ESSA NOVELA DO TELEMARKETING NUNCA SE ACABA E NÃO TERÁ FINAL FELIZ
Há muito tempo, os órgãos do governo e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) anunciam medidas para as empresas de telemarketings pararem de atanazar as pessoas com ligações e mensagens indevidas nos celulares. Elas se fazem de ouvidos moucos e passam por cima das tais leis nos tirando do sério e nos estressando.
Os representantes desses organismos recomendam que os usuários e consumidores façam suas reclamações e notificações junto à Anatel, aos Procons e juizados de primeiras causas. Ameaçam com multas pesadas, como se fosse mesmo para valer. É tudo um faz de conta. Mais parece uma novela sem final.
Ora, neste país, sabemos muito bem que os poderosos não pagam multas, só os pobres que não têm advogados para recorrer. Contra agressores do meio ambiente, por exemplo, “aplicam” multas de milhões de reais, mas sabemos que não pagam. Isso também é fake news. Se fosse tudo verdade, a empresa entraria em falência. Nos fazem de bestas e subestimam nossa inteligência.
As pessoas hoje vivem em correrias, preocupadas com seus problemas e preferem a simples ação do recusar e deletar do que passar mais raiva se deslocando de seus lugares para dar queixas, sabendo que o processo é lento, burocrático e termina apenas numa advertência à empresa abusadora. Além do mais, nossa Justiça continua sendo morosa para os mais pobres e cega para os ricos.
Na verdade, poucos se atrevem a fazer suas reclamações e terminam se decepcionando porque não conseguem os resultados esperados depois de tanta perda de tempo e se irritar. Por sua vez, fazer uma reclamação virtual à Anatel via internet é um terror. O sistema não funciona e a pessoas passa horas para ser atendida. Depois de muito tempo, seu protocolo fica lá esquecido no sistema, ou no lixo como antigamente.
Na grande maioria, funcionário público no Brasil presta um péssimo serviço ao usuário por causa da maldita estabilidade vitalícia. Por que muita gente tira um diploma somente com intuito de fazer um concurso público? A resposta está na ponta da língua.
Depois de um determinado tempo, o servidor concursado se acomoda e trata o consumidor em geral com desdém e menosprezo. Ainda existe uma lei onde o brasileiro não pode “desacatar” quem está do outro lado do balcão, mas quem está fora para resolver seu problema tem que ficar calado e aguentar a falta de humor do estabilizado no emprego, que só pode ser demitido por justa causa, em casos raros.
Nem todos, mas muitos optam pelo concurso público porque não têm coragem de enfrentar uma empresa privada onde o empregado tem que mostrar produtividade e se for relapso pode ser demitido. Terminei enveredando por outro assunto, mas uma coisa puxa outra.
O profissional do telemarketing só cumpre ordens do patrão para no final do mês dar resultados, senão vai para o olho da rua. Com seu corpo de advogados, a empresa sabe muito bem como burlar as leis, feitas para os poderosos. Os representantes dos órgãos governamentais falam duro para ficarem bem na fita e nós ficamos com caras de abestalhados acreditando neles.