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:: ‘Notícias’

A MALDIÇÃO DAS DANCINHAS!

Quando a seleção feminina, na Copa da Austrália, ganhou de goleada para a fraca Panamá, as mulheres começaram a ensaiar um estilo de dancinha para comemorar as vitórias.  Não deu para fazer isso porque o Brasil perdeu na outra partida para a França de 2 x 1.

Isso fez lembrar a seleção masculina na Copa do Qatar no ano passado quando também venceu as primeiras partidas e inventaram a “dança do pombo” em que até o técnico Tite entrou na roda. Lá na frente o Brasil foi derrotada pela Croácia, um país pequeno do tamanho de Sergipe nas entranhas dos Balcãs.

Fiquei a imaginar se não seria a maldição das dancinhas brasileiras! Fora as superstições, é muita coincidência. A verdade é que o nosso futebol, masculino e feminino, anda caindo das pernas, mesmo com uma boa estrutura recebida pelos jogadores.

A última Copa Mundial em que o Brasil saiu campeão foi em 2002. De lá para cá o nosso futebol passou a ser desacreditado por outros países que não temem mais a camisa amarela. Jogam de igual para igual e, muitas vezes, com superioridade.

Classificar com a equipes da América do Sul é fácil e assim o Tite remou na onda da mídia e dos torcedores como uns dos melhores do mundo. Nas entrevistas era aquele falatório e exposição de técnicas, táticas e estratégias mirabolantes invencíveis. Como dizia Didi ou Garrincha, só faltou combinar com os adversários.

Quanto ao caso mais recente das mulheres que foram eliminadas na primeira etapa da Copa, foi um outro vexame o empate justamente para a Jamaica, uma pequena ilha no mar do Caribe, sem nenhuma infraestrutura. Para as meninas chegarem a Austrália, a população, com ajuda da família Boby Marley, teve que fazer uma vaquinha.

Do outro lado, com todo dinheiro, assistência médica, técnica e outras mordomias, a seleção não conseguiu dar conta do recado. Seria também a maldição do complexo de vira-lata, carimbado pelo escritor dramaturgo Nelson Rodrigues? Seria bom contratar um investigador com uma lupa para detectar onde está realmente o problema do futebol brasileiro.

Não será a maldita fama que subiu para a cabeça ou a falta de garra daqueles tempos onde o atleta suava a camisa de verdade, não importando o dinheiro? São vários fatores e um deles é a escassez de grandes craques. Tudo na vida tem seu ápice e sua natural queda.

SE A EMPRESA É DEFICITÁRIA, POR QUE NÃO ENTREGA LOGO A CONCESSÃO?

José Marias Caires, do movimento Duplica Sudoeste, trecho da BR-116 de Vitória da Conquista, obra que continua emperrada e incerta, diz não acreditar que a Via Bahia arrecada 362 milhões de reais por ano (muito pouco) e, que mesmo assim, gera um prejuízo de 70 milhões de reais.

Isso é informação da própria empresa. O mais inusitado e incoerente é que, apesar disso, a empresa reluta em entregar a concessão que o governo federal já pediu por várias vezes. Como afirmou José Maria, vá gostar de prejuízo assim! Acho que a Via Bahia é a única que adora trabalhar no déficit sem largar o osso.

De acordo com dados do líder do movimento, um trabalhador de salário mínimo com 35 anos de serviço recebe durante todo período pouco mais de 554 mil reais. Num dia a Via Bahia ganha um milhão de reais, o que equivale a 65 anos de salário de um trabalhador. É um absurdo e ninguém toma providências!

Na avaliação de Caires, temos pela frente três grandes obras que farão Conquista aumentar a população a 500 mil habitantes em 2030. Uma dessas obras está ligada à reindustrialização do Brasil. No entanto, o mais importante do momento é a Duplicação da Rio-Bahia.

Para aproveitar esse ensejo desenvolvimentista da cidade, esperamos que daqui para lá, Vitória da Conquista também avance nos outros setores, como da cultura que no momento encontra-se estacionada com equipamentos artísticos fechados há anos. Estou comentando isso porque não podemos ficar somente no Duplica Sudoeste. Os empresários também precisam se engajar nesta causa.

Não podemos ficar tão somente nos calendários do São João e Natal. O Conselho de Cultura tem feito seu trabalho reivindicatório, mas não possui o poder de execução. Tem outras várias demandas que não foram atendidas pelo executivo alegando sempre falta de recursos.

Sobre a Via Bahia, outra informação é que em 28 de abril, por iniciativa do Ministério dos Transportes, foi criada uma comissão de trabalho para fazer um relatório e propor um acordo entre a Agência Nacional de Transportes Terrestres e a firma.  A comissão teria até três de junho para concluir os estudos visando o início imediato dos investimentos da concessionária, paralisados por determinação judicial.

Fala-se em reequilíbrio ou revisão dos contratos, imprescindíveis para começar as obras. Algumas demandas da Via Bahia estão em desacordo com o movimento do Duplica Sudoeste, como o aumento do pedágio, a falta de cronograma com os prazos para duplicação e as modificações que a empresa pretende implantar.

Uma dessas mudanças seria utilizar os acostamentos e transformá-los em faixa adicional.  Isso não passa de um deboche para com os usuários que já sofrem com as deficiências da pista. Caso isso seja feito, adeus duplicação, como alerta José Maria.

É bom lembrar que várias cidades que estão em torno de Conquista já se integraram ao movimento. Porém, essa opção por si só não basta. É urgente que todas se juntem para realizar uma grande manifestação de protesto juntamente com a sociedade e caminhoneiros para pressionar de vez a Via Bahia.

Por falar nessa união dos segmentos das comunidades, aqui eu pergunto: Cadê a participação mais efetiva e ativa dos políticos da região? Afinal de contas são mais de um milhão de habitantes de 80 municípios que podem se beneficiar com a duplicação, não somente na área social como também do desenvolvimento econômico. A Assembleia Legislativa da Bahia está anunciando para breve uma CPI da Via Bahia. Vamos ver no que vai dar.

O CANABIDIOL NUM PAÍS ATRASADO QUE RELEGA A SAÚDE DE SEUS FILHOS

Sinceramente fico horrorizado quando assisto e leio na mídia a polêmica em torno do uso do canabidiol, uma substância derivada da maconha em alto grau (difinol cristalino, obtido da resina da planta cânhamo) que trata e alivia o sofrimento de muitas pessoas, principalmente crianças, com problemas de convulsões, autistas graves, epilepsia e outras doenças que causam muitas dores.

Da maconha canabis, segundo o dicionário, ervas anuais altas, robustas, da família das Moráceas, aclimatadas no Brasil, que tem caules eretos, folhas com três ou sete folíolos, flores pistiladas em espigas ao longo dos caules folhosos.

A importação do produto dos Estados Unidos e outros países é muito caro e somente pouca gente pode ter acesso. Como se isso não bastasse, para adquirir o familiar do paciente tem que entrar na justiça e esperar um bom tempo pela autorização. A Anvisa, a agência reguladora na área da saúde, não permite o cultivo da planta, nem que venha de fora, para a posterior extração do óleo medicamentoso.

Em pleno século XXI tudo isso é simplesmente um absurdo e de um atraso medieval carregado de preconceitos e hipocrisias. O Brasil ainda é um país que parou nos tempos coloniais. É um exímio imitador da cultura dos outros nas áreas da moda, comemoração de dias e eventos comerciais, inclusive da data das bruxas; faz apologia aos super-heróis norte-americanos e traz para aqui muitas coisas que não prestam.

Quando se trata de importar de lá um medicamento da maconha que beneficia a saúde de centenas e milhares de brasileiros, procura dificultar sua introdução por várias maneiras. Não sou médico, nem cientista no assunto, mas não consigo entender esse imbróglio e fico revoltado.

Cadê o nosso governo de esquerda progressista que não toma as devidas providências para uma solução definitiva dessa situação, enquanto fica silencioso e passivo diante de tanta aflição e sofrimento das vítimas e parentes? Será que não poderia quebrar a patente do canabidiol e fabricar o remédio aqui mesmo? Liberar de vez o plantio da maconha (temos em abundância) em quintais e terrenos próprios, pelo menos para este fim?

Pelo Congresso Nacional nós sabemos muito bem que é retrógrado e só sabe fazer suas maracutais através de seus deputados e senadores se darem bem na vida e curtirem em suas mansões com o dinheiro do povo. Quando o assunto é descriminalização das drogas fogem da questão como o diabo corre da cruz, tudo para continuar como está, isto é, manter os cabeças do tráfico e alimentar a violência.

No caso do canabidiol, que mais nos importa e interessa, é de um cinismo e uma hipocrisia sem tamanho, sem contar a passividade, a insensibilidade e a indiferença com relação ao sofrer dos outros. Enquanto isso, sobrecarrega a estrutura das polícias federais e rodoviárias para apreender quilos e toneladas de maconha e até prender e remeter processo à justiça para condenar usuários.

Por sua vez, essa nossa sociedade é também individualista e careta. A única coisa que aprendeu se “evoluir” foi ser altamente consumista de coisas supérfluas, especialmente se for do exterior. Ela não está nem aí para as dores dos outros que podem ser amenizadas com o canabidiol.

Pelo contrário, concorda com esse quadro esdrúxulo onde não se toma uma posição definitiva para solucionar o grito abafado e o choro de mães, pais, avôs e tios que precisam urgentemente do medicamento para conviver com mais tranquilidade com seus filhos, netos e sobrinhos. Como diz a canção, que país é esse! Ou, esse país não é sério.

 

O FUTURO ESTÁ AQUI

Ouço muita gente falar que no futuro podemos sofrer coisas piores, se não cuidarmos bem da terra a partir de agora. Isso me faz refletir que esse futuro já está aqui, gente! Só não está vendo quem é cego, mas não o cego físico que, aliás, tem muita percepção sensitiva, mas o cego mental que só pensa em competir e consumir, para viver na ansiedade, no estresse, no medo e na mentira.

As catástrofes, as tragédias, tempestades, tufões, ciclones no Brasil, terremotos, deslizamentos de terra e essa temperatura de até cinquenta graus em algumas regiões (Estados Unidos, Norte da Europa, África) e o gelado frio em outras, insuportáveis aos seres humanos (milhares morrendo), já é esse futuro que está aqui e entrou em nossa porta. O pior é que temos pavor de admitir isso e aí falamos num futuro que virá, talvez no próximo século.

Quem provocou tudo isso? Nem é preciso responder. Somente o ignorante não sabe, ou procura negar que o homem depredou tanto o nosso planeta que a dívida se tornou impagável, mesmo com essas ações do tipo economia sustentável, reciclagem de plásticos e outros produtos que retornam para o consumo, limpezas de praias onde o mar se transformou numa verdadeira lixeira, dentre outras atividades para tentar enganar a natureza.

Nesses tempos da revolução tecnológica, só se fala em inteligência artificial e robotização, e esquecem que já estamos vivendo na era da ebulição global. Ontem mesmo estava vendo um vídeo (nem sei se é fake news) onde o rei do Bahrein entrou numa feira de alta tecnologia em Dubai com um guarda-costas robô.

Diz o texto (sempre com português errado) que o robô fala seis idiomas. Está programado para resgatar o rei e pode aplicar seis artes marciais distintas. Está equipado com taser elétrico, três metralhadoras, sendo uma delas de precisão a laser de calibre 9 milímetros, podendo combater até 15 homens com sistema de câmaras de 360 graus infravermelho. Também carrega medicamentos e água. O segurança robô custou US$7, 4 milhões de dólares.

Fiquei a pensar que estamos num mundo desumanizado onde quase um bilhão de pessoas passa fome e vive na pobreza extrema. Para a grande maioria, tudo isso é encantador e é exemplo de muito orgulho, mesmo sendo feito com o sacrifício de milhões que são explorados nos campos petrolíferos árabes, sem falar que se trata de um combustível fóssil altamente poluidor que já deveria ter sido extinto.

As grandes multinacionais petrolíferas e seus governantes tudo fazem para impedir o avanço da energia limpa, enquanto a terra está sendo há séculos destruída. Diante do consumismo, cada vez mais acelerado, porque está dentro da ordem econômica capitalista do mais produzir e incentivar a demanda para aumentar o desumano PIB, esse futuro de terror de que tanto se comenta, já está presente.

O discurso do capital é de chamar de atrasado e retrógrado o país que ainda não aderiu, ou não se evoluiu para robotizar seu processo de produção industrial e de serviços de um modo geral. Não restam dúvidas que o caminho é esse e não há mais volta. O destino é a autodestruição do ser humano.

A mais gloriosa criação ganhou inteligência depois de bilhões de anos e se curvou ao crime da corrupção, da mentira, das calúnias, da ganância do competir, não importando os meios, e do poluir e degradar o meio ambiente. Essa criação que adquiriu o vírus do medo e da ansiedade, permanece com seu instinto primitivo de liquidar o que vive ao seu redor.

O futuro está aqui, meus amigos, e as novas gerações já estão sofrendo as consequências. Na minha visão, já atingimos o pico da longevidade. A tendência agora é cair em razão das contaminações por doenças estranhas provocadas por gases poluidores e vírus de espécies misteriosas como a Covid-19 que ceifou milhões de vidas humanas.

Para muita gente e até certos “cientistas”, todos esses fenômenos são ocorrências naturais relacionadas com as mudanças climáticas, tentando relativizar o peso da interferência humana. É o mesmo que querer enganar a si mesmo. O certo é que estamos no olho do furacão e daqueles de destruir prédios e edificações.

A ARTE DE ESCREVER DO ESCRITOR

Não é somente ter o domínio da língua, embora seja imprescindível. Escrever e ser escritor é como pintar um quadro, fotografar a melhor imagem no devido enquadramento, saber esculpir as palavras, teatralizar, musicar uma letra e colocá-la na melodia certa, é ser um artesão da cerâmica e da madeira e, acima de tudo, imaginar, criar, inventar para atrair e agradar o leitor de modo que ele penetre em sua obra.

Nem tudo isso sensibilizou a nossa mídia e os órgãos do poder público ligados à cultura, no nosso caso específico de Vitória da Conquista, a prestarem uma homenagem ao Dia do Escritor, último 25 de julho. Não menosprezando as outras tantas comemorações e celebrações profissionais, mas a nossa tem passado em branco.

Aliás, a literatura, tão importante para a formação das nossas crianças e jovens estudantes, tem sido o patinho feio das artes que, de modo geral, estão sendo relegadas a planos secundários. Digo que a nossa cultura está sendo sepultado silenciosamente, sem muitas reações, manifestações e protestos. O que mais incomoda é o silêncio dos bons, como dizia Martin Lutter King.

Por incrível que pareça, está faltando até mesmo mais sensibilidade e união dos próprios escritores e escritoras para com seus companheiros (as), de forma a prestigiá-los e incentivá-los a criar e a divulgar suas obras, inclusive nos lançamentos quando vemos a presença de poucos colegas nesses eventos. Nem sabemos quantos somos, nem quem somos e para onde vamos.

Precisamos fortalecer a categoria com uma associação forte, uma editora local que promova os talentos, um encontro de escritores para debater estas e outras questões, uma linha de ação nas escolas e bibliotecas, enfim, um movimento do setor literário conquistense, como uma feira que marque nossas presenças e valorize a chamada prata ou o ouro da casa.

Bem, para abreviar esse papo que não é somente meu, mas é também seu, quero aqui primeiro prestar minha homenagem a todos escritores, escritoras, poetas e poetisas conquistenses que são tantos, cada qual com seu gênero, seu estilo e ideologia, uns mais e outros menos versáteis.

Segundo, homenagear todos escritores (as) baianos, brasileiros e de todo mundo, sem citar nomes, porque, a esta altura, cada um tem os seus preferidos na cabeça, e terceiro, reforçar aqui um apelo de juntarmos forças para que nos tornemos mais visíveis, a começar em nossa própria aldeia, para depois criar asas, voar e ganhar outras plagas.

ÊTA MUNDO MALUCO!

Vez por outra tenho conversado com alguns amigos de que Vitória da Conquista, com mais de 370 mil habitantes, já está grande demais para mim. Quando aqui cheguei, em 1991, era uma cidade mais calma e tranquila. Hoje mais parece uma metrópole que me incomoda e tira minha paz de espírito. Confesso que minha intenção é ir para um município bem menor, ou para um sítio e viver como um mocó numa loca qualquer.

Agora imagina São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, da qual me livrei há 32 anos, e outras capitais agitadas do tipo que você dá uma parada numa avenida movimentada qualquer para pitar um cigarro num canto e diz para si mesmo: Êta mundo maluco, quando observa as pessoas cruzando para lá e para cá com a cara feia que nem lhe olha! Nem se atreva a dar um bom dia, principalmente se esse alguém estiver com um celular. Bate um certo pânico, pavor e medo!

Semana passada estava no Rio de Janeiro, conhecida como a Cidade Maravilhosa da Garota de Ipanema, de Tom Jobim. Com minha amiga mochila, fui para o casamento do meu filho e senti essa de êta mundo maluco! Como um matuto que vem do interior, passou pela minha cabeça a canção do grande poeta compositor baiano Raul Seixas. Ainda bem que passei uma manhã visitando o Jardim Botânico, um portal entre essa loucura, o qual lhe transporta para um cenário paradisíaco.

Tive essa visão de êta mundo louco quando fui jantar com meu filho num restaurante chique de burguês (pelo menos para o meu nível “rasta-chinelo”), se não me engano “Toca da Traíra”, lá no Aterro do Flamengo. O que filho não faz, logo eu que sou Tricolor das Laranjeiras, mas esse não foi o problema que me incomodou!

Ele com sua nova mulher e os parentes dela foram logo no corte do bacalhau e do salmão com vinho, nem sei se português, francês, chileno ou nacional, mesmo porque não prestei a atenção nisso. Como estava com pouca fome, preferi o meu chope gelado, e vez ou outra ia dar uma baforada lá fora. O papo deles pouco me interessava.

Nessas idas, por volta das 20 horas, em frente da pista larga, os carros riscavam velozmente como se estivessem numa Fórmula I, onde cada motorista buscava se distanciar do outro como se estivesse a fugir de uma catástrofe ou se visasse alcançar um prêmio na chegada do seu destino. O agito do dia vara as noites e emenda o vaivém nas grandes cidades.

Por que tanta pressa e tanto estresse? Foi aí que fiquei a refletir sobre esse mundo louco de veículos cortando o asfalto esfumaçado de gases que iam saindo dos canos de seus motores potentes, mas o contraste dessa poluição do nosso meio-ambiente estava lá dentro no aquário.

Mirei os peixinhos coloridos ornamentais bailando numa água límpida, de barrigas cheias de rações proteínadas. Felizes, um parecia conversar com o outro sobre qualquer coisa de viver ali como privilegiados e bem tratados pelo seu dono.

Por pouco tempo, os aquarianos me tiraram desse mundo maluco para um outro de tranquilidade e paz. Foi aí que também lembrei dos outros peixes do mar ali próximo que hoje se alimentam de plásticos e outras sujeiras vindas dos esgotos humanos, sem contar as substâncias químicas. Êta mundo louco!

 

ASSIM NÃO DÁ PARA VER TANTAS BARBARIDADES E FICAR CALADO

PARABÉNS AOS ESCRITORES CUJO DIA (25/07) NEM FOI LEMBRADO E COMEMORADO EM VITÓRIA DA CONQUISTA. A IMPRESSÃO É QUE NOSSA CULTURA FOI SEPULTADA POR AQUI NESSE SERTÃO DA RESSACA.

O que mais incomoda é o silêncio dos bons – assim dizia Martin Lutter King. Também me faz lembrar da antiga Roma dos 500 anos antes de Cristo quando o tribuno Marco Túlio Cícero proferiu seus discursos catilinários contra Lúcio Sérgio Catilina, militar e senador célebre que tentou destruir a jovem república romana, criada após a queda do último rei da dinastia etrusca. De família proprietária de extensas terras, Catilina iniciou desde cedo sua vida de crimes, ganância e crueldades. Cheio de dívidas, partiu para a conspiração contra a sociedade.

De volta aos nossos tempos atuais, os catilinas estão aí praticando seus atos bárbaros, destruindo nosso planeta com suas chaminés poluidoras de gases tóxicos, destilando ódio por onde passam com suas ideias extremistas de racismo, homofóbicas, xenofóbicas e misóginas, instigando os outros a fazer o mesmo. Até quando esses catilinas vão abusar da nossa paciência? Assim não dá… meus amigos! Coloquem a mão na consciência!

Com tantas catástrofes, guerras, tragédias, ciclones no Brasil que ninguém imaginaria que um dia ocorreria, terremotos, tufões, devastações, geleiras se derretendo, labaredas queimando a Grécia e calor de 50 graus no hemisfério norte, o mar se tornando lixeira do mundo, o consumismo que só avança, a terra está se revirando em seu ventre dando todos os sinais do seu fim apocalíptico, não com aquelas figuras descritas pela Bíblia onde Deus vem a deslizar entre raios e trovões para o juízo final. Quem está comandando essa destruição é o próprio homem. O apocalipse está aí, só não ver quem não quer, ou se faz de surdo e cego. Há muitos anos, o próprio ser humano está se autodestruindo.

O homem cria e inventa centenas e milhares de projetos científicos, tecnológicos (a maioria só para ganhar mais dinheiro) e medicinais (poucos longe do alcance dos pobres), mas não faz uma fórmula para a humanidade se tornar mais humana, social e amorosa. Gandhi dizia que “se um único homem atingir a mais elevada qualidade de amor, isto será suficiente para acalmar o ódio de milhões”.

Pena que poucos acreditam nisso! Estão mais para a violência, acumular posses e bens a qualquer custo, sem ética e escrúpulos. Agora só se fala em inteligência artificial e todos aplaudem, sem ao menos refletir suas consequências. Não vai demorar muito e logo os tecnólogos vão ser dispensados de seus empregos como essa máquina mais recente, que está ficando atrasada, está fazendo, principalmente no campo agrícola.

Assim não dá… meus amigos! “ …E você aí parado, sentado numa poltrona de um apartamento, com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar… É o nosso cancioneiro, poeta “maluco” que nos alerta para não ficar no comodismo, na alienação ilusória de que a vida é assim mesmo. Basta ter o meu e o resto que se dane! Basta de tanto egoísmo e individualismo e pouco senso de coletividade! Vivemos num mundo desolador. Esta é a realidade, nua e crua.

Assim não dá para ficar vendo idiotas jogar pedras em terreiros de candomblé e nada fazer para impedir. Assim não dá para ver raivosos xingar e cuspir na cara de pessoas negras. Assim não dá para fazer de conta que nada está existindo de mal lá fora! Assim não dá para ficar assistindo tantos foguetes cortando os céus enquanto milhões passam fome nas Américas, Ásia e África. Bilhões de habitantes – cerca de cinco – vivem expostos a dificuldades de utilização de recursos hídricos.

Não são os discursos acadêmicos, cheios de teorias mirabolantes de palavras incompreensíveis, que vão nos tirar dessa enrascada na qual nos metemos, tudo pelo ter, sem respeitar a nossa mãe natureza que está nos dando a resposta todos os dias, devolvendo nossos entulhos e sujeiras. Marxistas, leninistas, maoístas, trotskistas, stalinistas (se ainda existem) vamos aterrissar na realidade da nossa aldeia.

Assim não dá para ver a nossa memória e a nossa cultura sendo demolidas e sepultadas por governantes que acham que investir nos setores do conhecimento e da educação é jogar dinheiro fora porque não dão voto. Não dá para ficarmos inertes diante de tantos absurdos dessa sociedade que não mais tem consciência política e não liberta seu espírito para o bem. Estamos sendo cúmplices de um futuro inabitável no planeta para as novas gerações. Assim não dá…

JARDIM BOTÂNICO, O PORTAL QUE FAZ VOCÊ ENTRAR NO MUNDO DA NATUREZA

É claro que existem o monumento ao Cristo, o Pão de Açúcar, vários museus, a Praia de Copacabana e outros lugares encantadores, mas se for a Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa, nunca deixe de visitar o Jardim Botânico onde depois de enfrentar o trânsito infernal, ruas e avenidas estressantes numa selva de pedras, você penetra no portal da tranquilidade e da paz interior.

Lá dentro, vendo plantas, orquidários, cactários, chafariz dos museus, o portal da antiga Academia de Belas Artes, pequenas cachoeiras, Lago e Cômoro frei Leandro, estufas das samambaias, as palmeiras imperiais, cenários de filmes e novelas, a coleção de plantas medicinais, ruínas da antiga fábrica de pólvora (os pilões), chafariz das marrecas, o jardim bíblico, o jardim japonês e tantas espécies raras da Mata Atlântico, você esquece completamente do mundo agitado lá fora.

Não resta dúvida que o Jardim Botânico é um santuário da natureza fundado por D. João VI, em 1809, que nos transmite paz de espírito. O visitante se sente mais humano e seguro desse mundo de louco das grandes capitais onde as pessoas passam por você de cara fechada que não lhe dá condições nem de parar para pedir uma informação. Todo mundo tem pressa e os carros passam velozmente, cada um com seu destino de sobrevivência.

Ao ultrapassar esse portal, o turista recebe um folheto onde estão lá as proibições, como não entrar com plantas e sementes, qualquer tipo de animal, instrumentos musicais, aparelhos sonoros, arrancar ou retirar plantas, flores, folhas e frutos, não escrever ou desenhar em árvores, permanecer nos gramados, colocar a mão ou entrar em lagos, jogar bola, comer fora dos locais autorizados, entrar em estado de embriaguez, dentre muitas outras proibições.

Para quem é amante da natureza, principalmente, é um local encantador que lhe faz refletir sobre a vida e como a humanidade tem destruído o nosso meio ambiente. Lá dentro, as pessoas conversam e falam até mais baixo como forma de respeito a tudo que existe ali de exuberante e rico. Sua calma só é perturbada quando você atravessa o portão de saída e retorna à realidade cruel da vida.  Depois desse passeio, dá vontade de não mais sair e ter que encarar a agitação.

AS INSTRUÇÕES DE “TERROR” E UM MATUTO NA “CIDADE MARAVILHOSA”

Para quem tem medo de avião e quem também não tem, como lembra o cantor, compositor e poeta cearense Belchior em sua bela canção, é no mínimo assustador e até cheira a contradição.

No sábado passado fui à “Cidade Maravilhosa”, que já não tem muita coisa disso diante de tanta violência e, na preparação para a decolagem, fiquei a matutar com as instruções de segurança dada pela tripulação antes do “pássaro” voar aos céus rumo ao nosso destino.

Primeiro entra um membro da tripulação com a cara feia e bem séria e vai transmitindo as instruções gravadas, mil vezes repetidas em cada viagem. Se não me engano, começa pelas máscaras de oxigênio que caem no caso de haver despressurização. “Antes de ajudar alguém, ajuste a sua”.

A coisa vai ficando sombria com o andar do “papo” esquisito. Logo bate a danada da morte na cabeça. Essa aeronave tem duas saídas de emergência na parte traseira de cada lado, duas no meio e mais duas na frente.

O mais arrepiante que dá vontade de você pedir para abrir a porta e sair, vem no final. Em caso de um pouso na água (coisa mais rara de ocorrer), pegue seu colete salva-vidas que está embaixo da poltrona e sopre no canudo para encher de ar.

A esta altura, o viajante que estiver atento, porque quase ninguém presta mais atenção, já está nervoso e pensando como vai ter uma conversa com São Pedro lá na porta do céu. Pede perdão de seus pecados e até confessa para a mulher ao lado, caso ela esteja, que já deu uma pulada de cerca ou de muro.

É nessa hora que dá vontade de dizer para o instrutor ou instrutora: Vá para a puta que te pariu com suas informações de terror! Se esse gigante voador cortante do vento e do ar der um treco em algum motor ou equipamento e começar a cair, meu amigo, não sobra uma viva alma.

Vamos no popular e deixar desse lero-lero porque todo mundo vai morrer mesmo. Olha, se essa máquina embicar em direção a terra, já era, não sobra ninguém para contar a história. Esqueçam as instruções. Na agonia, muitos corações param de bater lá em cima mesmo.

Tudo bem! Temos um alento que é a afirmação dos estudiosos e técnicos da aviação de que “esse bicho” aí é um dos meios de transportes mais seguros do mundo. Portanto, relaxa, meu camarada, porque lá embaixo pode ser bem pior!

Na Cidade Maravilhosa do Rio de Janeiro aterrissei no “Elefante Branco” chamado de Galeão e depois percorri uma trilha de túneis e avenidas de violência, exposto a um tiroteio no meio do caminho.

Ainda bem que cheguei ileso em meu destino, no meu caso no Bairro das Laranjeiras e, como sou tricolor até que me senti envaidecido, mas o trânsito e o formigar de gente em correrias me deixou atordoado, como se fosse um matuto nordestino da Bahia em terras estranhas.

As pessoas cruzam meu caminho com caras fechadas. Ninguém liga para ninguém. Fiquei no apartamento do meu filho onde a janela do quarto bate bem de frente com o vaivém louco de veículos que soltam gases tóxicos no ar durante 24 horas. Não dá muito para levantar bem-humorado, mas procuro disfarçar o incômodo.

Não conheço bem a cidade, mas resolvo ir sozinho ao Bairro do Flamengo, meu adversário nas “batalhas” futebolísticas. Com duas máquinas fotográficas, resolvi, por segurança, colocá-las na mochila.

Meu primeiro contato foi com o porteiro com um bom dia e fui logo indagando se dava para ir andando até o meu ponto na rua Ferreira Viana, no hotel Windsor Flórida. Disse que era um pouco longe e me recomendou pegar um taxi ou um Uber. Não sou simpático a essa empresa capitalista norte-americana que invade países e tira o pão da boca dos nossos taxistas.

Como tenho formação jornalística e aprendi a ter outras informações, atravessei a rua e logo vejo um gari em seu trabalho diário de limpeza. Prestativo e atencioso, me ensinou e chegar até lá e garantiu que dava para ir na paleta. “Segue direto o tempo todo até o Largo do Machado. Chegando lá é só perguntar que qualquer um vai lhe indicar a posição certa do hotel”.

São dois pontos de vistas diferentes. Um que fica todo dia sentado vigiando quem entra e sai no prédio. O outro roda o dia todo e tem uma noção do longe e do mais perto que pode ser alcançada sem a necessidade de um carro. Decidi seguir o gari e fiz meu exercício num percurso em torno de um quilômetro e meio ou dois.

Fui perguntado aqui e acolá sempre para alguém sentado num banco de jardim ou um motoqueiro parado numa esquina. Visei gente mais humilde e nunca àquelas pessoas carrancudas no corre-corre do dia a dia, mas cair na besteira de abordar um moço no celular. Mudo e surdo nem respondeu ao meu bom dia.

 

CONSELHO DE CULTURA REPUDIA DEMOLIÇÃO DA ESCOLA NORMAL

Em reunião realizada ontem (dia 19/07/2023), na sede da Casa Régis Pacheco, o Conselho Municipal de Cultura de Vitória da Conquista aprovou, por unanimidade de seus membros, uma nota de repúdio pela demolição do Instituto de Educação Euclides Dantas, mais conhecido como Escola Normal, localizado na Praça Guadalajara.

A instituição de ensino, uma das mais antigas de Conquista por onde passou alunos que hoje são personagens importantes e representativas da nossa cultura e intelectualidade, não somente em âmbito regional e estadual, era uma unidade pertencente ao Governo do Estado.

A comunidade conquistense nem sequer foi ouvida sobre esse processo de destruição da Escola Normal que, em seu lugar, será construído um complexo esportivo. Os conselheiros afirmaram ser uma triste notícia e propõem que pelo menos em sua área seja erguido um memorial para que sua memória não seja totalmente extinta.

O Instituto representa uma história para a cidade, principalmente por ter beneficiado dezenas de gerações e milhares de cidadãos. Naquela escola foram realizados jogos de basquetebol, vôlei, futebol de salão e outras modalidades esportivas, sem falar nas atividades culturais, como peças teatrais e musicais.

Um antigo aluno do colégio disse em tom de tristeza que “se vai uma parte das nossas vidas”. O oftalmologista Armênio Santos, por exemplo, declarou que se sente indignado. Em nota nas redes sociais, destacou que cada dia, edificações que constituem nossa história/memória, estão sendo destruídas, com a omissão permissiva dos poderes públicos.

A Escola Normal foi inaugurada em 20 de março de 1952 pelo governador Régis Pacheco e pelo prefeito Gérson Sales, mas, desde a década de 30, já se falava sobre a necessidade de uma instituição desse tipo em Conquista, sobretudo porque naquela ocasião, o então diretor da Instrução Pública do Estado da Bahia (Secretaria da Educação), Anísio Teixeira, reinaugurava a Escola Normal de Caetité, em 1926. A Bahia era governada por Góes Calmon.

De acordo com a revista “História da Educação em Conquista”, escrita pelo saudoso jornalista Luís Fernandes, o professor Euclides Dantas, juntamente com Francisco Bastos e o então prefeito Deraldo Mendes, pleitearam junto ao interventor Federal da Bahia, tenente Juracy Magalhães, uma escola normal.

Em 1935 foi inaugurado o Grupo Escolar Barão de Macaúbas, primeira escola estadual deste município que, durante muito tempo, ostentou o status de melhor casa de ensino da cidade. Em 29 de janeiro de 1950, pelo decreto número 14.296, foi criada a Escola Normal de Vitória da Conquista e autorizada sua construção. Foi a primeira instituição de formação de professores da cidade.





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