:: 21/fev/2015 . 0:55
“ESAÚ MATOS” EM FOGO CRUZADO
O propósito inicial da audiência pública na Câmara de Vereadores (dia 19/02) sobre a situação do Hospital Municipal Esaú Matos de não partidarizar a questão descambou em falatórios e ataques políticos com pedidos de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar a crise instalada na unidade, principalmente depois dos casos de parturientes que foram atendidas na recepção da casa de saúde, tendo uma delas perdido o bebê.
Como sempre, fala-se muito nessas audiências (por sinal a Câmara estava lotada), mas os problemas humanos de urgência terminam sendo postergados com promessas de correções nas irregularidades como a carência de obstetras, reconhecida pela secretária de Saúde do Município, Marcia Viviane. Mesmo assim contemporizou que o hospital oferece serviços de qualidade e tudo está normalizado.
No entanto, a fala do diretor da Fundação do Hospital, padre Edilberto Amorim, que se negou a dar entrevista a uma emissora local de televisão, foi dura contra o vereado Arlindo Rebouças que antes afirmou da tribuna do legislativo que o PT cometeu um crime por ter passado o Esaú Matos para uma instituição. “Aquilo ali é uma afundação e os funcionários foram iludidos”- declarou.
Em tom mais exaltado, depois de elogiar a estrutura do hospital como referência na Bahia que atende pacientes de 75 municípios da região, padre Edilberto se empolgou com os aplausos dos partidários da Fundação criada em 2012 e atacou o vereador Arlindo Rebouças, dizendo que ele nunca pisou os pés no hospital.
Palavras ríspidas à parte, o que a comunidade quer é mais transparência da administração e que as vidas humanas sejam tratadas com dignidade e respeito como reza a Constituição. O diretor de um hospital, seja Fundação ou não, tem a obrigação de informar com clareza à imprensa sobre qualquer fato irregular que aconteça para evitar especulações e desconfianças.
A questão está no fato da boa gestão e do atendimento qualificado, não importando se a entidade é administrada pela prefeitura ou por uma Fundação. O resto é partidarização que não interessa ao povo que necessita da atenção médica a qualquer hora da noite ou do dia. A secretária alegou feto natimorto e que a senhora que veio de Itambé estava sem a devida regulação. Quer dizer, então secretária, que num caso de urgência, a burocracia está acima da vida?
Até quando pacientes, sejam gestantes ou não, vão ser renegados e jogados nas portas e nos corredores dos hospitais como vem acontecendo em toda Vitória da Conquista, como no Hospital Geral, São Vicente e outras unidades públicas? A população quer menos falatórios e mais práticas nestas audiências.
- 1