Autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário

Naquela manhã seis de maio,

Escorre da serra a neblina,

O sereno fino cai nas avenidas,

E cada um segue sua rotina,

Numa agenda cheia de lidas.

 

Ninguém imaginava,

Um cerco de fuzil,

Para calar nossa liberdade,

Na cidade do frio.

 

Com cem armas nas mãos,

Duzentas botinas assassinas,

Na caça de subversivos,

Que a tropa tirana de opressivos,

Chama todos de comunistas,

Nomes que estão em suas listas.

 

Assim aprenderam a lição,

Marchando sem razão,

Nos quarteis e nas prisões,

Para cassar uma Conquista,

Do prefeito Pedral,

Que venceu uma eleição,

Numa legal Constituição.

 

Uma Conquista Cassada,

Naquele dia fatal,

De uma gente encurralada,

Como se fosse feroz animal,

Por uma maldita ditadura,

Que matou nosso irmão,

Com choque elétrico,

Pau-de-arara, ferro e tortura,

E proibiu nossa livre canção.