Duas cidades, dois olhares em estados diferentes. Do mesmo porte de Vitória da Conquista, cerca de 400 mil habitantes, distante 120 quilômetros de Brasília e 60 da capital Goiânia com vias duplicadas bem conservadas, base da força aérea brasileira, Anápolis é outra cidade do estado de Goiás bem arborizada e estruturada, principalmente em termos de saneamento básico.

Em minha visita, fiquei impressionado com o Jardim Botânico – lembrei do nosso Poço Escuro, tão maltratado e abandonado pelos governantes e de pouca visitação – um parque de muitas trilhas na mata com várias espécies de animais, fontes de água, limpo e com muitos locais de diversão e lazer para todas as idades. É aconchegante e acolhedor.

Outro local bem arborizado, amplo e com toda infraestrutura é o Bosque Ipiranga quase no centro da cidade e bastante visitado pela população. Deixa qualquer visitante confortável para apreciar suas belezas e atrações. Parques para crianças e outros equipamentos, com bastante água.

Quando faço comparação com Conquista não é no sentido de depreciação. Aqui também é um bom local para se viver e de boa qualidade de vida, mas ainda tem muita coisa para se fazer, como na área cultural, uma melhor e mais decente urbanização do Cristo da Serra, do próprio Poço Escuro e outros pontos da cidade, a terceira maior da Bahia.

A bem da verdade, o que tenho visto são serviços incompletos, do tipo maquiagem em épocas eleitoreiras para ganhar votos. Conquista tem muito por fazer para se tornar uma cidade turística onde o visitante possa ficar aqui dois ou três dias conhecendo os locais.

A Lagoa das Bateias não é somente fazer uma limpeza das sujeiras. É muito mais que isso.  Fora a Olivia Flores e outras avenidas, como a Juracy Magalhães, a única praça aprazível, bem estruturada e cuidada é a Tancredo Neves. Os museus regional e Padre Palmeira, não tem muita coisa para se ver. O outro de Cajaíba está abandonado e se acabando com o desgaste do tempo lá na Serra do Periperi. Não se trata de uma crítica negativa.

Outro ponto que me chamou a atenção foi a Biblioteca Municipal Zeca Batista de Anápolis, no centro da cidade, bem mais equipada como centro de leitura, área para exposições de artes plásticas e outros itens culturais. Ao seu lado, a popular conhecida Praça do Avião.

Para o nível de Conquista, a nossa, lá naquele canto escondido do Conquistinha, perde longe. Até diria que é uma vergonha para nós conquistenses. Uma cidade não se mede apenas pelo seu avanço econômico e desenvolvimentista de prédios e construções industriais e comerciais.

Bem, retornando a Anápolis, para não me alongar, trata-se de uma cidade moderna e, ao mesmo tempo, bucólica. Até há pouco tempo ainda existia fazendas funcionando quase que dentro da cidade. Uma coisa inusitada. Hoje estão se tornando lotes para moradias.

Conheci, por exemplo, uma fazenda agrícola de plantação de soja encostada num bairro de classe média (não que seja um apreciador desse agronegócio depredador destinado somente à exportação de grãos para o exterior). Não vi favelas nas periferias, nem gente lhe abordando nas ruas como pedintes.

No entanto, um ponto falho em Anápolis é o sistema de transporte público, com poucos ônibus onde as pessoas demoram muito tempo para se deslocar de um local para outro. Aqui é melhor, mas ainda a necessitar muito de melhorias. O comércio aqui é mais concentrado no centro, com mais variedades e divisões  por segmentos, enquanto lá é meio espalhado e disperso.