ELEIÇÕES, DINHEIRO, A MENTIRA E O GOLPE DO ASFALTO BORRA DE CAFÉ
Com esse sistema eleitoral escandaloso, desigual e desleal, onde a justiça faz de conta que fiscaliza e depois de passado o pleito declara que tudo foi normal, o que temos hoje é uma trindade do mal que serve para enganar o povo de que ele está exercendo sua cidadania democrática.
Sem fazer rodeios, vamos direto ao assunto que nos interessa, falando especificamente do caso particular de Vitória da Conquista. Após as eleições de seis de outubro, o que mais se ouve nos comentários são relatos – e não são falsos – de que houve um derrame de dinheiro na cidade na compra de votos, especialmente por parte dos candidatos ao legislativo.
Os fatos são verdadeiros e não são fake news porque ouvi gente dizer que recebeu dinheiro e outros que bateram em sua porta com mandantes de candidatos com a mesma proposta. Não vou aqui revelar as fontes porque me reservo ao direito do segredo constitucional jornalístico.
Não me venham com essa de que são boatos. Todos estão cientes e carecas de saber disso. Eleições, dinheiro e a mentira caminham juntos de mãos dadas, como nos velhos tempos dos coronéis, do voto de cabresto, só que lá atrás o método era mais visível e acintoso. O que importa é que a forma do bolo permanece.
Além do dinheiro, os candidatos à reeleição para a Câmara usaram da estrutura de gabinete, o que é ilícito e, sobre isso, tenho até como provar porque vi nas ruas e me enviaram mensagens pedindo voto. Nem deram o cuidado de ver que também fui candidato.
Pelas irregularidades praticadas, por lei as candidaturas teriam que ser todas anuladas, mas isso é uma utopia. A pergunta que não quer se calar é: Que democracia é essa de que tanto defendemos no Brasil? Alguém deve responder: É a que temos, a mambembe tupiniquim.
O quadro está bem escancarado que, neste país, para se eleger, não adianta você ser ético, ter honra, caráter, idoneidade, estar preparado, ter capacidade e mérito. Se se não tiver o dinheiro na frente para comprar o voto, você não vai para lugar algum, a não ser ao fracasso. Não conte com essas pessoas que dão tapinhas em suas costas, dizem ser seus amigos e lhe fazem rasgos de elogios.
Essa cultura já está tão enraizada em nosso povo que o eleitor pede mesmo um “dindim” quando é abordado. Sou testemunha disso porque muitos me pediram na cara de pau, até para tomar uma cachaça ou uma cervejinha.
Além da grana, entrou também nessa eleição (não é novidade e coisa inédita) a transferência irregular de milhares de títulos de uma cidade aqui próxima para Conquista. Será que a justiça eleitoral daqui não desconfiou dessa anormalidade?
Eleição neste país virou uma bandalheira, malandragem e uma molecagem. Por essas e outras, a nossa Câmara de Vereadores de Conquista continua de baixo nível e formada de pessoas suspeitas, com raras exceções. E vai se manter assim porque os bons vão se afastando da disputa. Quem perde é o próprio povo que se vende.
Por acaso, o Congresso Nacional tem algum interesse de mudar essa safadeza e fazer uma reforma eleitoral completa, digna e limpa? É claro que não, porque o sistema vergonhoso existente beneficia a todos eles, tanto da direita, da esquerda como do centro. Nisso aí todos comungam do mesmo pensamento. Nessa hora, para o lixo as ideologias. Quem perde mais com isso é a esquerda. “Quem com porcos se junta, farelos come”.
O GOLPE DO ASFALTO BORRA DE CAFÉ
Por ordem, no que diz respeito ao cargo para o poder executivo, essa eleição também foi marcada pelo golpe do asfalto borra de café, para enganar a população. Em muitas ruas bastou pequenas pancadas de chuvas para começar a aparecer pequenos buracos no pavimento. Imagina se vier uma chuvarada pesada com fortes enxurradas! Vai transformar tudo em buraqueiras, do tipo “costela de vaca”, pior do que antes na terra solta.
Dias antes das eleições visitei vários bairros, como Jardim Guanabara II e Felícia. Os tratores estavam parados e apenas poucos homens faziam os serviços de meio-fio. Retornei ontem (dia 21/10) e constatei muita terra e poeira nos passeios das casas. A espessura do asfalto é fina, chegando a cerca de um centímetro.
Não é preciso ser um especialista para se chegar à conclusão de que as obras, iniciadas na véspera do pleito, e cujos recursos foram provenientes do empréstimo de 160 milhões com a Caixa Econômica, são eleitoreiras com intuito de enganar o povo. É o chamado uso da máquina, e isso já virou coisa comum na política brasileira.
É aquela história do “é assim mesmo” e todos se utilizam da mesma prática para galgar o poder ou nele permanecer. Infelizmente, neste nosso país, ganha eleição quem mais tem dinheiro em caixa e mais mente.
Dizer a verdade e jogar limpo são derrotas na certa, sem contar que o próprio eleitor aprendeu também com os tempos que usar da malandragem é uma virtude para se dar bem. A esperteza maquiavélica é premiada e merece ser votada. Depois não venham com choros e lamentações depois do leite derramado, ou da borra de café.
GOLPES FEREM O APOSENTADO
Albán González – jornalista
Após a leitura no texto intitulado “Aposentados estão sendo lesados”, editado pelo blog “A Estrada”, imediatamente abri o note book e acessei a página “gov.br”, onde procurei, nos serviços prestados pelo INSS, se havia alguma alteração nos últimos extratos de pagamento dos meus proventos. O responsável pelo artigo, o jornalista e escritor Jeremias Macário, denunciava um desconto mensal, sem o seu consentimento, de R$ 45,00, na quantia irrisória que recebe da Previdência Social.
O golpe, quase imperceptível para o prejudicado, não é novo. Pelo contrário, essas instituições, muitas delas com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), emitido pela Receita Federal, que se apresentam como representantes e defensoras dos aposentados e pensionistas, estão “na praça” há mais de 20 anos.
No passado, os golpistas usavam gestos e palavras afáveis – hoje, batem o telefone na cara de quem procura reaver seu dinheiro. Dispunham até de um assessor jurídico para tentar convencer o pobre cadastrado no INSS a assinar o termo de sócio. Na época, não se escondiam – conheci uma que funcionava no Largo da Mouraria, em Salvador – atrás de um telefone 0800, com atendente virtual que deixa o cidadão de 70 anos do outro lado da linha perguntando a si próprio como os seus dados deixaram os arquivos de um órgão do governo.
Mediante uma quantia mensal, a entidade se propõe ajuizar o INSS para que o aposentado/pensionista consiga um reajuste nos seus proventos, o que é mais difícil do que ganhar na mega sena. A União tem um time de advogados para evitar um aumento da dívida pública, embora feche os olhos para os salários, regalias e “penduricalhos” de magistrados e parlamentares.
Ultimamente, o consumidor desavisado tem sido vítima de um tipo de prática nociva. São os empréstimos consignados, direcionados principalmente para o aposentado preso numa cadeira de rodas, esperando a morte num dos apelidados “depósitos de velhos”. Com os dados do servidor inativo e o descaso do INSS e dos bancos, o golpista retira mensalmente dos contracheques das vítimas uma parcela do empréstimo consignado.
Essa ação abusiva acarreta em negócio jurídico nulo e eventual indenização pelos danos morais ocasionados. Para ser ressarcido do prejuízo financeiro, o aposentado vai ter que percorrer o “caminho da burocracia”, apoiado num advogado ou ter conhecimento do funcionamento das defensorias públicas, favorecidas pelos recessos, férias, feriados e dias “enforcados”.
“Garanta a revisão de sua aposentadoria sem complicações”. O convite é feito na internet por um dos muitos escritórios de advocacia especializados em Direito Previdenciário em todo o país. Uma das questões mais abordadas nos últimos anos refere-se à aprovação pelo Supremo Tribunal de Justiça (STF) da revisão da vida toda dos proventos recebidos do INSS. O órgão do governo tem colocado uma barreira, através de recursos, para não atender o aposentado, que começou a receber seus benefícios entre 29 de novembro de 1999 e 12 de novembro de 2019. O Instituto se recusa a pagar os atrasados dos últimos cinco anos, pelo alegado gasto que provocaria aos cofres públicos. O processo esteve em discussão pelos ministros do STF em 20 de setembro. Não há previsão de quando entrará em pauta, mais uma vez.
Recentemente, aposentados, pensionistas e militares da reserva foram despertados do estado de sonolência pela notícia amplamente divulgada pelas instituições assistenciais, a que me referi, e pelos escritórios de advocacia. Ressuscitaram uma lei de 1988, de número 7.713, que prevê isenção do Imposto de Renda para maiores de 65 anos, já afastados do serviço ativo, e com proventos e soldos inferiores a R$ 4 mil.
O segundo segmento da lei contempla com isenção do IR aos beneficiários do INSS, com remuneração acima de R$ 4 mil mensais, que provem com laudos ou documentos comprobatórios que são ou foram portadores de doenças graves, como tuberculose, alienação mental, câncer, artrose, esclerose múltipla, doença de Parkinson, AIDS, doenças que afetam o fígado e o coração, fibrose cística, contaminação por radiação, paralisia e moléstia profissional.
A lei, no caso da isenção para os portadores de doenças graves, deve ser reformulada, atendendo ao aumento no Brasil dos crimes praticados por estelionatários, que têm conhecimento das fontes onde jorram os falsos laudos médicos. Vamos assistir, certamente, a abertura de fundações e igrejas evangélicas, para onde correm os lucros dos mais ricos, além das muitas formas de se “lavar dinheiro”.
JORNALISMO IMPRESSO E A MÍDIA VIRTUAL
Mais uma vez tivemos uma noite do sarau colaborativo no último sábado, dia 19/10, no Espaço Cultural A Estrada, com a participação de mais de 30 pessoas quando discutimos o tema “Jornalismo Impresso e a Mídia Virtual: Correlações”. Na pauta tivemos também a escolha da nova comissão que vai organizar os próximos eventos.
Os trabalhos do sarau, que está completando 14 anos e já foi premiado com o troféu Glauber Rocha, foram abertos pelo nosso companheiro Luis Altério, e a nova comissão, aclamada por todos, ficou composta por Cléu Flor, Dall Farias, Edna Brito e Alex Baducha. Logo em seguida, o jornalista e escritor Jeremias Macário abriu o bate papo sobre o assunto da noite.
Em sua conversa, ele fez uma viagem ao tempo quando citou um ensaio manuscrito de 1900, de Mark Twain, sobre o alemão Gutenberg, o inventor da arte da impressão. As considerações do escrito nos levaram a uma reflexão sobre os tempos atuais da internet e das redes sociais.
O texto de Mark diz que a conquista de Gutenberg, por volta de 1455/56, criou uma terra nova e maravilhosa, mas, ao mesmo tempo, também um novo inferno. Macário pontuou que também estamos vivendo a mesma situação nos tempos atuais com a mídia virtual através da internet.
Ainda sobre o ensaísta, ele afirma que durante os últimos quinhentos anos, a invenção de Gutenberg forneceu à terra e ao inferno novas ocorrências, novas maravilhas e novas fases. “Esta encontrou a verdade livre sobre a terra e deu-lhe asas; mas a inverdade também se espalhou, e a ela foi fornecido um duplo par de asas”.
Com referência a 1900, diz que a questão do mundo daquele tempo ser bom e mau, se deve a Gutenberg, mas deve ser homenageado, “pois o que ele disse em sonhos ao anjo irado foi literalmente cumprido, pois o mal que sua colossal invenção trouxe é mil vezes ofuscado pelo bem que a humanidade recebeu”.
Após falar um pouco da sua trajetória jornalística na área do jornal impresso, Macário destacou que os jornais começaram a surgir por volta de 1650, na cidade alemã de Leipzig e depois em Petesburgo, na Rússia, em 1728, cujo jornal circula até hoje, sendo o mais antigo do mundo. O rádio apareceu em 1896, com o telégrafo inventado pelo italiano Marconi, mas só foi propagado no Brasil há 100 anos. A televisão data de 1927. Com atraso, chegou ao Brasil em 1950.
Todas essas mídias ainda existem com força, com exceção do jornal impresso que sofreu o baque da internet, ainda uma invenção adolescente de pouco mais de 20 anos, uma terra que ainda é de ninguém devido ao seu mau uso, mas que tende a se ajustar com seu amadurecimento.
Segundo Jeremias, os jornais sofreram porque não souberam se adaptar aos novos tempos, mas ainda é o meio de comunicação com maior credibilidade, que exige de seus profissionais mais responsabilidade quando escreve uma matéria, diferente do que acontece nas redes sociais onde qualquer um pode se esconder atrás do anonimato.
No mundo virtual, quem escreve mentiras (muitos nem têm formação jornalística acadêmica), se vale da punição jurídica, isto quando ocorre, ser mais demorada e cumprida contra quem comete o crime. O jornal impresso é mais completo, melhor qualidade, consistente e de maior conteúdo.
Por falar em qualidade, conteúdo e precisão, o jornalista abordou que, em sua opinião, esses pontos caíram muito e deixam a desejar, especialmente quando se trata do rádio, da televisão e do meio virtual.
Discutiu-se que, praticamente, não existe mais jornalismo investigativo, e os jornalistas fazem matérias vazias e capengas, com muitas falhas nas informações, deixando o público confuso e desinformado. Tudo isso abalou a confiança dos usuários das notícias, a maioria de baixa qualidade.
Na roda de conversa pelos participantes do sarau, houve diversas avaliações e correlações entre as mídias e um consenso de que a mídia virtual é uma criança pelo seu tempo de idade, que ainda não adquiriu sua confiabilidade, além da sua baixa qualidade jornalística e informativa. Aliás muitos que escrevem nela se acham jornalistas, sem formação acadêmica.
No mais, a noite foi de confraternização, troca de conhecimento e saber na discussão de ideias que varou a madrugada. Como sempre, tudo isso contou com o acompanhamento de bebidas e comidas, ao som da viola, da boa música, na declamação de poemas autorais e contação de causos e piadas.
Em favor da melhoria da estrutura do sarau ficaram como sugestões a criação de um fundo financeiro, planejamento de um documentário, mais participação do sarau na política cultural da cidade, registro do sarau em cartório como entidade de direito, dentre outras medidas de fortalecimento do evento.
OS LIVROS COMO ARTES DE VELOR
A invenção da impressão pelo alemão de Mainz, Johannes Gutenberg, em meados do século XV, com a publicação da Bíblia por volta de 1456, foi o prenuncio da evolução científica e da Revolução Industrial no final do século XVIII.
A partir daquele período vieram outras gráficas e um boom de publicações de raros manuscritos e obras valiosas, como dos mais notáveis filósofos gregos (Sócrates, Aristóteles e Platão), além de ícones da intelectualidade da Igreja Católica, com destaques para São Jerônimo e São Tomás de Aquino. Eram os chamados livros incunábulos, ou seja, aqueles editados até antes de 1501.
Atrás dessas raridades houve uma corrida dos afortunados ingleses que dominaram esse mercado de arte entre os séculos XVIII e XIX. Os petroleiros norte-americanos entraram com toda força no século XX até por volta de 1985/87 quando os asiáticos (japoneses) roubaram a cena através dos famosos leilões ocorridos em Nova Iorque, Los Angeles e Londres.
Nessa época, o livro mais famoso leiloado foi a Bíblia de Número 45 de Gutenberg, o mais procurado, que alcançou um valor superior a US$5 milhões, considerado o mais caro do mundo. Até outubro de 1987 essa obra pertencia ao Seminário São João, localizado ao Sul da Califórnia, a qual foi doada 25 anos atrás pela ricaça do petróleo Estelle Doheny junto com sua coleção de raridades.
A venda desse acervo precioso, de cerca de 30 milhões de dólares pela Igreja Católica, provocou uma onda de protestos e denúncias por parte da mídia dos Estados Unidos e de personalidades de intelectuais da sociedade, mas venceu o pensamento retrógrado do arcebispado da Califórnia. Esses livros de valores incalculáveis saíram das mãos dos norte-americanos para os asiáticos.
Além da Bíblia 45, outros itens impressionantes foram leiloados, como um largo fólio que pertenceu ao Papa Alexandre VI, no século XV, uma impressão única da Bula de Demarcação, que separou as terras do Novo Mundo entre Espanha e Portugal, A Queda dos Príncipes, de Giovanni Boccacio, de 1494 e uma cópia de obras de Aristóteles em grego, impressa por Aldus Manutius, A Rationale Divinorum Officiorum, de Guillaume Durand, de 1459, a Epistolare, de São Jerônimo, de 1470 e um exemplar do mesmo ano da Summa Theológica, de São Tomás de Aquino, bem como outras bíblias raras.
Entre a Bíblia de Estelle, a de Número 45, constava do leilão um ensaio manuscrito de Mark Twain sobre Gutenberg, escrito em 1900, para comemorar a inauguração do Museu do inventor da impressão, em Mainz.
Em uma parte do texto ele dizia que a conquista de Gutenberg criou uma terra nova e maravilhosa, mas, ao mesmo tempo, também um novo inferno. Durante os últimos 500 anos, a invenção de Gutenberg forneceu à terra e ao inferno novas ocorrências, novas maravilhas e novas fases – assinalou.
Segundo Mark, a invenção criou verdade livre e deu-lhe asas, mas a inverdade também se espalhou, e a ela foi fornecido um duplo par de asas. O que o mundo é hoje, bom e mau, ele deve a Gutenberg. Destacou que o mal que sua colossal invenção trouxe é mil vezes ofuscado pelo bem que a humanidade recebeu.
CASOS E CAUSOS DE TROPEIROS
Bons tempos aqueles onde os tropeiros eram os caminhoneiros de hoje. Não existiam estradas asfaltadas, só de chão, e algumas eram veredas e trilhas pelos matagais e despenhadeiros íngremes. Não haviam postos cobertos de paradas e sim pontos estratégicos de árvores e à beira de riachos, para dar uma arriada nos burros e fazer um rango.
Mesmo assim, existiam os salteadores e roubos de cargas por bandidos nos pontos mais perigosos, como ocorrem nos tempos modernos, se bem que a violência era bem menor, na grande maioria das vezes sem essas crueldades com mortes, sequestros e torturas. Os tropeiros corriam muitos riscos, sem contar as intempéries do tempo.
A comunicação entre uma cidade e outra era difícil e chegava com dias e meses de atraso. Hoje com a internet é tudo instantâneo. Além da grande variedade de gêneros alimentícios, como açúcar mascavo, aguardente, vinagre, vinho, azeite, bacalhau, peixe seco, queijo, produtos importados da Europa e até gado, os tropeiros também transportavam notícias.
Entre as regiões, esses desbravadores ainda comercializavam mulas e cavalos, como faziam os ciganos. Muitas vezes eles se cruzavam nos caminhos e era aquela confusão porque a etnia cigana sempre foi vista, desde os tempos coloniais, com desconfiança e discriminação. Tinham a mancha de ladrões e malfeitores. Entre eles quase não rolavam negócios.
Os tropeiros eram nossos repórteres jornalísticos, e as informações, muitas vezes, chegavam truncadas, deturpadas e com mentiras que iam se espalhando. Eram casos e causos de forma presencial. Atualmente são virtuais que se propagam mais rápidas que rastilhos de pólvoras. As fake news de hoje são mais perigosas, intencionais e ofensivas.
Por falar em casos e causos, quando era menino molecote e morava na roça à beira de uma rodovia de cascalho lá no sertão de Piritiba, lembro muito bem desses grupos de tropeiros que passavam em minha porta. Ah, que saudades daqueles tempos quando ainda se sentia o calor humano!
Final de tarde eles chegavam e pediam o rancho para meu pai que os acolhia com muito prazer porque também adorava prosear e contar estórias e histórias de gentes do mundo dos vivos e dos mortos. Ariavam as bruacas de couro, alforjes e outros pertences dos burros e mulas; soltavam os animais cansados e suados na pastagem e aí cuidavam logo de acender um fogo para assar a carne seca, fazer o café e cozinhar alguma coisa.
Mesmo pobre e roceiro vivendo das adversidades das secas, quando tinha, meu pai entrava na roda com um aipim, a batata e farinha. Estava feito o banquete do fogo a lenha, uma trempe, para começar os casos e causos. Eu adorava ouvir essas conversas até tarde da noite, melhor ainda nas fases de lua cheia que prateava todo terreiro.
Ah, existiam alguns tropeiros que traziam consigo uma viola, uma sanfona ou outro instrumento para cantarolar aquelas músicas antigas de raiz que falavam dos costumes e hábitos do povo, maioria das vezes nordestino. Muitos vinham cortando a Chapada Diamantina e outros eram provenientes de Feira de Santana e até do Recôncavo.
O que eu achava bom mesmo é ouvir os casos e causos dos tropeiros com meu pai. Iam dos coronéis valentões e seus capangas que surravam seus trabalhadores; tomavam terras; e mandavam matar quem resistia suas ordens. Figuravam ainda nos papos, as histórias do cangaço de Lampião, da Coluna Prestes, moças virgens que se perdiam, retirantes das secas, de gente usurária mesquinha, até de visões de fantasmas (assombrações) que apareciam nas bocas das noites.
Não faltavam também as lendas folclóricas brasileiras da mula sem cabeça que tinha fogo no lugar da cabeça e vivia entre cavalos e vacas, o boitatá, curupira, o boto-cor-de-rosa, caboclo d´água, negrinho do pastoreio, o saci pererê, a cuca, a caipora e do lobisomem.
Este último personagem me deixava mais com medo e algum tropeiro contava que conhecia uma pessoa que virava lobisomem em noite de sexta-feira de lua cheia. Bom também era ouvir os fatos escabrosos que aconteciam em outras cidades, de traição de mulheres e famílias que se matavam por questões de terra.
UNS PEQUENO METIDO A KAIKAI
Chico Ribeiro Neto)
é controverso
a traça comeu
o último verso?
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biba esperta
mostra a cara
e entra na fresta
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papagaio sexólogo
foi parar
no fonoaudiólogo
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formiga nenhuma
sai da fila
pra tomar uma
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me conta a vizinha
pinguim na Barra
pediu um Capelinha
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engano
livro pequeno
orelha de abano
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dessa dor do lado
só depois da morte
fico sossegado
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tá na cara
gente feliz
coisa rara
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olha lá
perto de morrer
quis ver o mar
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não deixa, não
senão tartaruga
vira gavião
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toma jeito, rapaz
assim não vai pra frente
nem pra trás
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vixe
jiló
virou maxixe
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onde já se viu?
ela deixou aqui
e sumiu
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ficou rouco
viu o santo
do pau oco
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você não entende
o que se ama
se compreende
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porra
o céu
tá uma zorra
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veja só
aquela cara
dá dó
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escrita pequena
ponta da Bic
palavra serena
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sopra, dona Maria
caiu um cisco
na poesia
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pintor, calma
toda cor
tem alma
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meleca problema
embaixo da poltrona
do cinema
(Veja crônicas anteriores em leiamaisba.com.br)
O VELHO E O TEMPO
De autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário
Sinto aquele aperto
De tristeza em meu peito,
Como rio seco em seu leito!
Angústia de arrebentar,
Quando você tomba ferido,
E ninguém aparece,
Para sua mão levantar.
É uma pontada doída,
Um alarido sofrido,
Sem vontade de amar,
Nem o velho e o tempo,
Que não dá pra sentir
O balanço do vento,
E as ondas do mar.
O velho e o tempo,
De derrotas e melancolias,
Vitórias e alegrias,
Amores que magoei:
Dizem que ele tem sabedoria,
O velho, ou o tempo?
O velho roga ao tempo,
Com lágrimas clementes,
Que apague as más recordações,
De tanta coisa que você estragou,
Mas o tempo vil carrasco,
Cruel inquisidor,
Impiedoso responde:
Está colhendo o que plantou.
O velho e o tempo:
Um procura curar sua dor,
O outro só lhe mostra
A flor que você machucou.
APOSENTADOS ESTÃO SENDO LESADOS
Como se não bastasse a merreca que a grande maioria dos aposentados recebe do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), muitos beneficiários no Brasil estão sendo, descaradamente, lesados com o desconto de uma contribuição, feita por entidades e associações (mais de 30), contra o segurado, sem a devida autorização do mesmo.
Na verdade, o que está ocorrendo no Brasil da corrupção e das injustiças é uma tremenda picaretagem dessas entidades, certamente com o conluio e a conivência de funcionários do INSS. Eu mesmo tirei um contracheque do “Meu INSS” e constatei uma contribuição indevida (nunca fui consultado) de R$45,00 mensais em favor de um tal CINAAP (0800 490 1001).
Para conferir a lesão, liguei para este CINAAP (Círculo Nacional de Assistência dos Aposentados e Pensionistas), com sede na capital paulista. Esta quadrilha organizada, que se autodenomina de Círculo, ainda tem a safadeza de comunicar em seu endereço que está trabalhando em defesa dos interesses dos aposentados. É muito deboche! Este é o país do ninguém, aliás dos espertos.
Do outro lado da linha o cara me atendeu e, cinicamente, depois de “conferir” meu nome e CPF, disse que eu não constava no sistema e bateu o telefone em minha cara. Como não estou no sistema se a cobrança fraudulenta está registrada todos os meses no meu contracheque do INSS? Quem, então, está levando esta grana? Algum fantasma do além?
Também entrei em contato com o Ministério Público Federal, em Vitória da Conquista. De início, depois de explicar a situação, o atendente afirmou desconhecer que esteja acontecendo esta fraude no país e insinuou que só poderia ser comigo.
Em seguida recomendou procurar a Defensoria Pública da União e foi logo avisando que ela só atende beneficiário de salário mínimo ou aqueles sem condições de recorrer a um advogado particular. Outra opção é ir ao INSS que só faz o bloqueio, mas não reembolsa a vítima, o que é um absurdo jurídico, se o próprio Instituto é o maior culpado por estar ocorrendo isso lá dentro. Quem está dando a entrada desses pilantras para o cadastramento e depois surrupiar os coitados dos aposentados?
Conversei com alguns advogados amigos que me passaram, praticamente, a mesma instrução e disseram estar sabendo dessa falcatrua no Brasil que já renderam e ainda rendem milhões para os golpistas. Por falar nisso, este é o tipo do golpe silencioso lá dentro da instituição federal que nem o aposentado chega a ser abordado.
Mesmo assim, agora imagine e analise o caminho tortuoso que o beneficiário do INSS, a maioria sem condições financeiras e conhecimento de seus direitos, tem que tomar, quando o próprio governo federal junto com o Ministério do INSS, polícia federal e o Ministério Público poderiam agir, condenar os ladrões e devolver o dinheiro aos aposentados. É uma obrigação e dever de justiça, se é que se pode falar nessa palavra no Brasil.
Fora os juizados de pequenas causas na área federal ou os custos com um advogado particular contra as entidades picaretas, muitas nem existem mais, uma ação contra o INSS é morosa, lenta e burocrática, ao ponto do aposentado morrer antes se ele vier a ser contemplado com indenização por danos morais mais a restituição do seu dinheiro descontado indevidamente há anos.
O HOMEM PROCURA VIDA NO ESPAÇO ENQUANTO EXTERMINA A DA TERRA
NÃO É HILÁRIO PROCURAR VIDA LÁ FORA NO ESPAÇO SIDERAL, QUEIMANDO BILHÕES DE DÓLARES, ENQUANTO A NOSSA AQUI É SÓ DECADÊNCIA, CHORO E RANGER DE DENTES? ESSES “FOGUETEIROS” DE NAVES POLUÍRAM NOSSO PLANETA E AGORA QUEREM SUJAR O UNIVERSO. O SER HUMANO É UMA PIADA.
Como se diz no popular, só rindo para não chorar. São ironias, para não dizer contradições e absurdos. A terra em ebulição e vítima de tantas tragédias advindas do aquecimento global (sem essa de mudanças climáticas) e o homem à procura de vida em outros planetas e satélites, quando a nossa aqui está se acabando pelos flagelos da fome, das secas, das enchentes, dos tufões, do fogo e das guerras genocidas.
Estou ficando doidão, meu amigo, e o melhor é botar uma na cuca e sair por aí navegando nas estrelas da noite, como astronauta viajante do tempo, e viva a poesia! Não tente entender as coisas, senão você vai pirar. Melhor pegar uma praia e tomar banho de chapéu, como na “Sociedade Alternativa” do nosso Raul Seixas, “Faz o que tu queres”! O problema é que o sistema tem regras proibitivas que dão cadeia, só para os pobres.
Pois é, agora a NASA está gastando cerca de cinco bilhões de dólares enviando um foguete para descobrir vida lá na “Lua Europa”, quando já temos um continente aqui com o mesmo nome cheio de extremistas e refugiados vivendo na pobreza, que fugiram das bombas e da miséria em seus países de origem. Eles ainda são objetos do imperialismo colonizador que cometeu massacres e extermínios humanos.
Temos aqui na terra uma casa repleta de rachaduras, condenada a desabar por causa de líderes tiranos e responsáveis pela emissão de gazes tóxicos em nosso ar, sem falar na decadência humana que eles nos proporcionaram. Quase um bilhão vive em estado de pobreza extrema, principalmente na África e na América Latina, comendo restos do lixo.
Diante de todas as catástrofes humanas, o negócio agora é comemorar as viagens espaciais dos bilionários que vão fazer xixi e cagar em nossas cabeças lá do alto. Pelo menos suas bostas não chegam aqui. Os cientistas aplaudem os feitos dos “fogueteiros” e ainda nos dizem que vão trazer muitos benefícios futuros para esta merda de humanidade deprimente e decadente que se odeia, estripa e mata uns aos outros.
Ainda falam que o homem é um ser racional evoluído que criou a tecnologia da morte, do genocídio humano, como está fazendo o judeu chamado de “Bibi” contra os palestinos e líbios. Esses carniceiros ergueram muralhas para separar as fronteiras; e fabricaram armas de destruição em massa.
O que é ser racional no mundo de hoje, sobretudo em nosso Brasil da corrupção pandêmica, do fura fila, da política safada do sistema eleitoral que permite a compra de votos, do desrespeito às diferenças das pessoas, da discriminação racial, do individualismo, das babaquices nas redes sociais, das cruéis injustiças sociais e do levar vantagem em tudo?
Melhor, meu camarada, falar das coisas leves como da fina lã do algodão; do desabrochar das flores; ouvir umas boas músicas e não esse lixo nojento; fazer poesia de amor, mesmo que o poeta seja um fingidor; rir das piadas inteligentes porque se for para procurar vida fora daqui, melhor você ir olhar se me vê lá no botequim da esquina tomando uma pinga e jogando conversa fora.
Não esquente seus neurônios, cara! Melhor ficar calminho e fazer de conta que tudo é maravilhoso; que a vida é bela; que não existem intolerâncias ideológicas; que o diabo foi pros “cafundós do Juda”, onde o vento faz a curva; que nosso país é só evolução e justiça. É só fechar os olhos serenamente e imaginar um paraíso de rosas, como manda um analista amigo meu. Voe em seu foguete estrelar.
A PROFESSORA NINA QUE EU TIVE
(EM HOMENAGEM A TODOS OS PROFESSORES)
Este texto foi publicado no livro “Andanças”, de autoria do jornalista, escritor e poeta Jeremias Macário. A obra pode ser encontrada na Banca Central, ou diretamente através do autor pelo e-mail macariojeremias@yahoo.com.br e pelo tel 77 98818-2902.
O homem sem instrução é um homem iludido. Em minha vida nunca imaginei que uma profissão tão linda e nobre fosse se transformar em medo, angústia e pesadelo. O orvalho da manhã está cada vez mais escasso, e a relva e a grama da minha casa estão secas. O prazer de ensinar e levar conhecimento aos rebentos virou uma obrigação. Sem o riso de antes, muitos estão partindo para outras atividades enfadonhas e chatas, seguindo a lei da sobrevivência a qualquer custo.
Aprendi as primeiras letras e a entoar a tabuada para fazer umas continhas de somar, diminuir e multiplicar com a real professora leiga dona Nina, não aquela personagem título de livros, de peças teatrais, crônicas e contos como símbolo da nossa imaginação para identificar a profissão. Como tudo que acontece pela primeira vez na vida, nunca me esqueci daquela frágil, terna e carente mulher. Mas, o que mais me marcou foi a sua extrema pobreza e como arranjava forças para ensinar.
Era meado dos anos 50 do século passado quando tive minha primeira professora Nina. A infância na roça da fazenda Queimadinha, isolada de tudo, não me dava nenhuma noção do porquê tinha que caminhar com minha irmã dois, três quilômetros dentro de um matagal todos os dias para encontrar com a professora, para ler soletrados os textos de uns livros e ouvir o clamor, choros e brigas de uma família de mais de dez pessoas por causa de um prato de comida nas horas do almoço.
A professora Nina morava como agregada de um vasto latifundiário que mais lembrava os condes e duques franceses da pré-revolução. A fazenda de quilômetros e mais quilômetros de capim e gado se situava num território pertencente ao município de Mundo-Novo e depois Piritiba e Tapiramutá. Como meeira, ela dividia com o patrão usurário e opressor os poucos pés de cafés que tinha no quintal da velha casa. O quadro não mudou. O capitalismo se alimenta de carne humana.
Todos definhavam de fome. Um rapaz anêmico vivia chorando pelos cantos da casa e o velho pai era um alcóolatra à beira da morte que pegava vísceras de bois em matadouros da vizinhança para cozinhá-las numa aguada panela de feijão. Meu pai, também pobre, pagava seus préstimos de professora com um pouco de dinheiro e farinha da terra donde colhia a mandioca do roçado. Eram tempos de muita dureza e o homem trabalhava como escravo, sem direitos a nada. Não mudou muito. A fome batia quase todos os dias na nossa porta e nos olhava com aquela careta de monstro.
O velho e o rapaz morreram e, como já viviam na miséria, nem foram notados. Eram lixos deteriorados ocupando o espaço. Como observou Shakespeare, “Quando morre um mendigo nenhum cometa é visto, mas os céus cospem fogo quando morre um príncipe”.
A professora Nina e o restante dos seus filhos pegaram um pau-de-arara e tomaram o rumo de São Paulo. Meu pai vendeu a terrinha e fomos para outro local onde pelo menos tinha um tanque d´água. Passei anos longe das minhas primeiras letras e só depois fiz, com muito sacrifício, o primário em Piritiba. Mais algum tempo parado e somente em 1962 ingressei no Seminário Nossa Senhora do Bom Conselho, em Amargosa. Bons tempos de estudos e aprendizagem, com professores de qualidade. Ensino puxado!
Passaram-se quase 65 anos e a educação teve suas reviravoltas de altas e baixas, mais que baixas, para cair numa vala lamentável de decadência e menosprezo, numa cruzada de greves, paralizações, ocupações, protestos, desespero, revolta, lamentos e violência nas salas de aulas onde existem mais discórdias que harmonias.
Até o final dos anos 70 e início dos 80, a educação pública era uma referência de qualidade e conteúdo. O professor era o verdadeiro mestre respeitado na sala e os alunos o reverenciavam como um pai, somente abaixo do Eterno. De lá pra cá foi entrando em degradação de promiscuidade total, diferente da missão primordial de transmitir sabedoria e conhecimento.
Aquela imagem da professora Nina e sua família continua viva em mim através de cenas reportadas nos dias atuais de professores comendo bolachas num reservado escondido de uma sala para matar a fome e outros vendendo seus livros de literatura nas ruas para sobreviver, sem contar as agressões sofridas no exercício de suas atividades.
Uma professora chora quando lembra que um dia um aluno colocou um revólver em sua cabeça e lhe intimou que desse uma nota máxima em sua prova para passar de ano. Perdeu, professora! Para não morrer, teve de ceder, mas, traumatizada, nunca mais retornou à sala de aula. Para sobreviver foi ser doceira. Igual a ela, tantos outros se afastaram do ministério de ensinar. De amigo e conselheiro, o professor é visto hoje pelos seus estudantes como um inimigo que merece ser castigado porque escolheu ensinar e formar crianças e adolescentes rebeldes de um lar, cujos pais se ausentaram de suas obrigações, valorizando mais o capital que o humano.
Pelo nível a que chegamos, de baixos índices de aproveitamento escolar que envergonham a nação, com imagem tão negativa lá fora, a pátria como mãe biológica ou adotiva, carece parar com todas suas obras, pontes, estradas, viadutos e projetos de portos e aeroportos, para só cuidar da educação. Esta filha desamparada de mãe desnaturada caiu em desgraça na prostituição das ruas e das drogas.
A figura de um professor qualificado e motivado é o fator mais importante para o sucesso do aluno na escola e na vida, conforme estudos realizados em vários países. No Brasil, quem tira maiores notas nas escolas prefere fazer outros cursos universitários ao invés de pedagogia, isto porque a profissão oferece pouca atratividade, devido à baixa remuneração e más condições de trabalho. O próprio Ministério da Educação constatou que o curso de pedagogia tem sido o destino dos alunos com as piores notas nos exames do ensino médio.
Chegamos ao ponto crucial de que a educação não é mais apenas uma questão de prioridade, mas de salvação de vidas. Milhões são vitimados antes do tempo no Brasil por falta de educação. A professora Nina foi a primeira a me dar régua e compasso para escrever este texto. Outros mestres vieram depois fazendo o demorado processo de lapidação