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O RELÓGIO E O TELEFONE

No gancho jornalístico do meu amigo, colega e ex-companheiro de trabalho no jornal A Tarde, Chico Ribeiro, nosso conhecido “Titio”, queria falar de duas peças onde uma ainda resiste ao tempo e o outro praticamente foi extinto do nosso uso com a chegada da tecnologia da internet e do celular móvel.

Tratam-se do relógio e do telefone fixo. O primeiro continua a ser utilizado nos braços dos homens e mulheres como se fosse uma joia, um colar, uma corrente na forma de elegância corporal. Ainda existem relojoarias e relojoeiros. Mesmo com o celular na mão, que aponta as precisas horas, as pessoas continuam com o velho costume tradicional do relógio no braço.

Tem gente que gosta daqueles grandes estilosos de meio quilo e até faz coleção. Ostros são mais discretos e apreciam os mais modernos sofisticados para exibir como peça. Os mais ricos compram os de ouro, inclusive branco, cravejado de pedras preciosas. O capitão ex-presidente quis ficar com um presenteado pelo rei da Arábia Saudita.

O relógio continua sendo um objeto símbolo de poder. Muitos ainda lhe param nas ruas para pedir as horas. Nunca mais eu vi aqueles de bolso usados por coronéis que precisavam dar corda de hora em hora. Tem os bons e os chamados patachos. Existem aqueles grandes de paredes que você ouvia de longe o tic-tac do badalo do tempo, bem como os do cuco.

Estes viraram peças de museu e ainda são encontrados como relíquias para vendas em casas de antiguidades. Uma vez, em Tiradentes – Minas Gerais, fiquei encantado com uma coleção desses relógios, todos estilosos e impressionantes. Lembrei das casas dos poderosos fazendeiros.

Relógio, que nos faz recordar da Suíça, ainda é uma coisa fascinante porque está ligado ao tempo, é vida e morte. Desde quando pude adquirir um, nunca mais deixei de ter um relógio no braço. Sem ele, parece que está faltando alguma coisa em meu corpo. É como o chapéu, minha marca ainda não registrada em cartório.

Quanto ao telefone fixo, antes muito caro e não era para todos, caiu em desuso com o surgimento do celular onde as pessoas preferem passar suas mensagens, áudios e vídeos e raramente ligar. Para conseguir um fixo na Telebahia, tinha-se que entrar num fila e pagar um monte de prestações. Tinha também o alugado.

Era um bom investimento que rendia mais que uma ação na bolsa de valores, uma conta na poupança, no setor imobiliário ou um CDC. Existiam ainda os orelhões nas ruas, com fichas e cartões, que me salvaram muitas vezes do aperto na hora de passar uma matéria do interior do sertão para a redação.

O telefone fixo também servia como despertador para você acordar cedo para o trabalho ou para uma viagem. A pessoa ligava para a moça da Telebahia e pedia para lhe acordar. Na hora certa ela tocava e ainda repetia o aviso cinco minutos depois para certificar que a pessoa havia levantado da cama. Não dava para você ficar enrolado na coberta da preguiça.

É isso aí, meu amigo, a tecnologia fez desaparecer coisas boas do passado quando a gente era feliz e não sabia. No entanto, o relógio ainda cai bem no braço de uma mulher elegante e a maioria gosta de ganhar um de presente. A maioria dos homens também não dispensa um relógio e sou um deles. Só não gosto de parar para dar as horas.

O REI REBELDE DO EGITO E O EDIFÍCIO MAIS ANTIGO DA HISTÓRIA HUMANA

O Egito foi uma civilização que surgiu depois dos sumérios e sua grandeza foi forjada ao longo do rio Nilo, conforme relata o jornalista e escritor David Coimbra em “Uma História do Mundo”. Como já citei aqui antes, Akhenaton foi o único rei egípcio que se rebelou contra um mundo antigo. Foi, por assim dizer, um revolucionário.

O grego Heródoto, que visitou a região, escreveu que o Egito foi uma dádiva do Nilo. O país está ali no Oriente Médio, no nordeste do chamado Continente Negro, ao lado de Israel, da Jordânia, do Líbano e da minúscula Faixa de Gaza, num ponto nevrálgico onde hoje o Benjamim Netanyahu, o “Bibi” carniceiro, já exterminou mais de 40 mil palestinos.

Para entrar na terra prometida por Deus, os hebreus que saíram fugidos dos faraós ficaram 40 anos circulando pelo deserto em círculos. Alguns historiadores dizem que foi uma determinação de Moisés enquanto Josué, o estrategista militar, conseguia uma brecha para invadir Jericó.

David Coimbra afirma que foi por causa do Javé ciumento, possessivo e vingativo dos hebreus. Deus pretendia purgar o povo dos seus vícios. No Egito eram escravos e depois homens livres e, para que a Terra Prometida fosse habitada por eles, Javé esperou a extinção de toda uma geração que tinha sido escravizada.

Outra questão controversa é quanto a construção das pirâmides, de que elas foram erguidas por escravos. O autor da obra contesta esta versão e ressalta que foram feitas por agricultores assalariados durante as enchentes anuais do Nilo.

Nesse período eles recuavam para lugares mais altos e iam trabalhar para os faraós. Contam que a primeira greve registrada pela história foi promovida por operários de pirâmides que estavam com os salários atrasados. Os egípcios tinham dificuldade de lidar com a terra e é aí que entram os sumérios com suas técnicas, isto há uns 5,5 mil anos a.C.

Outro fato diz respeito ao edifício mais antigo do mundo. Os arqueólogos continuam nos tempos atuais escavando ruínas. Nas pesquisas encontraram o Gobekli Tepe, uma estrutura de pilares e esculturas parecidas com a inglesa Stonehenge, situada na Turquia. Acreditam ser o mais antigo edifício da história humana.

Os cientistas estão intrigados porque o Gobekli não foi construído às margens do Nilo e nem do Tigre e do Eufrates, na Mesopotâmia, onde nasceu a civilização. Na concepção deles, houve uma mudança fundamental no espírito dos seres humanos que se estabeleceram na Mesopotâmia por volta de oito mil anos a. C. e que isso os empurrou para a civilização.

A história, por não ser uma ciência exata, tem seus pontos controversos. Como assinala Coimbra, na escola aprendemos que Bartolomeu Dias foi o primeiro a dobrar o Cabo da Boa Esperança com suas caravelas.

Historiadores destacam que está errado. Quem primeiro dobrou o Cabo da Boa Esperança foram os fenícios, vinte séculos antes dele, a mando dos egípcios. Por volta de 600 a.C., o faraó Necho II queria descobrir uma forma de navegar a África, na época chamada Líbia. A ideia era sair do Mar Vermelho em direção ao sul e chegar ao Delta do Nilo, no norte do Egito.

Os fenícios eram ótimos marinheiros. Saíram e se foram. Por meses continuaram descendo até que cruzaram o Trópico de Capricórnio. Eles se espantaram quando viram o sol ao norte e, foi por isso, que cruzaram o Cabo da Boa Esperança, no século VI a. C. Subiram pela costa da África e depois de três anos de viagem entraram pelas Colunas de Hércules (Gibraltar) de volta para casa.

 

NO TIC-TAC DO CORAÇÃO

(Chico Ribeiro Neto)

Meu avô Chico tinha um relógio cuco. Com 5 anos, eu ficava esperando para ver o cuco sair da casinha. Era emocionante. Ali morava o tempo.

Vovô também tinha um relógio de bolso que, se não me engano, usava no bolso do colete. Ali morava a elegância.

O relógio sempre atraiu as crianças. Era bom encostar o ouvido para ouvir o tic-tac. A gente ganhava uns reloginhos de brinquedo, como se dá hoje celular de plástico às crianças.

Seu Zé, numa cidade do interior baiano, comprou um relojão de ouro, mas não sabia ver as horas. O povo descobriu isso porque toda vez que alguém lhe perguntava as horas, ele saía pela tangente: “Moço, não tô conseguindo olhar direito, porque minha vista tá meio anuviada”. A meninada logo descobriu isso e gritava pra ele no meio da rua: “Seu Zé, que horas são?” “Vai olhar embaixo da saia de tua mãe, seu moleque”.

Havia também essa brincadeira: “Que horas são?” “Falta um tiquinho pra daqui a pouco”.

Quando criança, eu ouvia dizer que o Big Ben era o maior relógio do mundo e que “não atrasa nunca”.

Adolescente, adorava dançar ao som de “El Reloj”, do mexicano Alberto Cantoral: “Reloj, no marques las horas/ Porque voy a enloquecer…”

Relógio de pulso tinha que ser à prova de choque e à prova d’água. E tinha que dar corda todo dia. O relógio estava atrasando, você levava no relojoeiro e ele voltava adiantando. Relógio muito barato e que quebrava sempre era chamado de “patacho”.

 

Além de matar o relógio de pulso, o celular matou também o despertador, além de muitas outras coisas. Em Salvador, na década de 70, a Telebahia tinha o Serviço Despertador. Você ligava do telefone fixo e dizia a que horas queria ser acordado. A telefonista ligava no horário solicitado e também 5 minutos depois, para confirmar se você acordou mesmo. Esse serviço era cobrado extra, à parte de sua assinatura. Lembro que tive um telefone fixo alugado. Comprar uma linha era caro e todo mês eu ia na Barra entregar o cheque do aluguel do telefone. Quem hoje ainda usa telefone fixo?

“O tic tic tic tac do meu coração

Marca o compasso do meu grande amor

Na alegria bate muito forte

E na tristeza bate fraco porque sente dor”

(Trecho da música “Tic Tac do Meu Coração”, de Carmen Miranda).

(Veja crônicas anteriores em leiamaisba.com.br)

AS BELEZAS DA NATUREZA

Num final de tarde, mistura dos pingos leves da chuva com a luz solar, no sertão da cidade de Anagé, as lentes da minha máquina conseguiram flagrar este belo arco-íris quando vinha de uma viagem de Juazeiro-Ba para Vitória da Conquista. São os encantos e belezas da natureza que os antigos nativos dessa terra consideravam como sinais dos deuses, de castigo ou algum aviso bom ou ruim para suas tribos. Eles deviam se inclinar e fazer suas preces ou rituais de dança. Com a evolução do conhecimento, hoje sabemos que se trata de um fenômeno natural da física, ou reflexo da luz do sol que se explode em cores, as quais, de tanta beleza e alegria, se transformaram em símbolo do gênero LGBT e mais. Bem, não sou físico, mas sei que o arco-íris, como um lindo pôr-do-sol rajado no horizonte, seja no mar ou no sertão, é pura poesia e, quando acontece, todos saem de onde estão para admirá-lo e tirar uma foto, agora mais fácil com o invento da câmara de um celular. Há bem pouco tempo era um privilégio dos fotógrafos profissionais que exibiam e ainda exibem belas imagens dessa nossa natureza cheia de mistérios, infelizmente tão agredida e maltratada pela ação do ser humano. O índio costuma dizer que uma foto rouba a alma da pessoa. Então eu roubei a alma do arco-íris, e o melhor, em pleno agreste nordestino. O arco-íris é uma pintura, não feita pelos pinceis do artista humano, mas pelas mãos do criador universal.

LÁ VEM OS SUMÉRIOS

Autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário

Salve! Salve!

Lá vem os sumérios,

Há dez mil anos,

Brutos rebeldes, insanos,

Caçadores e coletores,

Voando como falcons,

Das montanhas do Cáucaso,

Outros do Balcãs;

Invadiram o paraíso

De Eva e Adão,

Do pecado veio a infâmia,

No vale da Mesopotâmia;

Criaram o Crescente Fértil,

Onde espreguiça,

O Tigre e o Eufrates;

Inventaram a agricultura,

Depois a roda e a irrigação,

Canais em toda região,

A escrita cuneiforme,

Da argila do barro,

A divisória uniforme;

Desvendaram os mistérios,

E de lá saiu Abraão,

Para fundar outra nação.

 

Salve! Salve!

Lá vem os sumérios,

Da Revolução Neolítica,

Que desenharam as palavras,

Fizeram a primeira escola,

Palácios, templos e santuários,

Ritos litúrgicos e política,

Com seus sacerdotes de estola,

E o rei Sargão,

Tirado do cesto das águas,

Enfrentou a maldição;

Fez seu primeiro império,

E assim nasceu a civilização.

 

Salve! Salve!

Lá vem os sumérios,

Das lendas, mitos e impérios,

Com seus reis sanguinários,

Como narram os fatos,

Dos deuses imaginários:

Tomaram a Síria e a Judéia,

Um deles expulso pelos ratos,

E a espada de Nabucodonosor,

Escravizou os judeus,

Na gloriosa Babilônia,

Dos suspensos jardins,

E Ciro, o persa pastor,

Vindo das glebas sem fins,

Tentou selar a paz e o amor.

 

 

Salve! Salve!

Lá vem os sumérios,

Senhores guerreiros da tirania,

Onde hoje é a islâmica terra:

Irã, Iraque e Turquia,

De poeira árida desértica,

Sangue, quizilas e guerra,

Até os cedros do Líbano,

Antigos navegadores fenícios,

Descobridores do além-mares,

Dobraram o Cabo da Esperança;

Juntaram línguas e sílabas,

Com traços, pontos e vírgulas,

Formaram seus lares,

As crianças sem vícios,

No labor de cada dia,

E assim me despeço,

Com meu verso poesia.

TODA TRAMA GOLPISTA DITATORIAL É MARCADA COM BANHO DE SANGUE

Na história da humanidade, todo golpe, seja de direita ou de esquerda, é marcado com banho de sangue, no início ou durante o processo do regime implantado. A tentativa brasileira, agora denunciada pela Polícia Federal, começaria por eliminar os três principais representantes dos poderes executivo, o presidente e o vice, e um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Esse procedimento tirânico e sanguinário é muito parecido com os golpes que costumeiramente acontecem em certos governos africanos. É também semelhante aos russos na Revolução de 1917 com a família do czar Nicolau II e depois com o próprio Lenin. Existe uma tese de que Lenin tenha sido envenenado a mando do próprio Stalin.

Na América do Sul ocorreu em 1973 quando o general Pinochet ordenou a execução do presidente Salvador Alende em seu Palácio através de um bombardeio, com apoio dos Estados Unidos. Houve também casos desse tipo na América Central e na Ásia. Na antiguidade e entre os séculos XIV, XV até o XVIII e XIX, chefes tribais exterminavam primeiro seus adversários no comando.

No Brasil, essa trama golpista, inclusive prevendo possíveis envenenamentos, com mortes antecipadas de membros mais importantes da instituição do poder, eleitos democraticamente pelo voto popular, pelo que eu saiba, é a primeira vez que entra no cardápio de assassinatos. Então, trata-se de um grupo tirânico aos moldes antigos de crueldade.

Os golpes no Brasil, como da República sobre o Império, em 1889, a tentativa de uma ditadura, em 1954, com o suicídio de Getúlio Vargas, e a mais recente de 1964, não estavam em seus scripts a matança de representantes do poder, como João Goulart, Waldir Pires, Darcy Ribeiro, Leonel Brizola e outros, mas a destituição, prisão e exilamento.

Claro que a partir dali e durante os mais de vintes anos da ditadura civil-militar-burguesa de 64 houve um banho de sangue, com torturas, mortes e desaparecimentos de presos políticos, inclusive Jango, Juscelino Kubistchek e Carlos Lacerda foram eliminados no final do regime para que eles não se candidatassem ao poder.

No caso do ex-presidente capitão, expulso da sua corporação por indisciplina e outras irregularidades, e do seu grupo extremista de tenentes-coronéis e generais, foi uma trama diabólica atípica, diferente dos outros métodos, justamente porque eles não contavam com o apoio geral de comandantes da ativa e tropos das forças armadas do exército, da marinha e da aeronáutica.

Se o bárbaro fato fosse consumado, a maior parte dos brasileiros e do mundo ficariam estarrecidos e chocados. Tenho minhas dúvidas se o “Bozó” não seria também sacrificado, e assumiria, por pouco tempo, uma junta militar de generais e coronéis de pijama. Poderia até acontecer um golpe sobre o golpe.

Com o consentimento e aval do chefão, os caras são uns malucos instigados por extremistas que bem antes foram às ruas pedir uma intervenção militar no Brasil e depois acamparam na frente dos quartéis urrando contra as eleições e a democracia com seus “punhais verde-amarelos”.

Depois do resultado do pleito, em outubro de 2022, o capitão derrotado sumiu de cena. Lembro que alguém me perguntou sobre seu sumiço e respondi que estava conspirando um golpe. Alertei que vinha bomba por aí. A trama já vinha sendo arquitetada antes com as fakes news de fraude nas eleições, mas eles ficaram novembro e início de dezembro armando literalmente o banho de sangue.

Deram com os “burros n´água” e, talvez, seus planos tenham sido atrapalhados pelas próprias manifestações na posse de Lula e Geraldo Alkmin, no dia 12 de dezembro de 2022. Depois teve o oito de janeiro com a invasão do Congresso Nacional, do Supremo e do Palácio do Planalto.

Quanto ao ministro Alexandre de Moraes, este já vinha sendo jurado de morte. Não passam de uns trapalhões perdedores fanáticos do “punhal verde amarelo”, coisa de cangaceiros contra a democracia, a exemplo do primeiro homem bomba tupiniquim do Brasil que nem conseguiu acerta a estátua da Justiça com suas bombas e fogos juninos.

 

 

O PRIMEIRO HOMEM BOMBA TUPINIQUIM

Na história da humanidade não sei qual foi o primeiro homem bomba, mas foi coisa do sapiens há 30 mil anos. Pode ter iniciado a partir dos chineses, os inventores da pólvora. De qualquer forma, é uma ação de fanatismo suicida, bem como uma forma “corajosa” de protesto, como do vietnamita nos anos 60 contra a invasão norte-americana.

Os primeiros suicidas que explodiam o próprio corpo apareceram entre os séculos XIV e XVI. Mais recente, na Segunda Guerra Mundial, tivemos os soldados kamikazes japoneses bem treinados que explodiam seus aviões cheios de bombas em terra para destruir seus inimigos, sem promessa de ganhar um lugar no reino dos céus com várias donzelas. O prêmio era se eternizar como heróis pelo imperador.

Existe também o japona que se suicida com sua espada quando se sente envergonhado ao cometer uma ofensa social ou um ato de corrupção. Ele se sente destruído por dentro pelo que fez de errado e prefere tirar a própria vida. Imaginou se os brasileiros topassem fazer isso? A maioria se suicidaria. Não sobraria quase ninguém em Brasília.

No entanto, foram os fanáticos islâmicos do grupo Al-Qaeda, de Osama Bin Laden, que botaram para quebrar, com direito a um harém nos céus. Depois vieram os islâmicos radicais que tentaram criar um califado entre o Iraque e a Síria.

Todos os escolhidos passam por uma lavagem cerebral, são instruídos em escolas e bem treinados para a missão. Tem que ser cabra macho, ou cabra da peste! O assunto aqui é sério, gente, mas vamos tornar mais leve deixando a questão política de lado.

Bem, vamos parar de ôba-ôba e falar do primeiro homem bomba brasileiro tupiniquim, um extremista trapalhão que não conseguiu nem acertar a estátua da Justiça em frente ao Superior Tribunal Federal. Não me importa aqui sua ideologia ou propósito político, mas o cara era uma besta fera mesmo com seus fogos de artifício que nem sabia manejá-los.

Na fuga, o catarinense Francisco Wanderley Luiz, dizem que ele era um chaveiro, depois de várias tentativas, tropeçou e as bombas explodiram em seu corpo. Primeiro foi para Ceilândia, depois alugou um trailer em Brasília e lá foi ele com seus fogos de São João antes do tempo. Um péssimo fogueteiro fazedor de chaves.

Acho que nem tinha intenção de se suicidar. Se ele queria mesmo fazer essa loucura, primeiro tinha que passar por um campo de treinamento no Iêmen, no Afeganistão ou no Paquistão, mas não falou com os caras antes e nem tinha grana para receber uma consultoria profissional! Coisa de doido amador!

Francisco não passava de um marinheiro de primeira viagem que enjoou no mar. Trágico e cômico, não passa de uma história cheia de trapalhadas. Já reparou que o Brasil gosta de imitar as outras civilizações desde os tempos coloniais!  Pois é, copia atrasado e também acaba com a imitação tempos depois. Veja o caso dos celulares nas escolas.

Um “terrorista” falso, como a nossa Black Friday (“sexta-feira negra”), um invento comercial dos ianques no século XIX, ligado ao Dia de Ação de Graças. No Brasil começou a aparecer nas lojas em 2010 e virou um mês de enganação ao consumidor. Como tudo aqui se leva na gozação e na piada, passaram a chamar de Black Fraude.

O “Chico” se deu mal em sua intentona revoltosa e levou uma lapada de fogos. Sei que não devemos debochar da miséria dos outros, mas o moço era um tonto perturbado da cabeça. Bem que o Zorro avisou que não ia dar certo e os islâmicos radicais fanáticos devem ter rido das cenas. O super-homem e o Batman não gostaram do que viram, nem o Homem Aranha.

Foi um “auê” de soldados no Planalto, correndo pra lá e pra cá. Nunca tinham visto aquilo de homem bomba no Brasil! Se a moda pega, na próxima vão chamar um instrutor islâmico, mas antes vai ter que decorar o alcorão para ter a recompensa de um pedaço no reino celestial com belas mulheres, de preferência brasileiras.

 

 

 

REPÓRTER DE HOJE NÃO SABE MAIS COMO DESCOBRIR UMA BOA HISTÓRIA

Falei aqui semana passada sobre a crise em que vive o nosso jornalismo, não somente aqui em Vitória da Conquista onde os blogs substituíram os jornais impressos a partir dos anos 2000 e não houve evolução de conteúdo e qualidade em suas matérias publicadas, com raras exceções.

Por falar em matérias e reportagens nos veículos de comunicação, tenho observado que os repórteres de um modo geral parecem que desaprenderam extrair de um evento, fato ou acontecimento uma boa história para entregar ao seu leitor, ouvinte ou telespectador. O que vemos é aquele “feijão com arroz” de sempre, ou seja, o factual.

Vou colocar aqui como exemplo mais recente, as coberturas da Feira Literária de Conquista, a Fliconquista que se encerrou neste último domingo. As entrevistas foram sempre direcionadas à curadora do evento, com aquela mesmice da programação, e quase nada de importante como fato interessante dentro da feira.

Estive conversando com alguns escritores, livreiros e expositores e descobri uma boa história digna de registro. Trata-se do José da Boa Morte que veio lá de Salvador de “buzú”, mesmo sem ser convidado, vender seus livros “ARTPOESIA”, uns de sua autoria e outros comentados que ele reproduz de poetas e escritores famosos.

José da Boa Morte, cuja família vem lá de Santo Amaro, mas é soteropolitano, é um personagem interessante que poderia já ter recebido um troféu de “rei das feiras literárias” da Bahia e do Brasil. É uma pessoa simples, mas de muita sabedoria, esforçado e organizado com seus projetos de divulgação da nossa literatura brasileira.

Quando começa o ano ele já coloca em sua agenda o calendário de todas as feiras em que vai participar, principalmente na Bahia e no Nordeste. No maior sacrifício, ele faz suas andanças literárias de ônibus e, na maioria das vezes, paga seus custos e se vira para cobrir suas despesas. Seus itinerários são todos preestabelecidos.

Para a Fliconquista, por exemplo, ele desembarcou aqui no dia 13/11 com suas malas e, antes de vir à feira, deu uma rodada na cidade vendendo seus livros para, pelo menos, pagar seu hotel e o transporte. Depois conseguiu com a coordenação uma mesinha no foyer do Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima para expor seus trabalhos. Como se não bastasse, ele ainda foi à Flibelô, de Belo Campo, de sábado para domingo.

Este personagem vendedor de livros tem uma boa narrativa de vida cultural para contar a um repórter descobridor de boas histórias. Além do mais, ele deveria compor uma roda de conversa literária ou uma mesa de debates para passar suas experiências. É uma pessoa que se dedica de corpo e alma a participar das feiras literárias e vive disso, coisa rara neste setor.

Pois é gente, José da Boa Morte, na Fliconquista, é apenas um exemplo citado que merecia ter sido entrevistado por um repórter contador de boas histórias e notícias. O público gosta muito disso, de ler e ouvir coisas inusitadas extraídas de um evento ou fatos noticiosos. Numa reportagem, o bom repórter tem que investigar algo novo que chame a atenção das pessoas.

Na Fliconquista tinha também um escritor de Salvador que se dedica a escrever sobre o gênero de terror. Sua história também daria uma boa reportagem. Peguei o caso da Feira Literária de Conquista para mostrar que o repórter de hoje, quando sai para realizar uma cobertura jornalística, raramente traz uma boa história para sua redação. Não é apenas fazer o factual e copiar o boletim de ocorrência.

 

DOS RIOS DO PARAÍSO À ESCRITA E O MOISÉS HEBREU NA VISÃO DE FREUD

Conversa vai e conversa vem, os egípcios, há 25 séculos, acreditavam ser os pioneiros da civilização humana, como defendia o faraó Psamético. Ele mandou pesquisar com seus métodos macabros e viu que não era bem assim.

Primeiro tomou duas crianças pobres (sempre sobra para os pobres) e entregou-as a um pastor (ele não podia falar nada para os bebês), com as instruções de que deveriam ser criadas longe dos outros seres humanos. Como a mulher tem a “língua solta”, ordenou aos seus soldados que cortassem as línguas das mulheres que viviam com o pastor.

Passados dois anos, ele notou que, ao entrar na cabana, os nenês falavam a palavra “becos”, “becos”. Os sábios do faraó estudaram e descobriram que na língua frígia, “becos” quer dizer pão. Pronto, a Frígia era mais antiga, mas também não era bem assim. Apenas foram os frígios os primeiros adoradores de Cibele, a Deusa-Mãe que rivalizou com o cristianismo. O imperador romano Juliano era um devoto de Cibele.

Essa narração está no livro “Uma História do Mundo”, do jornalista e escritor David Coimbra, ao afirmar que o homem foi domesticado pela mulher, provavelmente na Mesopotâmia, em grego mezo (meio) e tâmia (rios), entre os rios Tigre e Eufrates, próximos ao Ganges, na Índia, e ao Nilo, no Egito.

A Bíblia, através da sua lenda do Gênesis, informa que havia quatro rios no paraíso perdido de Adão e Eva. Está aí a charada. Os cientistas informam que o Big Bang ocorreu há 13 bilhões de anos e a terra se formou há 4,6 bilhões (na tradição judaica, Deus criou a terra há quatro mil anos a. C.).

O que mais importa é que as primeiras civilizações surgiram naquela região dos quatro rios. Ali fundaram a primeira civilização (em latim civitas – cidade), o oposto do caçador e coletor de Adão e Eva que convenceu seu companheiro a ser agricultor e criador de animais (pastor). Dos seus filhos, Abel era pastor e o Caim agricultor. Deus preferia o primeiro porque o segundo feria a terra, mas ele se tornou fundador de cidades depois de matar o irmão.

O autor da obra descreve que a Mesopotâmia é reconhecida pelos hebreus como sítios originais da humanidade civilizada (12 mil anos de sociedades formadas naquela faixa doTigre e Eufrates). Warka (mãe das cidades) é mencionada no Gênesis como Ereque, criada por Nemrod, filho de Cus que, por sua vez, era filho de Cam, um dos três filhos de Noé.

Para a ciência, houve outras antes, como Eridu. No entanto, a mais viva até hoje é Jericó, na Palestina, hoje arrasada pelos judeus perversos.  Por volta de 1.300 a. C. esta cidade foi invadida pelos hebreus fugidos do Egito e comandados por Josué (Deus é salvação), um estrategista militar. Conta a lenda que eles derrubaram as muralhas de Jericó com suas trombetas. Na época, viviam lá os cananeus na chamada “Terra de Leite e Mel”.

“Os hebreus invadiram a cidade de Jericó seguindo as ordens de Jeová. Passaram o fio de espada tudo o que nela vivia, homens, mulheres, velhos e crianças, e até mesmos bois e jumentos” – ressalta David Coimbra. Pelo visto, Deus não gostava de Jericó, e os hebreus criaram o primeiro holocausto da história. Os únicos sobreviventes foram uma prostituta de nome Raab e sua família, espiões de Josué.

SOBRE A INVENÇÃO DA ESCRITA

Nos desculpem, mas somente agora vamos falar das palavras, da escrita e depois um pouco de Moisés.  Para começar, nosso sistema de escrita é fonético, o que significa que cada letra representa um som. A escrita chinesa, por exemplo, é pictográfica. Os chineses precisam decorar cada desenho e existem mais de 40 mil caracteres.

A nossa escrita é auditiva e a dos chineses visual. Um alfabeto com sons é mais prático e inteligente do que imitar imagens. É aí que entra um sumério que por volta de 4 mil anos a. C. inventou a irrigação e os canais para domar as enchentes dos rios Tigre e Eufrates. Os vizinhos imitaram a invenção e logo toda região foi rasgada por canais.

Em pouco tempo houve produção em abundância, e o excedente liberou alguns homens do campo, com mais horas livres para pensar e planejar. Eles inventaram instrumentos para medir os terrenos, o fluxo das águas, o aperfeiçoamento da matemática e a organização das comunidades, produzindo cada vez mais e trabalhando menos.

Nessa toada, criaram os impostos, o comércio e um modelo para registrar as compras e vendas. Como uma coisa puxa outra, chegaram até a escrita cuneiforme que tinha um desenho para cada produto, com objetivo de não perder dinheiro. A partir desse processo, avançaram para as sílabas e a escrita fonética. Isso se deu há uns 5,5 mil anos. Mais na frente, depois de 2 mil anos, vieram os fenícios e criaram o alfabeto.

A outra etapa foi o esforço de colocar os jovens para ler e escrever. Para isso, os sumérios também instituíram a primeira escola formal do mundo, chamada de “edubba”, ou casa de placas, porque eram feitas de argila.

Naquela época, diferente dos tempos atuais, os professores eram mantidos por elevadas taxas pagas pelos pais dos alunos, e o método de ensino era implacável, somente para meninos, que entravam na escola ainda crianças e só saiam depois de adultos.

MOISÉS, O EGÍPCIO?

Quanto a Moisés, o libertador dos hebreus e fundador do judaísmo (religião mosaica), de acordo com o escritor de “Uma História do Mundo”, Freud, que era judeu (escreveu “Moisés e o Judaísmo”) afirmava que ele era egípcio.

Na tradição judaica, Moisés significa em hebraico “porque das águas o tenho tirado”. Sua mãe hebreia, conforme o mito, o lançou num cesto nas águas do grande rio Nilo, para escapar à perseguição do faraó aos filhos do seu povo. O faraó queria um controle populacional dos escravos. O cesto teria sido descoberto por uma princesa egípcia que o criou como se fosse seu filho.

Foi essa princesa que deu o nome de Moisés a Moisés. Por que ela deu logo um nome hebreu? É aí que Freud explica que Moisés é um nome egípcio, que quer dizer “filho” ou criança. O autor da obra afirma que os egípcios tinham o hábito de colocar essa partícula no nome de seus filhos, como “Amon-mose”, significando “Amon-uma-criança, forma contraída de “O deus Amon deu uma criança”.

Moisés deveria se chamar Tutmoses ou Ahmoses, nomes comuns da época. No entanto, Freud não apenas se baseou no nome para chegar à conclusão que ele era egípcio. Citou também o caso de um homem que pode ter sido protagonista da história, um tal de Sargão I, o Grande, ou o Acádio, que fundou o primeiro império do planeta, na Mesopotâmia.

Como Moisés, segundo a lenda, ele também foi largada num cesto de vime nas águas do rio Eufrates, sendo depois recolhido por Akki. As histórias são parecidas, só que Sargão viveu mil anos antes de Moisés.

Freud ressalta que o mito do nascimento do herói é semelhante em várias culturas. Depois de Sargão, se reproduziu em Moisés, Ciro, Rômulo, Édipo, Páris, Hércules e tantos outros, mas o grande argumento de Freud é quando ele lança mão da história de Akhenaton, o faraó mais intrigante do Egito porque foi um revolucionário.

Com base no livro do prêmio Nobel de Literatura (1988), Naguib Mahfuz, sobre o rei rebelde, Freud acredita que Moisés era um sacerdote da religião de um único deus, a primeira monoteísta do mundo, fundada por Akhenaton.

 

FLICONQUISTA ESQUECE A “VELHA GUARDA”

Estava lendo num blog da cidade de Vitória da Conquista uma observação bastante pertinente quanto a realização da Fliconquista, pela segunda vez, no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, com o apoio financeiro, em sua maior parte, de emendas parlamentares.

Ouço comentários de que a feira é uma “panelinha” de cartas marcadas de um grupo onde poucos têm sido convidados a ocupar seus merecidos espaços. Bem, a crítica do blog chama a atenção, depois de ouvir pessoas que não citaram seus nomes, que o evento esqueceu a “velha guarda”, isto é, aqueles escritores da velha geração que têm uma base cultural sólida de conhecimento e várias obras publicadas.

Lançamento da coletânia Vozes que ecoam na jóia do Sertão Baiano, organizada pela escritora Chirles Oliveira, da editora Noi Soul

Destaca ainda o site que não é somente prestigiar os novos talentos (tem muita gente lançando livros a esmo, mais por vaidades), no que concordo plenamente, isto porque nunca devemos deixar de dar lugar àqueles que tem serviços prestados à nossa cultura ao longo dos anos, para contar suas histórias com suas lições de experiência. Para o porte de Conquista, a feira é miúda.

Não me considero nenhum ícone da literatura, nem superior aos outros, mas sei o quanto tenho lutado em defesa da nossa cultura nos últimos 33 anos em que aqui me estabeleci como chefe da Sucursal a Tarde, em 1991, primeiro abrindo espaço para nossos artistas divulgarem seus trabalhos no periódico.

Não vou me alongar sobre minhas outras atividades como ativista cultural, como um dos fundadores do “Sarau A Estrada”, premiado com o troféu Glauber Rocha e com 14 anos de existência. Tenho ainda cinco livros publicados que fazem referências a Conquista, especialmente o “Conquista Cassada” que fala da ditadura civil-militar-burguesa e da cassação do ex-prefeito José Pedral.

Quero dizer com isso que, como também pertencente a esta “velha guarda”, não fui convidado a participar da Fliconquista e não vi nenhum link e edital de inscrição. Não importam minhas posições políticas (dizem que sou polêmico), mas me sinto também um excluído, como tantos outros com serviços prestados a esta cidade na área cultural.

Não é meu estilo sair por aí rogando um lugar ao sol, não por questão de orgulho, mas por amor próprio, valorização e respeito a mim mesmo. Não se trata de vaidades, mas de consideração. Aqui em Conquista, como ocorre também em outros lugares, a pessoa só é reconhecida no que já fez e ainda faz depois de morta. Homenagem depois da morte é hipocrisia e falsidade.

Desculpem o meu desabafo, mas essa Fliconquista precisa abrir mais suas portas e seu leque para todos fazedores de cultura, sem distinções ideológicas de qualquer espécie, não somente para os novos talentos e personalidades de fora. Nunca pode deixar de excluir a chamada “velha guarda” que já tem seu legado registrado na cidade. Isso se chama ingratidão.





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