:: jul/2015
AS REDES SOCIAIS E OS IMBECIS
“Num mundo com sete bilhões de pessoas, você não concorda que há muitos imbecis? Na internet, o imbecil pode opinar sobre tudo o que não entende”. A frase é do filósofo, crítico literário e romancista, Umberto Eco, autor de “O Nome da Rosa” e do recém-lançado “Número Zero”, que recentemente concedeu uma entrevista à revista Veja.
O italiano de 83 anos que faz um retrato crítico do jornalismo em “Número Zero” diz que as pessoas fizeram estardalhaço por ele ter afirmado que multidões de imbecis têm agora como divulgar suas opiniões. Deixou claro que não teve a intenção de ofender o caráter de ninguém, mas acrescentou que com a internet e as redes sociais, o imbecil passa a opinar a respeito de temas que não conhece.
Ao recomendar a filtragem, Eco opinou que as escolas devem ensinar aos seus alunos como usar a internet, mas “nem os professores estão preparados para isso”. Nesse sentido, defendeu que os jornais, ou a mídia de papel, como sempre me refiro, no lugar de se tornarem vítimas da internet, repetindo o que circula nas redes, devem abrir seus espaços para análise das informações.
Sem o exercício frequente da leitura através dos livros e veículos impressos de comunicação, os jovens de hoje não estão preparados para distinguir as informações entre o que é confiável, infundado ou tendencioso. Vulneráveis, terminam ficando expostos aos imbecis que preferem descarregar suas raivas e frustações pessoais contra os outros como vem ocorrendo nas redes sociais.
Diante da enxurrada de besteiras e leviandades no Facebook, no Whatsapp, no Twintter e outras redes, os jornais impressos, de acordo com pesquisas efetuadas, continuam sendo os veículos que ainda têm maior credibilidade entre a população (58%), seguido da televisão com 54% e o rádio com 52%.
Para a busca de informações, a internet é o menos confiável, apesar de o brasileiro passar mais de cinco horas à frente de um computador. Entre os internautas, mais de 90% ficam conectados por meio das redes sociais, sendo bombardeados por montes de asneiras, já que cada um escreve o que bem quer, sem refletir o que diz.
Quando surgiu o rádio, no final da década de 30, disseram que era a sentença de morte da mídia de papel. Vinte anos depois veio a televisão e aí “profetizaram” o fim do rádio e do jornal. Com a internet no início do século XXI ainda prognosticam que o impresso está com seus dias contados. Nunca acreditei nesses pseudos sábios profetas de palavras rebuscadas cheias de metáforas e parábolas.
PONTO DE VISTA
ONDA CONSERVADORISTA
O politicamente correto e o patrulhamento ideológico das esquerdas provocaram uma onda assustadora de conservadorismo no país, como se fosse um tsunami depois de um maremoto em larga escala. Essa onda retrógrada de ódio político e intolerância religiosa tem um destino certo, à primeira vista o poder, mas a nação corre perigo porque a massa inculta é manipulável e não sabemos onde isso vai parar. A história se repete.
Na Câmara dos Deputados, o presidente Eduardo Cunha e seus seguidores, especialmente das bancadas evangélicas, da bala e da elite empresarial ditam projetos que empurram o país ao retrocesso e à escravidão do trabalho imposto pelo capital através da redução da maioridade penal e da terceirização das atividades laborais que nada mais é que a capitulação das leis trabalhistas.
COTAS PATERNAIS
Disfarçadas de progressistas e de justiça social, as políticas públicas populistas inverteram os valores de meritocracia e mediocracia. Primeiro criaram as cotas pela cor da pele com o discurso fajuto de reparação, e esqueceram a situação social. Ao invés de valorizar, rebaixa, humilha e divide a nação. A partir dai, pipocaram as cotas paternais em diversos setores e categorias. Como se não bastasse a exigência eleitoral para que 30% dos candidatos aos legislativos de cada partido sejam preenchidos por mulheres, agora as deputadas querem aprovar a PEC 57 que estabelece cota de até 15% para mulheres nas cadeiras da Câmara, Senado, nas assembleias e nos legislativos municipais.
É o mesmo que classificar a mulher como frágil e incapaz para galgar suas próprias conquistas, quando sabemos do avanço feminino em todos os segmentos da sociedade. O mesmo acontece com as cotas raciais e outras fincadas nas repartições públicas que, no lugar de levar à igualdade social, são ilusórias com a realidade. Uma nação de desenvolve através de uma educação de qualidade para todos e não pontuando políticas segregacionistas.
CADA UM POR SI…
Este é o país do cada um por si e o coletivo que exploda, ou vá pro inferno. Tudo começa pelo Congresso Nacional que é criticado pelas mordomias e privilégios com verbas de gabinete e indenizatórias a perder de vista, sem contar os polpudos salários. Só que o individualismo fala maior e cada um puxa pelo seu interesse. Os servidores do judiciário fizeram um movimento estrondoso e pressionaram o Senado a votar um reajuste salarial acima de 60%, sabendo que a presidente está engessada com uma reprovação recorde na história. Nem na miséria o povo brasileiro é solidário. No nosso cotidiano regional, basta observar o caótico trânsito de Vitória da Conquista onde cada um faz o que quer e os outros que se lasquem.
QUE CONFUSÃO!
Nos Estados Unidos, a presidente Dilma fez uma tremenda confusão entre preso político da ditadura militar com preso de ladrões pela Operação Lava Jato. Ela falou de delação sob tortura como se o Brasil hoje estivesse em pleno regime dos generais do AI-5 dos tempos de Costa e Silva, Médici, Geisel e João Figueiredo. Uma coisa é ser preso político por se posicionar contra uma ditadura e outra é ser preso por ladroagem. Ainda disse que os ministros denunciados não sabem do que foram acusados. Dá pena! Devagar, Dilma que o andor é de barro.