:: 10/fev/2015 . 22:54
O DIPLOMA EM TROCA DA BOLA
Carlos González – jornalista
O jogo Bahia x Jacobina, pela segunda rodada do Campeonato Baiano, foi deslocado, no último dia 7, da Fonte Nova para Pituaçu, porque a administração da nova arena decidiu trocar o futebol pela formatura de um curso de Direito. Esse fato, somado a tantos outros ocorridos nos últimos anos, e que culminaram com os 7 a 1 aplicados pela Alemanha no Brasil, revela que o nosso principal esporte está afundando no fosso da desmoralização.
Para não ter que testemunhar a agonia daquele que já foi o seu entretenimento favorito o brasileiro está deixando de frequentar os estádios, alguns deles superfaturados, construídos com dinheiro público para a Copa do Mundo de 2014, hoje já tomando a forma de “elefantes brancos”. A segunda rodada dos campeonatos estaduais deste ano foi assistida, na média, por um público pagante de pouco mais de 5 mil pessoas.
Na Bahia, observados os 12 jogos disputados pelo campeonato estadual, somente dois deles – Vitória da Conquista x Bahia e Bahia x Jacobina – apresentaram uma receita maior do que a despesa. A presença do time da capital no “Lomantão”, no dia 1º passado, foi, inegavelmente, responsável pelos R$ 76 mil embolsados pelo clube conquistense. Os 5.726 torcedores – o público, na verdade, nas arquibancadas do estádio, era o dobro – proporcionaram uma renda de R$ 115.210,00. As despesas, incluindo os R$ 700 deduzidos para o lanche de mais de 200 policiais militares, dispararam em R$ 37.692,00.
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