A “INDÚSTRIA DA MISÉRIA”
Os governantes populistas, ou assistencialistas, derramam todos os anos uma dinheirama para socorrer as chamadas pessoas com vulnerabilidade social, moradores de ruas, por exemplo, dando comidas e abrigos, sem apresentar um programa alternativo que devolva dignidade humana de independência, para que essa gente não se torne viciada em somente receber o peixe sem aprender a pescar.
Eu chamo isso de “indústria da miséria”, ou máquina de fazer votos. Hoje, tanto a esquerda como a direita fazem isso, inclusive essa prática é bem vista e elogiada em Vitória da Conquista. Muita gente não sabe, mas Conquista está cheia de andarilhos que vêm de fora sabendo que aqui serão acolhidos com boa alimentação e dormida.
A questão não é condenar que haja um atendimento para essas pessoas, mas que essa ação não seja permanente ao ponto de cair no vício e na acomodação do beneficiário não querer fazer mais nada para sair dessa miséria. Sei de gente que se desloca de cidades distantes e se abriga aqui com a alegação de que veio tirar documentos.
O assistencialismo cheira muito com a palavra caridade, uma cultura milenar criada pela Igreja Católica que, como consolo para aliviar a situação de penúria, dizia que a pessoa iria ganhar o reino dos céus quando morresse. Ainda tinha aquela pregação de que, quem desse uma esmola também seria abençoado com um lote no céu.
Não somente em Conquista, mas em todo Brasil esse assistencialismo, ou “indústria da miséria”, vai se perpetuando de geração em geração e nunca se acaba. Com isso, cria-se uma camada de povo que vai sempre viver à margem da sociedade como párias que nada fazem e se enterram nas drogas.
Essa prática eleitoreira, que remete aos tempos do coronelismo, gasta bilhões de reais por ano e não apresenta resultados em termos de reduzir a pobreza extrema, bem como eliminar a desgraça humana. Não adianta só dar comida e abrigo se o espírito continua pobre, sem estímulo para reagir e não ser um subjugado e submisso dos oportunistas. Essa “indústria” é como se fosse uma matéria-prima valiosa do poder político que utiliza essa ferramenta para se tornar dono da pessoa vulnerável, como o próprio nome já diz.
Todos esses bilhões gastos por ano nessa política assistencialista poderiam, em boa parte, serem aplicados em investimentos na qualificação da educação e da saúde, sem falar no saneamento básico. Se assim fizessem, em poucos anos iríamos ter uma nova geração de pessoas fora da miséria e da dependência.
Quase ninguém quer pensar e refletir sobre essa realidade nesse país e defende a continuidade desses “programas”, não importando a ideologia que se tenha. Grande parte dessas pessoas, acolhidas em abrigos, recebe o Bolsa Família e tem o melhor celular, quando não usa o dinheiro para comprar drogas.
Não estou falando de famílias que vivem em barracos nas favelas e periferias pobres que até pagam luz, água, gás e lutam para ter uma comida no prato. É outra categoria que vive pior do que os chamados vulneráveis de ruas andarilhos. Para finalizar, gostaria de saber quando essa “indústria da miséria” vai se acabar? Está havendo alguma transformação social? Está se dando dignidade ao ser humano? É tudo enganação, engodo e demagogia.