:: dez/2015
É MUITA PROVOCAÇÃO!
O governador Ruy Costa anuncia que o estado está sem dinheiro e, por isso, não vai conceder aumento salarial para o funcionalismo público. Aí, na calada da noite o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo e seus deputados votam uma série de benefícios financeiros para eles mesmos e outros penduricalhos para os funcionários da Casa. Com a cara mais lavada ainda diz que a grana de presente é proveniente de recursos próprios. Que recursos próprios cara pálida? Somos todos burros?
É ou não é uma baita provocação? Interessante é que justamente são eles que mais falam em diálogo e manifestação pacífica e criticam quem promove quebra-quebra. O povo não é burro de carga. Já cheguei à conclusão que eles só nos ouvem no pau. De tanto levar chibatadas e humilhações por anos e anos, os marinheiros, em 1910 (Revolta da Chibata), tiveram que tomar navios e fazer uma rebelião pra valer.
Os parlamentares do Congresso Nacional aprovam os ajustes fiscais do executivo com aumentos de impostos para cobrir o rombo da incompetência do próprio governo, mas as mordomias e os altos salários deles continuam intocáveis. O próprio executivo mentiu, mais uma vez, que ia realizar cortes nos gastos com a eliminação de ministérios e cargos comissionados, mas, praticamente, nada fez. Não existe nenhuma sintonia com o sacrifício exigido do sofrido povo brasileiro.
É muita provocação contra o povo brasileiro. Eles não têm nenhuma moral de falar em diálogo e movimento pacífico. Fazem pouco de todos nós e nos pisam como se fossemos baratas de esgoto. Eles sim, são as baratas que emporcalham nossas comidas. Para eliminá-los, é necessário que se faça uma dedetização e uma limpeza geral da área.
Os que portam bandeiras verdes-amarelos das ruas são chamados de “coxinhas”. Os vermelhos são intitulados de “petralhas”, mas, na verdade, são os “bobquinhas” que defendem puramente seus cargos, comissões e a grana farta dos impostos sindicais. Longe de ideologias liberais, socialistas ou comunistas, cada um defende seu lote que lhe cabe no poder. Coerência passa lá no espaço sideral. Não falta recurso para o Fundo Partidário.
Temos um parlamento (câmara de vereadores, assembleias e o congresso) mais caro, burguês e elitizado do mundo que vota em benefício próprio para manter e aumentar suas benesses, ficando cada vez mais distante do povo lascado, inculto e cordeiro. No Brasil, não existe ideologia, mas uma prática sacana e canalha onde impera o individualismo safado misturado às doações e “caridades” em tempos de catástrofes. Pouco se questiona sobre este Congresso, mas o pavio está aceso. Em todos os setores da sociedade o que mais se fala é de corte nos orçamentos, menos nos legislativos.
ROMÂNTICOS DE CUBA
TAL-Televisión América Latina
Orlando Senna
Indicação de Itamar Aguiar
Estou chegando de Havana, onde estive, entre outras coisas, para sentir o clima social e emocional gerado pela nova fase que vivem os cubanos, após o reatamento de relações com os EUA. Em geral os sentimentos são positivos, a reaproximação deve resultar no fim do embargo econômico que o grande vizinho do norte impõe à pequena ilha caribenha desde 1962, bloqueio comercial e financeiro que travou o desenvolvimento de Cuba. Até a oposição ao governo socialista (os dissidentes, como são conhecidos) acreditam que o país se preparou para esse novo capítulo de sua história, principalmente com a construção do complexo de Mariel, mais especificamente o porto, os aeroportos, as estradas e instalações industriais da Zona Especial de Desarrollo del Mariel, ZEDM, zona franca que começará a operar em 2016 e é tida como centro nervoso das reformas que estão sendo implementadas pelo governo de Raúl Castro.
O governo não gosta da palavra “reforma”, prefere definir as mudanças e novos procedimentos como “atualização do modelo econômico socialista”. Essa atualização tem como pontos principais industrialização em ritmo acelerado; extensão do modelo de cooperativas, utilizado na agricultura, para indústria e serviços; estímulo crescente à iniciativa privada; descentralização administrativa, maior poder de decisão dos governos provinciais e municipais. Os muitos cubanos com quem conversei acreditam que o fim do bloqueio viabilizará a atualização, apoiando sua crença no sucesso dos primeiros passos neste sentido, em 2008, que levaram o setor privado a ser responsável por 25% dos empregos no país. A meta é 80%.
O FOGUETE E A FOME
Os imperialistas ianques do norte vibram com o lançamento de um foguete ao espaço que, depois de se desprender de suas tralhas, retorna e pousa na terra contaminada por plásticos, gás carbônico e todo tipo de lixo tóxico. Aqui virou o bordel da humanidade. Albert Einstein disse certa vez que depois da tecnologia o homem ficaria idiota.
Enquanto soltam foguetes, exploram Marte, fabricam drones e outras armas mortais, milhões morrem de fome na África e quase um bilhão de habitantes do nosso planeta esburacado vive em estado de extrema pobreza. Neste ano, mais de um milhão de refugiados da Síria, do Afeganistão e do Iraque cruzaram suas fronteiras na busca de sobrevivência.
No lugar de abrir as portas, o mundo capitalista ocidental cercou seus limites com arames farpados e muralhas horrendas medievais. Os ianques e seus comparsas burgueses idiotas deveriam vibrar se suas sobras de dinheiro fossem aplicadas para receber refugiados e tirar milhões da miséria e da fome. Os norte-americanos fazem de conta que nada têm a ver com os refugiados das guerras que eles provocaram e incitaram.
Todos estes foguetes deveriam explodir na atmosfera. Eles fazem guerras, invadem territórios, massacram nações, propagam a fome e as doenças e ainda soltam foguetes. Conquista seria se a terra não tivesse fronteiras, cercas elétricas e todos pudessem usufruir de seus bens e riquezas de acordo com as necessidades de cada um, preservando a natureza.
A exibição do luxo, do consumismo desvairado irracional, do menosprezo aos outros por terem crenças e hábitos diferentes também são espécies de barbáries que o mundo capitalista ocidental se autodenomina de civilização. O luxo é um lixo. Não somos nada civilizados. Não passamos de tribos esquisitas dançando uma dança brega ao som do ritmo imposto pelas máquinas, com as quais nos encantamos e nos fascinamos.
O MELHOR NATAL
Mais uma vez, a Prefeitura de Vitória da Conquista realizou o melhor natal do interior da Bahia e, porque não dizer, do Norte e Nordeste. Iniciada no dia 19, a programação de músicas da melhor qualidade se despediu ontem (dia 23/12) do Espaço Cultural Glauber Rocha com apresentações de bandas de artistas locais e de outros estados, deixando saudades aos conquistenses e visitantes. Foi um belo encerramento.
O chamado “Natal da Cidade” já virou uma tradição cultural de bom gosto com cantores e compositores nacionais do estilo de Milton Nascimento, Xangai, Ivan Lins, Guilherme Arantes, Paulinho da Viola, Golden Boys e muitos outros da música popular brasileira, provando que o povo aprecia quando se oferece produtos de qualidade, e não este lixo do axé, do arrocha e do pagode. como acontece em Salvador.
Todos os dias, o Espaço recebeu mais de 10 mil pessoas entre crianças, jovens e idosos. Com uma boa infraestrutura em termos de serviços e segurança policial, as famílias curtiram os grandes shows musicais com variados estilos. Além das barracas padronizadas, outro destaque foi a área dos reisados e dos presépios, que atraiu muita gente que conheceu a tradição cultural do nosso povo. Tudo transcorreu na maior tranquilidade.
Neste ano, a Praça Tancredo Neves recebeu a melhor iluminação de toda história dos natais de Vitória da Conquista e todos os dias esteve lotada, principalmente de crianças que se divertiram com as novidades. Mesmo em época de crise econômica, o poder público soube investir na organização da festa natalina, preservando a tradição cultural da terra. A Prefeitura e a Secretaria de Cultural estão de parabéns pelo trabalho realizado.
BOTA FORA!
Em meio ao turbilhão do caos político e econômico, milhares de brasileiros foram às ruas com seus cartazes e bandeiras coloridas, uns para pedir o “bota fora” da presidente Dilma, outros para que ela fique, sempre agarrados aos oportunistas e aproveitadores de plantão. Agora está chegando a hora do bota fora do ano perdido de 2015 que não começou ou não deveria ter começado nunca.
Alô, Ricardo, Ricardinho, Anderson, Paulo Nunes, Zé Silva, D´Almeida, Mano, Itamar Aguiar, Marta Moreno, Dorinho, Lídia, jornalistas, radialistas e demais companheiros camaradas artistas e intelectuais, o que vocês botam fora neste ano? Quem e o que permaneceria de modo a somar benefícios para nossas vidas? Sei que cada um tem seu ponto de vista e o vermelho para uns pode ser verde para outros.
Na minha visão, porém, boto fora todos aqueles que prometeram uma coisa e fizeram outra. Boto fora os presidentes da Câmara e do Senado e todos os políticos que não tiveram decência e se comportaram como bandidos. Boto fora o chifrudo da corrupção e a violência da policia militar que, covardemente, ceifaram milhares de vidas e forjaram as cenas de seus crimes brutais.
Boto fora as mordomias deste Congresso Nacional e o poder executivo que tiveram a cara de pau de nos impor cortes e privações (ajustes fiscais) para manter suas cortes, sem reduzir suas gastanças. O povo é iludido com um prato de comida do Bolsa Família e alguns programas sociais, enquanto necessitados e doentes morrem nos corredores dos hospitais.
PONTUALIDADE DO PADRE
O Padre era pontualíssimo. Quando marcava os sacramentos a serem realizados (casamentos, batizados e outros), cumpria rigorosamente o horário determinado. Dessa forma, não admitia que os fiéis ou interessados no acontecimento se atrasassem, era adepto da pontualidade britânica.
Marcava os procedimentos litúrgicos para serem realizados em determinado dia, separando casamentos de batizados, os quais eram feitos com grande número de interessados.
Prático, os batizados, por exemplo, eram feitos em tempo exíguo. Os destinados a receber o batismo, de vela na mão e acompanhados dos pais e respectivos padrinhos, eram orientados pelo Cura a colocarem-se em fila indiana. De posse de um aspersor com água benta, perguntava o nome da criança ou do adulto, benzia-o com o sinal da cruz, dizendo: “Eu o batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. O sacristão, em seguida, ungia o recém-cristão com os “Santos Óleos”, fazendo uma cruz sobre a testa, a boca e o peito do catecúmeno.
UMA PONTE PARA O PASSADO
A partir desta semana o país (poderes legislativo, judiciário e executivo) entra em recesso e só retornar a se movimentar em março. Os oportunistas, com seus altos salários e bonificações, se recolhem às suas mansões para os regados festejos de final de ano, férias remuneradas e o carnaval em fevereiro, um mês sempre perdido. Os assalariados continuam dando duro neste mar de caos político e econômico para manter a corte dos czares, dos reis e rainhas.
O parlamento planaltino mais parece uma tribo indígena de canibais, enquanto os partidos se refastelam e engordam como porcos comendo propinas. Até o impeachment da presidente não sair da mesa do debochado presidente da Câmara dos Deputados, as centrais sindicais, o MST e os estudantes da UNE ficavam calados quanto ao afastamento do Eduardo Cunha. Agora, esbanjam cartazes de Fora Cunha!
Com o bicho pegando após a prisão de um senador, o presidente do Senado, Renan Calheiros, se comporta como bom moço e até dá umas cutucadas de canivete no vice-presidente da República, Michel Temer que, através do seu PMDB, apresentou o projeto “Uma Ponte para o Futuro”, cujo teor está mais para Uma Ponte para o Passado, de cor neoliberal ainda mais aberrante, com corte mais profundo dos benefícios trabalhistas e programas sociais.
Na verdade, não temos mais a quem confiar, nem nos berros das bandeiras vindas das ruas dos verdes-amarelos, nem dos vermelhos. Nosso país está retornando a um passado tenebroso, inclusive com aprovações de decretos e projetos retrógrados. Pelo poder, os xingamentos e a intolerância imperam de todos os lados. O povo está sendo obrigado a passar por este corredor polonês. Isto é tortura!
O Brasil está sendo vítima de uma operação de guerra arrasada. Todo território está minado. Todos eles, detentores do poder, deveriam renunciar aos seus cargos e às suas funções, para que possamos retirar esses escombros com segurança e limpar o terreno. O Eduardo Cunha continua soltando suas bombas, a presidente Dilma tropeça nas palavras e o vice com sua carta de lamúrias quer uma ponte para o passado. Engana que é do futuro.
Na concepção do ex-presidente Lula, que diz ter um exército para soltar nas ruas, a Operação Lava Jato não passa de uma piada de mau gosto, como também foi dito com referência ao mensalão. O judiciário dita o seu rito e se recolhe aos seus palácios. Os súditos caem no circo e se contentam com a fuzarca do axé music, do pagode, do arrocha e do samba no asfalto. De seus camarotes luxuosos, eles acham tudo engraçado e riem de nossas caras lambuzadas, sem vergonha.
Quanto a mim, sinto nojo de toda esta lavagem de esquerda, de centro e de direita composta de ingredientes indigestos de corrupções, oportunismos, fisiologismos e incoerências. Não me alinho a nenhum deles. Todos fora! Assim deveria marchar o povo nas ruas como forma de indignação. A partir de agora só vou tratar de assuntos das áreas de cultura, literatura e escrever sobre histórias de carochinhas. Basta de tanta afronta!
“CABELO DE CHAPINHA”
Albán González – jornalista
“Cabelo de Chapinha” é o nome de uma “obra prima da cultura baiana”,
lançada há menos de um mês, com a finalidade de ser cantada somente no
período carnavalesco, e esquecida na Quarta-Feira de Cinzas, como
dezenas de outras músicas que surgem todos os anos. Três sujeitos
devem ter se reunido na mesa de um bar e, entre goles de cerveja,
compuseram os seguintes versos: “Minha nega vai no salão e faz aquele
corte que seu nego gosta de te ver…Ó mainha, mas eu só gosto do
cabelo de chapinha/Tá lindinho, ta lindinho”.
O samba, marcha, aché, ou seja lá que ritmo tenha, provocou uma onda
de protestos por parte das pessoas e entidades que defendem a mulher
afro descendente; que combatem o preconceito racial em todas as suas
formas, embora o compositor Luiz Caldas, um dos criadores das axé
music, continue mandando a nega da Baixa do Tubo passar batom na boca
e na bochecha.
Vale lembrar que dois expoentes da MPB, em todos os
tempos, Lamartine Babo e David Nasser, teriam que se submeter hoje ao
crivo da censura, sendo obrigados a alterar as bem colocadas letras de
“O teu cabelo não nega”, de 1929, e “Nega do cabelo duro”, de 1942.
As duas marchinhas estão entre as mais entoadas atualmente pelos
blocos de rua do Rio e São Paulo.
Bell Marques, intérprete de “Cabelo de Chapinha”, conseguiu, sem
gastar um centavo, a divulgação do seu novo sucesso musical. Como no
episódio da separação do casal Calypso (Chimbinha e Joelma), a
imprensa deu ao ex-Chiclete, nos últimos dias, quase o mesmo destaque
que está dando ao Eduardo “Catilínia” Cunha. Seus fãs já devem ter
gravado nos seus smarthphones e readphones as palavras musicadas do
amor de “painho” por sua “mainha”.
Aliás, amor e gentileza foram expressões usadas por Bell para defender
os três compositores, afirmando que cada um tem sua maneira de se
dirigir à sua amada. Revelou que a música já estava sendo cantada em
todo o Brasil. Vinte e quatro horas depois ele mudou de opinião,
assinando, no Ministério Público Estadual, um Termo de Ajustamento de
Conduta (TAC), na presença de dirigentes de instituições que trabalham
em favor dos direitos humanos e em defesa de uma política para as
mulheres, comprometendo-se – o que já foi feito – de substituir
algumas palavras, consideradas ofensivas, do “Cabelo de Chapinha”,
que, certamente, vai receber o Troféu Dodô e Osmar como a melhor
musica do Carnaval de 2016.
Em tempo: as mulheres que pretendem imitar o corte de cabelo de mainha
nesse Carnaval, a peça conhecida como chapinha pode ser obtida pela
internet ao preço de 50 a 60 reais.
PONTO DE VISTA ” A ESTRADA”
AEROPORTO DO “RACHA”
A pista do novo aeroporto de Vitória da Conquista, sem o terminal de passageiros, já está abandonada e servindo para motoqueiros playboys fazerem “racha”. Logo vão voar os carros dos “filhos de papai” que nos finais de semana fazem zoeiras nos bares próximos à avenida Olívia Flores, no bairro Candeias. Também têm os urubus que já estão pousando suavemente na pista. O edital de licitação para o terminal era para ter saído em maio deste ano e agora ficou para 2016. Sobre a invasão dos motoqueiros, o Governo do Estado joga a responsabilidade para a empresa construtora, mas, se ela já terminou o serviço, não é mais dela.
ESTADO SEM MORAL
Um Estado que arrecada altos impostos dos cidadãos e faz o mínimo por eles, não tem nenhuma moral para pedir colaboração e nem culpar ninguém pelas mazelas. Veja o caso do mosquito aedes aegypti a que ponto chegou! Os governos (federal, estadual e municipal) pouco fizeram para combater o inseto que provoca dengue, chikungunha, zica vírus e a microcefalia. A saúde no país é um verdadeiro caos.
Que moral tem o governo de pedir racionamento de água e energia se não investe em infraestrutura nestes setores? Vitória da Conquista é um caso típico em relação à Embasa. Há anos esperamos por uma barragem. Na Chapada Diamantina o fogo destrói o Parque Nacional e as comunidades ficam a mercê dos brigadistas voluntários. Só agora, depois do desastre e sob pressão da Justiça Federal, é que o Governo do Estado decidiu entrar com equipamentos para controlar os incêndios.
Para minimizar o sofrimento dos moradores das margens do rio Doce que foi invadido pela lama da barragem de uma mineradora, os voluntários tiveram que entrar em ação com água e suprimentos. Existem milhares de casos assim. Não fosse a boa vontade dos brasileiros que são solidários nas catástrofes e tragédias, milhões já teriam morrido à mingua. Precisamos nos indignar e exigir que o Estado cumpra com seu dever.
NEGA POR DEUSA
Não vou aqui entrar no mérito do conteúdo das letras musicadas para o ritmo axé, mas é demais o cantor Bell Marques e seus compositores se submeterem a trocar versões da música “Cabelo de Chapinha” porque alguns idiotas acharam racismo e discriminação. Em vez de “minha nega, vai lá no salão, faz aquele corte que seu nego gosta de te ver”, a letra passa a ser “minha deusa, dia de salão, lindo é seu jeito, todo mundo gosta de te ver”. Sai “Ô, mainha, mas eu só gosto do cabelo de chapinha, mainha. Ô tá liso, tá lisinho. Tá liso, tá lisinho” e entra “Ô, mainha, eu também gosto do cabelo de chapinha, mainha, ô tá lindo, tá lindinho. Tá lindo, tá lindinho”. Nega é uma palavra carinhosa e não tem nada de racismo. De quem é o maior racismo? Falar a palavra negra agora é ofensa? O certo é deusa! Liso passa a ser lindo. É muita burrice, censura e patrulha. Cuidado no que escreve e diz! É recomendado ficar calado para não ser incriminado.
SIRI LANKA
Perdemos mais uma posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa das Nações Unidas para o Siri Lanka, uma ilha de 21 milhões de habitantes ao sul da Índia. Dos 188 países, ficamos na 75ª posição abaixo de vários países da América do Sul, como Argentina, Chile, Uruguai e até da Venezuela. São estas e outras coisas que os movimentos sociais e em defesa das desigualdades sociais e econômicas deveriam estar preocupados.
SARAU DA DESPEDIDA
Numa noite inspirada com discussões as mais variadas, da política à teologia, os cantores e compositores Mano Di Souza, Dorinho e Marta Moreno abriram o baú das canções mais antigas de artistas da música brasileira que sempre serão eternas, como de Paulo Diniz, das duplas Jocafi, Sá e Guarabira, Tom Jobim, Chico Buarque dentre outros no sarau de despedida do ano no nosso “Espaço Cultural Aestrada”.
Podemos dizer que foi uma “sarauzada” daquelas pra valer até o dia clarear. Como sempre, o nosso boêmio e professor Itamar Aguiar foi o primeiro a chegar e o último a sair lá por volta das cinco horas da manhã, isto porque foi logo avisando que ia sair cedo. Dulce, que conheceu nosso espaço pela primeira vez, Vandilza e Cleide com sua filha completaram a noitada de cantorias.
Neste último encontro do ano, o espaço foi só da música, mas nos próximos que virão em 2016, com nova roupagem, voltam a fazer parte a literatura, a poesia e outras expressões porque é assim que tem acontecido e é a proposta. Cada vez mais interativo e participativo, os debates foram acalorados, mas com respeito às ideias de cada um, bem distante das cenas deprimentes da Câmara dos Deputados.
Entre uma canção e outra ouvimos boas histórias contadas por Mano, Dorinho e pelo professor Itamar com sua fina filosofia de dar gosto. Para o próximo ano já pintou a ideia de iramos todos a Lençóis para fazermos uma apresentação desse sarau em uma das casas noturnas daquela cidade turística da Chapada Diamantina.
Existe também a proposta do lançamento de um CD lítero-musical. Vamos ver no que vai dar na próxima temporada. Espero que evolua porque o grupo já está coeso e pretende gerar algum trabalho cultural, além de apresentações e atividades em outros locais.