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VITÓRIA DA CONQUISTA EM DEBATE NO “SARAU A ESTRADA”

O foco das discussões dessa vez do “Sarau A Estrada” que está completando oito anos de existência foi “A Formação de Vitória da Conquista, de povoado à capital do sudoeste”. O assunto foi de grande importância, pena que sentimos a ausência de companheiros em nosso evento que poderiam ter muito contribuído para um debate mais aprofundado.

Mesmo assim, cumprimos com o nosso dever de seguir nosso formato, de antes das cantorias, violadas e das declamações de poemas e causos, colocar o tema proposto em questionamento. Dessa forma, os trabalhos da noite do último sábado, dia 15 de setembro, foram abertos pelo jornalista e escritor Jeremias Macário que colocou na mesa três pontos que ainda merecem ser mais estudados, como a data de emancipação da cidade, uma história que precisa ser reescrita e por que o fundador da vila é pouco lembrado?

No primeiro ponto, Macário abordou a questão da data de emancipação, 9 de novembro de 1840 levando em conta a posse do Conselho Municipal da vila, criada pelo Decreto Imperial em 19 de maio do mesmo ano. Acontece que a vila continuou dependente da comarca de Caetité e Jacobina, para resolver conflitos jurídicos e políticos. Na verdade, Conquista só se tornou cidade em 1º de junho de 1891, depois da Proclamação da República. Passou a se chamar Vitória da Conquista em 1943.

Por que, então, municípios como Ilhéus e Porto Seguro, bem mais velhos como vilas, celebram suas emancipações com base na passagem para cidade, com menos anos de independência? Ilhéus, por exemplo, passou a comemorar a partir de 1881, mas já era vila em 1534. Porto Seguro completou, em 28 de junho último, 132 anos de emancipação, se bem que já era vila 1534.

Até pouco tempo, Caetité seguia esta norma, mas decidiu reunir um grupo de intelectuais e fazer o mesmo que Conquista para justificar que é bem mais velha como vila. Cachoeira nasceu às margens do rio Paraguaçu no século XVI. Em 1698, a freguesia alcançou a categoria de vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto de Cachoeira. Somente em 13 de março de 1837 foi elevada à cidade, data em que comemora sua emancipação política.

Sobre uma história que precisa ser reescrita, ele apontou que a caixa preta de Conquista ainda não foi aberta, e só quem pode fazer isso é a Igreja Católica através do documento da Propaganda Fide, dos Capuchinhos, em Roma. Por fim, o fundador João Gonçalves da Costa não recebe de Conquista a merecida homenagem. Com seu nome só existe uma pequena praça perto da prefeitura, bem escondida.

O rei de Portugal, na época D. João V, já no final do século XVIII, enviou os bandeirantes para esta região, para procurar ouro, vigiar e fiscalizar a rota dos minerais para a corte (evitar o contrabando), ou, simplesmente, para aqui implantar pastagens de gado e lavouras?

Estes e outros assuntos foram levantados, mas, a conclusão mais lamentável foi a de que o conquistense ainda conhece muito pouco sua história. Quem desconhece seu passado, tem dificuldade com o presente e não sabe construir o futuro. As escolas não discutem o tema como deveria.

No mais, o Sarau do “Espaço Cultural A Estrada” contou com as presenças dos músicos e compositores Baducha, Mano di Souza, Moacir Morcego e a visita, pela primeira vez, da cantora Larrisa que nos brindou com sua simpatia, delicadeza e belíssima voz. Disse ter adorado o encontro e agradeceu a todos por ter sido bem recebida. Sentimos a falta de frequentadores mais assíduos que não justificaram suas ausências.

Tivemos ainda Jeshus com seus causos, os fotógrafos Zé Silva e D´Almeida, Edna que declamou o poema “Senhora Conquista” com sua eloquência e grande capacidade decorativa, Evandro Gomes e sua esposa Rozânia, da Academia de Letras de Vitória da Conquista, a psicóloga e poetisa Regina, professor Jovino e Tânia, Jackson e sua esposa, Rosângela e João.

Como se trata de um “Sarau Colaborativo”, depois dos debates, as canções e as declamações foram também incrementadas e animadas por um bom bate papo descontraído, temperado ao vinho, uma cerveja gelada e tira-gostos. Lá pela madrugada, a anfitriã, Vandilza Gonçalves serviu uma deliciosa dobradinha, feita por ela, com salada orgânica da nossa horta caseira, que todos se serviram e agradeceram aos deuses do Olimpo, ou da noite cultural.

 

FALTA DE UM INSPIRADOR DA ESPERANÇA

O enredo e os personagens são os mesmos que não mais atraem os expectadores. O que existe é um vazio e um afastamento da cena antes do seu final. As pessoas perderam o entusiasmo, e o que seria um espetáculo, virou uma ópera bufa.

Diante de tanto desalento, de desespero, de angústia, da descrença, da nulidade da política, de tanto ódio e intolerância, o povo brasileiro precisa de um inspirador de utopias e sonhos que renove as esperanças de melhora do ambiente e faça o indivíduo acreditar numa nova República, com outra feição, porque esta foi está desbotada e não dá mais para recompor.

Na verdade, não precisamos de tiros e balas para acabar com a violência e devolver a segurança à nação, nem de centrões, de extremos, de direitas, de esquerdas, de promessas genéricas para aumentar o emprego, melhorar a saúde e a educação, mas de um líder conciliador que faça as pessoas voltarem a ter brilho nos olhos e acreditarem no poder da fé. Um tipo Tancredo Neves que falou da esperança de um país novo depois da ditadura civil-militar.

Os discursos maquiados e rebuscados, os conhecimentos de gestão, de economia, de passagens em cargos nos legislativos e executivos, os dados estatísticos e os cálculos do que pode ser feito, não estão mais empolgando  os brasileiros, depois de tanto apanhar e ser roubado durante anos e anos. O que se quer, acima de tudo, é uma presença de uma força que brote de uma liderança com capacidade de unir o que foi dividido.

Mais do que entender e prometer solucionar os problemas cruciais, como a desigualdade social, a pobreza, a corrupção e as injustiças, o Brasil precisa de alguém que faça o povo acreditar no projeto de renovação humana, numa corrente coletiva de solidariedade. Os que estão ai no blábláblá não convencem mais. Afinal de contas, o país virou uma terra em ruínas e dividida por eles mesmos. Estes têm a capacidade de unir a nação e limpar os escombros?

Não basta ser honesto e pregar o fim da corrupção; dizer que vai reduzir os gastos públicos, cortar as mordomias; e reformar a velharia, se não tiver aquela magia de fazer as pessoas vibrarem com suas palavras e confiarem firmemente nas mudanças. Sem um inspirador de esperanças que una toda nação, fica difícil chegar lá e concretizar o resto.

No mais, tudo parece morno e frio, com revanchismos, disputas ideológicas vazias, conservadorismos, preconceitos, retrocessos de ideias, violência para combater violência, idiotices e prepotências. São os mesmos grupos, em separado e individuais, apoiando grupos politiqueiros. Tudo continua como dantes no Quartel de Abrantes. Nada mudou, e os mesmos serão eleitos, muitos dos quais “confessando” que por obra e graça da providência divina. Eles se acham até os eleitos por Deus, na base dos nós contra eles, e vice-versa.

AS CURIOSIDADES DO MUNDO GREGO NA REVOLUÇÃO DOS FILÓSOFOS (V)

SOFISTAS – Com o tempo tomou significado depreciativo, mas na Grécia, o termo “sofistas” significava mestres da sabedoria. Assim foi Protágoras de Abdera, que em Atenas fundou uma escola. Os sofistas prezavam a argumentação e a dialética, coisas que hoje são vistas como sofisma. Um dos que se refugiava no sofisma era Sócrates, conforme enfatiza o autor Indro Montanelli em seu livro “História dos Gregos”.

Pode-se dizer que Protágoras foi o inventor do método socrático. O que mais preocupava a mente dos gregos era o problema da origem das coisas. Tanto assim que quase todos seus livros se intitulavam “Da Natureza”, que procuram esclarecer a formação do mundo e as leis que a regem. O bem e o mal, e o próprio deus não passavam de verdades subjetivas, sujeitos a contestações?

Protágoras respondeu que sim. Diante disso, o governo o expulsou. Confiscou seus bens e queimou seus livros em praça pública. Embarcou para a Sicília e tudo indica que morreu num naufrágio. Dizia não acreditar em deus. Deixou esse germe da dúvida no seio do povo ateniense.

Em seu lugar ficou Górgias. Seu ceticismo se resumia em “nada existe fora do que o homem pode perceber com os sentidos; se alguma coisa existisse, nunca a perceberíamos; e mesmo que a conseguíssemos perceber, não o conseguiríamos comunicar aos outros”.

Antes de morrer, Górgias teve o bom senso de gastar todo o seu patrimônio. Depois deles vieram muitos sofistas menores. Eles estimularam o espírito dialético. Ensinaram os atenienses a raciocinar por esquemas lógicos e contribuíram para formação de uma língua precisa.

Sem eles, o Sócrates não teria se tornado no que se tornou. Fundaram o “Clube do Diabo” onde se dedicavam a solenes comilanças nos dias em que o calendário recomendava jejum. Sócrates condenava essa atitude por parte dos sofistas, no sentido de suprimir a tradição e as superstições.

Na verdade, eles lançaram as bases do grande conflito filosófico, que dura até hoje, entre o idealismo e o materialismo. Um deles foi Parmênides com seu sarcasmo e mordacidade. Implicava com todos, especialmente com Pitágoras, a quem acusava de histerismo. Inverteu a tese de Heráclito, para quem tudo passa e se transforma. Na sua ótica, tudo permanece, e a transformação é apenas ilusão de nossos sentidos. Nada começa, nada “se torna”, nada se “acaba”.

O seu aluno Zenão o vulgarizou num livro de paradoxos, quando disse que a flecha que voa, na realidade está parada no ar, porque a cada instante de sua aparente corrida, ela ocupa um ponto parado no espaço. Logo, sua parábola nada mais é do que o engano dos nossos sentidos. Segundo ele, o corredor mais veloz não pode ultrapassar uma tartaruga, porque toda vez que alcançar a posição dela, ela já a passou.

Leucipo foi outro que veio de Mileto para Eléia pelo ano de 435 a.C. e, depois, em Abdera, abriu uma escola para desenvolver o conceito do não ser, do vácuo. A criação é uma combinação de vácuo e de átomos. A alma, por exemplo, não passa de uma combinação de átomos.

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ISRAEL E UM GOVERNO TEOCRÁTICO

Sem essa de que o povo semita foi o primeiro a ocupar as terras palestinas. É só verificar na história para concluir que não é assim. Quando Abraão se deslocou da Mesopotâmia para lá, encontrou várias tribos habitando o território em pequenos reinos. O mesmo ocorreu com os judeus quando saíram do Egito com Moisés. Tiveram que lutar para expulsar vários grupos que ali já viviam no chamado espaço eleito por Deus.

Os tempos se passaram e a região foi alvo de várias invasões estrangeiras, como dos egípcios, babilônios, persas, gregos, macedônios, romanos, otomanos e ingleses quando, depois da II Guerra Mundial, juntamente com os norte-americanos, foi criado o Estado de Israel, em 1948. De lá para cá, os árabes-palestinos que também ali habitavam foram encurralados e oprimidos num canto. Por tudo isso, os judeus sempre se colocaram como vítimas do holocausto do nazismo. No entanto, nunca deixaram de exercitar a supremacia.

É bom que se esclareça que os judeus não foram os únicos massacrados pelos nazistas. Ciganos, homossexuais, classes mais inferiores, comunistas e outras categorias foram exterminados pelo ódio nazista. Com relação ao novo país tomado na força através de guerrilhas, outros conflitos aconteceram e a paz nunca foi alcançada porque Israel não admite um estado palestino.

Há pouco tempo o governo ultradireita israelense aprovou uma lei racista, reconhecendo a supremacia judaica sobre os demais povos, rememorando exatamente os princípios nazistas. Essa tendência vem se registrando nos Estados Unidos (Donald Trump), em países da Europa e até aqui mesmo em nosso Brasil onde a elite procura dificultar a implementação de políticas sociais.

Talvez por se considerarem sempre eleitos divinos na história, o parlamento aprovou uma lei definindo Israel como estado-nação do povo judeu. As minorias do território (21% de árabes e 1,6% de druzos) e a oposição judaica acusam o governo de racismo. O documento do legislativo não fala de igualdade. Por coincidência, na Declaração de Independência não consta a palavra democracia, mas o termo lido pelo ex-premier David Bem Gurion, ao anunciar a criação do estado, diz que Israel patrocinará o desenvolvimento para o benefício de todos os habitantes.

GOVERNO TEOCRÁTICO

Como um assunto puxa o outro, se bem que do lado de cá dos trópicos, com outras nuances, deixa-me espantado declarações do bispo-prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivela, ratificando posições do seu tio Edir Macedo, bispo fundador da Igreja Universal.

Segundo Crivela, “Nós temos que mudar esse país. É um sacrifício grande a gente estar na política, mas não podemos fugir, pois só o povo evangélico pode mudar esse país. Entre nós não há corrupção. Pegamos a oferta do povo, levamos ao escritório, contamos tudo e construímos igrejas. É esse Brasil evangélico que vai dar jeito na pátria”.

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UM FILME ARRANHADO E SEM CORES

Eles continuam com o mesmo discurso do blablablá bolorento de uma República caduca de candidatos cínicos caras de paus que não passam nenhuma expectativa de mudanças. De tão arranhado e desbotado, de cor amarelada pelo sol tropical, o filme está truncado e perdeu totalmente seu enredo. De tão cheio de ruídos, o som ficou inaudível e só dá para escutar alguns grunhidos primitivos.

Mesmo assim, tem muita gente que ainda segue os arranhões e os alaridos, e não se sentem perturbados. Estes esperam ser abençoados com os falatórios genéricos de propostas sem nexo, e não perdem a esperança e a fé. Aliás, nesta terra de todos os deuses e religiões, a ordem vinda do Olimpo é não perder a fé jamais, não importando quanto seja a falta de vergonha na cara dos personagens de sempre.

Há pouco tempo se ouvia nas ruas e em todos os lugares que se andava, expressões de revolta e condenação contra todos que traíram o povo com suas falsas promessas, e até dilapidaram os cofres públicos. Vamos dar o troco! É tudo zoeira! Agora se vê um ajuntamento, onde cada grupo procura, de unhas e dentes, defender seu “representante” predileto, por achar que ele é o cara certo.

Apesar das brigas e destilação de ódio e intolerância, inclusive entre amigos e parentes, termina cada um votando no seu ladrão em outubro. Nem todos do lado de cá ficam contentes, mas eles, do lado de lá, provam, mais uma vez, que a opinião pública não tem opinião, que povo ignorante e fragilizado pela pobreza e miséria é fácil de ser manipulado com favores e discursos vazios.

Para comprar o voto da grande maioria de necessitados e desesperados, tem aquele que diz que vai limpar o nome dos que estão sujos nos serviços de proteção ao crédito. Revigora a chama da esperança. Tem aquele que grita de lá que vai dar o vale gás para que ninguém cozinhe seu feijão no fogão à lenha. O outro berra que vai dar um tiro na violência em nome da família, da tradição, da pátria e de Jesus. Tem aquele que morde e assopra no seu adversário, e ainda aquele das coligações com gente da pior espécie.

Não reza a lei que é proibido comprar voto? Então, que se cumpram as regras determinadas pela legislação e se vete qualquer tipo de estelionato, golpes e contos do vigário. Nesse mercado de genéricos, sem programas consistentes, todos, como numa combinação entre eles, garantem saúde e educação de qualidade. Vão acabar as filas, e os pobres vão se sentar na mesma mesa dos patrões. Adeus desigualdade social! Agora é a nossa vez!

A sorte está lançada. Façam seus jogos, senhores! Tem preso condenado; tem o indiciado, denunciado, ladrão solto que ainda não foi julgado; tem o safado que roubou medicamentos dos idosos e merenda escolar das crianças; tem os fraudadores da previdência social; e tem o homem das malas, das sacolas e das cuecas cheias de dinheiro.

A feira é livre! Façam suas escolhas e aproveitem porque outra festa só nos próximos quatro anos. Todos já bateram pé firme de que são inocentes, e que estão sendo injustiçados. Eles não ligam pra listas de corruptos e imorais políticos porque cada um já tem, há anos, seu manso público fiel.

 

 

 

 

OS ASSASSINOS DA CULTURA

Depois da destruição completa do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, pelo incêndio do último domingo, os cínicos assassinos da cultura aparecem para dar entrevistas fajutas sobre o ocorrido, sempre com justificativas de que estavam agilizando medidas para preservação do seu acervo. Quem será a próxima vítima de destruição?

O presidente mordomo de Drácula solta nota de lamento e anuncia verba e ações conjuntas para reconstruir o Museu de 200 anos que contava com peças valiosas e históricas da humanidade. Cadê os investimentos de manutenção do prédio? Recuperar mais o quê? Vão fazer cópias falsas?

Prometem investigar as causas do incêndio. Mais uma vez, para que? Para não dar em nada e ficar por isso mesmo? Por acaso, os verdadeiros responsáveis vão ser punidos? Está na cara que não. Mais uma vergonha brasileira que repercute negativamente no exterior. Estamos vivendo num país destroçado e aniquilado.

Como andam as coisas neste país falido e desgovernado, de mal a pior, estava demorando acontecer uma tragédia anunciada por aqui de grandes proporções, quando não são fatos políticos escandalosos de corrupção, roubos, falcatruas e mortes cruéis de crianças e jovens por balas perdidas.

Num Brasil que nunca deu prioridade à educação e ao seu patrimônio histórico, os assassinatos cometidos contra a cultura não são de hoje. Há pouco tempo foi o incêndio do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Dizem que estão fazendo outro, com o nosso dinheiro.

Por falar nisso, nossa língua está sendo assassinada todos os dias por neologismos estrangeiros. Nos estabelecimentos comerciais, empresas e lojas nos shoppings center as placas são todas em inglês, e não existe uma lei para acabar com essa agressão. A maioria nada entende o que está escrito nas casas, mas todos acham bonito. Mais uma vez, fala alto o complexo de inferioridade e o modismo de imitar tudo o que é de fora. Não passamos de papagaios.

Todas as vezes que se fecha uma biblioteca, que se deixa um museu pegar fogo e entrar em ruínas o patrimônio público, está se assassinando a cultura brasileira, e ninguém toma providências. Aqui mesmo em Salvador, e até em Vitória da Conquista, o que ainda resta de arquitetura antiga está caindo aos pedaços. Caso específico do Centro Histórico de Salvador.

Na última vez que estive no Rio de Janeiro, no final do ano passado, vi com meus próprios olhos, o estado de precariedade e penúria da Biblioteca Nacional e outros equipamentos públicos. Contra o abandono, vi funcionários em protesto colocando fitas pretas nas peças e estátuas. Todos estavam de luto. Pelo andar da carruagem, a vez desses acervos públicos também vai chegar. E ai, lá vem mais lamentos e entrevistas dos cínicos que estão destruindo nosso Bpatrimônio.

O CEASA, LAGOA DAS BATEIAS E O CARTEL DA GASOLINA EM CONQUISTA

Falei aqui em outras oportunidades de locais de Vitória da Conquista que são uma vergonha pelas suas péssimas imagens, e que não devem ser apresentados a visitantes. O Terminal de Ônibus da Lauro de Freitas (o Cabeça de Porco) é um deles, mas outros, como o Ceasa Atacado e a Lagoa das Bateias, se transformaram em verdadeiros atentados à saúde pública, pondo em risco vidas humanas que devem ser preservadas. O Ceasa, por exemplo, já deveria ter sido interditado.

O caso do cartel nos preços da gasolina em Conquista é uma aberração escancarada à vista que o Ministério Público e a Polícia Federal não tomam providências drásticas para punir os responsáveis, mesmo com o clamor dos consumidores. Há cerca de 10 anos, ou menos que isso, o custo do combustível na cidade era um dos mais baixos da Bahia, e digo isso porque sempre andei em outras regiões e moro aqui há 27 anos..

De uns tempos para cá é um dos mais altos do interior, e o pior, sem justificativa plausível. Muito pelo contrário, deveria ser mais barato porque Conquista pega gasolina, em Jequié, a 150 quilômetros de distância. É um paradoxo em termos de custos de fretes quando se compara com outros municípios. Será que o Ministério Público quer maior provocação que esta, para agir contra os donos de postos?

Cortei daqui de Conquista até Juazeiro, no norte da Bahia, e só vi preço igual naquela cidade, mas compreensível devido a distância de 500 quilômetros de Salvador. Com isso, entendo que os empresários daqui são os que mais lucram com o produto, e ainda negam que haja cartel. Não adianta fazer pesquisa de preços em Conquista porque, praticamente, são iguais.

Quanto a Ceasa Atacado, que funciona na Avenida Juracy Magalhães, trata-se de um problema ainda mais grave porque lida com o abastecimento de produtos hortifrutigranjeiros consumidos por seres humanos. É uma questão de saúde pública e, por tal motivo, o local já deveria ter sido interditado pelos poderes constituídos. Cadê a vigilância sanitária e o Ministério da Agricultura? O volume de sujeiras ali é inadmissível.

Alguém deve contestar este reclamo, alegando que se for tomada esta posição, pode provocar uma crise de abastecimento na população da cidade. Pode até ser, mas vamos continuar assim, consumindo alimentos contaminados por ratos, baratas e sujos, colocando em risco a vida das pessoas? Que pelo menos se dê um ultimato para que se encontre uma solução em curto tempo. Ficar como está, comendo porcaria, é um atentado e um desrespeito para com o consumidor.

A Lagoa das Bateias, na saída para Anagé, é outro descaso por parte do poder público. Além do mau cheiro dos esgotos que são despejados no local, a lagoa, que há muito tempo deixou de ser isso, virou depósito clandestino de corpos humanos vítimas de assassinatos e outros crimes de extermínio. Transformou-se também num cemitério de esgotos.

Ali devia ser um ambiente prazeroso para ser visitado por moradores e gente de fora, mas se recomenda distância, porque é mais uma vergonha da cidade para ser mostrada a quem chega de fora. Fiz isso há pouco tempo e não me senti bem. Ali devia ser um parque de diversão e encantamento para crianças, jovens e idosos. Hoje é uma lagoa de esgotos e lixo, sem falar nos equipamentos que foram destruídos.

PRODUÇÃO CULTURAL COLABORATIVA

Ajude a publicar o livro “Andanças” adquirindo seu exemplar, e ganhe de presente a obra “Uma Conquista Cassada”. Assine um e ganhe outro do mesmo autor.

Com contos, causos, histórias, poemas e ilustrações, o livro “Andanças”, de 368 páginas mistura ficção com realidade da vida, e exigiu também um trabalho de pesquisa, como no capítulo “Pelas Brenhas do Mundo”. Leitura prazerosa garantida que prende o leitor em suas descrições galopantes e poéticas.

Para adquirir a obra, com arte final concluída pelo artista Beto Veronezze, o autor Jeremias Macário, jornalista-escritor, está conclamando os amigos e companheiros a participarem do projeto colaborativo da pré-venda do livro a fim de viabilizar sua impressão na gráfica.

O exemplar vai custar R$40,00. O interessado pode fazer a aquisição antecipada depositando este valor na conta poupança da Caixa Econômica Federal agência 0079, conta 00120426-5, devendo entrar em contato com o autor através do e-mail macariojeremias@yahoo.com.br, fone 77 98818-2902, para assinar o “Livro de Ouro”.

Pedimos aviso comprovando o depósito, pois os nomes dos colaboradores serão anexados na impressão da obra que cada um receberá no lançamento. O livro fala do Nordeste, do homem do campo, do retirante da seca, das intrigas, das corrupções, da falta de ética, do levar vantagem em tudo, da vida e da morte.

Entre outros lançamentos (Terra Arrasada, A Imprensa e o Coronelismo e Uma Conquista Cassada), “Andanças” é mais uma publicação que demandou dedicação e sacrifício. Conto com
seu apoio para impressão final do trabalho de 500 exemplares, dos quais um poderá ser seu, mediante contribuição a partir de R$40,00.

No ato da adesão em prol do lançamento do livro, o assinante levará de presente o exemplar de “Uma Conquista Cassada – Cerco e Fuzil na Cidade do Frio”. que está à venda nas livrarias Nobel e bancas de revistas da cidade. Se preferir, assine um e ganhe outro.

 

CPI DOS TRANSPORTES E FECHAMENTO DE ESCOLAS MOBILIZAM A CÂMARA

Divisões, apoios e contestações à parte, as questões levantadas sobre pedido de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Transportes e o fechamento de oito escolas na zona rural de Vitória da Conquista por parte do poder público municipal mobilizaram os debates de ontem (dia 29/08) na sessão da Câmara Municipal de Vereadores.

No calor das discussões, sobraram vaias para o parlamentar Álvaro Pithon quando se colocou contrário à CPI e elogiou o trabalho de Herzem Gusmão à frente da Prefeitura Municipal, e aplausos para as duras críticas contra o caos no transporte público e o fechamento de escolas sem um diálogo prévio com as comunidades dos povoados e distritos.

Da Tribuna Livre, a presidente do Sindicato dos Professores do Município, Ana Cristina Novais discordou totalmente da atitude do executivo que encerrou as atividades de oito escolas, com alegação de baixa frequência de alunos, tornando inviável o funcionamento das unidades. Segundo ela, isso não é justificativa plausível, argumentando que, se existe evasão de estudantes, o problema precisa ser corrigido.

Vereadores da situação, como o líder do prefeito, Luis Carlos Dudé, rebateram as reações contrárias ao ato, citando que na atuação do governo passado do PT, o assunto não teve tanto alarde e gritaria quando aconteceu o mesmo em várias regiões da zona rural.

Mesmo assim, tanto edis de partidos da oposição, como Coriolano Moraes, Valdemir Dias, Nildna Ribeiro e os de apoio ao poder público atual se comprometeram juntos a analisar a situação e formar um grupo para conversar com a secretária de Educação. Celma Oliveira, no sentido de tentar reverter a situação.

Quanto a CPI dos Transportes, solicitada pelo representante da Juventude Socialista Brasileira, Hedras Tenório, o plenário também se dividiu entre oposição e situação, mas a questão também ficou para ser estudada e analisada pelos vereadores.

Na ocasião, Hedras também aproveitou para colocar o problema dos funcionários da Viação Vitória, parada e em estado falimentar, os quais estão sem receber seus salários e indenizações, dependendo de doações da população, para sobreviverem. Denunciou ainda a ação de policiais que intimidaram estudantes durante manifestações de protestos no Terminal da Lauro de Freitas contra o anunciado aumento das tarifas de transportes.

Sobre sua posição contrária à CPI, o vereador Álvaro Pithon, mais uma vez, apontou a reação do PT quando no primeiro governo de Guilherme Menezes se tentou formar uma comissão para apurar irregularidades em obras num assentamento agrícola. Destacou que, na época, por volta do final dos anos 90, toda cúpula do PT fez de tudo para impedir os trabalhos de investigação.

QUEM SÃO OS MAIS REFUGIADOS?

É muito triste ver multidões desesperadas se deslocando do seu país para procurar refúgio em outro, mas o Brasil arrasado, onde tudo falta, e mais de 50 milhões vivem abaixo da linha de pobreza, não é o indicado para abrigá-los. Aqui, o cobertor já está curto demais, e a casa está desarrumada. Não está dando nem para cuidar dos seus. Sem mais espaço para se virar, o brasileiro já é um refugiado dentro do seu próprio território.

Na certa, é mais desagregação e sofrimento juntos, com mais miséria e violência. Vejo os venezuelanos ansiosos por um trabalho, não mais que os próprios brasileiros em seu país. A quem atender primeiro? A nós já são negados o direito à educação de qualidade, à saúde, à alimentação digna, ao emprego, à justiça e outros itens básicos. São refugiados tentando acudir outros refugiados. E onde fica a coerência?

Os nossos vizinhos venezuelanos estão aflitos e se arrastam cansados em procissão pelas estradas e caminhos íngremes, pedindo passagem nas fronteiras pobres de vários países da América do Sul. Acredito que eles não têm muita ideia sobre a real situação do Brasil, mas o clamar fala mais alto quando não se tem outras opções. Se você não tem o que oferecer, não é egoísmo.

Onde estão os ricos capitalistas predadores da América do Norte e até da Europa que por anos e séculos exploraram a mão-de-obra e as riquezas dessa gente, deixando a terra em bagaços? Fizeram o mesmo na África, no Oriente e na Ásia. Hoje estão soltando foguetes ao espaço, vendendo armas para incendiar a terra e banqueteando em seus palácios.

A elite burguesa ocidental é a maior culpada por tudo o que está acontecendo. Os imperialistas capitalistas, a começar pelos Estados Unidos, nunca admitiram o socialismo de repartição em seu quintal. Destroçaram governos legitimamente constituídos e minaram com suas forças qualquer soberania e tentativas de melhorias dos mais pobres no continente sul americano. A história não nega os fatos. Depois é só deixar que os mortos enterrem seus mortos.

Não é somente o Brasil que está arcando com essa leva de venezuelanos famélicos, mas também o Chile, que recebeu de janeiro a julho deste ano 147 mil, quase 177 mil que entraram lá em 2017. O Peru e a Colômbia, também fazem o possível para socorrer os refugiados. É assim, eles (os ricos capitalistas) sempre interviram na política que esteve fora de seus consensos, e depois deixam que uma pobreza vá aniquilando a outra.

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