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:: ‘Notícias’

SORRIA! VOCÊ ESTÁ NA BAHIA

Carlos González – jornalista

Depois de desembarcar no Aeroporto 2 de Julho e atravessar o verdejante bambuzal, o viajante é convidado a sorrir, por estar chegando à Bahia. O turista, que já recebeu o “bem-vindo” de uma “baiana” com traje excessivamente colorido, abre um sorriso de orelha a orelha. Mas, o morador de Salvador, que está indo para a Barra e bairros vizinhos, já prevê o que vai encontrar nesta época do ano.

A virada do ano, que se estende por quatro dias, abre o calendário de festas em Salvador, que, normalmente, deveria ir até o Carnaval. Nada disso. Criado por Carlinhos Brown, o “Arrastão” reúne timbaleiros e foliões no desfile que contraria os católicos, por coincidir com o início da Quaresma. Em 2019, os vereadores votaram (38 a 2) pelo fim da manifestação, mas o prefeito na época ACM Neto vetou o projeto de lei.

Nesses três primeiros meses do ano, Salvador se transforma na “Capital da Folia”. São ensaios de blocos, lavagens de escadarias e de becos, bênçãos das terças-feiras, festivais, fuzuê, pôr do sol no Farol, homenagem a Santinha, coroação do Rei Momo, pré-Carnaval nos bairros da periferia, lançamento de camarotes, banhos a fantasia e os embalos da ressaca (na semana seguinte ao Carnaval).

Candidato a reeleição, o prefeito Bruno Reis vira “arroz de festa”. Comparece inclusive às festinhas pré-carnavalescas, animadas por um cantor sertanejo, nos bairros da periferia da cidade, promovidas por candidatos a uma cadeira na “gaiola de ouro da Praça Municipal”.

Segundo o último Censo, a população de Salvador é de 2.418.005 habitantes. Nos últimos 12 anos a capital perdeu 257 mil residentes, que migraram para municípios vizinhos, em busca de emprego, segurança e de serenidade. A cidade ocupa a 17ª posição no quesito per capita familiar entre as 27 capitais do país e o Distrito Federal. No Nordeste está abaixo de Fortaleza, Recife, João Pessoa, Aracaju e Natal.

Meu colega e amigo Jeremias Macário lembrou neste mesmo espaço que há em Salvador mais beneficiários dos programas de renda do governo federal do que em São Paulo. Jovens de famílias pobres estão migrando para o Paraná e Santa Catarina, onde, além de sofrerem discriminação por serem nordestinos, se submetem a trabalhos análogos a escravidão.

Com apoio da Rede Bahia, Reis aposta todas as suas fichas em manter o circo armado até o dia das eleições municipais. Ele calcula que bilhões vão abarrotar os cofres da prefeitura com a chegada para o Carnaval de 800 mil turistas a Salvador, sem fazer correção dos que trazem a barraca nas costas e acampam em qualquer lugar, e dos que estão hospedados em navios de cruzeiros.

Depois da abertura do Circuito Dodô (Barra-Ondina), o Carnaval virou uma indústria que beneficia uma minoria, com a colaboração de uma massa que não tem consciência da realidade em que vive. O complexo industrial da folia, onde o Rei Momo é uma figura decorativa, é constituído pelos empresários musicais, cantores de axé, donos de blocos e de camarotes, corretores de imóveis, e os ramos de bebidas, hotéis, bares e restaurantes. Pequenos comerciantes de lanches e bebidas, comprimidos pelos foliões, passam uma semana em suas barracas, em péssimas condições higiênicas.

SOS Barra

“Tire este camarote do meu caminho que eu quero passar”. Este apelo está numa das faixas colocadas em vários pontos da Avenida Oceânica. O protesto é de iniciativa da Amabarra (Associação dos Moradores e Amigos da Barra), que há anos vem pleiteando junto aos gestores municipais e ao Ministério Público a mudança do Circuito Dodô para outro local.

Uma pesquisa feita no ano passado desaprovou a transferência para a avenida Octávio Mangabeira (trecho da Boca do Rio). A votação se estendeu a toda cidade, quando deveria ficar restrita aos residentes na Barra e Graça, que nesta época do ano são prisioneiros em suas próprias casas.

O Carnaval na Barra foi um dos motivos que me trouxe a Conquista. Por nove anos, como morador do bairro, onde se paga o IPTU mais caro de Salvador, testemunhei a ocupação do espaço público por enormes camarotes, que começam a ser montados um mês antes. Este ano, o dono de um deles levantou muros num dos trechos da praia de Ondina, com acesso exclusivo para os frequentadores, que pagam uma fortuna por um ingresso.

Participei de reuniões da Amabarra, onde comerciantes que nada têm a ver com o Carnaval fecham seus estabelecimentos por mais de uma semana; associados sobressaltados davam conhecimento da presença nas ruas do bairro de assaltantes de diversos pontos da cidade; outros manifestavam o receio de caminhar ou usar a bicicleta nas pistas da avenida devido a construção dos camarotes sobre os passeios; outros relatavam os entraves causados aos veículos, inclusive ambulâncias.

Podem me chamar de saudosista, mas do autêntico Carnaval da avenida Sete, das cadeiras amarradas nas árvores e postes, do desfile das grandes sociedades (Fantoches, Cruz Vermelha e Inocentes em Progresso) e dos bailes nos clubes sociais, sobraram o trio elétrico de “Armandinho, Dodô e Osmar”, a passagem dos blocos afros e o bloco sexagenário “Paroano Sai Milhó”, “um oásis no Carnaval de Salvador”, como definiu Caetano Veloso.

 

 

 

 

 

 

 

COM TANTAS FESTAS, SALVADOR PODERIA SER A CAPITAL MAIS DESENVOLVIDA DO PAÍS

Dizem o governo e seus representantes que só no carnaval giram dois bilhões de reais na economia, sem contar as outras festas (todo ano), mais intensas a partir do início de dezembro até final de fevereiro. Fala-se em um milhão ou mais de turistas vindos de todas as partes do Brasil e do exterior.

Pouco divulgam sobre os milhões de reais e até bilhão na segurança, na logística e nos cachês gordos dos artistas para os mesmos afortunados, cujos nomes todos já sabem muito bem, de cor e salteado.  Não sou contra prestigiar os afoxés, mas o estado vai dar neste ano quinze milhões de reais só para essas agremiações. Muitos “sabidos” passam a mão numa parte.

Desses dois bilhões, 98 ou 99% caem nos bolsos dos mais ricos e poderosos. O restante fica com o pessoal do asfalto, como os vendedores ambulantes, barraqueiros, cordeiros, seguranças e operários que armam os camarotes e outros palcos. Não existe distribuição de renda equitativa e a pobreza na capital só aumenta.

Está comprovado que se festas fossem fator preponderante de desenvolvimento econômico e social, Salvador seria a capital mais desenvolvida do país e não teria tantos índices negativos na educação, no saneamento básico, na saúde e na qualidade de vida. Não existiriam tantos moradores de rua e milhares passando fome.

A desigualdade humana é gritante e tenebrosa. Quase metade dos 14 milhões de habitantes da Bahia recebe o Bolsa Família, uma das maiores ou a maior em quantidade de beneficiários e valores gastos pelo Tesouro do Brasil, tanto que o “pente fino para apurar as irregularidades atingiu mais o estado. O desemprego tem também seu alto nível na média nacional. Pelo IBGE, houve uma redução populacional.

Vá discutir isso com os donos de hotéis, de agências de viagens da aviação, dos camarotes, dos trios elétricos, dos blocos, dos cantores de músicas/lixo preconceituosas, donos da grande mídia, com os políticos e até proprietários de apartamentos da orla marítima que alugam seus imóveis entre dez a trinta e cinco mil reais por sete ou oito dias de folia!

Eles vão partir com argumentos falsos e mentirosos; falar que você é esquerda/comunista derrotista, vagabundo de merda e são capazes de lhe encher de porrada. Teve um aí que abriu a boca para dizer que o carnaval emprega mais que a construção civil, só se for durante apenas no período, e olhe lá. Não apresentou dados concretos.

Os pobres também não vão gostar, porque estes estão na pior das desgraças e, por não terem consciência política, educação, serem altamente submissos e escravos dos patrões, se contentam com o pouco, com as migalhas que caem das mesas da elite dominadora do capital.

Eles até riem e agradecem nas entrevistas. Todos querem mais festas e feriadões prolongados. O miserável físico e mental prefere o circo ao invés do pão. Ele dá um jeitinho para enganar o estômago e vai levando a vida como ela é, a vagar por aí na base dos “bicos” e até através das malandragens golpistas.

Essa é a realidade nua e crua, meu amigo, e ninguém quer mudar porque o rio só corre para o mar. A cultura é essa e já vem de séculos. Quanto mais festas, mais votos e os eleitores caem dentro da urna. Sem ao menos refletir e questionar, os jornalistas, que adoram bajulação, anunciam que tudo é de graça. Como de graça se o dinheiro sai dos cofres públicos, pago pelo contribuinte?

Tudo é vendaval! Tudo é festa e curtição! Quanto mais muvuca e fuzuê, melhor para os abonados e pobres. Na Bahia, o ano só começa em março, deixando um rastro de ressaca, doenças, crimes, violências, mortes, principalmente no trânsito. Enquanto isso, muitos setores da economia (comércio e indústria) ficam parados.

Vamos todos às festas porque ninguém é de ferro, não importando se elas extrapolam o senso comum. Nas cidades do interior onde não existe carnaval tudo é fechado na segunda, terça e até meio dia de quarta-feira de cinzas.

Os que podem e até aqueles sem condições financeiras pegam as estradas, se endividando. Entopem mais ainda o meio ambiente de sujeiras e gases tóxicos, contribuindo para agravar o aquecimento global. Depois é só colocar a culpa no El Nino e nas mudanças climáticas.

ESCREVA SEU SONHO

(Chico Ribeiro Neto)

Dormir é vital. Insônia é terrível. Se eu deitar de barriga pra cima começam a aparecer os problemas. De barriga pra baixo não dá porque a barriga não ajuda. Deitar do lado direito é mais ou menos. Mas só dá pra dormir bem e sonhar (ou ter pesadelo) quando deito do lado esquerdo. Uma fórmula infalível para ter pesadelo: comer feijoada à noite.

Apois não é que algumas pesquisas me dão razão? “Dormir do lado esquerdo beneficia a drenagem linfática do sistema nervoso central”, garante um estudo publicado na revista científica The Journal of Neuroscience. “Nosso coração está do lado esquerdo do corpo, e dormir dessa forma  impede a obstrução da artéria aorta, que bombeia sangue para o resto do sistema sanguíneo”, diz o médico William Cristopher Winter, do Hospital Martha Jefferson, nos Estados Unidos. Outros estudos revelam ainda que dormir do lado esquerdo facilita a digestão.

No entanto, um estudo de 2004, publicado pela revista “Sleep and Hypnosis”, concluiu que pesadelos eram muito mais frequentes entre pessoas que dormiam viradas para o lado esquerdo: 40,19% disseram ter tido sonhos negativos, enquanto apenas 14,69 dos que dormiam virados para a direita queixaram-se do mesmo. A qualidade do sono também era melhor entre os que escolhiam a direita (a posição de dormir).

Já uma pesquisa da revista “Dreaming” aponta que pessoas que dormem de bruços têm mais chances de terem sonhos eróticos do que as demais. Nessa me dei mal, pois não consigo dormir de bruços.

Um dos sonhos mais bonitos e intrigantes que já tive é que eu vinha pulando de nuvem em nuvem. Era um jogo muito perigoso, onde somente nas nuvens você estava num abrigo seguro. Não podia errar e também não podia estacionar numa nuvem, tinha que ficar sempre pulando de uma para outra. Se errasse, caía no precipício do universo. Acertei todas as nuvens, mas acordei assustado.

Meu irmão Cleomar (falecido), que era paraplégico, sonhou uma vez com um despertador (daqueles gordinhos com duas perninhas) correndo atrás dele.

Uma vez contei a meu neto Pedro, então com uns 4 ou 5 anos, que eu sonhei em pé em cima da asa de um avião em pleno vôo. Ele estava almoçando, deu uma engolida no feijão e disse: “Se fosse de verdade você já tinha morrido”.

Os colchões primam pela propaganda. Um comercial do colchão de molas Epeda, de 1970, publicado numa revista, mostra um casal feliz deitado de lado num colchão sob um cobertor e o apelo: “Casais de todo o Brasil: Uni-vos”. Mais embaixo outra frase arrematava: “Só dorme separado quem não tem Epeda”.

Descobri essa pérola na Internet, sem autoria: “Velho acorda cedo pra criticar quem acorda tarde”. Duas frases sobre insônia, também de autores desconhecidos: “Para evitar insônia, eu estou ficando acordado logo de uma vez”; “É muita vontade de dormir para pouco sono”.

Algumas frases de famosos sobre o sono:

“O ruim dos filmes de Far West é que os tiroteios acordam a gente no melhor do sono” (Mário Quintana).

“A indiferença é o sono da alma” (Charles Favart).

“Os sonhos são a literatura do sono” (Jean Cocteau).

“Criança é esse ser infeliz que os pais põem para dormir quando ainda está cheio de animação e arrancam da cama quando ainda está estremunhado de sono” (Millôr Fernandes).

“O despertador é um acidente de tráfego do sono” (Mário Quintana).

Quem nunca teve um sonho lindo e de manhã não se lembra de mais nada? Escreva o seu sonho. Acordando durante a madrugada, escreva logo. Tenha sempre à mão, perto da cama, um caderno e uma caneta para anotar seu sonho ou pesadelo ou pelo menos as palavras-chave que lembrem a história. Se não quiser escrever, desenhe seu sonho ou pesadelo. Precisamos registrar as belas fantasias e as assombrações. Ambas cabem nos corações.

(Veja crônicas anteriores em leiamais.com.br).

 

 

 

EM NOME DE DEUS…

EM NOME DE DEUS, PELAS PRÓPRIAS MÃOS DOS PONTÍFICES SACERDOTES DO TEMPLO JUDAICO, O CRISTO QUE PREGAVA PAZ E AMOR, FOI CRUCIFICADO PELOS ROMANOS.

Os conservadores extremistas-negacionistas de direita, em nome de Deus, Pátria, Tradição e Família disseminam o ódio e a intolerância, a homofobia, a xenofobia, misoginia e o racismo. Conluiem com milicianos e bandidos para matar seus opositores. Tudo em nome de Deus e de um moralismo hipócrita. Negam a ciência e trocam a vida pela morte.

Em nome de seu Deus, evangélicos jogam pedras e atiram em terreiros de candomblé. Radicais de esquerda também dividem e separam. Até movimentos negros, ao invés de procurar unir em prol da igualdade de todas as raças, partem para o revide com iniciativas que mais hostilizam que conciliam.

Em nome de Deus, os generais, com apoio de diversos segmentos da sociedade civil (Igreja Católica e parte da mídia brasileira) deram um golpe de Estado, em 1964, (o episódio está completando 60 anos agora em 2024) e impuseram uma ditadura que calou a nossa liberdade de expressão por mais de 20 anos. O regime torturou, matou e desapareceu com milhares de presos políticos em nome de Deus.

O imperialismo ocidental colonizador (Estados Unidos, Inglaterra, França, Espanha, Bélgica, Itália e outros países) declararam e ainda declaram guerras, invadiram e bombardearam nações em nome de Deus. Eles se dizem bons e os outros os maus infames.

Em forma de resistência, os Hamas atacaram e os judeus de Israel (o “Bibi” neonazista), que se acham eleitos de Deus, transformaram a palestina num inferno em campos de concentrações. Cada um com seu Deus para cometer os piores crimes e assassinatos humanitários.

Oh quantas matanças e massacres sanguinários na história da humanidade em nome de Deus (Javé, Jheová), tudo ligado a um fanatismo doentio religioso! Depois de milhões de anos, evoluímos na industrialização, na ciência e na tecnologia, mas continuamos brutos e estúpidos usando o nome de Deus em vão, inclusive destruindo sua benfazeja natureza. Foi sua pior criação? Que evolução é essa?

As tribos primitivas das cavernas, os africanos com seus orixás, os gregos do Olimpo (Esparta e Atenas), os babilônios da Mesopotâmia (o Crescente Fértil), os persas (Irã), os faraós do Egito, os romanos (Júpiter), celtas, gauleses e vikings já evocavam seus deuses para fazer guerras e matar sem piedade. Faziam dos derrotados prisioneiros escravos-cativos nas galés e porões dos navios negreiros, e ainda entoavam seus rituais com oferendas para agradecer suas “vitórias” aos seus supremos.

Nessa viagem por esse túnel da vida, muitas vezes de trevas, obscurantista, iluminado e renascentista, voltemos aos nossos tempos modernos, que de modernos e civilizados nada temos, mesmo porque persistimos na prática das atrocidades, do ódio, das intolerâncias e dos horrores contra o nosso outro ser, tudo em nome de Deus.

As preces de ontem e de hoje são feitas para trucidar o inimigo, como oravam David e os reis da Judéia.  Maomé, em Medina, evocou o seu Deus para expandir seus califados de terror. O Estado Islâmico e outras organizações criminosas oram para eliminar o que eles chamam de infiéis. Até o simples bandido pede a Deus que seu roubo ou assalto sejam um sucesso.

Em nome de seus deuses, os maias, incas, astecas, sumérios e etnias da África, Ásia e Oceania sacrificaram seus próprios humanos em atos macabros de derramamento de sangue, inclusive crianças e donzelas, quando algo de errado estava ocorrendo em suas comunidades. A crença era de que os sacrifícios apaziguavam a ira dos espíritos de suas entidades e as coisas voltariam ao normal.

Em nome de Deus, os Cruzados e os Templários cristãos, com aquiescência dos papados, partiram armados da Península Ibérica em batalhas sangrentas até a chamada Terra Santa (Jerusalém) para expulsar e matar os turcos, mouros e muçulmanos, deixando um rastro de destruição e escombros por onde passaram.

Em nome de Deus a Igreja Católica Apostólica Romana criou a inquisição para queimar nas fogueiras todos aqueles que os representantes da instituição os consideravam de hereges e bruxos por não comungarem de suas mesmas ideias e pensamentos.

Em nome de Deus, tanto cristãos como islâmicos e até budistas decretaram e ainda decretam as denominadas guerras santas onde cada lado tinha e tem como objetivo exterminar seu rival. Os portugueses e espanhóis, em nome de Deus, atravessaram o Atlântico com suas ordens religiosas de padres e massacraram os nativos indígenas, vistos por eles como pagãos e profanos.

Em nome de Deus instituíram a escravidão africana por 350 anos e aprisionaram nas Américas cerca de 12 milhões de cativos, sujeitos a trabalhos forçados, torturas, chibatadas e castigos desumanos, tratados como se não fossem gente. Missionários da Igreja Católica também fizeram parte desse horror em nome de Deus.

Em nome de Deus, como forma de represália religiosa e sob as ordens de Constantinopla, os paxás e reis islâmicos mouros da região da Berbéria, (Argel, Túnis e Trípoli), expulsos da Espanha, Portugal e França, também escravizaram os cristãos ou brancos entre anos 1500 a 1800.  São uns contra os outros em nome de Deus.

COPINHA, UMA FEIRA DE NEGÓCIOS

Carlos González – jornalista

Os que estão saudosos daquele nosso futebol sem objetividade, sugiro assistir – acesse Paulista ou CazéTV no YouTube – até o dia 25 a Copa São Paulo de Futebol Júnior, promovida pela Federação Paulista de Futebol (FPF), onde quase 3 mil jovens, com menos de 20 anos, misturando o português com dialetos indígenas da Amazônia, o baianês e o gauchês, são expostos numa vitrine, esperando serem vistos e “comprados” por clubes europeus e da elite do futebol brasileiro.

A Copinha pode ser comparada a uma feira de negócios, onde o produto exposto é um ser humano ainda na juventude. Nas arquibancadas a técnica e o porte físico (o Vitória escalou um zagueiro de 2,05 metros) dos atletas são atentamente examinados por empresários da bola, olheiros daqui e dos clubes europeus e agentes de empresas de apostas.

O torneio também é aproveitado por clubes-empresa. Garimpada em campos de várzea, sua mercadoria é lapidada antes de seguir para São Paulo. Fundado em Irecê em 2018 o Nova Canaã é administrado pela Igreja Universal e por uma fábrica de sucos. Jogou a Copinha em 2022 e 2023. Está se mudando para o Distrito Federal, sob a justificativa de que a disputa do “Baianão” da 2ª Divisão implica em percorrer grandes distâncias.

Criado por empresários chineses, em 2020, no bairro paulistano da Mooca, e associado ao Orlando City, da liga norte-americana, o Indochina tem como um dos seus objetivos “revelar e formar novos jogadores”. Esta é a mesma linha do Patriota, fundado no mesmo ano por empresários de Curitiba, adotando o verde e o amarelo como suas cores.

A primeira oportunidade para subir na carreira e o primeiro sonho concretizado acabam de ser anunciados: o meia Sidney, 17 anos, deixou a cidade de Guaratinguetá, onde se achava com a delegação sub-20 do Bahia, direto para a Inglaterra, para se incorporar aos profissionais do Tricolor que fazem uma pré-temporada no centro de treinamento do Manchester City. A indicação foi do técnico Rogério Ceni.

O futebol não é igual para todo o mundo. Os jogadores do Carajás tiveram bastante tempo para sonhar em mudar de vida e ajudar suas famílias. Num ônibus sem ar condicionado (o equipamento quebrou no começo da fatigante jornada), a delegação do clube sediado em Parauapebas, no Pará, viajou 2,1 quilômetros em 42 horas até Araraquara, em São Paulo. Nas paradas para as refeições os jogadores dispunham de pouco tempo para movimentar as pernas.

– A gente sabe que para chegar ao topo tem que fazer sacrifícios. A passagem do ano foi na estrada, longe de nossos familiares, mas valeu a pena, porque é recompensador participar desse torneio – comentou o atacante Valdívia, autor de um dos gols contra o São Paulo. Nessa partida, o Carajás chegou a abrir 2 a 0, sofrendo nos minutos finais a virada do adversário. As inevitáveis e dolorosas cãibras nas pernas, causadas pela exaustiva viagem, afastaram os paraenses mais cedo do torneio.

A Copinha foi criada em 1969 pela Prefeitura de São Paulo. Em 1987, o então prefeito Jânio Quadros suspendeu a promoção, assumida no ano seguinte pela FPF. O ingresso de clubes de outros estados ocorreu a partir de 1971. Entre 1993 e 1997 foram convidados times das Américas do Sul e Norte, da Europa e da Ásia. Nesses 55 anos, além do cancelamento em 1987, a bola não rolou em 2021 por causa da pandemia.

O Corinthians é o maior vencedor da competição com 10 troféus, seguido de Fluminense e Internacional, com cinco. A melhor campanha de um representante do Norte-Nordeste é atribuída ao Bahia, vice-campeão em 2011, perdendo a final para o Flamengo. Além do Bahia, o futebol baiano é representado este ano pelo Vitória, Jacuipense e Conquista.

 

 

MEU SERTÃO DE DORES E SABORES

Vou aqui falar do meu peculiar sertão catingueiro, de dores, seco e cinzento, verde colorido cheio de cheiros e sabores quando bate o aguaceiro com trovoadas e relâmpagos, como nos últimos dias aqui no nosso sudoeste, ou sudeste, na região de Vitória da Conquista.

Depois das dores da sequidão, as águas trazem bonança; a terra fica forte e viçosa; e o sertanejo sai alegre com sua foice e enxada para as plantações. O calango risca o chão do bagaço molhado e as aves cantarolam para glorificar a fartura. É tempo do sorrir depois de um tempo do sofrer. As flores começam a brotar dos galhos e se abrem em cores.

São duas paisagens que se diferem, uma entre os engaços, do chão rachado, gado morrendo de fome, os bichos cambaleando, carros-pipas cortando estradas poeirentas, rezas e procissão para chover, retirantes partindo tristes para outras bandas, sertanejos que ficam na resistência da fé e da esperança, cacimbas, açudes e tanques vazios.

A outra se completa com o ciclo da renovação quando o homem e a mulher com seus filhos acordam cedo para irem à roça plantar as sementes de suas subsistências alimentar. É o momento de abençoar e agradecer pelo milagre da natureza, porque os governantes políticos da terra só fazem prometer, principalmente em épocas de eleições. É tudo espera do que vem lá do alto.

A seca e a chuva são dores e sabores para o campo, especialmente do semiárido, como no caso do baiano onde mais de oitenta municípios estavam em estado de emergência sem o precioso líquido da vida que dá sustentação ao lavrador e ao criador de seus animais. É também dores e sabores para a zona urbana.

Entra governo e sai governo e há séculos que essas cenas de sofrimento devido às longas estiagens se repetem. Os planos e os projetos políticos de convívio com a seca, na sua maioria, ficam, apenas no papel, muitas vezes porque este fenômeno se tornou em indústria do voto. Fizeram até transposições do Rio São Francisco, mas as irrigações caem sempre nas mãos daquele menos necessitados. O sistema de distribuição de cisternas e outras medidas não passam de paliativos.

As cidades também são atingidas, tanto nos períodos secos como nos chuvosos. A falta de água provoca racionamentos e aumento nos preços dos produtos agrícolas. São sempre os pobres os mais castigados porque não dispõem de recursos para adquirir os alimentos básicos. São sabores nas chuvas porque elas fazem baixar o custo dos mantimentos, dos hortifrutigranjeiros e até das carnes.

Quando chega o aguaceiro, ruas são alagadas e invadem casas, sobretudo nas periferias onde mora a pobreza, tudo em razão da ausência de infraestrutura de canais de escoamento. Algumas obras, muitas das quais superfaturadas e incompletas, são feitas, exclusivamente, de olho no eleitor.

Um outro fator que agrava mais ainda a situação é a depredação do meio ambiente pelo próprio ser humano. Com o lixo e os desmatamentos, sem falar nas habitações em locais inadequados, as enxurradas causam entupimentos de bueiros, deslizamentos de terras e destruição de casas, com centenas e milhares de mortes.

 

PARA O ANO SAI MELHOR

(Chico Ribeiro Neto)

Televisão, rádio, jornal, todo mundo faz a retrospectiva de 2023. Hoje faço uma pequena retrospectiva, mas vou mais além, é de 2021. Essa crônica “Para o ano sai melhor”, publicada no final de 2021, vai aqui reproduzida:

 

O encantador bloco “Paroano Sai Milhó” cantando “Bandeira Branca” (de Max Nunes e Laércio Alves) ou “Eu quero é botar o meu bloco na rua” (de Sérgio Sampaio). Sim, para o ano vai sair melhor, principalmente se ele, o Bozo, sair, deixar a cena desse triste teatro em que meteu o Brasil.

XXX

 

O milhar 2022 já está “cotado” no jogo do bicho de 15 de dezembro de 2021 até 15 de janeiro de 2022. Isso quer dizer que, se você acertar no milhar 2022, só recebe 50% da grana. “Vale o impresso”, diz a pule. Quando a pule era preenchida à mão vinha uma advertência: “Vale o que está escrito”.

XXX

 

Muitos municípios baianos ficaram debaixo d´água nesse fim de ano. Não adianta querer culpar a natureza. Tudo isso é fruto do desmatamento, do assoreamento dos rios, que recebem grande volume de lixo das cidades. O mar e os rios sempre foram uma solução fácil e barata para depositar lixo.

XXX

Dizem que não pode comer peru no Ano Novo, porque peru cisca pra trás, e aí é atraso de vida. Tem que comer bicho que cisca (ou fuça) pra frente, e por isso se deve comer pernil de porco. Uma amiga foi nessa onda, só comeu pernil, e foi demitida em janeiro.

XXX

 

Muita coisa vai continuar na mesma. O mesmo vizinho, o mesmo zelador que quer saber da vida de todos os moradores e até aquele cara que conta umas piadas compridas, intermináveis, vão continuar existindo.

XXX

 

Chiquinho, com uns 12 anos, sobe no guindaste do Solar do Unhão para pular dali no mar pela primeira vez. A altura dá medo. “Pula, pula, pula”, gritam os meninos maiores já mestres no salto do guindaste. O coração de Chiquinho bate forte. “Pula, Chiquinho”. Ele respira fundo, salta no espaço e mergulha na água morna da praia do Unhão. Sobe uma grande espuma que é um brinde à esperança. Feliz Ano Novo, caros leitores.

(Foto de Chico Ribeiro Neto: Lagoa de Caculé, Bahia).

(Veja crônicas anteriores em leiamaisba.com.br)

 

UM PERIGO DE ACIDENTE NAS OBRAS DO CRISTO DA SERRA DO PERIPERI

Pode ocorrer um acidente com alguém que frequenta as obras de revitalização da área do Cristo de Mário Cravo, ou Cristo da Serra do Periperi, justamente na parte do mirante que ainda não está concluído, e toda responsabilidade será exclusivamente da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista.

Ainda não foi colocada a proteção da parte inferior das ferragens, e as pessoas estão transitando até a ponta do mirante sem nenhuma segurança, inclusive crianças e idosos. O visitante pode se desequilibrar lá do alto e se arrebentar todo causando um acidente de graves proporções.

Na entrada do mirante colocaram apenas umas fitas que foram removidas por alguém e aí muitos estão atravessando até a ponta para tirar fotos ou por curiosidade para apreciar a paisagem da cidade do ponto mais alto. O poder executivo não teve a mínima preocupação de colocar um vigia para impedir a passagem ou fechar a passagem com ferros.

Estive lá nesse feriadão do final do ano com um casal do Rio de Janeiro e presenciamos essa negligência da prefeitura, sem contar o abandono dos serviços de revitalização que foram anunciados no início ou meado do ano passado.

Além do perigo de um acidente no mirante por falha do poder público, o monumento continua abandonado sem funcionários ou guardas municipais presentes no local, propício a um assalto de bandidos. No popular teve um morador que chegou a dizer que ali era “uma boca de zero nove”.

Na verdade, visitar o monumento ao Cristo naquelas condições é um tremendo perigo porque não oferece segurança. Pouca gente interessada em conhecer o maior Cristo crucificado da América do Sul foi com receio e assustada, o que dava para se perceber no semblante dos poucos visitantes que evitavam até a tirar fotos mais demoradas.

É assim que querem transformar Vitória da Conquista numa cidade turística? Num feriadão, por exemplo, (nem falo nos dias úteis) quais os pontos que temos para levar um turista, a não ser o Museu de Kard, a Lagoa das Bateias, cujas obras estão inacabadas, e ao Cristo que não oferece a devida proteção?Temos ainda o Museu Regional e o Padre Palmeiras (não são municipais) que não estão à altura de uma cidade de 400 mil habitantes. O Museu do artista Cajaíba também está se acabando lá na Serra. Ainda tem gente que fala de fazer de Conquista o Portal de entrada para a Chapada Diamantina, conforme está no Plano Municipal de Turismo que ainda não saiu do papel. Outros chamam Conquista de a “Suíça Baiana”, coisa que virou até piada e deboche.

Para o turista que passou por Conquista vindo de outra parte do país neste feriadão, ou esteve visitando um parente, a opção mais segura foi a iluminação da Praça Tancredo Neves. Alguns teimosos se aventuraram ir ao Cristo correndo o risco de um acidente ou ser assaltado. Não tivemos atividades culturais de peso, nem no Espaço Glauber Rocha, ou outro local, mesmo porque os equipamentos estão fechados.

Restaram alguns shows particulares em barzinhos e restaurantes de comidas e bebidas muito caras. Muitos não gostam quando se fala a realidade de uma terceira maior cidade da Bahia onde praticamente sepultaram nossa cultura.

Para ser sincero, quando chega um amigo aqui não me sinto confortável sair para mostrar os principais pontos da cidade. Explico logo que não tem muita coisa para se ver, além dos shoppings, avenidas e esse pontos citados que deixam a desejar.

O ÓDIO NÃO MORRE COM O ANO VELHO

Carlos González – jornalista

Um ano sem Jair Bolsonaro. Há motivos para uma parcela considerável da população brasileira comemorar? A resposta é dada pela conceituada revista inglesa “The Economist”, ao afirmar que o Brasil voltou à normalidade em 2023, superando o que chamou de “populismo mentiroso”. O efervescente movimento das pessoas nas ruas e nas lojas nesse Natal, com o anunciado aumento de consumo da população, não deve servir de parâmetro para se aplaudir os primeiros 365 dias do terceiro mandato de Lula.

Nessa virada do ano há lufadas de otimismo na atmosfera. Pesquisa Datafolha revelou que sete entre dez brasileiros esperam um 2024 melhor do que 2023. Segundo o ministro Márcio Moreira (Secretaria-Geral da Presidência) o governo em 2024 vai continuar apostando nas políticas econômicas e sociais, responsáveis pelos 38% de aprovação da população ao trabalho do petista. Certas promessas de campanha foram parcialmente cumpridas. Vamos lembrar o meio ambiente e a violência.

A televisão mostrou destruição de barcaças e aeronaves de garimpeiros que exploram ilegalmente o ouro nos rios da Amazônia. Louvável o desempenho da Polícia Federal (PF) e do Ibama. Mas os criminosos estão voltando, junto com os que exploram o comércio de madeiras nobres e os que queimam a floresta para abrir pastos para o gado. Há necessidade de uma intervenção mais rigorosa, com apoio do Exército e da Força Aérea, senão “a boiada vai passar”.

Revogar os decretos de Bolsonaro que beneficiaram a indústria armamentista nacional e o contrabando de armas e munição era um dos objetivos prioritários do lulismo. Nos primeiros meses deste ano foram fechados centros de treinamento de atiradores bolsonaristas, sem que isso diminuísse os crimes de homicídio e o poder de fogo das quadrilhas de traficantes de drogas. A campanha em favor do desarmamento da população acabou esbarrando em comissões da Câmara dos Deputados, onde uma maioria formada pelas bancadas da bala e evangélica, incentivada pelo lobby dos fabricantes de armas, votou contra os projetos de lei enviados pelo Executivo.

A Justiça acaba de determinar que o governo federal, o do Estado do Amazonas e da cidade de Manaus indenizem em R$ 1,4 mi os familiares de dona de casa que morreu por asfixia em 15 de janeiro de 2021. Entre o final de 2020 e começo de 2021, a capital nortista viveu uma dramática crise sanitária e humanitária por falta de oxigênio nas UTIs dos hospitais que recebiam pacientes com covid-19. O ministro da Saúde na época era o general Eduardo Pazuello, que, por sua negligência, recebeu como “prêmio” dos bolsonaristas fluminenses uma cadeira na Câmara Federal.

Essa e outras milhares de vidas perdidas na gestão Bolsonaro por falta de vacinas e insumos hospitalares poderão suscitar uma série de pedidos de indenizações na Justiça. Além de ter atrasado a compra de vacinas, de ter incinerado medicamentos de alto custo, de ter falsificado seu cartão de vacinação e de ter estimulado o uso da cloroquina e derivados para prevenção e cura da covid–9, o ex-capitão está deixando mais uma dívida para o governo Lula.

Ao dar palpites de questões da diplomacia, Lula cometeu erros que depois tentou consertar. Para recolocar o Brasil como protagonismo no mundo visitou em 62 dias 24 países em 15 viagens, a um custo em torno de R$ 1 bi. Estabeleceu um recorde, mas, em compensação, não trouxe joias sauditas. Silenciou as críticas da oposição repatriando em voos da FAB mais de 1.500 brasileiros que residiam em Israel e na Faixa de Gaza.

Eles estão lá no plenário da Câmara dos Deputados, inquietos, não têm ideologia, só falam nas emendas. É a turma do Centrão, que faz Lula de refém, como fez de presidentes anteriores desde FHC. Sem os bilhões de reais os projetos do Executivo não são aprovados. Pressionado, Lula foi obrigado a colocar em segundo plano pautas progressistas previstas para serem executadas este ano.

Infelizmente, o ódio não vai morrer com o Ano Velho. Na fala à nação na noite de Natal o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que o “Brasil abraçasse o Brasil”, gesto que significaria o fim do ódio, sentimento que durante o mandato de Bolsonaro separou amigos e dividiu famílias.

Bolsonaro ainda não reconheceu a derrota. Seus devotos continuam a espalhar “fake news” (o projeto de lei que regulamenta as redes sociais foi engavetado), aguardando a volta do Messias, que deverá ser indiciado – mais outro processo – por incitação aos atos golpistas do 8 de janeiro. Em 2024, o ex-morador do Alvorada poderá se mudar para a Papuda.

 

 

PENSAMENTOS MIÚDOS (OU VAIKAIS)

(Chico Ribeiro Neto)

Como você anda?

Mastigando de lado

E andando de banda

XXX

Na escada rolante

Caiu uma lágrima

Por um instante

XXX

Notícia tem Sim e Não

Só depende do patrão

XXX

Besouro da alma

Quando pousa

Acalma

XXX

Viver é diário?

Sei não

Pergunte ao vigário

XXX

Bota a casa bonita

Pois amanhã

Chega visita

XXX

Comer ligeiro

Farinha pouca

Meu pirão primeiro

XXX

Notícia dura

Ela é bonita

Mas usa dentadura

XXX

O que é esperança?

Não é difícil

São olhos de criança

XXX

Cadê os sonhos?

O vento levou

Só um ficou

XXX

Vendedor de um pacote de saudades:

– É pra embrulhar ou o senhor vai levar assim mesmo?

XXX

“…Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.

Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.

Ele é o humano que é natural,

Ele é o divino que sorri e que brinca.

E por isso é que sei com toda a certeza

Que ele é o Menino Jesus verdadeiro…”

(Trecho do poema “O Guardador de Rebanhos”, de Fernando Pessoa, em Ficções do Interlúdio, Poemas Completos de A. Caeiro).

Feliz Natal a todos.

(Veja crônicas anteriores em leiamaisba.com.br)

 

 

 





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