:: 2/maio/2019 . 22:05
O RETIRANTE DA SECA
Foto do jornalista Jeremias Macário em suas andança pelo sertão. Durante a secas muitos partem em retirada em busca de lugares melhores para sobreviver, no mais para São Paulo, Minas Gerais e outro estados. Tudo é deixado para trás, e a casa fica abandonada na espera do retorno do sertanejo quando as chuvas voltarem a molhar a terra. É assim que vive o homem do campo, atribulado e correndo pra lá e pra cá na esperança de dias melhores. Os políticos só fazem prometer e só aparecem de quatro em quatro anos para roubar sua fé.
DOR DA SAUDADE
Esta dor que a ti dilacera,
é uma dor que rasga e corta;
vem na forma de quimera;
entra como uma desvalida,
sem ao menos bater na porta.
A depressão corre pela veia;
a hora para e turva o ser;
o passado vem e não passa;
o futuro curto não clareia,
e o presente só faz sofrer.
É uma dor que amolece,
e não tem cura de doutor;
nem o tempo desaparece,
com este nó da saudade,
quando se pensa no amor.
É uma dor doída varada,
que te impede de comer;
suga a alma desamparada;
deixa a boca seca e amarga;
e só faz lembrar de você.
Parece não ter mais fim,
esta tal tirana da saudade,
que não escolhe a idade;
entope qualquer coronária,
e se espalha como cupim.
É uma vilã, esta ordinária,
de véu e traje existencialista,
que consome toda nossa diária;
rouba sorrateira a nossa alma;
e ainda diz que é uma altruísta.
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