:: 15/jul/2015 . 22:17
PONTO DE VISTA
CADÊ O CENTRO DE CULTURA?
Fora o São João do Periperi, o Natal da Cidade e alguns shows da música brasileira em barzinhos nos finais de semana, não temos outras atividades culturais que contemplem as diversas linguagens artísticas, como a literatura, artes plásticas, dança e teatro. A opção em final de semana em Vitória da Conquista, terra de Glauber Rocha e Elomar, é ir a um bar com os amigos jogar conversa fora. Estamos tão órfãos da cultura que a reforma do Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima está empacada há dois anos.
Ainda dizem que Conquista é uma cidade cultural! Pode até ser, mas com uma demanda ociosa imensurável. O que ainda nos restam, depois que acabaram com a micareta, são alguns eventos de cultura de massa como o Festival de Inverno, da TV Bahia/Sudoeste, e umas festas fechadas de axé music, sertanejo, arrocha e pagode.
Triste Conquista, como mais de 300 mil habitantes, sem Centro de Cultura, sem uma bienal do livro, de artes plásticas e um festival de artes cênicas! Bem verdade que temos o Espaço Cultural Glauber Rocha, da Prefeitura Municipal, mas ainda subutilizado. Com uma universidade estadual, uma federal e umas dez faculdades particulares, potencial existe, mas pouca coisa é feita.
A impressão que se tem é que existem no estado duas culturas, a de Salvador e a do interior. Esta última é a prima pobre da primeira. A maioria dos prefeitos trata a cultura como evento e não como política cultural como deveria ser.
COMO PREVINIR?
Sempre ouvimos pela mídia recomendações médicas e do próprio governo para que as pessoas façam exames rotineiros de saúde como forma de se prevenir de doenças coronárias, hipertensão e câncer, principalmente. Só falta dizer que com a precariedade nos serviços de atendimento à saúde em nosso país, tudo isso não passa de propaganda enganosa, ou falatório demagógico. Sabemos muito bem o quão difícil é marcar um exame, sem falar no tempo de espera para ser atendido e, às vezes, o SUS não realiza o procedimento. Na maioria dos lugares, esse tempo chega a durar cinco a seis meses. Agora mesmo o médico me pediu um exame de sangue que o SUS não faz. Como é dito, até parece fácil demais. Aqui é uma beleza: Todo mundo tem grana à vontade, plano de saúde e médico à sua disposição. Por que a nossa mídia não questiona? Como é tudo precário, estressado e revoltante, muita gente só procura um médico quando está na pior, ou nas últimas como se diz por aí.
MAQUIAGEM OU SACANAGEM?
A “reforma política” proposta pelo reacionário Congresso Nacional, comandado por Eduardo Cunha, não passa de mais um deboche com o povo brasileiro. É abusar demais da nossa paciência. Essa espuma tóxica que eles estão nos metendo goela abaixo é uma maquiagem, ou uma tremenda sacanagem? São as duas coisas juntas. É veneno puro!
Essa reforma, cujo relator Rodrigo Maia, do DEM, representa um partido da elite direitista conservadora, pode ser comparada a uma cirurgia plástica feita por um charlatão com silicone falsificado da China ou do Paraguai. Logo mais esse produto vai estourar e infeccionar o organismo, levando o paciente para a UTI da morte. Aliás, esse corpo já está ferido e doente.
Como palestinos na Faixa de Gaza, o povo brasileiro está encurralado diante de um executivo enfraquecido e um Congresso retrógrado que agora está dando uma de bonzinho ao aprovar projetos populistas como lobo em pele de cordeiro. Para disfarçar, de um lado faz um “agrado social” relaxando o ajuste, e do outro vai empurrando o país para o retrocesso.
O Eduardo Cunha e mais 13 deputados gastaram quase 400 mil reais em passeios por Israel e Rússia. No vácuo da rejeição estrondosa do governo e nas mazelas do seu partido, especialmente da corrupção da Petrobras (Operação Lava Jato), o Congresso vai emplacando projetos na base do grito num esquema que cheira com o nazi-fascismo.
A mídia não faz uma reflexão mais apurada do que vem acontecendo em surdina, tudo de caso pensado. Pelo texto da maquiada reforma, a empresa que tem um contrato de execução de obra com o governo de um estado não pode “doar”, ou melhor, emprestar ao governo daquele estado, mas é permitido fazer a safadeza aos candidatos nos municípios do estado, de outros estados e do governo federal.
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