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O CAÇADOR E A CAÇA

O título nos faz lembrar daquele ditado popular de que um dia é do caçador e o outro é da caça. Também nos remete ao homem de Neandertal que só fazia pescar, caçar e colher, sem a ambição de pensar no futuro, nem procurar o sentido da vida. Não arava a terra, não acumulava e, sobre a existência, nada de ansiedade. O negócio era só viver o presente.

Esse tempo do caçador-coletor do Neandertal feliz, sem culpa, do sexo sem amor romântico durou mais de dois milhões de anos até que uma mulher sapiens cruzou o musculoso da caverna e aí inventou-se o trabalho, porque não se tinha mais o que fazer. Foi a partir dali que começaram a aflorar os sentimentos, mas os papéis de caçador e de caça nunca deixaram de existir.

No entanto, estamos em pleno século XXI, vivendo na era da tecnologia avançada do mundo virtual, e agora da Inteligência Artificial. Mesmo assim, o homo sapiens, com idade de 10 a 12 mil anos e domesticado pelas mulheres, continua, mais do que nunca, um predador cruel da natureza e caçador do tempo à procura da sua caça para sobreviver.

Além de “caçar” e domesticar animais para se alimentar, esse sapiens se tornou num grande caçador do próprio homem, usando a sua sagacidade do mal para abocanhar a sua presa, sem piedade e compaixão. Essa evolução para o lado perverso foi tão grande nos últimos séculos que hoje o caçador está levando a melhor, com menos dia da caça.

Os caçadores atuais não usam lanças e machados de pedras para pegar a sua caça. Os meios são bem mais sofisticados, inclusive no uso da linguagem, para persuadir a caça, como no caso dos golpistas.  Parodiando um pensador filósofo, de que existem influenciadores nas redes sociais porque existem idiotas, diria que o mesmo se aplica ao caçador e a caça.

Como há dois milhões de anos, a caça atual é o lado mais fraco, mais pobre e vulnerável, sem instrução. Ela está mais exposta às “flechadas” dos ricos e poderosos, sem contar os bandidos especializados e treinados para enganar a presa com vantagens ilusórias.

Na vida real, os caçadores, como verdadeiros crocodilos dentro das lagoas lamacentas, que ficam na espreita da chegada dos servos para beberem água, se camuflam de bons profetas e salvadores para atrair sua caça, como na política onde o eleitor é a caça.

Na religião, o pastor é o caçador, e o fiel é a caça, que é iludida com a promessa de um lugar no reino dos céus. No sistema financeiro brasileiro, por exemplo, o mais ganancioso, o banqueiro é o caçador, e o cliente trabalhador é a caça,

Essa história de caçador e da caça é tão antiga quanto a humanidade. Acontece que o caçador, como na teoria da evolução de Darwin, com o passar dos milênios, aprimorou cada vez mais seus métodos como opressor, enquanto a caça foi sendo encurralada e oprimida, como no caso do colonizador e do colonizado.

O MELHOR E O PIOR PAÍS PARA SE VIVER

Para os golpistas, malandros contumazes, bandidos, malfeitores, corruptos, inescrupulosos, os que querem sempre levar vantagem em tudo, os que não respeitam o espaço dos outros, aqueles que só visam seus interesses, quem procura vencer na base do QI (Quem Indica) e os políticos safados, o Brasil é o melhor país do mundo para se viver.

Para os éticos, os honrados, honestos, os trabalhadores que dão duro para viver do suor do seu rosto, os cidadãos de bem, os idôneos, os que têm mérito e capacidade, os que lutam pela coletividade e procuram cumprir com seus deveres, o Brasil é o pior país do mundo para se viver.

Aqui também é um paraíso para aqueles estrangeiros folgados que só querem saber de sombra e água fresca e até mijam em público nos aeroportos e calçadas. Muitos chegam aqui atraídos pelas propagandas das mulatas se rebolando e mostrando seus bumbuns. Outros porque as leis nessa terra são frágeis e fáceis de serem dribladas.

Aqui está virando ou já virou o reino dos golpistas, principalmente através da internet, porque vale a pena cometer o crime, tendo em vista que a Justiça de um modo geral é falha, e a vítima é obrigada a percorrer um longo caminho burocrático para reaver seus direitos.

Não existe nenhum exagero no que digo, e os milhares e milhões de exemplos estão aí que comprovam. Para os bons, os deveres a cumprir. Para os maus, a impunidade da lei, principalmente quando se é rico e poderoso, que nela encontram brechas com seus advogados para se tornarem livres e até inocentados.

A grande maioria dos cafajestes, como juízes e desembargadores que vendem sentenças, são até premiados porque continuam recebendo seus polpudos salários. Mas, não é somente esta classe que é beneficiada com o roubo e a corrupção. Os políticos ladrões têm seus processos anulados e arquivados. Depois de tudo ainda são recompensados com nomeações para cargos importantes nos governos. São votados e eleitos. A maioria dos espertos praticam caridades; recebem medalhas, troféus, estátuas e nomes de ruas, praças e avenidas,

No caso dos golpistas, eu mesmo estou sendo vítima de uma tal entidade paulista, que se diz protetora dos aposentados (são dezenas), chamada CINAAP, que se cadastrou no INSS, supostamente em conluio com funcionários, e vem descontando 45 reais mensais do meu benefício, sem minha autorização.

Isso vem me dando uma tremenda “dor de cabeça” para bloquear essa indevida subtração. Depois de uma fila dos diabos, estive no INSS regional e a atendente, simplesmente, me despachou sem resolver meu problema. Mandou que ligasse para o 135.

Após um terror de 30 minutos no telefone, passar meus dados e ouvir uma secretária virtual repetir várias vezes para tal caso tecle 1, 2, 3, 4, 5 e mais números, uma voz de lá do além de uma mulher me atendeu e apenas bloqueou a ladrona, mas avisou que o Instituto não reembolsa a vítima.

Quis saber desde quando essas parcelas vêm sendo retiradas pela golpista. Ela respondeu que o INSS, culpado pela ação criminosa, não tinha condições de me passar essa informação e que procurasse outros meios através de aplicativo ou um tal de Niss. A vítima é quem tem que se lascar. O golpista fica numa boa e ainda esnoba com a nossa cara.

O coitado do idoso (isto está acontecendo com centenas e milhares de aposentados no país), já cansado e estropiado da vida de tanto levar porrada, tem que enfrentar uma tremenda burocracia e, se quiser reaver seu dinheiro e reparação por danos morais, é obrigado a entrar com uma ação na justiça contra a contraventora. Se for contra o Instituto, não recebe nunca por ser uma instituição federal.  Isso só ocorre no Brasil e ainda dizem que aqui é uma maravilha.

A DIREITA AVANÇOU E A ESQUERDA FOI PARAR NA ZONA DE REBAIXAMENTO

Como no Campeonato Brasileiro de Futebol, a esquerda, principalmente o PT, nestas eleições municipais pelo Brasil a fora, ficou na zona de rebaixamento e foi direto para a Série B, isto porque não atualizou seu time aos novos tempos, e seus “técnicos” enrustidos radicais ficaram falando a mesma linguagem dos anos 80 e 90. Os ouvintes e seguidores cansaram.

O PT, que ficou nas últimas colocações da tabela, quase na lanterna, em número de prefeito eleitos no Brasil, nunca quis fazer uma autocrítica dos seus erros quando passou da cachacinha para o uísque, especialmente a partir dos acontecimentos do mensalão e da Operação Lava-Jato que passaram a repercutir e a influenciar negativamente para que houvesse esse montão de rejeições.

Não foram somente esses fatos que levaram o PT e a esquerda como o todo ao rebaixamento, conforme ficou patente na resposta do povo. O discurso ficou caduco e a comissão técnica, juntamente com seus jogadores de idade avançada, esqueceram suas principais bases, ou seus torcedores que, cansados e revoltados, começaram a esvaziar os estádios. Deu no que deu.

Como no poema de Carlos Drummond de Andrade, e agora José? Ou tinha uma pedra no meio do caminho e não souberam removê-la? Será que agora essa turma da linguagem ultrapassada vai fazer um mea culpa, contratar novo técnico e um time novo bom de bola para atrair sua torcida? Como eles são teimosos e não querem dar o braço a torcer, não acredito muito nisso.

Se não cuidar disso, não fizer uma série análise e montar novas estratégias, a tendência é cair para a série C. Aí, meus amigos, vai ser difícil para subir para o pelotão de elite. Eles sabem muito bem quais são suas bases que foram abandonadas ao longo dos últimos 20 ou 30 anos. Elas entraram em descredito, se decepcionaram e se afastaram, especialmente por causa dos malfeitos.

Dito isso, os campeões desse campeonato maluco, cheio de mentiras, rapinagens, do faz de conta que a justiça está de olho, que eleição muda o Brasil e derrame de muito dinheiro por parte de seus personagens, ficaram com uma direita mais do centrão, misturada com várias vertentes de moderados, extremistas, terraplanistas e até gente sem uma ideologia política.

Foram eles, o PSD (antigo PFL), o PL, a União Brasil (também PFL), o MDB, que já foi composta por pessoas autênticas, sérias e opositoras ao regime da ditadura civil-militar-burguesa, o Republicanos que ficaram com as taças e já estão arrumando seus times para o próximo campeonato de 2026, certos de que vão ter uma grande torcida, sem contar com a ajuda dos juízes e o do VAR.

Como disse um amigo meu, os lobos nunca fazem pacto com as ovelhas, se bem que aqui no sentido figurado nem cai bem. Nessa competição de um sistema eleitoral coronelista onde todos mentem, quem são as ovelhas? Será que não são hienas que perderam o embate no campo porque ficaram velhas demais das ideias?

Só sei bem que os lobos chefões mais ferozes, sagazes e astutos estão acoitados hibernando de barriga cheia no Congresso Nacional, com suas garras bem afiadas. Por ora resolveram dar uma trégua disfarçada com o dono do seu rebanho desgarrado e zonzo depois da porrada que levou. A questão está em mudar a técnica, a tática e a estratégia do jogo e contratar novos atletas, com sangue novo para ganhar as partidas e retornar para a Série A.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

VOCÊ TEM CARA DE QUÊ?

(Chico Ribeiro Neto)

Cara de Madalena arrependida, cara de santa puta, cara de quem comeu e não gostou, cara de pau, cara limpa, cara suja, cara de tacho, cara de cavalo, cara de cu, cara de cachaça, cara de bandido mexicano, cara de mordomo de filme de terror.

Cara de otário, cara de maracujá, cara de criado com vó, cara de xibiu, cara lavada, cara de cachorro, cara de caçamba, cara de pinico, cara de tatu, cara de deboche, cara de motorista de caminhão, cara de aeromoça aposentada.

“O homem não deve poder ver a sua própria cara. Isso é o que há de mais terrível. A Natureza deu-lhe o dom de não a poder ver, assim como de não poder fitar os seus próprios olhos. Só na água dos rios e dos lagos ele podia fitar seu rosto. E a postura, mesmo, que tinha de tomar, era simbólica. Tinha de se curvar, de se baixar para cometer a ignomínia de se ver.”

O criador do espelho envenenou a alma humana.” (Fernando Pessoa).

Cara de quem tá retado, cara de zonzo, cara feia, cara de tartaruga, cara feia pra mim é fome, cara de paisagem, cara de fuinha, cara de mamãe sacode, cara de pateta, cara de zé leso, cara de azulejo, cara de jegue.

A máscara esconde a cara, libera as emoções e a pessoa mascarada faz coisa que o Cão duvida. Há sessões de psicodrama em que o terapeuta coloca máscaras nos pacientes para conversar com eles.

“Careta, você me conhece?” O pessoal mais antigo lembra os bailes de máscara de um clube em Amaralina, em Salvador, na década de 60. No baile, que rolava das 12 às 20 horas, o casal podia fazer tudo, inclusive aquilo, mas nunca, nem pensar, em tirar a máscara do outro. O salão pegava fogo. Um amigo estava nos agarramentos no canto do salão quando apareceu um policial. “Tô preso”, pensou ele. E o PM foi logo avisando: “Tem um quintal lá no fundo”.

Cara de madre superiora, cara de médico, cara de mafioso, cara de jornalista, cara de sacristão, cara de profeta, cara de xibata, cara de candidato, cara de cuscuz.

“Eu não tinha este rosto de hoje,

assim calmo, assim triste, assim magro,

nem estes olhos tão vazios,

nem o lábio amargo.

 

Eu não tinha estas mãos  sem força,

tão paradas e frias e mortas;

eu não tinha este coração

que nem se mostra.

 

Eu não dei por esta mudança,

tão simples, tão certa, tão fácil:

– Em que espelho ficou perdida

a minha face?”

(Poema Retrato, de Cecília Meireles).

(Veja crônicas anteriores em leiamaisba,com.br)

 

 

 

A NOSSA CULTURA PRECISA UNIR FORÇAS PARA SAIR DESSE MARASMO

Existem grandes talentos criativos e fazedores de cultura em Vitória da Conquista, mas o setor, tão essencial para o desenvolvimento humano, social, econômico e político da nossa cidade de cerca de 400 mil habitantes, está atravessado um quadro desolador na sua história, especialmente em termos da falta de espaços físicos e realização de grandes eventos.

Uma cidade sem um roteiro cultural de atividades programadas que sirvam de atrativos para seus próprios moradores e visitantes, fomentando o turismo, é, na verdade, uma cidade sem alma, por mais que ela tenha um capital crescente. Não adianta ter um comércio e uma indústria pujantes se a cultura estiver em estado terminal ou em coma.

Posso até estar sendo exagerado, mas é o que está acontecendo em Conquista, e isso vem se arrastando nos últimos anos, culminando com essa administração pública que sepultou a nossa cultura e não teve a decência de realizar o rito funerário. Como diz meu companheiro e professor Dirley Bonfim, “é melancólico e triste de se ver”.

Para quebrar esse núcleo duro do poder executivo, que abandonou a nossa cultura, ao ponto de o Conselho Municipal de Cultura não estar funcionando como deveria, (há meses não acontecem as reuniões mensais por falta de quórum), tem surgido movimentos pontuais se manifestando no sentido de reverter a situação.

Um grupo, por exemplo, está elaborando um documento onde mostra o atual quadro de descaso e cobra medidas concretas que devem ser urgentemente realizadas pelo poder público. A atitude é louvável, mas, qualquer manifestação para atingir os resultados necessários tem que unir todas as forças comprometidas com a cultura, não importando as vertentes ideológicas, se de direita, esquerda ou centro.

Sempre tenho comentado que em Conquista existem uma certa vaidade por parte de determinadas pessoas e grupos isolados que se acham donos da cultura. Esquecem que só a união de forças de todas entidades, associações, terreiros de candomblé e coletivos, como as duas academias de letras e outras representações artísticas, podem pressionar a prefeitura a levar a cultura a sério e não com desdém como está ocorrendo.

Além do documento, que deve ser assinado por todos representantes do setor, defendo aqui que seja realizada uma manifestação pública, com a participação dos artistas em geral, intelectuais, professores e os diversos segmentos da sociedade civil, reivindicando, principalmente, a criação de um Plano Municipal de Cultura, reforma e abertura dos equipamentos culturais, há anos fechados, preservação do patrimônio arquitetônico e histórico da cidade, dentre outras medidas.

 

ELEIÇÕES, DINHEIRO, A MENTIRA E O GOLPE DO ASFALTO BORRA DE CAFÉ

Com esse sistema eleitoral escandaloso, desigual e desleal, onde a justiça faz de conta que fiscaliza e depois de passado o pleito declara que tudo foi normal, o que temos hoje é uma trindade do mal que serve para enganar o povo de que ele está exercendo sua cidadania democrática.

Sem fazer rodeios, vamos direto ao assunto que nos interessa, falando especificamente do caso particular de Vitória da Conquista. Após as eleições de seis de outubro, o que mais se ouve nos comentários são relatos – e não são falsos – de que houve um derrame de dinheiro na cidade na compra de votos, especialmente por parte dos candidatos ao legislativo.

Os fatos são verdadeiros e não são fake news porque ouvi gente dizer que recebeu dinheiro e outros que bateram em sua porta com mandantes de candidatos com a mesma proposta. Não vou aqui revelar as fontes porque me reservo ao direito do segredo constitucional jornalístico.

Não me venham com essa de que são boatos. Todos estão cientes e carecas de saber disso. Eleições, dinheiro e a mentira caminham juntos de mãos dadas, como nos velhos tempos dos coronéis, do voto de cabresto, só que lá atrás o método era mais visível e acintoso. O que importa é que a forma do bolo permanece.

Além do dinheiro, os candidatos à reeleição para a Câmara usaram da estrutura de gabinete, o que é ilícito e, sobre isso, tenho até como provar porque vi nas ruas e me enviaram mensagens pedindo voto. Nem deram o cuidado de ver que também fui candidato.

Pelas irregularidades praticadas, por lei as candidaturas teriam que ser todas anuladas, mas isso é uma utopia. A pergunta que não quer se calar é: Que democracia é essa de que tanto defendemos no Brasil? Alguém deve responder: É a que temos, a mambembe tupiniquim.

O quadro está bem escancarado que, neste país, para se eleger, não adianta você ser ético, ter honra, caráter, idoneidade, estar preparado, ter capacidade e mérito. Se se não tiver o dinheiro na frente para comprar o voto, você não vai para lugar algum, a não ser ao fracasso. Não conte com essas pessoas que dão tapinhas em suas costas, dizem ser seus amigos e lhe fazem rasgos de elogios.

Essa cultura já está tão enraizada em nosso povo que o eleitor pede mesmo um “dindim” quando é abordado. Sou testemunha disso porque muitos me pediram na cara de pau, até para tomar uma cachaça ou uma cervejinha.

Além da grana, entrou também nessa eleição (não é novidade e coisa inédita) a transferência irregular de milhares de títulos de uma cidade aqui próxima para Conquista. Será que a justiça eleitoral daqui não desconfiou dessa anormalidade?

Eleição neste país virou uma bandalheira, malandragem e uma molecagem. Por essas e outras, a nossa Câmara de Vereadores de Conquista continua de baixo nível e formada de pessoas suspeitas, com raras exceções. E vai se manter assim porque os bons vão se afastando da disputa. Quem perde é o próprio povo que se vende.

Por acaso, o Congresso Nacional tem algum interesse de mudar essa safadeza e fazer uma reforma eleitoral completa, digna e limpa? É claro que não, porque o sistema vergonhoso existente beneficia a todos eles, tanto da direita, da esquerda como do centro. Nisso aí todos comungam do mesmo pensamento. Nessa hora, para o lixo as ideologias. Quem perde mais com isso é a esquerda. “Quem com porcos se junta, farelos come”.

O GOLPE DO ASFALTO BORRA DE CAFÉ

Por ordem, no que diz respeito ao cargo para o poder executivo, essa eleição também foi marcada pelo golpe do asfalto borra de café, para enganar a população. Em muitas ruas bastou pequenas pancadas de chuvas para começar a aparecer pequenos buracos no pavimento. Imagina se vier uma chuvarada pesada com fortes enxurradas! Vai transformar tudo em buraqueiras, do tipo “costela de vaca”, pior do que antes na terra solta.

Dias antes das eleições visitei vários bairros, como Jardim Guanabara II e Felícia. Os tratores estavam parados e apenas poucos homens faziam os serviços de meio-fio. Retornei ontem (dia 21/10) e constatei muita terra e poeira nos passeios das casas. A espessura do asfalto é fina, chegando a cerca de um centímetro.

Não é preciso ser um especialista para se chegar à conclusão de que as obras, iniciadas na véspera do pleito, e cujos recursos foram provenientes do empréstimo de 160 milhões com a Caixa Econômica, são eleitoreiras com intuito de enganar o povo. É o chamado uso da máquina, e isso já virou coisa comum na política brasileira.

É aquela história do “é assim mesmo” e todos se utilizam da mesma prática para galgar o poder ou nele permanecer. Infelizmente, neste nosso país, ganha eleição quem mais tem dinheiro em caixa e mais mente.

Dizer a verdade e jogar limpo são derrotas na certa, sem contar que o próprio eleitor aprendeu também com os tempos que usar da malandragem é uma virtude para se dar bem. A esperteza maquiavélica é premiada e merece ser votada. Depois não venham com choros e lamentações depois do leite derramado, ou da borra de café.

GOLPES FEREM O APOSENTADO

Albán González – jornalista

Após a leitura no texto intitulado “Aposentados estão sendo lesados”, editado pelo blog “A Estrada”, imediatamente abri o note book e acessei a página “gov.br”, onde procurei, nos serviços prestados pelo INSS, se havia alguma alteração nos últimos extratos de pagamento dos meus proventos. O responsável pelo artigo, o jornalista e escritor Jeremias Macário, denunciava um desconto mensal, sem o seu consentimento, de R$ 45,00, na quantia irrisória que recebe da Previdência Social.

O golpe, quase imperceptível para o prejudicado, não é novo. Pelo contrário, essas instituições, muitas delas com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), emitido pela Receita Federal, que se apresentam como representantes e defensoras dos aposentados e pensionistas, estão “na praça” há mais de 20 anos.

No passado, os golpistas usavam gestos e palavras afáveis – hoje, batem o telefone na cara de quem procura reaver seu dinheiro. Dispunham até de um assessor jurídico para tentar convencer o pobre cadastrado no INSS a assinar o termo de sócio. Na época, não se escondiam – conheci uma que funcionava no Largo da Mouraria, em Salvador – atrás de um telefone 0800, com atendente virtual que deixa o cidadão de 70 anos do outro lado da linha perguntando a si próprio como os seus dados deixaram os arquivos de um órgão do governo.

Mediante uma quantia mensal, a entidade se propõe ajuizar o INSS para que o aposentado/pensionista consiga um reajuste nos seus proventos, o que é mais difícil do que ganhar na mega sena. A União tem um time de advogados para evitar um aumento da dívida pública, embora feche os olhos para os salários, regalias e “penduricalhos” de magistrados e parlamentares.

Ultimamente, o consumidor desavisado tem sido vítima de um tipo de prática nociva. São os empréstimos consignados, direcionados principalmente para o aposentado preso numa cadeira de rodas, esperando a morte num dos apelidados “depósitos de velhos”. Com os dados do servidor inativo e o descaso do INSS e dos bancos, o golpista retira mensalmente dos contracheques das vítimas uma parcela do empréstimo consignado.

Essa ação abusiva acarreta em negócio jurídico nulo e eventual indenização pelos danos morais ocasionados. Para ser ressarcido do prejuízo financeiro, o aposentado vai ter que percorrer o “caminho da burocracia”, apoiado num advogado ou ter conhecimento do funcionamento das defensorias públicas, favorecidas pelos recessos, férias, feriados e dias “enforcados”.

“Garanta a revisão de sua aposentadoria sem complicações”. O convite é feito na internet por um dos muitos escritórios de advocacia especializados em Direito Previdenciário em todo o país. Uma das questões mais abordadas nos últimos anos refere-se à aprovação pelo Supremo Tribunal de Justiça (STF) da revisão da vida toda dos proventos recebidos do INSS. O órgão do governo tem colocado uma barreira, através de recursos, para não atender o aposentado, que começou a receber seus benefícios entre 29 de novembro de 1999 e 12 de novembro de 2019. O Instituto se recusa a pagar os atrasados dos últimos cinco anos, pelo alegado gasto que provocaria aos cofres públicos. O processo esteve em discussão pelos ministros do STF em 20 de setembro. Não há previsão de quando entrará em pauta, mais uma vez.

Recentemente, aposentados, pensionistas e militares da reserva foram despertados do estado de sonolência pela notícia amplamente divulgada pelas instituições assistenciais, a que me referi, e pelos escritórios de advocacia. Ressuscitaram uma lei de 1988, de número 7.713, que prevê isenção do Imposto de Renda para maiores de 65 anos, já afastados do serviço ativo, e com proventos e soldos inferiores a R$ 4 mil.

O segundo segmento da lei contempla com isenção do IR aos beneficiários do INSS, com remuneração acima de R$ 4 mil mensais, que provem com laudos ou documentos comprobatórios que são ou foram portadores de doenças graves, como tuberculose, alienação mental, câncer, artrose, esclerose múltipla, doença de Parkinson, AIDS, doenças que afetam o fígado e o coração, fibrose cística, contaminação por radiação, paralisia e moléstia profissional.

A lei, no caso da isenção para os portadores de doenças graves, deve ser reformulada, atendendo ao aumento no Brasil dos crimes praticados por estelionatários, que têm conhecimento das fontes onde jorram os falsos laudos médicos. Vamos assistir, certamente, a abertura de fundações e igrejas evangélicas, para onde correm os lucros dos mais ricos, além das muitas formas de se “lavar dinheiro”.

 

 

 

 

 

JORNALISMO IMPRESSO E A MÍDIA VIRTUAL

Mais uma vez tivemos uma noite do sarau colaborativo no último sábado, dia 19/10, no Espaço Cultural A Estrada, com a participação de mais de 30 pessoas quando discutimos o tema “Jornalismo Impresso e a Mídia Virtual: Correlações”. Na pauta tivemos também a escolha da nova comissão que vai organizar os próximos eventos.

Os trabalhos do sarau, que está completando 14 anos e já foi premiado com o troféu Glauber Rocha, foram abertos pelo nosso companheiro Luis Altério, e a nova comissão, aclamada por todos, ficou composta por Cléu Flor, Dall Farias, Edna Brito e Alex Baducha. Logo em seguida, o jornalista e escritor Jeremias Macário abriu o bate papo sobre o assunto da noite.

Em sua conversa, ele fez uma viagem ao tempo quando citou um ensaio manuscrito de 1900, de Mark Twain, sobre o alemão Gutenberg, o inventor da arte da impressão. As considerações do escrito nos levaram a uma reflexão sobre os tempos atuais da internet e das redes sociais.

O texto de Mark diz que a conquista de Gutenberg, por volta de 1455/56, criou uma terra nova e maravilhosa, mas, ao mesmo tempo, também um novo inferno. Macário pontuou que também estamos vivendo a mesma situação nos tempos atuais com a mídia virtual através da internet.

Ainda sobre o ensaísta, ele afirma que durante os últimos quinhentos anos, a invenção de Gutenberg forneceu à terra e ao inferno novas ocorrências, novas maravilhas e novas fases. “Esta encontrou a verdade livre sobre a terra e deu-lhe asas; mas a inverdade também se espalhou, e a ela foi fornecido um duplo par de asas”.

Com referência a 1900, diz que a questão do mundo daquele tempo ser bom e mau, se deve a Gutenberg, mas deve ser homenageado, “pois o que ele disse em sonhos ao anjo irado foi literalmente cumprido, pois o mal que sua colossal invenção trouxe é mil vezes ofuscado pelo bem que a humanidade recebeu”.

Após falar um pouco da sua trajetória jornalística na área do jornal impresso, Macário destacou que os jornais começaram a surgir por volta de 1650, na cidade alemã de Leipzig e depois em Petesburgo, na Rússia, em 1728, cujo jornal circula até hoje, sendo o mais antigo do mundo. O rádio apareceu em 1896, com o telégrafo inventado pelo italiano Marconi, mas só foi propagado no Brasil há 100 anos. A televisão data de 1927. Com atraso, chegou ao Brasil em 1950.

Todas essas mídias ainda existem com força, com exceção do jornal impresso que sofreu o baque da internet, ainda uma invenção adolescente de pouco mais de 20 anos, uma terra que ainda é de ninguém devido ao seu mau uso, mas que tende a se ajustar com seu amadurecimento.

Segundo Jeremias, os jornais sofreram porque não souberam se adaptar aos novos tempos, mas ainda é o meio de comunicação com maior credibilidade, que exige de seus profissionais mais responsabilidade quando escreve uma matéria, diferente do que acontece nas redes sociais onde qualquer um pode se esconder atrás do anonimato.

No mundo virtual, quem escreve mentiras (muitos nem têm formação jornalística acadêmica), se vale da punição jurídica, isto quando ocorre, ser mais demorada e cumprida contra quem comete o crime. O jornal impresso é mais completo, melhor qualidade, consistente e de maior conteúdo.

Por falar em qualidade, conteúdo e precisão, o jornalista abordou que, em sua opinião, esses pontos caíram muito e deixam a desejar, especialmente quando se trata do rádio, da televisão e do meio virtual.

 

Discutiu-se que, praticamente, não existe mais jornalismo investigativo, e os jornalistas fazem matérias vazias e capengas, com muitas falhas nas informações, deixando o público confuso e desinformado. Tudo isso abalou a confiança dos usuários das notícias, a maioria de baixa qualidade.

Na roda de conversa pelos participantes do sarau, houve diversas avaliações e correlações entre as mídias e um consenso de que a mídia virtual é uma criança pelo seu tempo de idade, que ainda não adquiriu sua confiabilidade, além da sua baixa qualidade jornalística e informativa. Aliás muitos que escrevem nela se acham jornalistas, sem formação acadêmica.

No mais, a noite foi de confraternização, troca de conhecimento e saber na discussão de ideias que varou a madrugada. Como sempre, tudo isso contou com o acompanhamento de bebidas e comidas, ao som da viola, da boa música, na declamação de poemas autorais e contação de causos e piadas.

Em favor da melhoria da estrutura do sarau ficaram como sugestões a criação de um fundo financeiro, planejamento de um documentário, mais participação do sarau na política cultural da cidade, registro do sarau em cartório como entidade de direito, dentre outras medidas de fortalecimento do evento.

 

 

CASOS E CAUSOS DE TROPEIROS

Bons tempos aqueles onde os tropeiros eram os caminhoneiros de hoje. Não existiam estradas asfaltadas, só de chão, e algumas eram veredas e trilhas pelos matagais e despenhadeiros íngremes. Não haviam postos cobertos de paradas e sim pontos estratégicos de árvores e à beira de riachos, para dar uma arriada nos burros e fazer um rango.

Mesmo assim, existiam os salteadores e roubos de cargas por bandidos nos pontos mais perigosos, como ocorrem nos tempos modernos, se bem que a violência era bem menor, na grande maioria das vezes sem essas crueldades com mortes, sequestros e torturas. Os tropeiros corriam muitos riscos, sem contar as intempéries do tempo.

A comunicação entre uma cidade e outra era difícil e chegava com dias e meses de atraso. Hoje com a internet é tudo instantâneo. Além da grande variedade de gêneros alimentícios, como açúcar mascavo, aguardente, vinagre, vinho, azeite, bacalhau, peixe seco, queijo, produtos importados da Europa e até gado, os tropeiros também transportavam notícias.

Entre as regiões, esses desbravadores ainda comercializavam mulas e cavalos, como faziam os ciganos. Muitas vezes eles se cruzavam nos caminhos e era aquela confusão porque a etnia cigana sempre foi vista, desde os tempos coloniais, com desconfiança e discriminação. Tinham a mancha de ladrões e malfeitores. Entre eles quase não rolavam negócios.

Os tropeiros eram nossos repórteres jornalísticos, e as informações, muitas vezes, chegavam truncadas, deturpadas e com mentiras que iam se espalhando. Eram casos e causos de forma presencial. Atualmente são virtuais que se propagam mais rápidas que rastilhos de pólvoras. As fake news de hoje são mais perigosas, intencionais e ofensivas.

Por falar em casos e causos, quando era menino molecote e morava na roça à beira de uma rodovia de cascalho lá no sertão de Piritiba, lembro muito bem desses grupos de tropeiros que passavam em minha porta. Ah, que saudades daqueles tempos quando ainda se sentia o calor humano!

Final de tarde eles chegavam e pediam o rancho para meu pai que os acolhia com muito prazer porque também adorava prosear e contar estórias e histórias de gentes do mundo dos vivos e dos mortos. Ariavam as bruacas de couro, alforjes e outros pertences dos burros e mulas; soltavam os animais cansados e suados na pastagem e aí cuidavam logo de acender um fogo para assar a carne seca, fazer o café e cozinhar alguma coisa.

Mesmo pobre e roceiro vivendo das adversidades das secas, quando tinha, meu pai entrava na roda com um aipim, a batata e farinha. Estava feito o banquete do fogo a lenha, uma trempe, para começar os casos e causos. Eu adorava ouvir essas conversas até tarde da noite, melhor ainda nas fases de lua cheia que prateava todo terreiro.

Ah, existiam alguns tropeiros que traziam consigo uma viola, uma sanfona ou outro instrumento para cantarolar aquelas músicas antigas de raiz que falavam dos costumes e hábitos do povo, maioria das vezes nordestino. Muitos vinham cortando a Chapada Diamantina e outros eram provenientes de Feira de Santana e até do Recôncavo.

O que eu achava bom mesmo é ouvir os casos e causos dos tropeiros com meu pai. Iam dos coronéis valentões e seus capangas que surravam seus trabalhadores; tomavam terras; e mandavam matar quem resistia suas ordens. Figuravam ainda nos papos, as histórias do cangaço de Lampião, da Coluna Prestes, moças virgens que se perdiam, retirantes das secas, de gente usurária mesquinha, até de visões de fantasmas (assombrações) que apareciam nas bocas das noites.

Não faltavam também as lendas folclóricas brasileiras da mula sem cabeça que tinha fogo no lugar da cabeça e vivia entre cavalos e vacas, o boitatá, curupira, o boto-cor-de-rosa, caboclo d´água, negrinho do pastoreio, o saci pererê, a cuca, a caipora e do lobisomem.

Este último personagem me deixava mais com medo e algum tropeiro contava que conhecia uma pessoa que virava lobisomem em noite de sexta-feira de lua cheia. Bom também era ouvir os fatos escabrosos que aconteciam em outras cidades, de traição de mulheres e famílias que se matavam por questões de terra.

 

 

 

UNS PEQUENO METIDO A KAIKAI

Chico Ribeiro Neto)

é controverso

a traça comeu

o último verso?

xxx

biba esperta

mostra a cara

e entra na fresta

xxx

papagaio sexólogo

foi parar

no fonoaudiólogo

xxx

formiga nenhuma

sai da fila

pra tomar uma

xxx

me conta a vizinha

pinguim na Barra

pediu um Capelinha

xxx

engano

livro pequeno

orelha de abano

xxx

dessa dor do lado

só depois da morte

fico sossegado

xxx

tá na cara

gente feliz

coisa rara

xxx

olha lá

perto de morrer

quis ver o mar

xxx

não deixa, não

senão tartaruga

vira gavião

xxx

toma jeito, rapaz

assim não vai pra frente

nem pra trás

xxx

vixe

jiló

virou maxixe

xxx

onde já se viu?

ela deixou aqui

e sumiu

xxx

ficou rouco

viu o santo

do pau oco

xxx

você não entende

o que se ama

se compreende

xxx

porra

o céu

tá uma zorra

xxx

veja só

aquela cara

dá dó

xxx

escrita pequena

ponta da Bic

palavra serena

xxx

sopra, dona Maria

caiu um cisco

na poesia

xxx

pintor, calma

toda cor

tem alma

xxx

meleca problema

embaixo da poltrona

do cinema

(Veja crônicas anteriores em leiamaisba.com.br)

 

 

 

 





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