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UM MACACO GORILA OU UM ÍNDIO?

Você já se deteve por algum tempo a olhar o movimento das nuvens? Se já fez isso deve ter visto imagens e figuras diferentes de animais, pessoas, montes, plantas, árvores, um avião, um carro e outros objetos estranhos. Tudo vai depender da sua imaginação. Cada um vê uma coisa diferente como se fosse uma pintura do artista num quadro. Tudo é poético e subjetivo. O mesmo acontece quando se mira um conjunto de pedras num morro ou montanha. Existem também inúmeras figuras semelhantes dentro das cavernas, moldadas pelas águas do mar ou pelo tempo há milhões de anos. Em Itambé, na fazenda de um amigo, no declínio do entardecer, minha máquina teve a sorte de clicar esta imagem enigmática no alto de uma pedra na forma de um gorila ou de um índio cacique deitado. Poderia muito bem ser chamada de pedra do índio ou do macaco. Outros poderiam dar outra denominação.  O azul para um pode ser um verde para o outro. Na vida real ocorre o mesmo: Cada pessoa tem o seu ponto de vista que precisa ser considerado. Fica aí a imagem fotográfica para sua imaginação: Um macaco gorila ou um índio?

TUAS PALAVRAS

Autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário

Na poesia das tuas palavras,

O garimpeiro bamburra,

Atrás do ouro nas lavras,

Ainda leva surra,

Dos coronéis e do nobre,

E o pobre atrevido

Vive sem sentido.

Os sábios se eternizam,

Na esteira da sabedoria,

E tuas poéticas palavras

Viram escrita-partitura,

Canção e cantoria,

Que nunca morrem,

Nem no tronco da tortura.

 

Tuas palavras

São fluxo e refluxo,

Sons divinais;

Não têm travas;

Brotam dos deuses astrais.

 

Tuas palavras

São como vinhedos,

De finos vinhos,

Que embriagam a alma,

Alinhavadas como ninhos

Dos passarinhos,

Ventos do ar a respirar,

Cachoeiras e ondas do mar,

Que batem nos rochedos,

Moldam as pedras,

Em polidas estalactites,

Amansam as feras,

E duram séculos de eras.

O NOSSO CONGRESSO É UM CANCRO SÍMBOLO DO RETROCESSO BRASILEIRO

Se é que se pode dizer que é nosso, por que mais pertence a eles como propriedade privada do que a nós que pagamos caro, com algumas exceções dos seus membros, o Congresso Nacional não passa de um cancro que simboliza o atraso no Brasil com seus projetos de retrocesso que emperram os avanços nas áreas social, educacional, cultural, política e econômica.

Na falta de outras palavras mais fortes para definir sua atuação, é uma instituição vergonhosa e altamente conservadora de extrema direita, cujas propostas deixam os brasileiros estarrecidos, como a tentativa de emplacar uma PEC à Constituição que vai levar a privatização das nossas praias e, consequentemente, provocar sérios impactos ao meio ambiente que já está destroçado.

A ideia da emenda de extinguir as áreas terrestres da marinha no entorno de 33 metros da maré alta, de rios e lagos e passar para foreiros e concessionários é altamente nociva, não somente para nosso ecossistema, como para a população em geral que terá que pagar se quiser ir à praia para ter seus momentos de lazer e entretenimento.

É um absurdo dos absurdos. Aliás já vivemos acostumados com tantos absurdos que muita gente nem liga mais e não toma partido, como se não lhe atingisse. Tudo isso significa privatizar uma extensão da nossa costa marítima de 8.500 quilômetros impedindo o livre acesso do povo às praias.

Trata-se de mais um ataque ao meio ambiente que será explorado pelos poderosos com a instalação de suas mansões, numa visível agressão ao que ainda resta da nossa Mata Atlântica, da flora e da fauna.

Outra proposta, em avaliação na CJC (Comissão de Justiça e Constituição) do Congresso Nacional, composto de 513 deputados e 81 senadores, cheira a ditadura, com métodos diferentes. Os extremistas conservadores, numa forma de revanchismo, querem cortar os benefícios do Bolsa Família e outras ajudas do governo federal aos mais necessitados para quem participar de invasões de terras e prédios, bem como de manifestações reivindicatórias em defesa de suas categorias. É como proibir protestos de movimentos sociais.

Sem falar aqui da bancada ruralista que aprova a utilização de mais agrotóxicos venenosos proibidos na agricultura, contaminando solos e rios; flexibilização das licenças ambientais; mais desmatamentos florestais; e leis protetivas ao garimpo na Amazônia, é este o Congresso sujo, mais caro do mundo, que temos e eles ainda abrem a boca para dizer que tudo está sendo feito pelo bem do pais, no sentido de desburocratizar e facilitar o avanço do progresso.

São esses caras de paus do retrocesso que se dizem patriotas representantes do povo; falam de família, tradição e pátria; e se colocam como arautos de Deus, na maioria evangélicos conservadores e fanáticos negacionistas. Na verdade, não passam de criminosos que estão a serviço do diabo na criação de fake news e travam o desenvolvimento do Brasil.

Esse bando de salteadores, muitos ligados a traficantes e milicianos, que mandam matar quem atravessar seus caminhos, também pertence à bancada da bala que defende a matança dos mais pobres, a exclusão social e mais armas nas mãos dos bandidos. Estamos vivendo numa linha perigosa do extremismo, graças à manipulação dos eleitores, a grande maioria alienada e sem nenhuma consciência política por falta de educação.

Além de ser o cancro do Brasil, com suas leis retrógradas e medievais de terraplanistas, é um Congresso de bilhões de reais, composto por uma elite burguesa atrasada que prima pela morte da nossa gente pobre e do meio ambiente.

É um Congresso racista, homofóbico, xenófobo, misógino e, acima de tudo, antipatriótico que bate continência para as bandeiras imperialistas.  Essa turma é enganadora do nosso povo incauto, subjugado e submisso. Eles representam o que existe de mais pior como ser humano. Temos um monstro dos monstros, mais frio dos frios. Em nosso Brasil de hoje, infelizmente, este Congresso está agindo como um Estado autoritário.

 

QUEM VAI DETER ESTE EXTERMINADOR DE PALESTINOS COM SEUS MASSACRES?

Como se não bastassem as tragédias da natureza, em decorrência do aquecimento global, com terremotos, tornados, ciclones, secas e enchentes torrenciais, ceifando milhares de vidas, o mundo assisti estarrecido o exterminador de palestinos, o premier Benjamin Netanyahu, o “Bibi”, que desobedece ao veredicto da Corte Internacional de Justiça e continua a bombardear, impiedosamente, os palestinos de Rafah.

Seus apoiadores e coligados antigos desse holocausto de terror e atrocidades, como os Estados Unidos e países da Europa, só fazem condenar as ações de matanças indiscriminadas e ele continua a agir passando por cima da lei. O próprio “Bibi”, o genocida, aparece na televisão reconhecendo que foi um ato trágico, mas permanece firme praticando o extermínio dos palestinos, tornando a Faixa de Gaza num inferno. Ninguém tolera mais os blábláblás desses governantes coniventes.

Quem vai deter este exterminador de palestinos que quer dominar todo território e anexá-lo ao seu país? Quanto ao Hitler, na Segunda Guerra Mundial, que mandou matar, inclusive seis milhões de judeus, os aliados agiram na base da força e acabaram com seu instinto sanguinário e dominador. Com o escudo do holocausto, Israel está fazendo o mesmo com os palestinos que estão vivendo o terror das bombas, da fome e das mortes de crianças e dos idosos.

Os Estados Unidos são os primeiros a soltar notas diplomáticas hipócritas de pesar e sentimentos, mas continuam enviando armas para ajudar Israel com seus massacres hediondos. É até uma ironia, para não dizer um escárnio e ultraje, quando se vê os ianques construindo um porto para ajuda humanitária e, ao mesmo tempo, mandando bombas para o primeiro ministro.

A história já está registrando este genocídio, do qual toda humanidade é culpada pelo que está acontecendo de horror e sofrimento na palestina. Todos os judeus israelenses estão apoiando esta “guerra” insana onde só um lado tem tanques, armamentos pesados e bombas para encurralar os palestinos como se fossem animais ferozes num apertado sem saída, sem água e alimentos. Milhares estão morrendo de fome pelos criminosos.

A única coisa que se vê dos israelenses são manifestações dos familiares dos reféns do Hamas – também condenável pelos seus atos em outubro passado – exigindo a libertação dos prisioneiros, mas não um protesto condenando o que o seu primeiro ministro vem fazendo contra um povo indefeso que desde 1948 sofre também o terrorismo de Estado.

Os universitários dos Estados Unidos se levantaram nos campi de suas unidades de ensino em apoio aos palestinos e contra esse massacre desumano. No entanto, suas vozes foram abafadas pela ditadura norte-americana que tanto fala em democracia, enquanto se alia a governos tirânicos por interesses capitalistas de poder.

Infelizmente, em pleno século XXI, os países dominados ainda vivem no tronco e na chibata colonialista dos imperialistas do mundo que só visam a defesa, a qualquer custo, do capitalismo exploratório dos mais fracos. Eles nem estão aí para reverter o aquecimento global e só pensam em aumentar os PIBs de seus países e fabricar armas sofisticadas para lucrar mais e mais.

Até no Conselho da ONU são eles quem mandam. Essa organização internacional perdeu seu sentido de existência, tanto é que o próprio carniceiro “Bibi” nem está aí para suas decisões de parar com os bombardeios. A fala do secretário Geral Gutierre ecoa no deserto de fogo.

Pode parecer derrotismo e terror, falta de fé e esperança de tempos melhores, mas o próprio ser humano está se encarregando de destruir a humanidade e abreviar o apocalipse final. Não temos mais líderes para seguir, só falsos profetas, fanáticos religiosos e mentes diabólicas do mal.

UM NOBEL PARA OS BOMBEIROS

Carlos González – jornalista

Provavelmente não serei o pai da ideia. Alguém já deve ter levado ao governo federal a relevante candidatura dos bombeiros militares do Brasil ao Prêmio Nobel da Paz de 2024. A concessão da láurea pela Academia Real das Ciências da Suécia significaria uma justa recompensa a homens e mulheres que têm revelado bravura e altruísmo nos momentos em que são convocados para resgatar vidas humanas e de animais. O país tem acompanhado a conduta dos Soldados do Fogo, como eram chamados, na catástrofe que desabou sobre o Rio Grande do Sul.

Expressando-se em diferentes sotaques, bombeiros de todo o país – a equipe de Sergipe sofreu um capotamento na BR-161, mas seguiu em frente numa viatura cedida pela corporação de Poções – foram distribuídos pelas cidades gaúchas alagadas pelos rios que cortam o estado. A representação da Bahia, integrada por 25 militares e pessoal de saúde, viajou no último dia 2 para a Serra Gaúcha, onde ocorreram deslizamentos de terra.

A outorga do Nobel aos bombeiros militares, que têm atuado em outras tragédias, tanto no Brasil como no exterior, não desmereceria a ajuda humanitária de outros dedicados profissionais, civis e militares, muitos deles voluntários, que procuram aliviar o sofrimento de milhares de pessoas que perderam seus bens materiais, além de familiares e amigos. Todos, em conjunto, têm o direito de levantar a taça.

Notícias mentirosas

“Cruéis e abomináveis” foram as expressões usadas pelo general Tomás Paiva, comandante do Exército, para qualificar as fake news, que, segundo ele, exercem um impacto negativo nos trabalhos de resgate e assistência às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.

“A desinformação impede a sinergia entre órgãos governamentais para ações que são imprescindíveis nesse momento”, comentou o militar, que não esteve na China, como divulgaram mentirosos compulsivos. Ele tem viajado ultimamente para Porto Alegre, onde orienta os trabalhos de 21 mil militares.

Desde os primeiros dias das enchentes no Rio Grande do Sul, os Bolsonaros (Eduardo, Flávio e Carlos) tentam surfar nas ondas de uma tragédia, como legítimos oportunistas políticos. Trabalham de forma coordenada, espalhando mentiras, pois são doutores na matéria lecionada por seu pai, que já devia ter saído de cena.

Sustentados pela nação (pelo povo, na verdade), os fomentadores do caos estão inserindo nas redes sociais informações mentirosas, com a finalidade de desacreditar o governo federal, tentando falsamente mostrar que os agentes do Estado priorizam o salvamento de animais, deixando mulheres, crianças e idosos para trás.

Num primeiro levantamento, a imprensa identificou sete deputados filiados ao PL, liderados por Eduardo Bolsonaro, como autores das fake news, além do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, do mesmo partido. O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) está com a corda no pescoço. A oposição na Câmara de Vereadores protocolou pedido de impeachment, por suposta falta de ação, antes e durante a inundação da cidade.

Desumanidade

“O bolsonarismo é uma força destrutiva, que só é capaz de prosperar num ambiente de conflagração permanente”, opinou o “Estadão”. Difundir notícias mentirosas é uma desumanidade, prática que o ex-capitão demonstrou durante os quatro anos de seu mandato. Na última semana de 2021, durante a intensificação das chuvas no sul da Bahia, com 75 municípios em situação de emergência, Bolsonaro foi passar férias numa praia em Santa Catarina, onde foi visto passeando de jet ski.

Ao longo da crise sanitária causada pela Covid-19, o ex-presidente propagou afirmações falsas sobre as vacinas, incentivou o uso de medicamentos ineficazes, promoveu aglomerações, deixou os doentes de Manaus sem oxigênio, atrasou a implementação de uma campanha de imunização e zombou dos que morreram contaminados pelo vírus.

Agentes de inteligência do governo (Gabinete de Segurança Institucional e Agência Brasileira de Inteligência) elaboraram entre março de 2020 e julho de 2021 mais de mil relatórios sobre a pandemia, mostrando o aumento do número de casos e de mortes no Brasil. Jair Bolsonaro optou por oferecer medicamentos sem eficácia contra a Covid-19, e desdenhou, chamando-os de idiotas aqueles que ficam em casa.

A edição do último dia 20 da revista Cadernos de Saúde Pública revela que os municípios onde Jair Bolsonaro teve mais votos nas duas últimas eleições presidenciais contabilizaram mais mortes durante os picos da pandemia da Covid-19. As pesquisas foram feitas pelos docentes Everton Lima, da Universidade de Campinas (Unicamp) e Lilia da Costa, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com a colaboração da Fiocruz.

A descrença nos impactos da pandemia e a resistência às medidas sanitárias, recomendadas por cientistas e profissionais de saúde, além da conduta de muitos prefeitos, que preferiram seguir os conselhos do negativista de Brasília, principalmente os seguidores do evangelismo, foram os fatores apontados como determinantes pelos pesquisadores.

A comunidade evangélica de Vitória da Conquista recebeu na semana passada a notícia da morte, em menos de 24 horas, do casal Carlos Lúcio e Chilene Barbosa do Santos, líderes religiosos num templo do bairro da Patagônia. Ambos morreram de complicações (os pulmões estavam 90% comprometidos) causadas pela Covid-19. Os membros da igreja asseguram que o casal não se vacinou contra a doença, orientado pelo presidente, que boicotava medidas de combate ao vírus e o acesso às vacinas.

Os gaúchos assistiram indignados à justificativa do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) para não estar neste momento ajudando as vítimas das inundações. “Estou com 70 anos. Quantos homens com a minha idade estão no meio das águas?”, perguntou a um repórter o vice do governo Bolsonaro, acrescentando que seria “um desvio de sua função”.

Navegando no apoio da maioria dos gaúchos ao bolsonarismo nas eleições de 2022, Mourão obteve uma cadeira na mais alta casa legislativa do país como representante do seu estado. Um militar de carreira, afeito à caserna, repentinamente se converte num senador. Por acaso, não é um desvio de função?

Analogia

O servidor federal Celso Rocha de Barros, na sua coluna na “Folha”, fez uma analogia entre a crise sanitária de 2002-2021 e a tragédia no Rio Grande do Sul, num cenário, felizmente fictício para os gaúchos, com Bolsonaro na Presidência da República.

A atuação do ex-militar no período em que o país perdeu mais de 700 mil vidas já é conhecida dos brasileiros, com exceção dos fundamentalistas e fascistas. Hoje, o “mito” negaria as inundações e as chamaria de “chuvazinha”. Em suas lives acusaria a China e São Pedro como responsáveis.

Depois de ouvir Paulo Guedes, seu ministro da Fazenda, afirmaria que a evacuação das áreas cobertas de água seria desnecessária porque atrapalharia a economia. Declararia guerra ao governador Eduardo Leite, como fez com João Dória, então governador de São Paulo, por ter se antecipado na compra de vacinas.

Aproveitaria a oportunidade para revelar seu lado cômico diante de uma tragédia, imitando um gaúcho morrendo afogado. “Querem que eu faça o que? Não sou salva-vidas”, quando passasse a ser questionado pela mídia. Atribuiria aos que morressem afogados algum problema de saúde, por não conseguirem vencer a correnteza, “o que não aconteceria com os que têm histórico de atleta, como o meu caso”.

O epidemiologista Pedro Halal usou dados estatísticos para mostrar que 95 mil mortes seriam evitadas se Bolsonaro tivesse adquirido as vacinas ofertadas pelo Butantã e pela Pfizer. Contrariando a ciência, ele queimou vacinas e medicamentos, além de ter deixado sem oxigênio os hospitais de Manaus.

Bolsonaro e seu ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, esconderam dados sobre a Covid-19 divulgados nos boletins epidemiológicos. Os principais veículos de comunicação criaram um painel para combater a desinformação. Essa associação foi restabelecida para contestar os fake news que colocam em risco o trabalho de recuperação do Rio Grande do Sul. As denúncias podem ser feitas pelo email folhainformacoes@grupofolha ou pelo whatsapp (11) 99581-6340.

 

 

 

 

PSOL DE CONQUISTA APOIA CANDIDATURA DE WALDENOR A PREFEITO

Em reunião realizada, no Espaço Cultural A Estrada, no último sábado (dia 25/05/24), a diretoria do PSOL (Socialismo e Liberdade) de Vitória da Conquista e demais participantes filiados decidiram em votação apoiar a pré-candidatura de Waldenor Pereira (PT) ao cargo de prefeito nestas eleições de outubro próximo, ao mesmo tempo em que acharam conveniente não indicar um nome do partido para majoritária por questões internas estruturais da própria agremiação política.

Com esta decisão, o partido se une à Federação PSOL/REDE na caminhada da campanha eleitoral visando juntar forças para eleger o pré-candidato do PT à prefeitura de Vitória da Conquista. Esta coligação (apoio crítico), conforme ficou claro nas discussões do PSOL, não está condicionada à negociação de cargos, mas na defesa de uma ação programática de governo que deverá ser tratada nas próximas conversações com o candidato do PT.

“Estamos abertos ao debate na formação da coligação, desde quando mantidos os pontos do nosso programa”- definiram os membros do Partido durante a reunião. Na ocasião, a camarada Zivaneide Santos Silva (Ziva) ressaltou a necessidade de valorizar nossas bandeiras e nossos princípios programáticos.

O presidente justificou a impossibilidade, no momento, de indicar um nome para a majoritária, inclusive o seu, e defendeu o apoio crítico. “O mais importante é a preservação do nosso programa e convido a todos a trabalhar juntos para uma melhor organização do PSOL, em Conquista”.

Além dessas importantes tomadas de posições com relação às próximas eleições municipais, no caso em particular de Vitória da Conquista, o partido também, discutiu os nomes dos prés- candidatos à Câmara de Vereadores, os quais ainda poderão ser alterados e acrescentados outros, para cumprir com a lei de paridade entre homens e mulheres.

Nesse sentido, o PSOL está fazendo um apelo aos demais filiados que compareçam às próximas plenárias do partido que serão em breve anunciadas pelo presidente Ferdinand Maartins. Ele mesmo reforçou a necessidade de mais componentes às reuniões que estão sendo constantes e extraordinárias, no sentido de fortalecer e consolidar o partido em Conquista.

Como pré-candidatos a vereadores (indicações ainda não totalmente fechadas) foram apresentados os nomes de Claudionor Dutra, Zivaneide Santos Silva (Ziva), Jeremias Macário de Oliveira, Ezequias Pereira Dias (ainda não fez sua inscrição), Luciana (mesma situação) e, possivelmente, os nomes de Clodoaldo, Ferdinand e Marcos Ozzy. Como já foi dito acima, essas pré-candidaturas a proporcionais ainda estão sujeitas a alterações.

Outros assuntos foram tratados na reunião, inclusive levantado pelo presidente Ferdinand, como a não homologação de alguns nomes da diretoria regional (Jeremias Macário, Zivaneide, Edivaldo Pereira, Marcos e do próprio Linauro Neto) junto o PSOL estadual e ao Tribunal Eleitoral, bem como a eleição da Federação PSOL/Rede. Estas pendências estão sendo discutidas com o presidente do partido na esfera estadual, o sr. Ronaldo Manssur.

O filiado Claudionor Dutra usou da palavra para dizer que seria interessante o partido ter mais nomes na disputada para vereadores na Câmara Municipal. Ele também chamou a atenção da importância de se chamar mais filiados para as reuniões do PSOL e defendeu a coligação ao candidato do PT.

No mesmo sábado, (dia 25/05), o membro Edvaldo Pereira informou para um grupo do PSOL de Conquista, tendo à frente o seu presidente Ferdinand, participou da reunião do recém-criado PSOL de Anagé que já anunciou suas pré-candidaturas majoritárias para as eleições do município.  O encontro foi bastante proveitoso e contou com cerca de 50 pessoas, com discussões fundamentais no âmbito das eleições de Anagé.

“SÃO COISAS DE DEUS”

O ser humano ainda não caiu na real, ou como se diz no popular, não caiu a ficha de que estamos em pleno aquecimento global, provocado pela própria ação humana, onde a terra está em ebulição. Sobre os desastres no Rio Grande do Sul, um senhor ou uma senhora, respondeu a uma pergunta do repórter que “são coisas de Deus”.

Não consigo imaginar que Deus é esse tão carrasco e tirano que causa tanto sofrimento e dor com chuvas intensas, ventos fortes, deslizamento de terras e enchentes em todo estado que já mataram cerca de trezentas pessoas e deixaram milhares de desalojados, vitimando todos as classes sociais, pobres e ricos.

Que Deus é esse que manda cheias no sul e secas no norte? Que Deus é esse que ceifou a vida de duas mil pessoas em Nova Guiné? Que Deus é esse que manda terremotos, tufões e ciclones em diversos país do planeta e aumenta o nível do mar causado pelo derretimento das geleiras polares?

Os negacionistas de plantão, ou os terraplanistas chamam a tudo isso de fenômenos normais da natureza e ficam fazendo vídeos e citando tragédias isoladas que aconteceram séculos atrás. Ora, o que está ocorrendo agora é um conjunto de catástrofes bem claras de que a natureza está reagindo às agressões que vem sofrendo há séculos.

Os religiosos cristãos, ou não, se apegam à fé cega e colocam a culpa em Deus. Perdoai, oh Senhor, porque eles não sabem o que dizem! A maioria está atolada na ignorância e fala automaticamente o que vem na cabeça, sem refletir e pensar no que a humanidade vem fazendo contra o meio ambiente.

Os outros são os homens do poder, os empresários e gananciosos avarentos que nem se dão conta de ler o que os cientistas vêm alertando há anos. Nas reuniões sobre as mudanças climáticas, eles estão em seus celulares fechando grandes negócios para colocar mais gases tóxicos na natureza, como perfurar poços petrolíferos, desmatar as florestas, explorar combustíveis fósseis, construir mais indústrias poluentes e jogar mais veneno nos rios e mares.

Existem ainda os fanáticos pastores evangélicos, ou os falsos profetas, que botam na cabeça dos incautos sem nenhuma instrução e nos analfabetos de que tudo que está acontecendo de tragédias climáticas no mundo é castigo de Deus. São iguais a torcedores “doentes” que vão aos estádios com os terços nas mãos e as fotos de Cristo rogar para que seu time de futebol saia vencedor.

Na verdade, é o homem quem está pagando pelo seu próprio pecado e, para tirar o seu da reta, coloca Deus no meio das suas atrocidades. Quem faz o mal irá pagar aqui mesmo, e ainda deixa o pior para as próximas gerações de inocentes que estão chegando, que são filhos e netos.

“ASSIM FALAVA ZARATUSTRA”

Difícil de ser entendido, Friedrich Wilheim Nietzsche nasceu em Rocken, na Alemanha, em 15 de outubro de 1844. Ainda jovem virou pastor e tornou-se num dos mais importantes pensadores do século XIX. Aos 24 anos chegou a lecionar filologia na Universidade de Basileia, mas parou seu trabalho, em 1979, por questões de saúde. Passou a levar uma vida marcada por crises e tentativas de suicídio. Em 1882 começou a escrever sua obra famosa “Assim Falava Zaratustra”. Teve intensa produção, interrompida, em 1889, por uma loucura que durou até sua morte, em 25 de agosto de 1900.

Na apresentação do livro, editora Lafonte, escrito pelo tradutor, na palavra de Zaratustra, que viveu dez anos na montanha, Nietzsche diz que o homem e a sociedade vivem em hipocrisia, à sombra de valores que não correspondem às aspirações do ser humano, porquanto marcados e conduzidos por um conjunto de leis, costumes e tradições que já foram comprovados, além de desgastados pelo tempo e pela maldade dos homens, aleatórios e inúteis.

Nietzsche aborda os temas centrais da transformação de valores, da erradicação dos males que afligem a sociedade, da libertação do homem como ser superior e da busca da figura do verdadeiro homem ou super-homem. Quando Zaratustra desce da floresta encontra-se com um grupo de gente da cidade e faz um discurso onde as pessoas não lhe dão ouvidos. Ele se vai frustrado e decepcionado.

Em o equilibrista e o palhaço, afirma que o diabo e o inferno não existem, e que nada perco ao perder a vida. Pontua vários problemas do viver, como o trabalho, a distração e o cansaço. Para ele, pobre e rico são duas coisas penosas, como governar e obedecer. Pastor e rebanho são iguais. Nietzsche foi um tanto anarquista quando declara que o Estado é o mais frio dos frios monstros.

Vou aqui apenas citar alguns pontos da fala de Zaratustra que servem de reflexão, muitas delas confusas, contraditórias e retrógradas como dizer que a mulher não sabe fazer amizades, ao compará-la com uma ave ou uma vaca. Boa parte do seu diálogo requer análise apurada porque ele fala por meio de parábolas, linguagens figuradas e metáforas.

Num dos trechos, diz que não seja o refluxo desse fluxo. O crime mais atroz é ultrajar a terra. O homem é um rio poluído. Nessa sua lógica, é também um poluidor, máximas que servem para os tempos atuais. Tem muita coisa de filosófica e poética em suas pregações, como a de que é preciso ser mar. Seja repugnante para ser limpo. Para sair da conformidade, sua razão anseia por saber.

Em sua conversa para os homens da cidade, em seu primeiro contato após dez anos na montanha, diz que, para se chegar ao alto e o além, seja declínio. O que importa é ser ponte e não meta. Seja flecha e passagem para a outra margem. Tem que conhecer o que quer conhecer e faça da sua virtude o seu destino. Ele questiona o viver e o deixar de viver. Sobre o ser humano, ensina que deve cumprir mais do que promete. Isso serve para os nossos políticos.

A cólera do seu deus pode ser sua perdição. Quanto a alma profunda, ressalta que lhe faz esquecer de si mesmo. Aprenda a ouvir com os olhos. Terei que gritar. Vou falar do que é mais desprezível, e aconselha que o homem deve semear o germe da esperança. No que refere às suas conversações com o outro, o qual não consegue lhe entender, afirma que a minha boca não chega aos seus ouvidos.

No sentido figurado das palavras, ou não dos seus pensamentos, Nietzsche termina tocando no problema do meio ambiente quando destaca que o solo rico se tornará pobre e árido, sem germinar nenhuma árvore. Como profeta do tempo, enfatiza que o homem não mais lançara a flecha do seu desejo. Você tem um caos dentro de si para gerar a dança. A terra se tornará pequena, e insensato é aquele que ainda tropeça nas pedras e nos homens.

Nietzsche, como todos sabem, é um filósofo incompreensível e cada um faz suas interpretações. Zaratustra assinala, por exemplo, que nada tem de desprezível morrer por causa do teu ofício e que a vida humana é desprovida de sentido. Ele é, ao mesmo tempo, profundo, triste, descrente do ser humano e sem religião. Por falar nisso, disse que a religião matou Deus.

Em seus diálogos, fala muito do ser super-homem. Ouço uivos de lobos famintos. O criador sempre procura companheiros. Meu canto é para os solitários e que existe mais perigo entre os humanos do que os animais. Que minha altivez ande ao lado da sabedoria. Vamos ter mais Nietzsche nos próximos capítulos, esse Zaratustra, esse maluco.

No capítulo “Do Amor ao Próximo” em “Assim Falava Zaratustra”, Nietzsche dizia que esse amor é vosso mau por vós mesmo. O Tu foi santificado, mas o Eu não. Mais elevado que o amor ao próximo é o que está por vir, as coisas, os fantasmas. Você tem medo dos fantasmas e procura refúgio junto ao teu próximo. Ele afirma que o convívio com os homens estraga, sobretudo quando não se tem caráter.

O CASTRADOR E O BOI

Estive na fazenda de um amigo meu nesta semana, em Itambé, e tive a oportunidade de acompanhar, com as lentes da minha máquina, o castramento de vários bois numa idade variável de um ano. Pude observar que é um processo doloroso e estressante para o animal. Para o castrador, o pior é que em mais um ano ele será levado ao matadouro. A vida de um boi de corte é de pouco mais de dois anos. Como é tão curta! – Comentei – e o outro ajudante respondeu que ainda mais curta é a vida de um frango, em torno de dois meses. Existem abatedouros clandestinos onde os bichos passam por um grande sofrimento antes de serem sacrificados. Tudo isso para alimentar o ser humano, o maior predador e depredador da terra que agora vem sendo atingido pela natureza, há séculos maltratada, que agora está dando sua resposta, com intempéries, enchentes, secas, ciclones e terremotos.

O processo de castramento do boi exige o trabalho de duas a três pessoas e é por demais sofrido, desde quando ele começa a ser empurrado para o corredor estreito do curral até ser laçado e arrastado numa espécie de enforcamento. O castrador joga uma corda entre a barriga e suas duas pernas traseiras fazendo o animal perder suas forças até cair ao chão. Ele respira ofegante com dificuldade. O mais doido é o corte literalmente dos testículos, ou ovos (bagos) com a faca que faz jorrar o sangue. São retirados alguns nervos e, para não infeccionar, lava-se o local com água e passa um produto parecido com betume. Tem outros que colocam sal grosso para não pousar varejeiras e provocar outras doenças. Para terminar, dá-se uma injeção de antibiótico. Depois das cordas afrouxadas, o boi sai cambaleado e tonto e borrado de dor. Vendo aquilo tudo, os outros que ainda não caíram na faca resistem o possível para não serem capados. Olhando toda aquela cena de tortura e horror, lembrei dos eunucos dos sultões que eram castrados para cuidar dos haréns das mulheres. Como ainda somos estúpidos e primitivos!

NA UTI DA VIDA

Autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário

De cócoras,

Nas indígenas ocas,

Ou pelas mãos da parteira,

Numa cama de hospital,

Seja igual ou desigual,

Sua mãe berra,

Para abrir a porteira,

Se agarra nas raízes

Da sua mãe terra.

Você nasce e cresce,

Civilizado ou nativo,

Da barriga que lhe abriga,

Água e ar,

De nove meses,

Na UTI da vida,

Do Tratamento Intensivo,

E cada um sabe de si,

Vivendo sua UTI.

 

Na labuta da sobrevivência,

Na fé e na ciência,

Ora seu coração acelera,

Jorra sangue e se acalma,

Às vezes vira fera,

Na quimera da alma,

Transborda amor e dor,

Fel e mel,

Inferno e céu,

Na UTI da vida,

Do sentido do existir,

Mar revolto e calmaria,

Seja João, José ou Maria,

Nos arreios das andanças,

No veneno do cascavel,

No corcel da esperança,

Nas labaredas de fogo,

Como sensato e louco,

E tudo é assim:

Vim, vi e venci,

Na UTI da vida:

Porta de entrada e partida.





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