CARTA
Continuo com a minha carta entre as de 200 milhões de brasileiros para cobrar a promessa que me fizeram de uma reforma política para mudar este sistema arcaico eleitoral que aí está. Falsearam; trocaram farpas e me deram um monstrengo cheio de remendos.
Queria dizer que muito me surpreende a carta do vice-presidente Michel Temer depois de cinco anos ao lado de Dilma com uma penca de ministérios do seu partido. Temer me lembra daquele funcionário antigo de uma empresa que só resolve abrir a boca depois de demitido, só que não é o caso dele.
Em paralelo, o vice faz articulações e já pousa de presidente. São todos oportunistas de olho no poder, mesmo que seja um abacaxi brocado. Rogo aos senhores congressistas que invadem nossos lares com empurrões, cabeçadas e brigas que respeitem o povo brasileiro.
Não toleramos ser tocados como gado como faziam os magistrados, donos do poder, na Roma Antiga. Eles usavam varas (do latim fascis – fascismo) para tocar o povo. Como não tenho muito mais a falar diante de tantas afrontas e deboches contra nós, finalizo minha carta com o seguinte epigrama:
O Temer tem sua carta
Eu também tenho a minha:
A Nação já está farta
Desse saco de farinha.